Capítulo 155 - A vingança (2)
O sol nem havia subido por completo quando os boatos começaram a se espalhar pelas ruas da zona leste. Todos os becos e vielas murmuravam o mesmo nome: Philips. Um dos mais fortes executivos da escola 35, o jovem delinquente que já foi chamado de “Anjo sem asa”, estava sofrendo com algo que poucos imaginavam possível: traições. Repetidas, dolorosas, vis.
Philips, agora encostado contra uma das paredes de um armazém abandonado, com sangue escorrendo do couro cabeludo, tentava manter os olhos abertos. Seu corpo já não obedecia como antes. As barras de ferro haviam marcado sua pele e ossos, e seus próprios amigos de longa data estavam o apunhalando sem hesitar.
— Por… quê…? — balbuciou ele, cuspindo sangue, ao ver mais um de seus supostos aliados virar-se contra ele com um olhar frio.
— Dinheiro fala mais alto, Philips. E sinceramente… você se achava demais — respondeu um dos traidores, antes de acertar um novo golpe com a barra de ferro bem no abdômen do delinquente caído.
Ele gritou de dor, um som que ecoou pelo galpão vazio e fez os ratos se afastarem. O cheiro de ferrugem, poeira e sangue criava uma atmosfera sufocante. Mas Philips ainda respirava.
Quando tudo parecia perdido, passos ecoaram pesados, firmes, determinados. Ben, Nathan Rayna, Mia, Sora e o enigmático Phantom entraram com máscaras negras, cada um representando uma técnica de luta, cada um preparado para finalizar aquilo que Hiroshi começara com estratégia.
Ben tirou a máscara. — Vamos acabar com isso. Ele não pode mais levantar, mas ainda é perigoso. Nada de subestimar.
Nathan estalou os dedos, o corpo envolvido em faixas e com marcas de treino pesado. — Já lutei contra muitos, mas esse cara aí… Ele é diferente. Tem sede de sangue. Vamos com tudo.
Philips ergueu a cabeça lentamente, abrindo um sorriso desfigurado, os dentes sujos de sangue. — Vocês… acham mesmo… que podem me vencer só porque estou no chão?
Nome: Philips altura:1,83
Segunda geração Peso:73
Força:UR+
Velocidade:UR+
Potencial:A [Despertado]
Inteligência:B
Resistência:LR+
Em um impulso absurdo, ele saltou e girou, acertando um chute giratório na mandíbula de Sora que foi lançado contra uma pilastra. O som do impacto foi seco.
— Ele ainda tem força?! — gritou Mia, assumindo posição de combate.
Ben avançou com seu boxe bruto e direto. Seus socos ecoavam como trovões. Philips bloqueava um, dois, recebia o terceiro no rosto e mesmo assim sorria. Nathan entrou com chutes fortes, rápidos, tentando quebrar as pernas do inimigo. Mia usava golpes diretos do Kyokushin, tentando atingir os pontos vitais. Sora se levantava, limpando o sangue do canto da boca e entrava com o Jeet Kune Do, usando velocidade e precisão.
A batalha virou um inferno.
Philips, mesmo moído e semi-consciente, dançava entre os golpes como um animal encurralado e furioso. Ele acertava cotoveladas, joelhadas, empurrava e mordia se fosse preciso. Cada um deles recebia golpes, arranhões, cortes. Era como lutar com um monstro que se recusava a morrer.
Ben caiu de joelhos após um chute no fígado. Nathan escorregou após ser lançado por um golpe de ombro. Mia caiu para trás após um soco direto no nariz. Sora desabou após um chute giratório. O caos se instalava.
Philips, agora mancando, sangrando de quase todos os cantos do corpo, ergueu os braços. — EU SOU A ESCOLA 35!! — berrou, com a voz rasgada, triunfante, mas falha.
Foi quando o silêncio caiu. E um passo foi ouvido, leve, quase imperceptível.
Phantom.
A sombra que ninguém notava, o combatente silencioso da escola 25, surgiu atrás do Philips. Ele segurava uma barra de ferro nas mãos. Seu rosto estava oculto pela máscara, mas seus olhos brilhavam com foco mortal.
— Você falou demais.
E com isso, desferiu um único golpe, certeiro, brutal, direto na cabeça de Philips.
O som do impacto foi tão seco quanto final.
Philips caiu de joelhos. Sua respiração parou por um instante. Depois, tombou para o lado, desacordado, finalmente derrotado.
Ninguém comemorou. O ambiente era pesado. Era o fim de um pesadelo vivo. Eles sabiam que, apesar da vitória, haviam enfrentado algo que ultrapassava o comum. E todos sentiram um arrepio ao pensar que, mesmo caído, Philips não havia gritado.
Ben, respirando com dificuldade, olhou para o corpo no chão. — Que tipo de demônio era esse cara…?
Nathan se aproximou, jogando um pano para limpar o sangue do rosto. — Um que, felizmente, a gente não vai precisar enfrentar de novo.
Phantom permaneceu em silêncio, encarando o vazio.
— Esse foi só o começo… — murmurou ele.
O ambiente era escuro, a única iluminação vinha de uma pequena lâmpada vermelha no teto. Haruto estava sentado em uma poltrona de couro, com os cotovelos apoiados nos joelhos e os dedos entrelaçados à frente do rosto. O relátor se curvou diante dele, suando frio.
