— Abençoado seja você e a tua família, meu amigo! Digo sem medo! A melhor bebida de Ironstorwill!

    Os homens ergueram seus copos de ferro após a declaração do senhor de meia-idade e bem-vestido. Enchidos até a borda, uma pequena dose derramou sobre as mãos empoeiradas e manchadas de óleo com os movimentos bruscos. Em um gesto compartilhado, como se fosse premeditado, os homens se calaram e beberam, com grande gosto e alegria, toda a cerveja de seus copos. No fim, soltaram arrotos mesclados com gargalhadas.

    — Tenho orgulho de todos vocês! Graças aos seus esforços, amor e determinação foi possível alcançar o tão sonhado início das nossas grandes navegações — declarou o senhor de meia-idade, Theodore, de pé sobre uma cadeira e segurando uma bengala.

    — Theodore, devemos tudo isso a você! Suas indústrias ergueram nossa cidade das cinzas! — exclamou um sujeito de baixa estatura e calvo.

    — Graças a este emprego, pude dar um bom natal à minha família — afirmou um homem de bigode fino, erguendo o seu copo de cerveja.

    — Viva a era da industrialização! — exclamou outro sujeito, de aparência simples, provocando um grito eufórico de todos os homens naquele pub.

    A alegria era tanta que eles nem notaram a presença de um homem de baixa estatura, vestindo roupas largas e pretas, e usando um gorro preto. Mesmo se destacando daqueles homens tão comuns, vestindo coletes de malha por cima das camisas de algodão ou linho, ninguém questionou de onde ele veio.

    — Amigos — disse Theodore, descendo da cadeira e se posicionando no centro do pub —, posso afirmar com absoluta certeza que estamos presenciando é apenas o começo.

    Outro grito animado novamente tomou o estabelecimento, no entanto, foi cortado de forma seca com o ranger da mesa causado pelo pulo de Jax ao subir nela. Todos olharam espantados com a ousadia dele, que sorria de forma maliciosa e de braços abertos como se fosse apresentar-lhes uma grande notícia.

    A única que não demonstrou espanto, ou pareceu não demonstrar foi a garçonete, achando a ousadia de Jax uma grande estupidez, então ela voltou a organizar os copos e garrafas de bebida alcoólica nas prateleiras atrás do balcão, separando também, as bebidas que iria servir.

    — Devo parabenizá-los — zombou Jax que se agachou e pegou um copo de cerveja sobre a mesa. — Realmente é uma grande conquista iniciar grandes navegações, mas eu lamento!

    Os homens observaram em silêncio as ações de Jax, que pulou da mesa de onde estava para outra. Eles, ansiosos e irritados, esperavam por um bom motivo para derrubá-lo, espancá-lo e expulsá-lo do pub.

    — Os homens que mandaram para os oceanos, morrerão — declarou Jax com um sorriso cínico.

    Abruptamente, todos os homens levantaram para agredi-lo, mas foram impedidos por Theodore, que gritou: — Parem!

    A garçonete se apoiou no balcão, meio indiferente, observando a confusão que poderia se intensificar a uma briga.

    — Meu belo rapaz, você está bêbado, ou apenas deseja provocar negativamente a nossa alegria? — Theodore ajeitou sua boina, usando casualmente sua bengala como apoio, onde a parte superior do cabo tinha o formato de uma cabeça de um cão sereno.

    — Você é o prefeito dessa cidade ou algo assim? — Jax deu um rápido e profundo gole no copo de cerveja.

    — Eu vim do norte, tornei-me amigo do prefeito, e o ajudei a trazer a luz a esta cidade. E vejo que você é forte e possui bastante energia, meu rapaz. De onde veio?

    — Isso não te interessa. — Jax estendeu o braço e largou o copo que atingiu o chão com um baque seguindo por um tilintar metálico.

    — Por que não desce desta mesa e vá descansar? Eu pago uma noite a você na pousada mais próxima. Sei que o álcool deixa a mente confusa, mas não incomode aos meus homens, por favor.

    — Eu nunca fico bêbado, velho. E você acha que, por ser rico e influente, vai conquistar o mundo? Até admiro. Mas você é tão idiota quanto os homens que trabalham para você.

