Capítulo 85 - O rei se move

A notícia da investida da escola 25 se espalhou rapidamente pelos corredores destruídos da escola 24. Em meio ao caos, um dos capangas de alto nível correu até um prédio onde Kaito, o temido número 1 da escola 24, estava. Sua presença era avassaladora, e apenas sua postura já impunha respeito.

— Senhor Kaito! — gritou o capanga, ofegante. — Eles estão avançando… A escola 25 já tomou boa parte do nosso território. Nathan e Finger Gran caíram.

Kaito permaneceu em silêncio por um momento. Seus olhos afiados analisaram as informações. O fato de Nathan ter caído significava que o inimigo realmente era forte. Mas, para ele, isso não passava de um mero contratempo.

— Então eles acham que podem tomar meu território? — murmurou Kaito, levantando-se lentamente.

O capanga sentiu um arrepio subir pela espinha. Kaito raramente se movia pessoalmente. Se ele estava saindo agora, significava que o verdadeiro pesadelo estava prestes a começar.

Kaito saiu do prédio em passos firmes. Seu olhar era frio, e sua aura dominava o ambiente ao seu redor. Ele não precisava de um exército ao seu lado. Ele era o exército.

Quando entrou na zona de combate, os primeiros delinquentes da escola 25 apareceram. Eles hesitaram ao vê-lo, mas, confiantes em sua vantagem numérica, avançaram sem medo.

— É ele! Não deixem avançar! — gritou um dos delinquentes da escola 25.

Sem demonstrar emoção, Kaito apenas moveu o braço. Com um único golpe, o primeiro inimigo foi lançado para trás, colidindo violentamente contra uma parede e caindo inconsciente no chão. O silêncio tomou conta do campo por um instante.

— O quê…? — um dos delinquentes engoliu em seco.

Antes que pudessem reagir, Kaito avançou. Seus movimentos eram brutais e avassaladores. Cada soco quebrava ossos, cada chute jogava corpos para longe. Ele não estava apenas vencendo. Ele estava massacrando.

Um grupo tentou atacá-lo ao mesmo tempo, mas Kaito, com reflexos sobre-humanos, desviou com precisão e eliminou cada um deles em segundos. O som dos impactos ecoava como trovões, e o chão parecia tremer a cada golpe.

Os delinquentes da escola 25 começaram a recuar. O terror nos olhos deles era evidente.

— Isso não pode ser real… — um deles murmurou antes de ser derrubado por um chute giratório que o fez apagar instantaneamente.

Em poucos minutos, Kaito já havia limpado toda a área. Os delinquentes não ranqueados da escola 25 estavam caídos, incapazes de continuar lutando.

Após eliminar todos os inimigos à sua frente, Kaito se virou, seus olhos brilhando com um desejo de destruição. Ele sabia que os verdadeiros oponentes ainda estavam por vir.

— Parece que finalmente chegou a hora… — ele murmurou para si mesmo.

Sem pressa, mas com um objetivo claro, Kaito começou a avançar. Ele não precisava de aliados, não precisava de estratégias elaboradas. Ele era um monstro, e estava pronto para mostrar a Yoru e seus companheiros por que ele era o número 1 da escola 24.

A guerra ainda não havia acabado. Na verdade, ela estava apenas começando

O som das notificações ecoou na mente de Yoru, e sua visão foi tomada pelo painel do sistema.

Yoru fechou os olhos e respirou fundo, tentando não explodir de raiva.

— Tsc… Habilidades épicas? Isso é brincadeira, sistema? — Ele murmurou, cerrando os punhos.

Hiroshi, que caminhava ao seu lado, notou a expressão frustrada de Yoru.

— O que foi? tá resmungando aí oque?

— Nada não, só acabei de me lembrar de algo — Yoru respondeu, tentando se acalmar depois de ser trolado pelo sistema

Philips disse, batendo de leve no ombro do amigo.

— Ei, agora é sério, meu amigão Sora disse que depois da guerra, se ganhamos, ele vai bancar tudo

— Cala a boca, quem deveria fazer isso era você, dá última vez foi eu — Sora reclamou

— Vocês dois, mais foco, estamos no meio de uma guerra… E na verdade que pagou a última vez foi eu.

