Índice de Capítulo

    O chão tremia com o peso da tensão. As luzes dos postes oscilavam, como se até a eletricidade hesitasse em testemunhar o que estava prestes a acontecer. A temperatura parecia ter caído subitamente, o vento cortando o ar como lâminas finas. Diante dos alunos da 25, os executores da 35 se erguiam como sombras de um pesadelo.

    — Todo mundo em posição! — gritou Yoru.

    Kaito se lançou para frente com fúria nos olhos. Seu estilo era direto, brutal. Seus pés pesavam como martelos sobre o chão enquanto ele avançava.

    Bunkjae o esperava com os braços abertos, como se estivesse convidando para o abate. Seus dentes afiados exibiam um sorriso animalesco, e a sede de sangue em seu olhar fazia o estômago revirar.

    — Vai vir com tudo, garoto? Tava esperando por isso.


    Fase:1/ 2}
    Nome:Bunkjae altura:1,89
    Segunda geração Peso:98

    Força:LR
    Velocidade:UR
    Potencial:A [Despertado]
    Inteligência:E
    Resistência:UR+


    Nome:Kaito Suzuki altura:1,91
    Segunda geração Peso:97

    Força: SSR
    Velocidade: SR
    Potencial: B [Despertado]
    Inteligência: D
    Resistência: SR+

    Kaito grunhiu e lançou um soco direto no rosto de Bunkjae, que se esquivou com um movimento mínimo, quase zombando.

    — Lento.

    Bunkjae respondeu com um soco brutal no estômago de Kaito, fazendo-o voar alguns metros para trás, escorregando pela terra até colidir com um tronco. A dor rasgou seu abdômen como se tivesse sido atingido por um aríete.

    — Porra… — Kaito cuspiu sangue e se levantou, o olhar ainda determinado. — Eu não caio com um golpe só.

    Ele avançou de novo, desta vez enganando com um chute baixo e aplicando um suplex brutal, levantando Bunkjae com pura força e jogando-o de costas contra o chão.

    O impacto foi enorme, rachando o chão sob eles.

    — ISSO É A ESCOLA 25! — rugiu Kaito.

    Mas Bunkjae riu.

    — Isso é tudo?

    Ele se levantou com o pescoço estalando e os olhos mais selvagens ainda.

    — Agora é a minha vez.

    Bunkjae se lançou com uma sequência de golpes selvagens. Cada soco parecia o rugido de uma fera, cada chute uma explosão. Kaito tentou bloquear, mas os impactos eram devastadores. Um gancho no maxilar o fez cambalear. Um chute giratório na têmpora o fez cair.

    Bunkjae agarrou-o pelo pescoço.

    — Não vai me dar outro suplex, campeão?

    Ele então o lançou contra uma árvore com força sobre-humana. Kaito caiu de joelhos, sangue escorrendo do nariz e da boca.

    — Isso… não acabou… — ele tentou se levantar, mas suas pernas tremiam.

    — Já acabou sim. — Bunkjae pisou em sua perna, quebrando-a com um estalo seco.

    Enquanto Kaito era derrubado, Sophie partiu para cima de Aika. A ruiva mantinha sua postura firme, o corpo em guarda de kickboxing, os olhos atentos.

    — Eu não vou te deixar passar, bonequinha. — disse Sophie.

    Aika girou lentamente a rosa negra entre os dedos.

    — Então você será a primeira flor a murchar.

    Sophie partiu com uma sequência de jabs, diretos e cruzados. Seus golpes cortavam o ar com precisão, mas Aika parecia dançar.

    Era como se ela desaparecesse entre os golpes, surgindo atrás de Sophie com um sorriso sereno.

    — Muito barulho… pouco impacto.

    Um golpe no pescoço. Sophie cambaleou.

    Ela virou-se com um chute giratório, mas Aika já havia sumido novamente. Reapareceu acima, golpeando com os dois pés no peito da ruiva, jogando-a ao chão.

    Sophie se levantou com dificuldade, tossindo.

    — Você é rápida… demais.

    — Sou apenas precisa.

    Aika então começou a atacar com sua velocidade absurda. Era impossível prever seus movimentos. Cada golpe vinha de um ângulo inesperado. Sophie tentou se defender com a guarda alta, mas os ataques vinham nos pontos cegos.

    Um golpe na têmpora. Um nas costelas. Outro no joelho.

    Sophie caiu.

    Aika se aproximou, segurando a rosa.