    — Ora, seu! — O sujeito de bigode fino bateu a mão sobre a mesa, rosnando para Jax.

    — Acalme-se, Benjamin — exclamou Theodore. — Vamos ouvir o que esse rapaz na flor da pele tem a dizer. 

    Jax ampliou o sorriso, a antecipação em seus olhos exalando malícia, ansioso para ver a reação ao que estava prestes a dizer.

    — Sei que não conhecem o conceito de continentes e chamam isso aqui de “Terra”. — Deu uma rápida pausa. — Vocês nunca irão conhecer as outras quinze terras, os outros quinze continentes. O mundo é grande até demais, sabiam?

    Um gemido de espanto escapou de todos os homens, com exceção de Theodore, que permaneceu refletindo o que acabou de ouvir. Pasmos e incrédulos, eles pegaram as coisas mais próximas que suas mãos puderam alcançar; copos, pratos e talheres. E atiraram em Jax sem pausa. Ele conseguiu desviar da maioria dos objetos, mas foi atingido no ombro e joelho enquanto fugia e ria como se não houvesse coisa melhor a não ser instigar raiva.

    “Como eu amo fazer isso!”

    Assim que se recuperou da euforia, ele caminhou até alguns carros estacionados próximos ao pub, mas não havia qualquer testemunha por perto.

    Veículos movidos a vapor, alguns com rodas de borracha, outros semelhantes às carruagens. Estes eram os meios de transporte terrestre mais avançados da Nova Pangeia.

    Jax, mantendo um sorriso cínico, ficou em frente a um carro, estendeu as mãos e pôs sobre o capô. 

    Uma descarga elétrica provocou chamas no motor. Subitamente, o fogo espalhou pelo capô, assentos, e logo tomou todo o veículo. Enquanto o fogo do primeiro carro se espalhava, Jax já havia repetido a mesma ação nos outros nove.

    Em seguida, ele entrou numa esquina sem pressa, soltando um bocejo longo e tedioso. Atravessou a rua, endireitou as costas, ajeitou o gorro, abriu um sorriso bonito, e descansou as mãos nos bolsos. E novamente lá estava ele, de frente ao pub, observando os homens correrem desesperadamente em direção aos incêndios.

    — Tragam baldes de água! 

    — Aposto que foi o maldito daquele moleque!

    — Theodore, veja isso!

    — Ainda podemos salvar o carro do Theodore!

    — Benjamin, traga mais homens! Ou o fogo vai se espalhar!

    E novamente Jax atravessou a rua, sem pressa, de semblante calmo, assobiando baixinho, apenas para si mesmo. Entrou pela porta aberta do pub e a fechou de costas. 

    O baque da porta se fechando chamou a atenção da garçonete. Colocou-se de pé, largou uma ruma de talheres sobre a mesa, e ergueu a sobrancelha em deboche. Depois, recostou o quadril na mesa e cruzou os braços com firmeza.

    — Se os homens de Theodore o verem aqui, vão matá-lo.

    — Você fala como se fosse eu que coloquei fogo nos carros, mas seria difícil um homem só fazer todo esse trabalho em tão pouco tempo, não acha? 

    As palavras de Jax tiraram um súbito riso da garçonete, mas ela permaneceu com a mesma postura dura e firme, como se dissesse para ele não se aproximar.

    — Qual é o seu nome? E de onde tirou que existem mais de quinze terras, ou continentes, como você as chama.

    — Pode me chamar somente de Jax. E eu te garanto… — disse, se aproximando dela —… eu sou um cara que diz somente a verdade.

    — Já ouvi muitas palavras semelhantes, Jax. Veio aqui somente para tentar tirar algo de mim, ou me ajudar a arrumar toda essa bagunça que você causou?

    A feição confiante de Jax desapareceu. Em resposta ao silêncio dele, a garçonete ergueu uma sobrancelha, mas o caçador de repente deixou escapar um riso que gradualmente se tornou uma breve gargalhada.

    — Qual o seu nome, garota?

    — Bethany. 

    Jax soltou um longo assovio e ergueu os braços em rendição. Ele agachou e pegou os cacos de pratos próximos, os juntando em uma pilha. Depois se esgueirou por debaixo das mesas para pegar os talheres e copos. 

