Índice de Capítulo

    A noite havia caído sobre a cidade. O vento frio soprava forte, carregando a tensão no ar.

    Na escola 27, Hiroshi estava sentado em uma das salas abandonadas, de pernas cruzadas e um sorriso tranquilo no rosto. Seus olhos, porém, estavam cheios de antecipação.

    Ao seu lado, Sora e Kaito estavam prontos para a ação.

    — Então, Yoru está vindo? — Kaito perguntou, girando os ombros para relaxar os músculos.

    Hiroshi assentiu, pegando um cigarro e acendendo com calma.

    — Sim. Exatamente como eu queria.

    Sora, que estava encostado na parede, olhou para Hiroshi com um olhar analítico.

    — Mas ele não é burro. Ele sabe que isso pode ser uma armadilha.

    — Claro que sabe. — Hiroshi soltou a fumaça do cigarro. — Mas ele está puto. Pessoas com raiva cometem erros.

    Sora cruzou os braços.

    — E se ele trouxer reforços?

    Hiroshi riu.

    — Ele não vai. Ele é o tipo de cara que quer resolver as coisas sozinho. E, pelo que ouvi, ele só trouxe dois com ele.

    Kaito sorriu de lado.

    — Então, vai ser divertido.

    Os três ficaram em silêncio por um momento, ouvindo o som distante de passos.

    — Eles estão chegando. — Sora murmurou.

    Hiroshi apagou o cigarro no chão e se levantou.

    — Então vamos recebê-los da maneira certa.

    Yoru, Ben e Nathan caminhavam pela rua escura, se aproximando cada vez mais da entrada da escola 27.

    A raiva de Yoru era quase palpável. Seus punhos estavam cerrados com tanta força que suas unhas cravavam na palma da mão.

    Nathan e Ben trocavam olhares preocupados.

    — Ei, Yoru, tem certeza disso? — Nathan perguntou, sua voz tensa. — Sophie ficou furiosa quando você disse que só traria nós dois.

    Yoru não respondeu de imediato. Seu olhar estava fixo à frente, seus olhos brilhando de fúria contida.

    — Eu não tenho tempo para discutir com ninguém — ele disse, finalmente.

    Ben suspirou.

    — Mas se entrarmos sem um plano, podemos acabar ferrados.

    — Eu já tenho um plano. Destruir tudo que estiver no meu caminho.

    Nathan e Ben engoliram seco. Eles sabiam que tentar convencer Yoru a agir com cautela era inútil naquele momento.

    Ao chegarem ao portão da escola 27, encontraram Sora e Kaito os esperando, com sorrisos confiantes no rosto.

    — Finalmente chegaram. — Sora disse, descruzando os braços.

    Kaito riu.

    — Vocês realmente acham que podem simplesmente entrar aqui e pegar a garota?

    Yoru não respondeu. Ele simplesmente avançou em disparada contra os dois.

    — Ah, caralho, lá vamos nós… — Nathan murmurou, sacando sua faca.

    Ben se preparou, estalando os punhos.

    — Hora da porrada.

    O chão estremeceu com a velocidade de Yoru.

    Kaito mal teve tempo de reagir antes que Yoru cravasse o punho no meio de seu rosto, jogando-o metros para trás e derrubando algumas latas de lixo.

    — MAS QUE PORRA—! — Kaito gritou, cuspindo sangue.

    Sora, porém, não perdeu tempo. Ele saltou no ar, girando o corpo e desferindo um chute giratório contra Yoru.

    Mas Yoru bloqueou o ataque com um único braço.

    — Fraco.

    Antes que Sora pudesse reagir, Yoru o segurou pelo tornozelo e o arremessou contra uma parede com brutalidade.

    Nathan e Ben entraram na luta, atacando Kaito para impedir que ele se recuperasse.

    Os sons de socos e impactos ecoavam pela escola abandonada.

    O caos havia começado.

    Enquanto os combates aconteciam, dentro do prédio, Hiroshi observava tudo de uma janela do terceiro andar.

