Capítulo 75 – Lee, se levanta!
Mia estava de pé, mas seu corpo mal conseguia sustentar o peso da batalha. Sangue escorria pelo canto de sua boca, sua respiração era pesada, e os braços tremiam enquanto tentava se defender dos ataques implacáveis de William e Brak.
— Você ainda está tentando? — William perguntou com um sorriso arrogante, limpando o suor da testa. — É impressionante… ou patético.
Brak riu, dando mais um chute no estômago de Mia, que a jogou contra a parede.
— Olha só para você, mal consegue ficar de pé. Por que não desiste e aceita que é fraca?
Mia cuspiu sangue, mas seus olhos continuavam cheios de determinação.
— Eu… não vou desistir.
Os dois avançaram novamente, golpeando-a sem piedade. William acertou um soco direto no rosto dela, enquanto Brak desferiu uma joelhada em suas costelas. Mia caiu no chão, segurando o lado do corpo com uma expressão de dor.
— Você é mesmo teimosa, não é? — Brak debochou. — Isso só faz a derrota ser mais vergonhosa.
William disse, encarando-a com desprezo.
— Pessoas como você, sem força, deveriam aprender seu lugar no mundo. Está tentando ser uma heroína? Patético.
Os comentários deles ecoaram pelo ginásio, mas, em vez de quebrar Mia, algo dentro dela começou a brilhar. Mesmo caída, ela começou a se levantar, apoiando-se nos joelhos e tremendo.
— Vocês… não entendem. — Sua voz estava fraca, mas firme. — Eu não luto para provar nada para vocês… eu luto porque há pessoas que confiam em mim.
Do outro lado, Lee estava desmaiado, mas dentro de sua mente, memórias começaram a se formar. Ele estava de volta à escola 35, ao tempo em que tudo mudou.
Naquele tempo, ele era apenas mais um estudante tentando se destacar. Ele havia ganhado reconhecimento por suas habilidades em capoeira, mas isso também atraiu inveja e desprezo. Uma pessoa em particular, cujo rosto ele não conseguia lembrar claramente, começou a tratá-lo como se ele fosse invisível.
— Você não é especial, Lee. — A voz daquela pessoa ecoava em sua mente. — Só porque ganhou um pouco de atenção, não significa que alguém realmente se importe com você.
Aquelas palavras o assombraram. Ele se isolou, começou a duvidar de si mesmo, e, eventualmente, se tornou o que aquela pessoa dizia: insignificante aos próprios olhos.
Lee era uma figura marcada por uma vida de lutas antes mesmo de pisar na escola 35. Sua infância foi moldada pela dor, pelo abandono e pela sensação constante de impotência. Sua mãe, única figura de apoio, sofria de uma doença degenerativa que a tornava fraca e dependente.
Os dias em casa eram preenchidos por silêncios desconfortáveis e o som da respiração pesada de sua mãe. Lee cuidava dela com dedicação, mas a cada dia que passava, sentia-se mais impotente. Ele fazia trabalhos temporários, vendia coisas na rua e até pegava comida de doações para garantir que ela tivesse o que comer.
Quando entrou na escola 35, Lee tinha a esperança de encontrar um refúgio, um lugar onde pudesse crescer e talvez fazer amigos que não o julgassem por sua condição. Mas a escola era tudo menos acolhedora.
A escola 35 era dominada por uma hierarquia cruel. Quem não tinha força ou influência era jogado para o fundo, tratado como um ninguém. Lee, inicialmente, tentou se destacar. Ele aprendeu capoeira em treinos improvisados no quintal de casa e mostrou alguma habilidade, mas sua aparência franzina e seu histórico humilde eram alvos fáceis.
— Olha quem está tentando ser forte! — zombavam os outros delinquentes.
Lee não conseguia se defender de todos. E então veio “ele”.
Era alguém que controlava uma parte da escola, um líder que exercia seu poder através de manipulação e desprezo. Ele não precisava levantar um dedo para machucar; suas palavras eram suficientes.
— Você nunca vai ser nada aqui, Lee. — A voz daquela pessoa ecoava como um martelo. — Não importa o quanto você tente, nunca será forte o suficiente para me superar.
Os dias de Lee se tornaram um inferno. Ele foi isolado, tratado como invisível. Até mesmo os que estavam no fundo da hierarquia o ignoravam. Seu refúgio foi arrancado dele, e o pouco que tinha de autoestima foi esmagado.
