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    Depois de pagar a taxa de entrada de cinco milhões de sals para cada um, o porteiro da casa de leilões os conduziu até o porão enquanto continuava suas explicações: — Haverá três botões na sala para onde vocês serão conduzidos. Se quiser fazer um lance, pressione o botão no centro. Se quiser aumentar o preço, clique no botão da direita. E se precisar de qualquer outra ajuda, pressione o botão à esquerda.

    Eugene e Gargith foram conduzidos a uma sala espaçosa. Havia uma janela de vidro opaco cobrindo a frente da sala e nenhum som podia ser ouvido do lado de fora. Assim que se sentaram, funcionários com máscaras lhes trouxeram água.

    — Desejam consumir alguma bebida alcoólica? — perguntou um dos funcionários.

    — Não, tá tranquilo — respondeu Gargith com voz grave.

    Pelo porte físico, seria difícil acreditar, mas Gargith ainda tinha apenas dezoito anos1. Claro, idade não era uma preocupação na Rua Bolero. Aquele era o tipo de lugar onde até uma criança de dez anos podia comprar bebida alcoólica, desde que tivesse dinheiro.

    — Achei que você não teria interesse em assistir ao leilão — comentou Gargith.

    — Preciso de algo pra passar o tempo, e tô um pouco curioso com o que pode aparecer — respondeu Eugene, inclinando a cadeira para trás.

    A janela da frente ondulou, e de repente surgiu o reflexo de um homem onde antes não havia nada. Era um homem usando fraque luxuoso e uma máscara.

    — Nesta belíssima noite de lua cheia, agradecemos por terem vindo à nossa casa de leilões. — O homem continuou, fazendo uma reverência. — Nossa casa de leilões lida principalmente com materiais mágicos raros provenientes de Helmuth. Como devem saber, há muitas casas de leilões nesta rua. No entanto, estou confiante de que a nossa é incomparável no que diz respeito a materiais mágicos vindos de Helmuth.

    — …Ouvi dizer que essa rua tem até casa de leilão de escravos — comentou Gargith.

    — Sério? — Eugene reagiu surpreso.

    A escravidão era um crime arcaico e maligno que já havia sido abolido em sua vida anterior.

    — Foi o alquimista que me contou — revelou Gargith. — Embora a escravidão ainda seja estritamente proibida… dizem que escravos ilegais continuam sendo negociados em segredo. E que os escravos vendidos são, na maioria, demonídeos.

    “O mundo enlouqueceu de vez”, pensou Eugene, balançando a cabeça.

    Demonídeos sendo realmente capturados como escravos e vendidos para humanos? Eugene não conseguia aceitar essa realidade. Claro, em sua vida anterior, vira muitos escravos ilegais. Elfos que perderam seus lares para os Reis Demônios, anões artesãos habilidosos, centauros selvagens e primitivos… quanto mais perto de Helmuth, mais escravos via.

    Mas ali era Aroth, não Helmuth. E em vez de demi-humanos, eram demonídeos sendo vendidos? Para humanos?

    — Nosso primeiro item é o chifre de um Valarex. Lance inicial: dez milhões de sals.

    Com esse anúncio, o leilão começou. Quando se tratava de materiais mágicos de Helmuth, Eugene se considerava um especialista.

    “A carne de Valarex era bem dura”, Eugene se lembrou com um leve desconforto.

    Enquanto se equilibrava nas duas pernas traseiras da cadeira, Eugene continuava observando o leilão.

    — A fruta de uma Prosia.

    — As raízes de uma Mandrágora.

    — Os botões de flor de um Yuzerak.

    — Nossa, até uma Aranha Turas viva. O veneno desse bichinho…

    — Tem certeza de que os testículos de gigante vão aparecer hoje? — Eugene perguntou em certo momento.

    Todos os itens mostrados eram materiais mágicos raros, mas nada chamava a atenção de Eugene. Virando o rosto para o lado, viu Gargith quase dormindo.

    — Vai… vai aparecer — afirmou Gargith entre bocejos. — Ouvi dizer que ia estar no leilão de hoje.

    — Tem certeza disso?

    — Foi o que o boato dizia.

    — Seria ótimo se não aparecessem, porque aí eu não precisaria gastar dinheiro com isso — murmurou Eugene, bebendo um gole d’água.

    — O próximo item é… um objeto metálico feito de um mineral impossível de ser avaliado. É um item um tanto problemático, pois permanece encalhado há bastante tempo. Nossa casa de leilões não conseguiu entender o verdadeiro valor deste material, mas talvez algum dos convidados de hoje tenha essa percepção.

    Diferente das vezes anteriores, a explicação era bem mais longa.

    — Este objeto metálico foi encontrado nas Colinas Kazard, em Helmuth. Quando exposto ao luar, emite uma luz extremamente bonita, mas… para ser franco, parece não ter nenhuma utilidade além disso. Embora seja duro demais para ser trabalhado, também não reage à mana.

    Como tinham dito que ele estava encalhado há muito tempo, era por isso que vinham com uma explicação tão extensa. Os outros itens recebiam lances assim que seus nomes eram anunciados, então não precisavam disso.

    — Pode ser uma boa peça decorativa para colocar perto da janela do quarto, já que brilha lindamente sob a luz da lua…

    Os convidados presentes naquela noite não tinham vindo para comprar algo assim. Que utilidade teria um pedaço de metal duro, impossível de forjar, que nem sequer aceitava mana?

    No entanto, Eugene olhava para aquele pedaço de metal com um olhar possessivo. A peça tinha apenas o tamanho de um polegar, mas ele a reconheceu como um fragmento de outra coisa.

    — …Começaremos os lances em um milhão de sals.

    Até agora, todos os itens tinham valor inicial de pelo menos dez milhões de sals. Isso tornava aquele objeto metálico particularmente barato.

    Eugene apertou o botão imediatamente.

    — Eugene? — Gargith olhou para ele, alarmado.

    — Ah… deseja fazer um lance?

    — Um milhão de sals — disse Eugene sem hesitar.

    Ele sabia o que era aquele pedaço de metal.

    Uma lâmina apagada que mal brilhava fora do luar.

    A destruição na forma de uma espada.

    A espada que havia tornado a Espada Sagrada obsoleta.

    Uma espada apagada da história.

    A Espada da Luz Lunar.

    1. A novel é Coreana, e na coreia a idade minima legal é 19 anos.[]

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