Índice de Capítulo

    A tensão que pairava no ar era diferente agora.

    O campo de batalha estava silencioso, mas a poeira ainda subia lentamente no ar. Os corpos dos derrotados e dos sobreviventes estavam espalhados, e o cheiro de suor, sangue e concreto quebrado impregnava o local. A guerra havia acabado, mas um novo conflito estava prestes a nascer.

    Nathan Rayna agora pertencia à Escola 25.

    O acordo entre Yoru e Hiroshi estava praticamente selado, mas ainda restava um nome a ser decidido.

    Kaito Suzuki.

    O número 1 da Escola 24. O monstro. O mais forte entre todos os presentes.

    Mesmo após ter sido derrotado, o nome de Kaito ainda carregava peso e respeito absoluto. Seus feitos eram incontestáveis.

    Yoru e Hiroshi sabiam disso.

    E por isso, nenhum dos dois entrou em disputa.

    Hiroshi deu um passo à frente, cruzou os braços e disse sem rodeios:

    — Ele vem comigo.

    Yoru não respondeu imediatamente. Apenas o observou.

    Kaito, que estava sentado no chão, limpando um pouco do sangue que escorria de sua testa, riu pelo nariz.

    — Tsc… como se eu tivesse opção.

    Hiroshi abriu um sorriso debochado.

    — Exato. Não tem.

    Yoru respirou fundo e aceitou o veredito.

    — Hmph. Faça bom proveito dele.

    Hiroshi sorriu ainda mais.

    — Ah, pode deixar. Eu sei exatamente como aproveitar alguém como o Kaito.

    Kaito se levantou, girando o pescoço para relaxar a tensão. Seu olhar era frio, mas havia um leve brilho de curiosidade ao observar Hiroshi.

    — Só não me faça desperdiçar meu tempo, moleque.

    Hiroshi deu de ombros.

    — Se você se tornar um problema, eu mesmo vou resolver.

    Os dois trocaram olhares intensos. Não havia amizade entre eles, apenas um contrato silencioso de poder.

    Então, sem mais delongas, Hiroshi e Yoru se encararam.

    Eles não precisavam trocar palavras para entender o que estava acontecendo ali.

    O aperto de mãos que veio a seguir não foi um aperto amigável.

    Foi um pacto. Um aviso.

    “Estamos no mesmo nível agora.”

    “Nos vemos no campo de batalha.”

    E assim, o último acordo foi fechado.

    Kaito Suzuki agora pertencia à Escola 27.

    E Yoru e Hiroshi, que antes lutaram lado a lado… agora eram inimigos.

    O caminho de volta para a Escola 25 foi silencioso no começo, mas, aos poucos, a tensão da batalha se transformou em algo diferente.

    Havia sorrisos.

    Mesmo cansados, machucados e exaustos, eles tinham vencido.

    E agora, a Escola 25 era oficialmente a mais poderosa da região.

    Assim que chegaram ao pátio da escola, Yoru reuniu todos os seus companheiros.

    Ele subiu em um dos bancos, estalou o pescoço e cruzou os braços.

    — Certo, hora de definir as posições do nosso novo ranking.

    Todos imediatamente se entreolharam. Alguns com ansiedade, outros com confiança.

    Yoru então começou, sem surpresas na primeira posição.

    — Eu sou o número 1.

    Ninguém contestou.

    Depois da batalha contra Kaito Suzuki, estava mais do que provado que ninguém ali poderia assumir essa posição.

    — Número 2… Hayato.

    O gordinho riu, sem demostrar nenhuma surpresa na escolha do Yoru

    — Nem precisava falar, eu já sabia.

    Yoru riu.

    — Arrogante do caralho.

    Todos riram.

    — Número 3… Ben.

    O grandalhão respirou fundo e assentiu.

    — Aceito, mas saiba que vou roubar esse segundo lugar do Hayato.

    Hayato riu.

    — Quero ver tentar.

    — Número 4… Sophie.

    Sophie lançou um olhar feroz, mas logo em seguida, fez uma cara de que já sabia que iria continuar na mesma posição

    — Eu esperava pelo menos o terceiro, mas acho que faz sentido.

    — Número 5… Nathan Rayna.

    Esse foi o primeiro grande choque.

    Muitos ali arregalaram os olhos.

    — Espera aí! — disse Ryuji, franzindo o cenho. — O Nathan tá abaixo da Sophie?!

    Nathan, que estava encostado em uma das paredes, suspirou.

    — Me jogaram nesse ranking sem nem perguntar se eu queria. Sinceramente, eu nem ligo.

    Yoru sorriu.

    — Isso é temporário. Você tem potencial pra subir rápido, mas quero ver você provar isso primeiro.

    Nathan suspirou novamente.

    — Justo.