— Senhor Haruto… o Philips foi derrotado.
Por alguns segundos, o silêncio reinou. Mas a atmosfera ficou cada vez mais pesada, como se o próprio oxigênio estivesse se tornando denso. Haruto se levantou lentamente, e seus olhos brilhavam com um vermelho sobrenatural.
— Derrotado? — ele disse em um tom calmo, mas que cortava como uma lâmina. — Por quem?
— Por Hiroshi… e outros da escola 25. Eles… eles armaram uma emboscada.
O grito de raiva que Haruto deu fez os vidros das janelas trincarem. Ele ergueu a mão direita e, com um estalar de dedos, uma aura negra se espalhou do seu corpo.
— Philips, seu idiota… é isso que você me entrega?
Haruto fechou os olhos, e seu corpo começou a pulsar com energia. Em sua palma, um selo brilhou, revelando uma de suas habilidades mais perigosas: “Forçar Ascensão”.
[Campo de batalha – minutos depois]
O corpo quebrado de Philips jazia no chão. Ele mal conseguia respirar, seu rosto coberto de sangue e hematomas, seu uniforme em pedaços. Em volta dele, Ben, Nathan Rayna, Mia, Sora e Phantom estavam caídos, exaustos, semi-inconscientes.
Mas então, o corpo do Philips começou a tremer. Seus olhos abriram com um brilho azul e vermelho, suas veias pulsavam violentamente. Sua boca se abriu, expelindo vapor quente. Em um rugido bestial, ele se levantou como um monstro.
— ESSE É TODO MEU PODER! HIROSHI, SEU FILHO DA MÃE! — gritou o Philips, sua voz completamente alterada.
Com um só golpe de punho giratório, ele varreu todos ao seu redor. Phantom foi jogado contra uma parede de concreto. Mia atravessou uma pilha de ferro. Sora e Nathan rolaram no chão por metros, inconscientes. Ben tentou resistir, mas foi nocauteado com uma joelhada na tênpora.
Philips caminhava, ofegante, agora coberto de uma aura quase demoníaca. Ele pegou Nathan e Ben pelos cabelos e os arrastou como bonecos, até chegar diante de Hiroshi.
— Esses… foram seus peões? — disse Philips, jogando os dois aos pés de Hiroshi. — Olha bem o que aconteceu com eles, seu traidorzinho covarde.
Nome: Philips altura:1,83
Segunda geração Peso:73
Força:MR+
Velocidade:MR+
Potencial:A [Ascenção]
Inteligência:B
Resistência:X
Hiroshi cerrou os punhos, o sangue fervendo nas veias. Ele já estava preparado para esse momento. Enfrentar Philips não era apenas uma missão, era uma questão de honra pessoal.
— Você não entende, Philips. Desde pequeno eu não tolero traição. E você… traiu a si mesmo.
— Cala a boca, Hiroshi! — Philips rugiu, partindo para cima.
Philips lançou um soco com tanta força que o solo explodiu em estilhaços de cimento. Hiroshi desviou por pouco, revidando com uma rasteira, mas Philips saltou, girando no ar e chutando o peito de Hiroshi com ambos os pés.
O impacto fez Hiroshi atravessar uma parede. Ele se levantou tossindo sangue, mas com um sorriso no rosto.
— Isso é o que você chama de força? Então eu vou te mostrar o que é resistência!
Hiroshi correu, pegou uma barra de ferro e atirou em Philips, que desviou com facilidade. Mas Hiroshi já estava em cima, usando os destroços do ambiente: arremessou uma cadeira de ferro, derrubou uma viga, e usou o impulso de uma coluna quebrada para acertar um chute em cheio no queixo do oponente.
Philips cambaleou, mas não caiu. Ele segurou o tornozelo de Hiroshi, o girou no ar como uma marreta e o lançou contra um carro abandonado. O metal amassou como papel.
— EU VOU ACABAR COM VOCÊ!!! — Philips rugiu, com os olhos brilhando como brasas.
Hiroshi saiu dos destroços com dificuldade. Seu rosto estava cortado, a respiração pesada, mas seus olhos… ainda estavam calmos.
— Vamos ver… quem quebra primeiro.
Os dois correram, se chocando como dois titãs. Cada golpe fazia o solo estremecer. Philips usava socos explosivos, enquanto Hiroshi era mais técnico, usando o próprio ambiente, pulando em escombros, jogando areia nos olhos de Philips, agarrando objetos ao redor.
Em um momento, Hiroshi pegou um cano enferrujado e acertou em cheio a lateral da cabeça de Philips, que caiu de joelhos. Mas antes que Hiroshi pudesse comemorar, Philips deu uma cabeçada brutal, rachando o maxilar de Hiroshi e o jogando metros para trás.
Ambos estavam destruídos, sangrando, ofegantes. Mas Philips ainda estava de pé. Por trás, o Haruto assistia, com um sorriso sádico.
— Continue, Philips… não pare até ele morrer.
Hiroshi caiu de joelhos, o rosto sujo de sangue e terra. Philips vinha andando lentamente, como um psicopata.
— Acabou… Hiroshi.
Mas nos olhos do estratégico da escola 25, ainda havia fogo.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.