Quando finalmente o jogaram para fora da escola 35, ele caiu em uma escuridão ainda maior.
Lee vagou sem rumo até encontrar um lugar onde pequenos grupos de delinquentes se reuniam. Ele formou sua própria gangue, mas não era por força ou carisma; era por sobrevivência. Ele liderava como podia, mas no fundo sabia que era apenas uma casca vazia, tentando desesperadamente encontrar um propósito.
Foi então que Yoru apareceu.
Yoru chegou ao território de Lee com a presença avassaladora de alguém que carregava um objetivo maior. Sem hesitar, Yoru desafiou Lee e sua gangue. A luta foi rápida e brutal. Lee caiu no chão, derrotado, enquanto seus subordinados fugiam ou eram derrotados por Yoru.
Lee, ficou se perguntando o por que era tão fraco, mas algo a surpreendeu, Yoru, o delinquente que tinha acabado de lhe derrotar, a levantou, e a recrutou com um deles
Aquele momento marcou Lee profundamente. Pela primeira vez, alguém não o tratava como um nada. Yoru, mesmo sendo o responsável por derrotá-lo, viu algo nele.
Lee decidiu seguir Yoru. Ele começou a treinar mais, não apenas fisicamente, mas mentalmente. Aprendeu a confiar nas pessoas, a lutar por algo maior do que sua própria sobrevivência.
No presente, enquanto assistia Mia lutar sozinha, Lee sentiu toda a dor do passado retornar. Ele viu sua versão mais jovem naquela garota, alguém que estava tentando, mesmo que o mundo inteiro a quisesse no chão.
A memória de Yoru estendendo a mão para ele veio à mente.
— Eu não vou repetir os mesmos erros.
Lee disse tentando se levantar elimpando o sangue do rosto e avançando para a luta. Ele sabia que não era apenas sobre ganhar ou perder. Era sobre provar para si mesmo que, não importa quantas vezes fosse derrubado, ele sempre poderia se levantar.
Mas vendo Mia lutar, mesmo apanhando, algo começou a mudar.
Os olhos de Lee se abriram lentamente, e ele viu Mia sendo levantada por Brak e arremessada novamente no chão. Ela mal conseguia se mover, mas ainda tentava se levantar.
— Mia… — Lee murmurou, sua voz rouca. Ele apertou os punhos, sentindo sua raiva e frustração crescerem.
Com um grito que parecia vir de sua alma, Lee se levantou totalmente
— Eu não vou deixar você lutar sozinha!
Brak e William olharam para ele, surpresos.
— Você de novo? — William perguntou — Não aprendeu sua lição da última vez?
Mas Lee não respondeu com palavras. Ele avançou com tudo, movendo-se com a agilidade e graça de um dançarino. Seus pés giraram no ar, acertando Brak com um chute poderoso que o fez recuar alguns passos.
[Aviso! O potencial de Lee começou a colidir com seu limite!]
— Isso é pelo que você fez à Mia! — Ele gritou, virando-se para William e desferindo outro chute, que acertou o ombro dele.
Brak tentou revidar, mas Lee estava em um estado que nunca havia sentido antes. Ele esquivava de todos os ataques com movimentos rápidos e fluidos, enquanto contra-atacava com golpes precisos.
— Vocês acham que podem nos quebrar? — Ele gritou. — Nós somos da escola 25, e protegemos uns aos outros!
Mia, assistindo àquilo, sorriu, mesmo enquanto lutava para respirar.
— Lee… você conseguiu.
Lee respirava fundo, sentindo cada músculo do seu corpo gritar de dor. O suor misturava-se ao sangue em seu rosto, mas seus olhos ardiam com uma determinação inabalável. Brak e William o cercavam, trocando olhares desconfiados.
— Então você quer ser o herói agora? — Brak rosnou, limpando o sangue do canto da boca. — Vamos ver até onde sua valentia vai te levar.
William deu um passo à frente, com um sorriso cínico. — Eu cuido dele.
Ele avançou rapidamente, desferindo uma sequência de socos diretos e rápidos. Lee girou o corpo, desviando por pouco de cada golpe. Ele aproveitou o momento para contra-atacar, usando uma rasteira baixa que pegou William desprevenido, derrubando-o no chão.
