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    Depois que Gilead partiu, Eugene suspirou:

    — Parece que até Patriarcas têm seus próprios fardos.

    Como era de se esperar, Eugene ainda não queria se tornar o Patriarca. Após reafirmar esse desejo, ele se aproximou do coração de unicórnio. Não havia razão para adiar aquilo sem motivo, então pensava em absorver o coração ali mesmo, naquele instante.

    Havia vários métodos para isso.

    Embora comê-lo diretamente fosse uma forma aceitável, Eugene não escolheu um método tão bárbaro. Enquanto fazia circular a Fórmula da Chama Branca, estendeu a mão em direção ao coração.

    “Esse é o jeito mais limpo e fácil de fazer”, Eugene assentiu.

    Ele apenas extrairia a mana do coração. Se fosse capaz de exercer controle total sobre a mana, esse era o método mais limpo possível. Eugene concentrou seu foco e agarrou o coração de unicórnio.

    Vwuuuu!

    O coração começou a tremer com as vibrações. Toda a mana contida nele foi extraída e absorvida por Eugene. Sem perder a concentração, ele examinou a pureza daquela mana.

    “Ótimo. Não há tantas impurezas.”

    A imensa quantidade de mana foi direcionada para seus núcleos. A partir daqui vinha a etapa mais crucial. Ele precisava que seus núcleos refinassem a mana enquanto eliminavam quaisquer impurezas desnecessárias. O trio de estrelas ao redor de seu coração começou a brilhar com mais intensidade conforme entrava em ação. Enquanto Eugene guiava a mana com calma para seus núcleos, mergulhou em pensamentos.

    “Se for assim, parece que posso alcançar a Quarta Estrela antes dos vinte.”

    Se alguém da propriedade principal ouvisse isso, talvez desmaiasse de surpresa. Em trezentos anos de história do clã Lionheart, nenhum ancestral havia conseguido alcançar a Quarta Estrela antes de se tornar adulto.

    “Embora não possa ter certeza de que uma nova estrela surgirá apenas por causa do aumento da quantidade de mana.”

    Após quatro anos praticando a Fórmula da Chama Branca, Eugene havia percebido algo: o surgimento de novas estrelas não dependia apenas da quantidade de mana, mas também da profundidade da compreensão da fórmula e da habilidade em circulá-la por todo o corpo.

    Nesse aspecto, Eugene tinha uma vantagem esmagadora sobre seus predecessores por causa de sua vida passada, tanto no aprimoramento da compreensão quanto na habilidade de circulação. E eram coisas que Eugene definitivamente era capaz de fazer.

    “O Patriarca e Gion estão na Sexta Estrela. Vermouth alcançou a Décima Estrela.”

    Alcançar a Sexta Estrela por si só já era suficiente para ser reconhecido como um dos guerreiros mais fortes do continente.

    “Parece que vou precisar começar a misturar as coisas antes de chegar à Quinta Estrela.”

    Eugene não tinha intenção de seguir cegamente o caminho deixado pela Fórmula da Chama Branca. Já que havia aprendido muitas coisas em sua vida anterior, sentia que poderia muito bem fundir a fórmula com tudo o que herdara de Hamel.

    “Mas ainda é cedo demais pra isso.”

    No momento, ele tinha apenas dezessete anos. Não havia motivo para pressa. Com esse pensamento, Eugene retirou a mão do coração de unicórnio. Depois que toda a mana foi sugada, o coração havia encolhido até o tamanho de um dedo. Com um estalo de mana, ele o desintegrou.

    Em seguida, tirou o fragmento da Espada da Luz Lunar que guardava no colete e o colocou sobre o parapeito da janela.

    — …Agora tenho certeza — murmurou.

    O fragmento absorveu a luz do luar que entrava pela janela e começou a emitir um brilho suave e pálido.

    Eugene admirou aquele brilho por alguns instantes.


    — Custaram trezentos milhões de sals — disse Gargith enquanto devolvia o cartão de Eugene, exibindo um olhar orgulhoso no rosto.

    Eugene não conseguiu evitar e soltou um palavrão:

    — Filho da puta.

    — Providenciei para fazermos o pagamento através de um banco público. Se não depositarmos até o meio-dia de hoje, o direito de compra será transferido para o segundo maior lance, então precisamos nos apressar — apressou Gargith.

    — Não dá pra simplesmente deixar que fiquem com isso? — perguntou Eugene.

    — Não dá. Afinal, tive que participar de um leilão explosivo só pra conseguir vencer.

    — Qual era o lance inicial?

    — Cinquenta milhões de sals.

    — Cinquenta milhões pelas bolas de um gigante… E subiu até trezentos milhões? Realmente existe muita gente maluca nesse mundo.

    — É porque vale mesmo tudo isso — disse Gargith com um sorriso satisfeito. — Se você tivesse visto pessoalmente, provavelmente entenderia o que estou sentindo.