    — Você não é fraca. Mas é previsível. Como todo humano em desespero.

    No canto mais afastado do campo, Lee se colocava em guarda. Seus olhos estavam serenos, mas atentos.

    Mikhail caminhava lentamente até ele, ajustando os óculos.

    — Você parece centrado. Gosto disso. — disse Mikhail.

    — Eu sou o instrutor da Escola 25. Não vou deixar vocês passarem.

    — Tão nobre. Mas infelizmente… inútil.

    Lee avançou com uma sequência de chutes e cotoveladas. Seu estilo era limpo, eficiente. Mikhail bloqueava com os antebraços, analisando cada movimento.

    — Você tem técnica. Mas não tem propósito.

    — Errado. — respondeu Lee. — Meu propósito é proteger.

    Mikhail então estalou os dedos.

    De repente, a aura dele mudou.

    Ele se moveu.

    Não como um ser humano.

    Ele simplesmente estava em outro ponto.

    Um soco direto na garganta de Lee. Depois um joelho no queixo. Em menos de três segundos, ele aplicou uma sequência de dez golpes nos pontos nervosos de Lee.

    O instrutor caiu.

    — Técnica… sem estratégia… é apenas dança.

    Mikhail estalou o pescoço e avançou com os executivos. A escola 25 começava a recuar.

    Yoru observava tudo de longe. Kaito gritando de dor. Sophie caída. Lee desacordado. E os inimigos avançando, tomando o campo.

    Seu coração parecia que ia explodir.

    — Eles… estão perdendo. Eles estão…

    Hina segurou seu braço.

    — Não desmorona agora. Eles precisam de você forte.

    Yoru apertou os dentes. Queria gritar. Queria explodir. Mas sabia que se deixasse o desespero vencer, tudo terminaria ali.

    Do outro lado, uma mensagem chegou no comunicador de Mikhail.

    Philips.- “Recuem. Haruto disse que já foi o suficiente.”

    Mikhail bufou, olhando para o campo tomado.

    — Tivemos o que queríamos.

    — Já? — Bunkjae lambeu os dedos ensanguentados. — Mas agora que esquentou…

    — Ordem direta. Vamos. — Mikhail olhou para Aika. — Você se divertiu?

    Ela girou a rosa, manchada de vermelho.

    — Um pouco.

    Os cinco viraram as costas e desapareceram como fantasmas. Restou apenas o silêncio… e o som de feridos tentando respirar.

    O campo estava destruído. Árvores quebradas. Chão rachado. Sangue. Gritos abafados.

    Yoru caiu de joelhos.

    — Eu não… fui rápido o bastante.

    Leonard chegou, ajudando a erguer Sophie, que chorava em silêncio. Yuna tratava Lee com mãos trêmulas. Hina segurava Kaito, com a perna destruída.

    Yoru fechou os olhos, engolindo o choro.

    “Haruto… você tá brincando com a nossa esperança…”

    Ele socou o chão com tanta força que rachou.

    — Eu juro… isso não vai se repetir. — murmurou, com a voz quase quebrada. — Mesmo que eu tenha que queimar tudo.

    E no horizonte… a guerra apenas começava.

    [Escola Secundária 25 – Sala de Comando Improvisada, Poucos Minutos Após a Retirada do Inimigo]

    O chão ainda vibrava com os ecos do combate. O sangue ainda não tinha secado no solo, e o cheiro metálico da derrota pairava como um véu de vergonha. Beak entrou pela porta arrebentada, suando, o rosto coberto de poeira e os olhos arregalados de pavor.

    Yoru, ajoelhado ao lado de um ferido inconsciente, levantou o olhar.

    — Beak…?

    Beak engoliu em seco.

    — Trinta por cento… trinta por cento das nossas forças… eles foram massacrados.

    — O quê…? — A voz de Yoru falhou.

    — Danilo e Reo… só os dois. Eles entraram pelo lado sul, durante a confusão… foi um massacre, Yoru. Não foi uma luta… foi execução.

    O silêncio que seguiu foi o mais ensurdecedor de todos. Yoru se levantou devagar, os olhos obscurecidos, o maxilar trincado.

    Hiroshi entrou em seguida, jogando sua bandana no chão, a frustração estampada no rosto.

    — Droga! Onde estavam os sentinelas?! Cadê os batedores? Como deixaram isso acontecer?

    — Ninguém esperava que dois caras sozinhos fossem atravessar um flanco inteiro! — gritou Beak, desesperado.