Mas antes que pudesse continuar, Brak surgiu como um trovão, desferindo um chute brutal que acertou o flanco de Lee, jogando-o contra a parede.
— É disso que estou falando! — Brak gritou, avançando novamente.
Lee mal teve tempo de reagir antes que Brak desferisse outro golpe, um soco direto em seu estômago. O impacto fez o ar sair de seus pulmões, e ele caiu de joelhos, engasgando.
— Lee! — Mia gritou, tentando se levantar, mas suas forças ainda não haviam retornado.
Enquanto Brak e William preparavam mais um ataque combinado, Lee lembrou-se das palavras de alguém próximo:
“Quando você pensa que chegou ao limite, é aí que você descobre do que realmente é feito.”
[Aviso! O potencial de Lee está subindo descontroladamente!]
Ele firmou os pés no chão, respirando fundo. Com um movimento rápido, Lee girou no chão, usando o movimento fluido da capoeira para desviar dos ataques simultâneos. Brak tentou agarrá-lo, mas Lee usou sua agilidade para saltar e girar, desferindo um chute de calcanhar na têmpora de Brak.
O golpe fez o grandalhão recuar, segurando a cabeça com uma careta de dor.
— Esse desgraçado… — Brak murmurou, enquanto William avançava com um chute lateral.
Lee não conseguiu esquivar completamente; o golpe acertou seu ombro, fazendo-o girar para o lado. Ele caiu de costas, mas rolou rapidamente para trás, se levantando em posição de combate.
— Vocês acham que me quebraram… — Lee murmurou, limpando o sangue da boca. — Mas estão errados.
O corpo de Lee parecia no limite, mas algo começou a mudar. Ele sentiu uma energia familiar fluir em seus músculos, uma clareza nos movimentos que ele só havia experimentado nos treinos mais intensos.
[Aviso! o potencial de Lee acaba de ser despertado!]
[Como bônus de despertar, Lee ganhou sua habilidade única, mestre de capoeira 5 estrelas!]
[Habilidade única: Mestre de Capoeira 5 Estrelas” foi ativada!]
Lee avançou com uma explosão de velocidade, girando como um tornado. Seus pés eram uma extensão de sua força de vontade, acertando Brak e William com uma sequência de chutes impossivelmente rápidos e precisos.
Brak tentou bloquear um golpe, mas Lee antecipou, desviando no último segundo e acertando um chute ascendente que o lançou para trás. William recuou, mas Lee não deu trégua, acertando um chute giratório que atingiu o queixo do oponente com força suficiente para derrubá-lo.
— Isso… é impossível! — William murmurou, cambaleando.
Brak, furioso, soltou um rugido e avançou com toda sua força. Ele desferiu uma sequência de golpes selvagens, mas Lee parecia dançar ao redor dele, desviando com precisão milimétrica.
— Chega disso! — Brak gritou, desferindo um soco massivo.
Lee aproveitou a abertura, girando em torno do braço de Brak e desferindo um chute direto em seu joelho, fazendo o mesmo cair no chão. Antes que Brak pudesse se levantar, Lee saltou, girando no ar, e desferiu um chute descendente que o atingiu na nuca.
Brak caiu desacordado.
William, vendo seu companheiro derrotado, tentou fugir, mas Lee não deixou. Ele saltou e girou no ar, desferindo um chute de calcanhar que atingiu William na base do crânio. William caiu com um gemido, derrotado.
Lee ficou de pé, respirando com dificuldade, mas triunfante. Ele olhou para Mia, que agora conseguia se sentar, e sorriu.
— Está tudo bem agora.
Os outros delinquentes da escola secundária 24, que haviam assistido à luta, começaram a recuar, murmurando entre si. A presença de Lee, agora transbordando confiança e força, os fez perceber que não tinham chance.
Mia sorriu, mesmo em meio à dor. — Lee… você não é só forte. Você é incrível.
Lee estendeu a mão para ela, ajudando-a a se levantar.
— Não foi só por mim. Foi por todos nós.
A luta terminou, mas Lee sabia que sua jornada estava apenas começando. Ele havia superado seus limites, e agora, mais do que nunca, estava pronto para proteger aqueles que precisavam dele.
Nome: Lee Yui altura:1,65
Segunda geração Peso:47
Força:AAA+
Velocidade: S+
Potencial:AA [Despertado]
Inteligência:C
Resistência:AAA+
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