    Eugene zombou:

    — Mesmo que eu veja essas bolas de gigante com meus próprios olhos, elas com certeza só vão parecer… bolas.

    — Não, é diferente — insistiu Gargith. — Muito diferente.

    — No mínimo, com certeza são imensamente grandes. Tinham pelos? — perguntou Eugene, tomado por uma curiosidade mórbida.

    — Estavam bem arrumadas depois de terem sido preparadas.

    — Não diga mais nada. Não quero nem começar a imaginar essa cena. Enfim… como fazemos esse depósito?

    Eugene e Gargith tinham chegado ao banco público de Pentágono. Estavam ali para depositar o valor das bolas na conta secreta da casa de leilões. Eugene estava um tanto atordoado, já que essa era sua primeira vez em um banco desde que reencarnara, e ele não sabia absolutamente nada sobre como fazer um depósito na conta de outra pessoa.

    — É sério que essa é sua primeira vez num banco? — perguntou Gargith.

    Eugene hesitou antes de admitir:

    — Hm….

    — Eu não acredito… — Gargith murmurou, chocado. — Ouvi dizer que Gidol era no meio do nada, mas nem banco vocês têm por lá? Como isso é possível?

    Gargith olhava para Eugene com uma expressão genuína de incredulidade. Eugene simplesmente não conseguia aceitar ser tratado como um caipira por alguém com cabelo desgrenhado, cheiro forte, músculos saltando pelo corpo, roupas rendadas e que havia comprado testículos de gigante por trezentos milhões de sals.

    — Gidol tem um banco, sim — insistiu Eugene.

    — Então por que tá agindo como se fosse sua primeira vez?

    — Porque nunca tive motivo pra ir…

    — Então é um caipira mesmo.

    — Para de falar merda. Pega qualquer pessoa na rua e pergunta quem de nós dois parece mais um caipira, vamos ver o que dizem.

    — É errado julgar as pessoas pela aparência.

    — Seu filho de uma…

    Eugene queria muito xingar, mas no fundo as palavras de Gargith não estavam exatamente erradas…

    Por fim, Eugene conseguiu retrucar:

    — …É mesmo certo chamar alguém de caipira só porque nunca foi a um banco?

    — Só precisa ir até um dos guichês e dizer que quer fazer um depósito nesta conta aqui — explicou Gargith.

    — Por que não está me respondendo?

    — Normalmente você pega uma senha, mas como estamos transferindo uma quantia tão grande e ainda temos um cartão preto, não deve haver necessidade de esperar. Me acompanhe.

    — Responde, seu porco desgraçado.

    — Eu não sou um porco.

    Até chegarem ao balcão, Gargith se recusou a responder a pergunta. E, de fato, assim que se aproximaram de um dos atendentes e mostraram o cartão preto, foram imediatamente conduzidos para uma sala VIP privativa.

    — Agradecemos por visitar nosso banco — o gerente veio pessoalmente receber o cartão, fazendo uma reverência.

    Logo, tudo relacionado ao depósito estava resolvido, e o gerente retornou com o cartão.

    — O senhor teria interesse em abrir uma conta pessoal separada? Se abrir agora…

    — Não precisa — cortou Eugene ao pegar o cartão e sair do banco.

    Sorrindo alegremente, Gargith o acompanhou.

    — Vamos até minha casa — sugeriu Gargith.

    — Por quê? — respondeu Eugene de forma seca.

    — Disseram que fariam a entrega assim que recebessem nosso depósito.

    — Você está me dizendo pra ir até sua casa só pra ver aquelas bolas de gigante? Perdeu o juízo?

    — Se vir com seus próprios olhos, com certeza vai mudar de ideia. Já disse antes, mas se quiser, posso te dar um pouco do extrato depois que for preparado.

    — Eu já disse que não vou comer essa merda.

    — Não consigo entender você….

    — …Por ora, vamos à sua casa.

    — Mudou de ideia?

    — Não é por causa das bolas de gigante. Tem outra coisa que quero ver.

    Embora não tivesse o menor interesse naquelas bolas, ele estava interessado na Fórmula da Chama Vermelha que Gargith havia herdado. Embora já tivesse dado uma olhada na Fórmula da Chama Vermelha de Gerhard, em vez daquela fórmula pouco modificada, queria ver a versão aperfeiçoada pela família de Gargith.

    “Porque provavelmente a versão deles é bem melhor”, pensou Eugene.

    Queria compará-la com a Fórmula da Chama Branca para ver onde estavam as diferenças. Com isso em mente, Eugene saiu do banco.

    Enquanto descia as escadas, seu corpo congelou subitamente.

    — …Hã? — ele engasgou.

    Na praça abaixo do banco, entre a multidão agitada, ele vislumbrou um fio de cabelo roxo.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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