Capítulo 2-Derrote o seu medo

Após o jantar que Yoru preparou para sua mãe, no dia seguinte, ele acordou cedo, se arrumou e dirigiu-se à escola exatamente às 6:30 da manhã. O dia estava completamente diferente; a cabeça de Yoru estava nas nuvens após a noite anterior ter lhe proporcionado alguns centímetros a mais com seu sistema.

Ao passar pelos corredores, todos comentavam como Yoru parecia mais alto. Ele estava sorridente, nem parecendo o mesmo Yoru de sempre.

— Nossa, ele está mais alto do que ontem? O que aconteceu? Será que está usando algum sapato para parecer mais alto?

— Como ele cresceu de ontem para hoje? Isso é impossível acontecer.

“Haha! Eu estou realmente mais alto! Até a mãe percebeu isso ontem!”

Yoru começou a relembrar as palavras também ditas por sua mãe pela manhã, quando ele estava saindo para o colégio.

— Nossa, filho, você parece mais… alto? O que aconteceu?

…

Yoru entrou em sua sala, chegou até a cadeira e sentou-se normalmente. Segundos depois, um garoto chegou e se sentou ao lado dele. Yoru olhou e tomou um susto.

— O que aconteceu com seu rosto, Hayato? — perguntou Yoru ao garoto acima do peso, que logo em seguida respondeu:

— Estava vindo para cá e os garotos me pegaram, deram uma surra por causa do que aconteceu na segunda-feira.

Ele estava todo machucado. Hayato era um pouco gordinho, usava óculos e tinha cabelos lisos; era o melhor amigo de Yoru desde o jardim de infância.

— Ei, os dois aí, abram espaço que eu quero passar — falou uma garota com firmeza. Ela tinha cabelos longos e lisos, ostentando um olhar sério. Seu nome era Hina, a garota mais popular da sala do Yoru.

— Ah, desculpa.

Ela passou rapidinho pelos dois, ainda segurando a respiração por algum motivo.

Alguns minutos depois, a aula começou e, depois de muito tempo, parecendo uma eternidade, as primeiras aulas acabaram. Finalmente, era a hora do primeiro intervalo. Os alunos já estavam loucos para sair.

— Cara, que canseira. Vamos dar uma volta por aí? — Yoru chamou seu amigo Hayato, que concordou em ir.

Ao saírem da sala, toparam com Kazuki e seus companheiros. Sem querer, Yoru bateu de frente com Kazuki e derramou suco nele.

— Ora, seu…

Kazuki, sem hesitar, desferiu um soco no rosto de Yoru, que foi arremessado para longe. Hayato também recebeu um golpe e chocou-se contra a parede.

— Desculpa aí, Kazuki, não te vi… — disse Yoru ao se levantar e limpar o sangue do nariz.

— Nada disso, seu nerdzinho de merda, você já era! — Kazuki disse cheio de fúria e partiu para cima dele. Pela primeira vez, Yoru quis desafiar Kazuki. — Quer me desafiar? Então cai pra dentro.

“Merda… Não sei nem dar um soco direito.”

O Kazuki partiu para cima de Yoru com muita fúria. Desferiu um soco na barriga e outro no rosto, que fez ele se jogar contra a parede. Em seguida, deu um soco de esquerda com toda a força e outro na barriga. Yoru colocou a mão no estômago, e Kazuki o pegou pelos cabelos.

— Toma essa! — Kazuki desferiu um soco com toda força em Yoru, fazendo assim ele bater novamente contra a parede. Todos ali já estavam gravando a humilhação que Yoru estava passando.

“Abrir”

Kazuki chegou perto de Yoru, e de repente deu um salto para trás, caindo no chão com tudo. Todos ali ficaram surpreendidos com o que havia acontecido.

Yoru fechou a guarda, deixando Kazuki furioso. Avançou com tudo em cima dele. Yoru deu mais um soco no rosto de Kazuki.

— Seu merdinha! — Kazuki tentou desferir mais um soco em Yoru, mas novamente levou um soco, desta vez bem no queixo, o deixando completamente apagado no chão.

— Fique no chão, seu porco imundo.

“Essa habilidade pode ser bastante útil em situações como essas.”

— Ei? Você está bem, Yoru? Me responde, cara! — Hayato deu um tapa na cara de Yoru; ele voltou dos seus pensamentos.

— Ah! Sim, estou bem.

— Vem, vamos sair daqui!

Após aquilo, toda a escola já sabia que Yoru havia derrotado o número vinte da escola, e essa notícia chegou aos ouvidos de Ben, o número um do colégio inteiro e o mais forte.

— Chefe! Acabaram de derrotar Kazuki, um dos nossos homens mais fortes daqui — um garoto chegou, reverenciando Ben.

— Ah? E o que eu tenho a ver com isso? Esse cara anda falando por aí que é o número vinte da escola, sendo que eu nunca numerei nenhum de vocês além de mim. Acho bem feito para ele — Ben estava em cima da caixa d’água da escola no terraço, fumando um cigarro. Ele era alto, bastante forte fisicamente e tinha cabelos negros meio rebeldes, além de olhos marrons escuros.

— Mas é melhor o senhor dar uma conferida nele. Os boatos que me contaram é que ele deu um Jab no meio do queixo do Kazuki.

— Um Jab? Tem um lutador de boxe aqui na escola? Beleza, amanhã vou visitar esse cara pessoalmente.