Capítulo 3 - Veja sua mãe uma última vez

Na manhã seguinte, Yoru chegou ao colégio com seu amigo Hayato. Ao ser notado por todos, os comentários sobre o que aconteceu no dia anterior o deixaram envergonhado.

— Cara, o pessoal está lançando muitos olhares para mim; isso está me deixando desconfortável. Estou me sentindo um delinquente por causa do que fiz ontem — Yoru expressou seu arrependimento, coçando a cabeça.

— Mas você fez o certo; aquele cara merecia mais. Olha só o que ele fez comigo, me deixou cheio de hematomas — Hayato apontou para seu rosto surrado.

Na sala de aula, as aulas transcorreram normalmente, e no intervalo, Hayato e Yoru conversavam sobre assuntos nerds. Subitamente, Hina e suas amigas abordaram os dois com um aviso.

— Ei, seus dois babacas! Parece que o número um dos delinquentes está vindo por causa do que aconteceu ontem. É melhor tomarem cuidado. Segundo rumores, ele já enfrentou mais de 20 delinquentes e eliminou todos — Hina alertou, jogando o cabelo com uma atitude marrenta.

— Hum? Por que ele está me procurando? — Yoru indagou, interrompendo-se quando Ben entrou na sala.

— Quem é o cara chamado Yoru Akemi? Dê um passo à frente. Agora — Ben exigiu, criando um clima tenso na sala. Todos se sentiram amedrontados, e Yoru, suando frio, levantou-se.

— Sou eu. O que quer comigo? — Yoru aproximou-se de Ben, que o encarava dos pés à cabeça. O silêncio tomou conta da sala.

— Então foi você que derrotou o Kazuki… Pra ser sincero, pensei que fosse alguém com mais porte físico que ele. Você me surpreendeu — Ben elogiou Yoru dando um sorriso. Yoru sentiu-se levemente envergonhado.

— Foi um golpe de sorte, hehehe — Yoru se vangloriou, estufando o peito.

— Fiquei sabendo que nocauteou ele com um Jab. Pode me mostrar esse poderoso Jab? — Ben desafiou Yoru. Após Yoru tentar um Jab, Ben desviou facilmente.

— Você é muito lento… Tem que treinar mais um pouco… Esse é o verdadeiro Jab — Yoru, sem perceber, levou um soco forte no rosto, voando e caindo no chão com o nariz sangrando.

“Caramba… Esse cara tem uma força monstruosa. Nem percebi o soco dele vindo em minha direção” Ben estendeu a mão, ajudando Yoru a levantar.

— Você tem potencial, mano. Que tal ser meu amigo? — Ben sugeriu de forma amigável.

— Vamos sim… — Yoru concordou, suando um pouco.

— Vem, vamos fumar uns cigarros — Ben levou Yoru até o terraço da escola. Ben tirou uma carteira de cigarros, oferecendo um a Yoru, que recusou.

— Não gosto de cigarros — Ben respeitou a decisão de Yoru.

— Então… Yoru Akemi, como aprendeu a lutar boxe? — Ben perguntou interessado nas habilidades de Yoru.

— Na verdade… Eu vi em um tutorial na internet, em uma vídeo aula de boxe. Foi assim que eu aprendi a executar o Jab — Yoru explicou.

Ben jogou o cigarro fora e levou Yoru de volta para a sala. Após as aulas, Yoru voltou para casa e encontrou sua mãe, Mei, limpando o salão.

— Mãe, a senhora não teve muitos clientes hoje? — Yoru perguntou.

— Ah, oi filho. Hoje não foi muito bom, mas deu para tirar um dinheirinho bom. Não tava afim de trabalhar hoje, tou com uma preguiça — Mei riu. Yoru ajudou sua mãe a limpar o salão e, depois, ela deu um dinheiro para que ele comprasse remédio.

Yoru foi até a farmácia e, no caminho de volta, testemunhou um assalto. Dois delinquentes usando mantos negros com uma lua vermelha nas costas fugiram em uma moto, enquanto a dona da farmácia pedia socorro.

PAM! PAM!

Eles deram dois tiros para cima e saíram na moto com toda velocidade.

— Socorro! Por favor! Pegaram os ladrões! — A mulher gritou. Yoru queria fazer algo, mas os delinquentes já estavam longe.

Os delinquentes discutiam um próximo alvo, mencionando uma certa casa a ser invadida para executar um plano de uma tal pessoa.

— O quê? Salvar minha mãe? Como assim? — Yoru saiu correndo em direção a sua casa. Chegando lá, viu vizinhos desesperados com telefones na orelha falando com alguém, ele entrou dentro da sua casa e viu uma poça de sangue no chão e várias pessoas ao redor dela.

— Mãe? — Yoru caiu de joelhos ao ver Mei no chão, sem respirar. Lágrimas correram pelos seus olhos enquanto ele se culpava pela morte da sua parente.

“Então é assim que vai terminar? Mas aquele maldito vai me pegar…Vou chegar no inferno e esperar ele até o dia da sua morte, e quando ele chegar lá junto a mim. Vou matá-lo com toda certeza do mundo! Filho… Tomara que ninguém do meu passado venha até o meu funeral, vão fazer sua cabeça e te jogar nesse mundo, e como você tem o sangue “dele” correndo nas suas veias, vai amar o poder de ser um delinquente e vai perceber sua capacidade… E se caso for… Não seja que nem seu pai” pensou Mei pela última vez na sua vida após perder sua consciência para todo sempre.