Sora e Philips sorriam de canto, mantendo o foco no caminho à frente. Eles estavam se aproximando da entrada principal da escola 24.

Enquanto avançavam pelas ruas em direção ao prédio principal da escola 24, o grupo de Yoru encontrou diversos delinquentes espalhados pelo caminho.

Os não-ranqueados da escola 24 tentavam interceptá-los, mas não passavam de obstáculos insignificantes.

Yoru avançou primeiro, sua velocidade esmagadora fazendo com que os inimigos nem percebessem quando foram atingidos. Seu punho atravessava a guarda deles como se fossem feitos de papel.

Hiroshi se movia com precisão, desviando dos ataques e golpeando os pontos vitais de cada inimigo que surgia.

Philips e Sora trabalhavam juntos, eliminando grupos inteiros em questão de segundos.

— Esses caras não são nada! — Philips exclamou, jogando um inimigo contra um muro.

— Eles só estão aqui pra atrasar a gente — Sora completou, chutando outro adversário para longe.

Em poucos minutos, nenhum inimigo restava de pé.

Yoru olhou para o horizonte. O prédio principal da escola 24 estava logo à frente.

— Estamos quase lá… — Ele murmurou, sentindo uma sensação estranha.

Algo dentro dele dizia que essa luta estava longe de ser simples. E que, muito em breve, eles estariam diante de algo muito pior.

…

Kaito avançava como uma força imparável. Seu corpo era como um tanque de guerra, atropelando qualquer um que se colocasse em seu caminho. Os delinquentes da escola 25 caíam como moscas diante de sua brutalidade, incapazes de reagir ao poder esmagador que ele exalava.

Mas, no meio daquele caos, um som diferente chamou sua atenção.

— Tsc… esse lugar tá ficando barulhento demais.

Kaito parou, virando o olhar para o lado.

No topo de uma lata de lixo, sentado de maneira desleixada, estava Ryuji. Um cigarro aceso entre os lábios, a fumaça subindo suavemente no ar. Seu olhar era preguiçoso, como se estivesse completamente desinteressado no que acontecia ao redor.

— Então… você é o número 1 da escola 24? — Ryuji perguntou, soltando a fumaça lentamente.

Kaito estreitou os olhos, analisando o rapaz à sua frente.

— E você quem é?

— Eu? Ah… só um cara passando o tempo.

O silêncio pairou entre os dois por um momento. O som das lutas distantes ainda ecoava pelas ruas, mas ali, naquela esquina escura, parecia que nada mais importava além do encontro deles.

Ryuji deu uma tragada no cigarro e sorriu de canto.

— Você parece bem irritado, Kaito. Sua escola está desmoronando?

Kaito não reagiu à provocação. Seu rosto permaneceu impassível, frio como sempre.

— Isso não te interessa.

— Hahaha, cara… que tenso você é — Ryuji debochou, balançando a cabeça. — Mas me diga, qual é a sensação de ver seus delinquentes, que tanto confiaram em você, sendo esmagados como lixo?

Kaito continuou imóvel, apenas observando.

— Porque, sinceramente — Ryuji continuou, jogando o cigarro no chão e pisando nele —, se fosse eu, eu estaria puto. Mas você não parece estar sentindo nada.

Kaito respirou fundo e fechou os olhos por um instante.

— Você fala demais.

Ryuji riu.

— E você fala de menos. Isso faz de mim alguém mais divertido, não acha?

O número 1 da escola 24 encarou Ryuji mais uma vez, seus olhos frios como lâminas afiadas.

— Se está aqui só pra falar besteira, saia do meu caminho.

Ryuji levantou as mãos em rendição.

— Relaxa, grandão. Só queria ver até onde vai essa sua calma toda. Mas, pelo visto… você não morde isca tão fácil.

Kaito não respondeu, apenas deu um passo à frente, ignorando completamente Ryuji e continuando seu caminho.

Ryuji observou o gigante se afastando, um sorriso curioso surgindo em seus lábios.

— Hah… você é interessante, Kaito. Vamos ver até onde consegue ir.

Com isso, ele acendeu outro cigarro e voltou a se sentar, esperando pelo desfecho da guerra.