    Ele sorriu ao ver Yoru avançando com tanta fúria.

    — Isso mesmo… — ele murmurou. — Venha até mim.

    Ele virou-se para um dos seus subordinados.

    — Preparem a segunda fase. Quero que Yoru chegue até mim… mas não ileso.

    O subordinado assentiu e saiu correndo.

    Hiroshi cruzou os braços e riu baixinho.

    — Esse jogo mal começou.

    Os sons de socos e impactos ecoavam pela escola abandonada da 27. O clima era pesado, carregado com a tensão de batalhas sendo travadas em cada canto.

    Ben e Kaito estavam frente a frente.

    Os dois já haviam lutado antes. Três vezes. E em todas elas, Ben perdeu de maneira humilhante.

    Kaito, com sua postura relaxada, não conseguia segurar um sorriso provocativo.

    — E aí, Ben? Tá mesmo disposto a passar vergonha de novo?

    Ben cerrava os punhos, seu olhar fixo no oponente.

    — Dessa vez vai ser diferente.

    Kaito riu.

    — Isso que você disse na última. E na penúltima. E na outra também. — Ele abriu os braços. — Mas sabe o que aconteceu? Eu quebrei você. Três vezes seguidas.

    Ben respirou fundo, tentando manter a calma.

    — Acha mesmo que essas vitórias significam algo?

    — Claro que sim! — Kaito ergueu as mãos, teatralmente. — Vamos relembrar, então? Primeira luta, te fiz beijar o chão. Segunda, você apagou depois de um suplex perfeito. Terceira… bom, nem dá pra chamar de luta.

    Ben mordeu o lábio, o sangue fervendo.

    Kaito apontou para ele.

    — Você simplesmente não é bom o bastante. E hoje, eu vou te fazer entender isso pela quarta vez.

    Ben não respondeu. Ele apenas ergueu os punhos.

    Sua postura mudou, assumindo a base do boxe. Seus pés se posicionaram, seu tronco levemente inclinado para frente.

    — Eu não sou o mesmo cara de antes, Kaito.

    O sorriso de Kaito sumiu por um instante.

    Mas então ele riu.

    — É? Então me prova.

    Os dois avançaram ao mesmo tempo.

    Kaito tentou um direto de direita para iniciar a troca.

    Mas Ben desviou com um movimento mínimo da cabeça, girando o corpo e soltando um jab rápido no rosto do oponente.

    — Tch! — Kaito recuou um passo, surpreso.

    Mas Ben não parou.

    Os socos de Ben eram rápidos, afiados, e Kaito começou a sentir a pressão.

    — O que foi? — Ben rosnou. — Cadê aquele seu sorriso arrogante?

    Kaito, agora mais sério, saltou para trás, tentando respirar.

    — Heh… até que melhorou um pouco.

    E então, ele atacou.

    Com um impulso violento, Kaito agarrou Ben pela cintura, levantando-o no ar.

    — Ah, não! — Ben arregalou os olhos.

    O suplex vinha.

    Mas no último instante, Ben cravou o cotovelo no pescoço de Kaito, forçando-o a soltar a pegada.

    Os dois rolaram pelo chão, se separando novamente.

    Agora, eles sorriam.

    A luta estava só começando.

    Kaito avançou de novo, jogando um cruzado de esquerda.

    Ben desviou, mas dessa vez Kaito já esperava. Ele chutou a perna de Ben, desequilibrando-o, e pulou para um clinch agressivo.

    — Te peguei! — Kaito murmurou, segurando Ben pela nuca.

    Joelhos começaram a chover contra o abdômen de Ben.

    — Ngh! — Ben sentiu o impacto.

    Mas em vez de recuar, ele resistiu.

    Apertando os dentes, ele girou os braços para dentro e abriu o clinch com força bruta, empurrando Kaito para trás.

    E antes que Kaito pudesse reagir, Ben soltou um direto explosivo.

    BAAAM!

    O punho acertou Kaito no queixo, fazendo-o cambalear.

    Ben não parou.

