Índice de Capítulo

    Dias depois, tudo havia se normalizado, a batalha contra a Black G tinha acabado de vez, mas o mundo estava sabendo da batalha de gangues que ocorreu, e que a polícia não interviu por algum motivo, o nome do Charles não foi citado a nenhum momento, pois ele agiu nas sombras e também, a polícia não quis se manifestar sobre o caso

    Do outro lado da moeda, Jakson estava se sentindo mal pelo acontecido com o Dagon e sua morte precoce, ele ficou afastado nos últimos dias dos seus amigos, jogando culpa em si mesmo ela morte do mesmo

    Já Yoru e os seus amigos, estavam mais ou menos com tudo aquilo, aquela batalha apesar de ser extremamente “rápida” foi uma experiência um tanto quanto perturbadora, e muito mais para o Yoru, que descobriu que tem uma irmã por parte de um pai que ele nem sabia que existia de certa forma

    [Domingo – Casa do Yoru]

    O Yoru estava deitado na cama junto com a Hina, o Yoru estava meio perdido em seus pensamentos, então a Hina lhe deu um leve toque na cabeça, chamando sua atenção

    — Yoru… Você anda meio distraído sabe? Oque aconteceu? Tudo isso foi por causa que descobriu que tem uma irmã mais velha? — ela perguntou, claramente se importando com seu amado e seu bem estar

    — É que… Minha mãe não tinha contado nada disso, de que tinha uma meia irmã e também não sei nem quem é meu pai ou o seu nome… Isso é tudo novo pra mim, pensei que não tinha ninguém da minha família vivo, mas agora… Sei que tenho uma irmã, mesmo que esteja de outro lado da minha realidade

    — Bem, mas agora dá de entender certas coisas, não?

    — Como assim?

    — Tipo, agora dá de entender o por que ela te deu aquele cartão, ou por que sempre apareceu em horários críticos para te proteger do mal… Pelo que parece, ela estava te protegendo de longe, não querendo interferir muito na sua vida

    — Pois é… — o Yoru olhou para o teto pensativo, mas pelo que estava parecendo, aquilo não ia terminar tão cedo assim

    — Olha, eu vou para a minha casa, ok? Descanse bem, quando chegar em casa eu aviso a você — a Hina deu um beijo na bochecha do Yoru e se levantou indo embora

    Na volta pra casa, Hina estava mexendo no celular enquanto caminhava, foi quando ele se esbarrou com um garoto de capuz, ela logo conheceu, era o Wallace

    — Wallace! Que coincidência, que bom te ver aqui! — a Hina disse bem alegre, o Wallace ajudou ela a se levantar

    — Digo o mesmo… De onde está vindo? — ele perguntou interessado

    — Dá casa do Yoru…

    — Ah, tudo bem, olha, tenho que ir andando, tenho um compromisso marcado, foi muito bom te ver…

    — Digo o mesmo!

    Ambos sairam em direções apostas, o Wallace continuou a caminhar por alguns minutos, e enquanto caminhava, ele começou a pensar em algo que havia acontecido a dias atrás.

    [Flashback – dias atrás | Quarto de Wallace]

    O quarto era pequeno, paredes descascadas revelando manchas de umidade antigas. A janela semicerrada deixava entrar uma luz morta, cinzenta, típica do fim de tarde. Wallace, deitado sobre o colchão raso, observava o teto sem realmente vê-lo. O som do monitor cardíaco de sua mãe, instalado ao lado da cama improvisada na sala, era a trilha sonora constante da sua vida — bips lentos, precisos, frios.

    O celular vibrou em cima da mesinha ao lado. Wallace esticou o braço e o pegou. Número desconhecido.

    — Alô? — sua voz soou cansada, rouca.

    — Wallace. — A voz do outro lado era firme, controlada, com um leve tom de sofisticação — Aqui é o Enzo.

    Wallace se sentou imediatamente, surpreso. O nome não era estranho. Já o ouvira antes, em sussurros nas ruas, sempre ligado a negócios escusos, influência e riqueza.

    — Enzo…? Como conseguiu meu número?

    — Tenho meus meios. Mas isso não importa agora. Preciso conversar com você, pessoalmente. Pode me encontrar amanhã, às nove da manhã?

    — Eu… Não sei se posso sair agora, minha mãe está…

    — Justamente por isso estou te ligando. — Enzo o interrompeu com precisão cirúrgica — Eu sei sobre sua mãe. Sei da condição dela, da cirurgia que custa mais do que você jamais poderia pagar em uma vida inteira de trabalho honesto. E eu posso resolver isso.

    Silêncio.

    Wallace sentiu a garganta secar.

    — Em troca de quê?

    Do outro lado da linha, um leve suspiro.

