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    A poeira ainda pairava no ar quando Brak e William, com os corpos feridos e cobertos de sangue, começaram a se levantar. Os espectadores da escola 25 já comemoravam, certos de que a luta estava encerrada. No entanto, o silêncio caiu quando os dois delinquentes da escola 24 ergueram suas cabeças, seus olhos brilhando com uma intensidade sombria.

    Brak cuspiu sangue no chão e riu.
    — Você achou que tinha vencido? — Ele limpou o canto da boca, seus músculos tremendo enquanto ele se forçava a ficar de pé. — Isso foi só um aquecimento.

    William ajeitou a postura, o sorriso arrogante desaparecendo.

    — Você é forte, Lee, mas ainda não é o bastante. Vamos esmagar você. — Ele virou-se para os aliados que assistiam à luta e gritou: — Prestem atenção! Vamos mostrar porque a escola 24 é invencível!

    O peso de suas palavras causou um frio na espinha dos presentes, até mesmo nos aliados da escola 24. A aura dos dois parecia ter se intensificado, como se fossem completamente diferentes agora.

    Lee estava de pé, respirando com dificuldade, seu corpo coberto de ferimentos. Ele sentiu o perigo iminente, mas não recuou.

    — Vocês acham que palavras grandes vão me intimidar? Não importa quantas vezes vocês se levantem, eu vou derrubá-los de novo!

    Brak avançou como um furacão, seus punhos enormes quebrando o ar enquanto se aproximava. Lee usou sua agilidade para esquivar, deslizando para o lado e respondendo com um chute rápido. O golpe acertou Brak na lateral do rosto, mas ele mal pareceu sentir o impacto.

    William atacou por trás, desferindo um soco no abdômen de Lee, que o fez recuar alguns passos. Antes que pudesse se recuperar, Brak desferiu um golpe de cima para baixo, atingindo-o no ombro e lançando-o ao chão.

    — É isso? — Brak zombou. — Cadê a força que você mostrou antes?

    Lee levantou-se com dificuldade, ofegando. Ele percebeu que os dois estavam atacando com uma sincronia mortal, aproveitando cada abertura em sua defesa. Apesar de sua habilidade e resistência, ele estava lutando contra o tempo.

    A luta continuou feroz, com os três trocando golpes tão rápidos e poderosos que os espectadores mal conseguiam acompanhar. Lee usava sua capoeira com maestria, desviando de ataques impossíveis e desferindo golpes que deveriam ser decisivos, mas Brak e William pareciam absorver tudo, como monstros que não conheciam o limite de seus corpos.

    Brak sorriu enquanto Lee vacilava.
    — Você é bom, Lee, mas nós somos melhores.

    Foi nesse momento que Brak aproveitou uma abertura. Ele se posicionou atrás de Lee, enquanto William o distraía com uma sequência de socos. Antes que Lee pudesse reagir, Brak acertou um chute poderoso em suas costas, jogando-o ao chão com um estrondo.

    O ginásio ficou em silêncio enquanto Lee tentava se mover. A dor era excruciante, e ele sentia seu corpo se recusando a obedecer. William e Brak ficaram sobre ele, olhando com desprezo.

    — Isso é o fim, Lee. — William disse, cruzando os braços. — Você lutou bem, mas só bem o suficiente para perder.

    Mesmo assim, Lee não desistiu. Ele tentou se levantar novamente, apoiando-se nos cotovelos, mas Brak desferiu outro chute, desta vez em seu estômago, deixando-o sem ar.

    — Fique no chão! — Brak gritou, cheio de raiva.

    Aos poucos, o ginásio foi tomado por murmúrios de desânimo. Os aliados de Lee, que antes acreditavam em sua vitória, agora temiam que a derrota fosse inevitável.

    Mas dentro de Lee, algo começou a mudar. Ele se lembrou de Yoru, de todas as vezes que havia sido derrubado e ainda assim se levantara. Ele lembrou-se de Mia, lutando sozinha, e da promessa que havia feito de protegê-la.

    — Eu… não posso parar aqui.

    De repente, uma energia intensa começou a emanar de Lee. Ele ergueu-se lentamente, apesar da dor, e seus olhos brilharam com determinação. A postura dele mudou; agora, ele estava mais focado, mais letal.

    — Vocês acham que ganharam? — Sua voz estava firme, desafiadora. — Ainda não entenderam. Não importa quantas vezes vocês me derrubem, eu sempre vou me levantar!

    Ele ativou sua habilidade: Mestre de Capoeira 5 Estrelas. Seu corpo parecia fluir como a água, cada movimento perfeitamente calculado. Ele girou no ar, acertando um chute em Brak que o fez cair de costas. Sem perder tempo, ele deslizou até William, esquivando de um soco e acertando-o com uma sequência de golpes rápidos e precisos.

    Os espectadores ficaram boquiabertos. Era como se Lee tivesse se tornado outra pessoa, uma força imparável.

    Brak tentou atacar novamente, mas Lee previu cada movimento, esquivando com facilidade e contra-atacando com um chute no joelho, seguido de um golpe que o jogou no chão.

    William, agora sozinho, tentou resistir, mas foi dominado pela velocidade e técnica de Lee. Com um golpe final, Lee girou no ar e acertou um chute no rosto de William, derrubando-o de vez.

    O ginásio explodiu em gritos de surpresa e admiração. Lee, ofegante, ficou de pé no centro, enquanto Brak e William estavam caídos, incapazes de continuar.

    — Essa… — Lee disse, olhando para os dois. — É a força da escola 25.

    Ele virou-se para Mia, que sorriu, orgulhosa, enquanto os aliados da escola 25 comemoravam.

    Enquanto os gritos de comemoração ecoavam pelo ginásio, Lee permaneceu no centro do campo, exausto, mas vitorioso. A expressão em seu rosto era de puro alívio. Contudo, em um canto mais escuro, Brak começava a se mover, seus olhos estreitados e cheios de fúria. Ele sabia que não poderia perder. Não agora.

    Com passos furtivos, ele se aproximou por trás de Lee. Antes que qualquer um pudesse reagir, ele agarrou os braços da garota, imobilizando-a brutalmente.

    — Acabou, Lee. — Brak sussurrou em seu ouvido.

    William, percebendo a oportunidade, pegou uma barra de ferro caída no chão, seus olhos fixos na figura vulnerável de Lee. Ele não hesitou. Com toda a força, desferiu um golpe direto na cabeça dela. O impacto ressoou pelo ginásio, e o corpo de Lee desabou como uma marionete com as cordas cortadas.

    Um silêncio mortal tomou conta do ambiente.

    Brak soltou um suspiro aliviado, enquanto William jogava a barra no chão, ofegante.
    — Ela foi boa, mas não boa o suficiente.

    Os dois olharam para o corpo inerte de Lee antes de se afastarem, deixando o ginásio com passos pesados. A vitória agora pertencia à escola 24, e eles tinham algo importante para comunicar.

    Ao chegarem, Brak e William foram direto para a sala de comando onde Hilary, a estrategista impiedosa, os aguardava. Seu sorriso era sombrio quando recebeu a notícia.

    — Excelente trabalho. — Hilary cruzou as pernas, seus olhos brilhando com satisfação. — Um já foi. Agora restam os outros.

    Ela se levantou, caminhando lentamente até a janela.

    — Vamos espalhar isso. Quero que a escola 25 saiba que nem seus melhores são páreos para nós.

    Do outro lado, Yoru estava em plena batalha contra Boig Durce, o número 16 da escola 24. A luta era intensa, com golpes poderosos sendo trocados a todo momento. Mas a notícia sobre Lee chegou aos seus ouvidos como um trovão.

    “Lee foi derrotada… apagada… por Brak e William.”

    Essas palavras ecoaram em sua mente, esmagando qualquer outra sensação. Seus punhos começaram a tremer, e sua visão ficou turva com o ódio crescente.

    — O quê…? — Ele murmurou, os olhos se enchendo de uma fúria avassaladora.

    Boig percebeu a mudança.
    — O que foi, Yoru? Parece que perdeu o foco.

    Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Yoru avançou com uma velocidade assustadora. Ele não estava mais interessado em brincar. Com um único golpe poderoso, ele lançou Boig contra a parede, deixando-o inconsciente.

    — Não tenho tempo para você.

    Sem perder um segundo, Yoru saiu correndo, seus passos ecoando pelos corredores. Ele estava focado em apenas uma coisa: vingança.

    Enquanto corria, Yoru foi tomado por uma sensação estranha, como se alguém o estivesse esperando. Ele virou uma esquina e parou abruptamente.

    Ali, no meio do corredor, estava Kaito, o líder da escola 24. Ele estava tranquilo, com as mãos nos bolsos, mas seus olhos refletiam a frieza de um predador.

    — Então você realmente veio me ver, Yoru — Kaito disse, sorrindo de canto. — Parece que veio buscar vingança, não é?

    Yoru não respondeu. Seus punhos estavam cerrados, e sua aura parecia explodir ao redor dele.

    — Você vai pagar pelo que fizeram com Lee.

    Kaito riu, despreocupado.

    — Vamos ver se você consegue, garoto.

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