    Ele deu um Direto, logo em seguida um Gancho de esquerda e por último um Uppercut devastado

    Kaito tombou para trás, seu corpo balançando.

    Ele estava atordoado.

    Ben girou os ombros, preparando o golpe final.

    — Isso é pelo meu orgulho.

    Ele saltou para frente e soltou um cruzado perfeito.

    Kaito caiu no chão.

    Imóvel.

    A luta estava decidida.

    Ben respirava com dificuldade, olhando para o corpo desacordado de Kaito.

    Ele venceu. Finalmente venceu.

    Nathan, que assistia de longe, assobiou.

    — Caralho, mano… isso foi foda.

    Ben sorriu, cansado.

    — Eu falei que dessa vez seria diferente.

    Ele se virou para seguir em frente.

    A batalha ainda não tinha acabado.

    Ben se afastou, respirando pesadamente. Ele finalmente havia vencido.

    Seu corpo ainda estava pulsando com a adrenalina da luta, seu peito subindo e descendo enquanto olhava para Kaito caído no chão.

    Nathan sorriu, satisfeito.

    — Finalmente, mano! Depois de três derrotas, tu pegou esse cara!

    Ben assentiu, ainda tentando processar a vitória.

    Mas então…

    Um som cortou o silêncio.

    Um riso.

    Baixo no começo, depois aumentando.

    Ben travou.

    Nathan franziu a testa.

    — Que merda é essa…?

    Kaito estava rindo.

    Lentamente, ele se levantou do chão.

    Seu olhar não era mais relaxado. Ele estava sério. Intenso.

    Ele passou a mão pelo queixo, onde o golpe de Ben havia atingido.

    — Você… você realmente achou que tinha ganhado?

    Ben recuou um passo, sua respiração acelerando.

    — Mas… você caiu.

    Kaito sorriu. Um sorriso frio.

    — E daí?

    Ben sentiu um calafrio na espinha.

    Kaito endireitou a postura, estalando os dedos.

    — Agora… — Ele respirou fundo, seus olhos cravados em Ben. — Chega de brincadeira.

    Kaito avançou.

    Rápido. Muito mais rápido do que antes.

    Ben mal teve tempo de erguer os punhos antes de sentir um impacto devastador em seu estômago.

    PAAH!

    Ele se dobrou, seu corpo quase desabando.

    — Ngh! — Ele cuspiu saliva, os olhos arregalados.

    Mas Kaito não parou.

    Ele deu uma Joelhada no queixo do Ben, logo em seguida um soco cruzado no rosto e finalizou com um gancho brutal no fígado!

    O corpo de Ben foi jogado para trás como um boneco de pano.

    Nathan tremeu ao ver a cena.

    — Caralho… esse cara tá em outro nível.

    Kaito estava calmo.

    Ele girou os ombros, respirando fundo.

    — Eu tava pegando leve com você, Ben. Agora… você vai entender a diferença real entre nós.

    Ben, ainda tonto, tentou se levantar.

    Mas assim que ficou de joelhos, Kaito avançou como um monstro.

    Ele agarrou Ben pelo pescoço e o ergueu no ar.

    — Vamos voar um pouco.

    E então… o suplex veio.

    PAH!

    O impacto no chão fez o concreto rachar.

    Ben gemeu de dor, seu corpo inteiro em choque.

    Nathan arregalou os olhos.

    — Ele… quebrou o chão.

    Kaito ainda segurava Ben.

    — Ainda consciente?

    Ben tentou soltar um soco fraco, mas Kaito riu.

    — Você já era.

    E então veio outro suplex.

    Dessa vez, Ben apagou.

    Nathan não se moveu.

    Ele sabia que se tentasse qualquer coisa, seria massacrado.

    Kaito soltou o corpo inconsciente de Ben no chão.

    Ele o olhou por um instante e depois suspirou.

    — Na próxima, nem finja que pode me derrotar.

    Nathan sentiu um suor frio escorrer por sua testa.

    Kaito não era um simples lutador. Ele era um monstro.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota