Índice de Capítulo

    A noite estava perfeita para sair. O vento fresco cortava suavemente as ruas, e as luzes da cidade piscavam como estrelas artificiais, dando um ar vibrante ao centro da cidade. O grupo de amigos havia combinado de se encontrar em uma pracinha perto do cinema, e, um a um, foram chegando.

    Yoru foi um dos primeiros a aparecer, vestindo um moletom preto com capuz e calça jeans. Ele estava de mãos no bolso, olhando para o céu enquanto esperava. Logo depois, Hayato surgiu, usando uma jaqueta azul e uma camisa branca por baixo.

    — Yo, Yoru. — Hayato cumprimentou, batendo de leve no ombro do amigo.

    — Yo. — Yoru respondeu. — Parece que somos os primeiros.

    — Pois é. E aí, animado pro filme?

    — Nem sei qual filme vamos ver ainda.

    Hayato riu.

    — Verdade. Mas pelo menos é uma desculpa pra sair um pouco e relaxar.

    Ben chegou em seguida, vestindo uma jaqueta vermelha e parecendo bem-humorado.

    — Se não forem filmes de romance, eu topo qualquer coisa.

    — Medo de se emocionar, Ben? — Hayato provocou.

    — Medo de perder meu tempo, isso sim.

    Pouco depois, Sophie, Mia, Lee e Yuna chegaram juntas, conversando animadamente. Sophie usava um vestido preto casual com uma jaqueta jeans, Mia apostava em um visual mais esportivo com moletom e calça de moletom cinza, Lee usava uma saia curta e um moletom largo, e Yuna estava com um casaco bege e um vestido simples.

    — Finalmente chegamos! — Sophie disse, sorrindo.

    — Vocês demoraram. — Yoru comentou.

    — Culpa da Yuna, ela ficou meia hora escolhendo a roupa. — Mia revelou.

    — Não fiquei, não! — Yuna protestou, seu rosto corando levemente.

    Lee riu.

    — Mas ficou bonita, então valeu a pena.

    — Você também ficou linda, Lee. — Mia piscou.

    As garotas riram, enquanto os garotos trocavam olhares cúmplices.

    — Certo, todo mundo aqui? — Ben perguntou.

    — Quase. — Yoru respondeu. — Matabi, Juan e Hajuki não vão poder vir.

    — Que pena. — Ryuji comentou, aparecendo por trás do grupo, vestindo uma jaqueta preta e jeans. — Mas sem problemas, ainda temos um grupo grande.

    Eles conversaram mais um pouco na pracinha antes de começarem a andar em direção ao cinema.

    No caminho para o cinema

    O grupo seguiu pela calçada movimentada, iluminada pelas luzes dos postes e das lojas. Eles estavam animados, rindo e jogando conversa fora.

    — Então, qual o filme que vamos assistir? — Yoru perguntou.

    — Eu votei em um de ação. — Hayato disse.

    — Eu queria terror. — Sophie comentou.

    — Terror não! — Lee protestou.

    — Por quê? — Sophie perguntou, rindo.

    — Eu tenho um probleminha com filmes de terror, só isso…

    — Medo? — Mia provocou.

    — N-não! Só… acho desnecessário.

    — Medo, sim. — Ben riu.

    — Já sei! — Hayato teve uma ideia. — Vamos fazer um desafio: o primeiro que se assustar no filme de terror paga um lanche pra todo mundo.

    — Aí não vale! — Lee resmungou.

    — Aceito. — Yoru disse, cruzando os braços.

    — Também. — Ryuji concordou.

    — Eu topo. — Mia sorriu.

    — Beleza, então. — Sophie disse. — Terror, então?

    Lee suspirou derrotada.

    — Ok… mas eu vou ficar perto de alguém!

    Yuna riu.

    — Pode segurar minha mão, se quiser.

    — Se você gritar no meu ouvido, eu vou revidar. — Sophie avisou.

    O grupo seguiu caminhando, se divertindo com as provocações e piadas.

    Em certo momento, Hayato e Yuna ficaram um pouco para trás, conversando em voz baixa.

    — Tá gostando de sair com todo mundo? — Hayato perguntou.

    — Sim… faz tempo que eu não saio assim, sem me preocupar com brigas ou treinos.

    — É bom dar um tempo, né?

    Yuna olhou para ele e sorriu.

    — Sim, é.

    Enquanto isso, na frente do grupo, Ben e Ryuji discutiam sobre qual lanchonete ir depois do filme.

    — Tem uma lanchonete perto daqui que vende um hambúrguer absurdo! — Ben dizia.

    — Você só pensa em comida? — Ryuji perguntou, rindo.

    — Lógico! A vida é feita de boas lutas e boa comida.

    Yoru olhava tudo de canto de olho e sorria para si mesmo. Momentos assim faziam ele lembrar que, apesar de todas as batalhas e desafios, ainda eram adolescentes aproveitando a vida.

    Ao chegarem ao cinema, compraram os ingressos, pegaram pipoca e refrigerante e se prepararam para assistir ao filme de terror.

    — Última chance de desistir, Lee. — Sophie brincou.

    — Eu não vou desistir!

    — Então segura firme, porque esse filme é assustador. — Ryuji disse.

    O filme começou, e, em pouco tempo, os primeiros sustos já estavam fazendo efeito.

    E, claro, ninguém queria ser o primeiro a gritar.

    Mas isso era assunto para depois…

    Após o filme, o grupo de amigos se sentiu mais leve, como se tivessem deixado para trás todas as tensões que estavam acumuladas nas últimas semanas. As risadas e a animação dos momentos mais tensos do filme ainda ecoavam enquanto eles saíam do cinema. O medo do filme tinha sido rapidamente esquecido, dando lugar a um novo sentimento: o de estar junto, aproveitando a vida de uma maneira mais simples.

    — Pessoal, como vocês conseguiram se assustar tanto? — Sophie riu, revirando os olhos enquanto pegava mais pipoca. — O filme não foi tão assustador assim.

    — Para você não, Sophie. Você é quase imune a essas coisas. — Yoru zombou, comendo um pedaço de batata frita.

    — Eu ainda não superei aquele susto! — Lee gritou, lembrando-se de um dos momentos mais intensos do filme, quando um monstro apareceu de repente. — Foi sério, quase caí da cadeira!

    — Eu até que fiquei tranquilo… — Yuna disse, rindo de nervoso. Ela estava ao lado de Hayato, e ele percebeu que ela ainda estava tentando se acalmar, apertando a mão dele toda vez que um som inesperado surgia.

    — Não vale a pena se assustar se você tem alguém para segurar, né? — Hayato provocou com um sorriso de lado, fazendo Yuna corar.

    — Hayato! — Yuna exclamou, se afastando um pouco dele com um olhar travesso.

    — Vamos, pessoal, estamos aqui para comemorar nossa amizade, não para brigar por causa de um filme de terror. — Ryuji interveio, tentando aliviar o clima e trazer todos para o foco.

    A noite estava animada, o grupo trocava piadas e histórias de outras experiências com filmes, e até os mais introvertidos, como Yoru, estavam se sentindo à vontade. Ele observava seus amigos interagindo de uma forma descontraída, algo que raramente acontecia quando estavam envolvidos com as tensões das batalhas ou das lutas de poder entre as escolas.

    A conversa fluiu naturalmente, e logo todos estavam rindo das reações uns dos outros durante o filme.

    — Eu vou admitir… — Ben disse, com um sorriso largo e cheio de graça, enquanto dava um gole no refrigerante. — Eu gritei sim, mas foi só porque o bicho estava perto demais da câmera!

    — Você tem medo de filme de terror, Ben? — Lee zombou, com um sorriso travesso. — Eu nunca imaginei.

    — Ah, se você soubesse das minhas histórias, Lee… — Ben sorriu de volta, claramente não muito preocupado com a provocação.

    Em determinado momento, Yuna se virou para Hayato com um olhar mais sério, mas ainda carregado de humor.

    — Você sabia que a Sophie quase se matou de medo do filme? — Yuna contou com um sorriso sapeca.

    Sophie fez uma careta para Yuna, mas logo deu risada.

    — É que o filme estava… muito tenso, sabe? E a parte do monstro… — Sophie gaguejou um pouco, tentando se justificar.

    Todos riram, e a noite se manteve leve e cheia de diversão. De repente, no meio das risadas e conversas, Hayato olhou para Yuna e, por um momento, se perdeu na ideia de como ela parecia ainda tímida ao lado dele, mas ao mesmo tempo cheia de vida. Algo nela o atraía de maneira que ele não conseguia explicar, mas não falava sobre isso. Ele estava feliz que estavam saindo juntos, compartilhando esses momentos.

    Depois de comerem e rirem por mais um tempo, todos decidiram que era hora de ir para casa. A noite estava fresca e silenciosa, e o céu começava a se cobrir com as primeiras estrelas.

    — Então, galera, nos vemos amanhã? — Yoru perguntou, enquanto o grupo se levantava da mesa.

    — Claro! Não vou deixar vocês escaparem tão fácil. — Mia sorriu, empurrando Lee gentilmente.

    O grupo se dispersou lentamente, cada um indo para a sua direção. Hayato e Yuna foram os últimos a sair, caminhando lado a lado, mas agora com um clima mais tranquilo.

    — Valeu por sair comigo hoje, Yuna. Foi muito bom, sério. — Hayato disse, com um sorriso genuíno.

    Yuna olhou para ele, surpresa pela sinceridade, mas sorriu de volta.

    — Também gostei. Espero que possamos fazer isso mais vezes. — Ela respondeu, sua voz suave.

    Do outro lado da cidade…

    Enquanto o grupo de amigos se afastava, uma atmosfera diferente tomava forma no outro lado da cidade. Em um carro preto, um pouco mais afastado do centro, Danilo, o número 2 da escola 35, estava no banco de trás, falando ao telefone com alguém.

    — Sim, está tudo pronto. A escola 25 ainda não fez nada de muito relevante ultimamente, mas vamos ficar de olho. — Danilo disse, seu tom frio e calculista.

    A pessoa do outro lado da linha respondeu com uma voz baixa e grave.

    — Não exagere, Danilo. Apenas avalie o poder deles. Não queremos que se sintam ameaçados. Só veja onde estão mais fracos.

    — Entendido. — Danilo respondeu de maneira quase automática, com a mesma expressão impassível que ele sempre usava. — Vou observar as movimentações, mas não será necessário ir além disso por enquanto. A escola 25 ainda está tentando se reerguer depois do que aconteceu, então será fácil ver onde podemos mexer.

    O carro seguia tranquilo pelas ruas, a música suave tocando no rádio, mas dentro de Danilo, um plano estava sendo arquitetado silenciosamente. Ele sabia que a escola 25 tinha potencial, mas não o suficiente para enfrentar a escola 35 sem uma preparação adequada. E essa era a parte de seu trabalho que ele mais apreciava: estudar e analisar cada movimento antes de atacar.

    — Vou entrar em contato novamente quando tiver mais informações. — Danilo finalizou a ligação e desligou o telefone. Ele olhou pela janela, pensativo.

    A diversão de seus rivais não o afetava; no fundo, ele estava começando a entender que eles também estavam em um jogo de preparação. E logo, muito em breve, ele estaria pronto para se movimentar.

    De volta ao centro, enquanto o grupo de amigos ia para casa, Danilo permanecia focado, se preparando para a próxima etapa de sua jornada. O que parecia ser apenas uma noite comum estava prestes a se transformar em algo muito mais complicado do que eles imaginavam.

    E todos eles, de uma forma ou de outra, estavam prestes a ser colocados à prova.

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