    — Número 6… Mia.

    A garota deu um pequeno sorriso de satisfação.

    — Hmm, nada mal.

    — Número 7… Lee.

    Lee, que estava de braços cruzados, apenas assentiu.

    — Aceitável.

    — Número 8… Yuna.

    Yuna pareceu surpresa.

    — Por que eu fiquei em oitavo, eu não mereço.

    Yoru deu de ombros.

    — Você tem um potencial bom, e espero muito de você, acho que irá me surpreender muito apartir de agora.

    — Número 9… Hajuki Gon.

    O novato apenas acenou com a cabeça, sem dizer nada.

    — Número 10… Ryuji Sato.

    O silêncio foi absoluto.

    Todos olharam para Ryuji, esperando uma reação.

    Ele estava em choque.

    — … DEZ?!

    Yoru respirou fundo e encarou o amigo.

    — Sei que parece injusto, mas a equipe agora tem muito mais gente forte. Você perdeu algumas posições, mas…

    Ryuji cerrou os punhos.

    — Eu entendo.

    Ele então sorriu.

    — Isso só significa que eu preciso treinar mais.

    Yoru bateu no ombro dele.

    — Isso aí.

    — Número 11… Juan.

    Juan não demonstrou muita reação.

    — Tanto faz.

    — E por último, número 12… Matabi Huai.

    Matabi apenas suspirou.

    — Esperado.

    O ranking estava definido.

    Yoru então olhou para todos os seus novos companheiros e sorriu.

    — Esse é o nosso novo time.

    Olhando ao redor, ele sentiu algo dentro dele crescer.

    Essa não era apenas uma gangue.

    Eles eram uma família.

    E, juntos, levariam a Escola 25 ao topo.

    [Área da escola 35]

    O luxuoso bar no alto de um dos prédios mais sofisticados da cidade tinha uma atmosfera intimidadora. Luzes amareladas criavam um ambiente aconchegante, enquanto o cheiro de whisky e tabaco preenchia o ar.

    No canto mais reservado, dois homens jogavam xadrez.

    Um deles era elegante e calculista.

    Danilo.

    A Sombra da Escola 35.

    Ele vestia um terno preto impecável, os cabelos escuros jogados para trás, destacando seu olhar profundo e estrategista. Sua postura era relaxada, mas a mente trabalhava a mil.

    A sua frente, sentado do outro lado do tabuleiro, um homem ainda mais intimidador.

    O número 1 da Escola 35.

    Seu corpo era uma fortaleza.

    Ele tinha 2,04m, músculos esculpidos e longos cabelos negros que caíam sobre seus ombros. Mas o mais perturbador nele era sua presença.

    Uma aura opressora, semi igual à de Danilo, mas com algo ainda mais profundo… algo assustador.

    Danilo mexeu uma peça no tabuleiro, um bispo.

    — … A Escola 25 está se fortalecendo. — Ele quebrou o silêncio, movendo os olhos do tabuleiro para o homem à sua frente. — Isso pode se tornar um problema.

    O número 1 sorriu de canto.

    — Problema?

    Danilo cruzou as pernas e pegou um copo de whisky da mesa ao lado, girando o líquido com calma.

    — Yoru e Hiroshi agora têm forças consideráveis. Eles cresceram. Não são mais crianças brincando de gangue.

    O homem à sua frente permaneceu impassível, mas Danilo sabia que nada escapava de sua percepção.

    — Você os teme? — o número 1 perguntou, com um leve tom de provocação.

    Danilo riu.

    — Medo? Eu?

    Ele tomou um gole do whisky, deixando o líquido descer queimando pela garganta.

    — … Só estou analisando o tabuleiro. E esse jogo está ficando interessante.

    O número 1 moveu sua peça, um cavalo.

    — O tabuleiro está em minhas mãos.

    Danilo estreitou os olhos.

    — Hm…

    Ele pegou a rainha e a derrubou no tabuleiro.

    — Não subestime a Escola 25. Nem Hiroshi. Muito menos Yoru.

    O número 1 apenas sorriu de leve.

    — Danilo…

    Ele inclinou o corpo para frente, apoiando os antebraços na mesa, sua presença ficando ainda mais esmagadora.

    — Tudo já está na palma da minha mão.

    Seus olhos negros brilharam por um segundo, cheios de convicção.

    Danilo ficou em silêncio por um momento, estudando o homem à sua frente.

    Então, sorriu de canto.

    — … Espero que sim.

    Ele pegou seu rei e o deitou no tabuleiro.

    — Xeque-mate.

    O número 1 não pareceu surpreso.

    Ele apenas se levantou, ajeitou seu casaco escuro e virou-se para a grande janela atrás deles.

    A cidade brilhava abaixo deles.

    O caos estava só começando.

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