    — Isso não é desculpa! — Hiroshi socou a parede, fazendo os estilhaços de concreto caírem.

    Yoru avançou, os olhos inflamados de raiva.

    — Você tá me culpando agora? Você acha que foi minha culpa?

    — Alguém tem que ser culpado, porra! — berrou Hiroshi, avançando também. — A gente perdeu, Yoru! Perdeu! Você é o líder! Onde você tava quando o Reo destruiu nossos irmãos?! Onde tava quando Danilo quebrou as pernas do Takeshi e riu enquanto fazia isso?!

    Yoru deu um soco em Hiroshi, o impacto ecoando pela sala. Hiroshi cambaleou, mas revidou com um chute na barriga de Yoru, que foi lançado contra a parede.

    — Parem! — gritou Hina, com os olhos banhados em lágrimas. — Vocês tão se matando! Isso é o que o Haruto quer!

    Yoru limpou o sangue do canto da boca e gritou:

    — Eu tô tentando salvar essa escola! Eu tô tentando proteger vocês!

    — Então tenta melhor! — rugiu Hiroshi, avançando de novo.

    Antes que mais um golpe fosse desferido, Hayato e Ben se colocaram entre os dois.

    — Chega, caralho! — gritou Ben, agarrando Hiroshi.

    — Vocês estão se deixando consumir por isso! — disse Hayato, segurando o Yoru com força. — Se perderem o controle agora, já era. Vocês dois vão se perder!

    Hina caiu de joelhos no chão, chorando, os ombros tremendo. A pressão da derrota era um manto pesado sobre todos.

    No canto da sala, Sophie estava sentada em silêncio, as mãos sangrando pelos socos que deu na parede momentos antes. Kaito chutava entulho com raiva, o peito arfando. Lee, com o rosto abatido, olhava para suas próprias mãos como se tivesse esquecido como lutar.

    Mia, encolhida em um canto, repetia baixinho para si mesma:

    — Eu não fiz nada… eu não fiz nada… eu devia ter ajudado… por que eu não consegui me mover?

    A angústia era coletiva. A sensação de impotência, esmagadora.

    [Escola Secundária 35 – Sala do Trono de Haruto]

    O ambiente estava em penumbra. No centro, Haruto recostava-se em seu trono metálico, as mãos entrelaçadas diante do rosto, um sorriso perigoso nos lábios.

    Philips lia os relatórios ao lado.

    — Danilo e Reo superaram a expectativa. Em apenas vinte minutos, o flanco sul da escola 25 colapsou. A moral deles está em ruínas.

    Haruto soltou um suspiro satisfeito, quase como um suspiro de prazer.

    — Yoru está quebrando… eu consigo sentir. Os olhos dele, que antes brilhavam com propósito, agora tremem com dúvida. Maravilhoso.

    Ele se levantou, caminhando em direção ao grande mapa das escolas exposto na parede.

    — A beleza da guerra está nisso. Não é apenas força. É emoção. É fazer o inimigo se questionar antes mesmo de levantar a espada. — Ele apontou para a marca da escola 25. — E agora… ele está começando a se afogar.

    Mikhail entrou, ajustando as luvas.

    — E então? Qual o próximo passo?

    Haruto sorriu, inflado, o ego transbordando como lava quente.

    — Agora… nós vamos dar a ele esperança. Deixar ele achar que ainda pode vencer. Alimentar esse fogo fraco. E quando ele tentar se reerguer… nós vamos apagar tudo. De uma vez.

    Ele se virou lentamente para os Executivos reunidos.

    — O fim de Yoru não será rápido. Ele será lento… doloroso… como deve ser para alguém que ousou acreditar que podia lutar contra mim.

    Seu sorriso se alargou.

    — A queda da 25 começou. E o que vem depois… é apenas a dança final.

    [Escola Secundária 25 – Mais Tarde, Na Enfermaria]

    Yoru estava sentado, cabeça baixa, com os punhos enfaixados. Os gritos de dor dos feridos ao redor eram como lâminas cortando sua alma.

    Hina sentou-se ao lado dele, silenciosa.

    — Você fez tudo que podia… — disse ela com voz fraca.

    — Não foi o suficiente.

    — Talvez não. Mas você ainda tá aqui. E ainda tem gente que acredita em você.

    Yoru levantou o olhar, e ali… mesmo com tudo perdido… ainda havia uma centelha.

    Mas uma centelha não acende uma fogueira sozinha.

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