Capítulo 241 - A força do Hudson
O corredor do hospital tremia com cada passo pesado que Hudson dava. O ar estava carregado, a tensão quase palpável, como se o concreto soubesse que estava prestes a ser destruído.
A poucos metros dele, Amon, o velho de cabelos totalmente brancos, girava os ombros com tranquilidade, como um leão veterano que já caçou presas muito mais perigosas.
— Então… você é o garoto de Kiyokabe — disse Amon, ajustando as bandagens nos punhos. Sua voz era calma, mas cada palavra vinha carregada de experiência. — Esse jeito de manter um único punho como centro de toda a sua base… eu conheço.
Hudson ergueu o queixo, mantendo o punho direito à frente, enquanto o esquerdo repousava junto ao corpo, como se fosse inútil.
— E daí se conhece? — respondeu ele, sério.
Amon sorriu de canto.
— Dez anos atrás… eu lutei com um moleque arrogante que se autodenominava Rei de Kiyokabe. Ele usava esse mesmo estilo.
Hudson manteve o olhar frio, mas dentro dele algo se mexeu.
— Meu mestre.
— Seu mestre, é? — Amon flexionou os joelhos. — Pois saiba… eu não derrotei aquele garoto por escolha minha. Poderia ter terminado aquilo quando quisesse. Mas deixei ele viver… porque vi potencial.
Hudson manteve o silêncio, mas o peso das palavras não passou despercebido.
— E sabe o que mais? — continuou Amon, avançando um passo e inclinando a cabeça. — Eu conheci o método de treino do delinquente mais poderoso da história… Caprio. E se você quiser, posso te ensinar.
Hudson riu pelo nariz.
— Dispenso.
Sem aviso, Hudson avançou, girando o quadril com perfeição e lançando um direto de direita. O impacto foi tão brutal que o ar ao redor pareceu se despedaçar.
Amon desviou por milímetros, respondendo com um gancho de esquerda que raspou o queixo de Hudson.
O primeiro impacto real veio segundos depois.
Hudson plantou o pé no chão e jogou o peso do corpo inteiro no próximo golpe. O punho atravessou a guarda de Amon, atingindo-o no ombro e lançando-o contra a parede. Os azulejos se estilhaçaram como vidro.
— Esse é o tal “punho único”? — disse Amon, limpando o sangue do canto da boca. — Interessante… mas não é o suficiente.
Ele avançou, combinando boxe e muay thai como uma máquina de combate: diretos, cruzados, cotoveladas e joelhadas, cada ataque vindo de um ângulo diferente, forçando Hudson a se mover no limite.
Hudson, porém, usava o mínimo de movimentos possível. Cada esquiva era precisa, cada defesa um cálculo exato, economizando energia até encontrar a abertura perfeita.
Amon partiu para cima dele, e deu uma joelhada na costela do Hudson, mesmo sendo velho, Amon tinha uma capacidade de velocidade, reação e força que surpreendia qualquer um, aquilo sim era a representação de um membro da geração zero
Após e joelhada, ele deu um chute baixo na perna do Hudson e depois deu um soco direto que lançou o Hudson para bem longe
Amon sorriu, mesmo com o sangue escorrendo do nariz.
— Você tem talento, garoto. Mas recusar meu treino… vai te custar caro.
Hudson não respondeu. Ele deu um passo à frente, e no instante seguinte, lançou um golpe tão rápido que nem parecia humano.
O impacto fez o chão rachar. A cabeça de Amon foi cravada contra o piso, e uma teia de fissuras se espalhou sob seus pés. O prédio inteiro gemeu com a força.
Dos olhos de Hudson, começou a emanar uma aura vermelha, densa, quase palpável, como se cada fibra do seu corpo tivesse sido incendiada.
Amon, mesmo preso contra o chão, sorriu.
— Agora sim… vejo o porquê ele te escolheu.
Hudson não respondeu e saiu caminhando após uma sublime vitória contra um membro da geração zero, mesmo que velho, aquele simples senhor carregava anos e anos de experiências de batalhas.