    — Trabalhe para mim. Um serviço simples. Discreto. Não precisa se preocupar com leis, polícia ou gangues. É algo… mais elegante. Uma guarda pessoal. Proteção de alto nível. Você tem perfil, tem histórico e mais importante: tem algo a perder.

    A mente de Wallace girava. Seria aquilo mesmo real?

    — Pense bem. Eu posso pagar toda a cirurgia, e ainda garantir um bom hospital, acompanhamento, tudo. — a voz do Enzo suavizou — Tudo o que quero é lealdade e eficiência.

    — Eu topo.

    — Ótimo. Compareça ao prédio que lhe enviarei por mensagem. Às 10h. Não se atrase.

    [Presente]

    O prédio parecia desafiar o céu. Uma torre de aço e vidro, de janelas espelhadas que refletiam o céu pálido. O hall de entrada era um espetáculo à parte: mármore branco no chão, colunas prateadas, um lustre de cristais pendia do teto abobadado como se fosse feito de estrelas congeladas.

    Wallace, de capuz baixo, atravessou o espaço com passos contidos. A recepcionista, uma mulher com postura impecável e cabelos presos num coque severo, o interceptou com um sorriso controlado.

    — Bom dia… Em que poderia ajudar o senhor?

    — Quero ver o Enzo. Ele mandou mensagem para mim falando para vê-lo.

    Ela digitou algo no computador com rapidez.

    — Ah, sim. O senhor Wallace. O elevador está pronto. Último andar. Ele o aguarda.

    Wallace entrou no elevador espelhado. À medida que o número dos andares subia, também subia a ansiedade em seu peito. Seus pensamentos fervilhavam.

    “Será mesmo só proteção? Por que uma bilionária precisaria de guarda-costas comuns? Por que eu, entre tantos? E se for algo mais perigoso?”

    Plim. As portas se abriram.

    [Último Andar – Escritório de Enzo]

    A sala de Enzo era ampla e silenciosa. As janelas iam do chão ao teto, revelando uma vista panorâmica da cidade engolida por neblina. Estantes cheias de livros antigos contrastavam com a modernidade do ambiente. No centro, uma mesa de madeira escura, robusta, onde Enzo, de terno preto impecável, digitava em um notebook com ar absorto.

    Quando percebeu a presença de Wallace, levantou o olhar.

    — Chegou no horário. Isso já é um bom sinal. — disse ele, fazendo um gesto para que o jovem se sentasse.

    Wallace obedeceu, mas permaneceu tenso.

    — Então… — começou — Que tipo de trabalho é esse?

    Enzo se recostou na cadeira de couro, entrelaçando os dedos sobre a mesa.

    — Você será um dos responsáveis pela segurança de uma jovem chamada Viviane. Ela está vindo da China. Filha de um magnata da tecnologia, com interesses no Japão. Há… elementos que desejam prejudicá-la. — seus olhos brilharam com um tom enigmático.

    — Por quê?

    — Porque ela sabe demais. E carrega algo que vale mais do que dinheiro — Enzo sorriu com sutileza — Mas isso não diz respeito a você. Seu trabalho será protegê-la. Apenas isso. Viviane tem modos refinados, é culta, e muito mais esperta do que aparenta. Está acostumada a viver cercada por interesseiros. Eu quero alguém que tenha algo a perder. Alguém que não a veja como um bilhete dourado, mas como uma responsabilidade.

    Wallace engoliu em seco.

    — E quando ela chega?

    — Em dois dias. O aeroporto será isolado. Você vai estar comigo. E mais dois outros seguranças. Pessoas de confiança. — Enzo se levantou, pegando um envelope — Aqui está seu primeiro adiantamento. Trinta mil ienes. Para começar. A cirurgia da sua mãe será agendada amanhã. Já estou em contato com o hospital de Shinjuku.

    Wallace pegou o envelope com mãos trêmulas. Era real. Tudo era real.

    — Por que está fazendo isso? — perguntou, finalmente.

    Enzo olhou para ele por um longo momento, depois virou-se para a janela.

    — Porque o mundo está mudando, Wallace. E quando as placas tectônicas do poder se movem… é bom estar ao lado certo do abalo.

    Silêncio.

    — Vá descansar. Amanhã, seu treinamento começa. Vai aprender a usar armas, rotas de fuga, etiqueta internacional, análise comportamental e códigos. Você está entrando num jogo muito maior do que pode imaginar.

    Wallace assentiu lentamente e se retirou.

    Enquanto as portas do elevador se fechavam atrás dele, uma última imagem ficou cravada em sua mente: Enzo observando a cidade, como se fosse um xadrez, e ele, Wallace, fosse apenas uma peça recém-colocada no tabuleiro

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