“Como perdi para um pirralho da segunda geração assim? Isso me lembra quando encontrei aquele pirralho também de Kiyokabe, ele me derrotou dessa mesma forma…. Haha… Bons tempos”
Com a Sophie, ela e Eli Jang continuavam a avançar em busca de achar o Yoru, durante a corrida pelos corredores, ambos viram uma figura bem alta no final do corredor, era Tom Lee, ele encarou os dois e veio se aproximando
A cada passo, o coração dos dois palpitava muito mais rápido, na visão dos dois, o Tom ficou gigante, era como uma muralha enorme, uma aura imensa e que emanava uma presença nunca,. jamais vista antes
— Sophie, eu não sei oque esse cara quer, mas ele não me cheira bem, assim que eu der o sinal você corre no sentido contrário de onde ele está vindo, eu vou segurar ele por enquanto… — O Eli Jang disse bem baixinho, a Sophie negou
— Não vou correr de nenhuma batalha, eu quero lutar, e vou te ajudar. Olha, ultimamente tenho dado só impotência aos meus relacionamentos, acho que me acomodei demais durante esse tempo que conheci a galera, tenho que voltar a ser quem eu era antes, mesmo que isso me custe caro pra caralho! — a Sophie disse cheia de confiança
O Tom se aproximou mais deles, e de repente,parou. Ele ficou encarando os dois de cima a baixo, e deu um sorriso, o chapéu que ele estava usando, ele tirou e pôs sobre o peito
— Não estou aqui para lutar contra vocês, jovens, vim aqui a pedido do meu chefe para salvar um amigo meu, e creio que vocês vinheram até aqui para salvar o de vocês também
— Estamos aqui pelos dois… — a Sophie disse em um alto e claro som — Mas espera… Então aqueles que estão lá embaixo são seus amigos?
— Certamente, senhorita
— Puta…Como vamos avisar a os outros? — a Sophie disse demostrando preocupação, ela sabia que o Hudson tinha entrado em confronto contra um deles
— Agora nosso objetivo é procurar os dois, não se preocupem com o resto — o Tom disse caminhando e dobrando a esquerda, Eli e Sophie acompanhou o mesmo
— Então senhor… Como você se chama? Eu sou a Lee e esse é o Eli Jang — disse a Sophie, o Tom olhou para eles e disse
— Acho que vocês de hoje em dia nós chama assim… Lenda da geração zero, um dos integrantes do punho negro liderado por ninguém mais ninguém menos que Caprio, o delinquente mais poderoso da história
— Então é você… Um dos 4 grandes que participou da guerra que causou um caos no Japão a muito tempo atrás. — disse o Eli Jang surpreso
— Hahaha! Olha só garoto, como ficou sabendo disso?
— Essas história rodam muito pelo mundo dos delinquentes, vocês da geração zero são tratados como deuses no mundo dos humanos, com feitos absurdos, sem falar que ainda tem aqueles nove…
— Vamos focar na missão de resgatar eles, depois você fala sobre isso. — o Tom disse adiantando alguns passos a frente
“Esse cara tem uma aura muito diferente de tudo que já vi na minha vida, nem mesmo um rei da primeira geração tem uma aura dessas, ele não tem nenhuma abertura nem nada do tipo” pensou Eli Jang enquanto caminhava logo atrás do Tom, analisando friamente seus passos
Já com Charles, ele estava em seu prédio, a sede principal da GHV, ele já estava sabendo de tudo que estava rolando lá dentro do hospital e da tentativa dos amigos do Yoru em tentar salvá-lo
— Essas crianças são muito interessantes, mesmo em desvantagem, elas confiam bastante em sua força e tem uma convicção que chega a me surpreender… — O Charles disse enquanto girava devagar um copo de Whisky em sua mão
O Charles parece que tinha um plano, como todas as outras vezes que sempre que os delinquentes da segunda geração tentavam pegar ele com a mão na massa ele estava um passo à frente deles
O Charles deu um sorriso maléfico e pegou seu telefone encima de uma bancada e ligou para alguém
— Quero que vá lá limpar a sujeira, use tudo que sabe, se possível, mate. Ah, toma cuidado, seu antigo mestre está lá — Ele desligou o telefone e abriu um sorriso de orelha a orelha
“De pouco em pouco meu plano melhora, e daqui a um certo tempo, ele vai se concretizar, e quando conseguir tudo que almejo, se esses pirralhos continuarem a insistir em me atrapalhar, eu vou varrer eles da joganda”
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