    Bethany abandonou a postura firme, estendeu o braço sem tirar os olhos de Jax, puxou uma cadeira próxima, e sentou de pernas cruzadas. Ela descansou as mãos nos joelhos, e lambeu os lábios para hidratá-los, mas de uma forma como se apreciasse vê-lo naquela situação.

    Jax colocou os garfos, colheres e facas dentro dos copos, em seguida, afundou o espaço entre os dedos nas bordas dos vários copos, e os pegou sem dificuldade. Ele levantou-se, encarou Bethany por um breve momento e, em seguida, olhou para a grande janela quadrada ao lado da porta. 

    Em silêncio, passou por ela, foi até o balcão, e deixou os copos com os talheres sobre o mesmo.

    — Aquela garrafa de whisky parece uma delícia. Poderia me servir um drink? — Jax solicitou, sem tirar os olhos do whisky no centro da prateleira.

    Bethany fechou os olhos brevemente e permitiu o canto de seus lábios se curvar em um sorriso. Levantou-se, ajeitou a gravada borboleta com a ponta dos dedos, e enfim, caminhou sem pressa para trás do balcão.

    — Na verdade — disse Jax —, prefiro um vinho tinto.

    — Você é bem ousado para o meu gosto — ela respondeu, de costas para ele, prestes a pegar a garrafa de whisky.

    — Sério? Ousado… Ousado como?

    Bethany riu ligeiramente e, depois de pegar a garrafa de vinho, se virou, deu dois passos e a colocou com força no balcão com um tombo, como se quisesse intimidá-lo de alguma forma.

    — Ousado… Digo, ousado no sentido de expor o que quer? 

    — E o que eu quero, Bethany? — Ele lambeu o lábio inferior. — Acha que você pode dar isso a um estranho como eu?

    — Depende, meu caro rapaz… — A ponta de seu dedo deslizou lentamente pela borda da rolha da garrafa. — Você sabe o que faz?

    — Eu… sei o que todas querem. O que todas as mulheres querem. — Desviou o olhar para analisar a textura lisa da madeira do balcão, mas não demorou muito, logo voltou a fitar os olhos dela. — Afinal, quem não quer saber o que é amor? Eu mesmo tento descobrir o que é, desde o dia que…

    — Que…? 

    — …Que eu me tornei eu. Por isso, eu digo que será um privilégio servi-la!

    Os lábios de Bethany se abriram para deixar escapar uma risada alta e longa.

    — AHAHAHAHAHHA.

    Enquanto se recuperava da gargalhada, limpou a lágrima no canto dos olhos com as costas do dedo e exclamou: — Você é um rapaz estranho. Muito estranho mesmo. 

    — E…? — Jax perguntou, seus olhos brilhando com uma malícia mal disfarçada, enquanto uma esperança ardente e quase desesperada se escondia por trás de tal brilho. 

    — Você merece este vinho. Mas não creio que esse lugar seja adequado para bebermos à vontade. Se é que essa sua cabeça de avelã entende.

    Bethany abriu a palma e pegou o vinho com força como se tentasse esmagar uma mosca no ar. Ela caminhou em direção à porta que ficava atrás, e no fim da extensão do balcão, esperando que Jax a seguisse. Ele, ainda imóvel, soltou um suspiro animado, e poderia se dizer que foi de alívio, porém o sorriso cínico sempre estampado em seu rosto impediu de entregar essa impressão.

    “Esse é o meu dia de sorte. Que mulherzinha incrível.”

    E a seguiu, mas sem afobação ou qualquer indício de ansiedade.

    Subiu uma curta escada em forma de espiral, deslizando a mão no corrimão elegante e fino de metal. 

    A escada levou a uma porta aberta, dando acesso ao primeiro e único andar que ficava acima do pub. Ele passou pelo batente e fechou a porta.

    Era como um grande quarto de apartamento, mas sem cozinha, somente havia uma sala de estar, banheiro e quarto. Jax analisou; o carpete vermelho ocidental sobre o chão de madeira polida; as duas poltronas em volta da lareira acesa, e a pequena mesa redonda posicionado entre elas; um sofá recostado rente à parede; uma grande estante repleta de livros que tomava uma parede inteira; e a porta fechada do quarto, onde provavelmente estava o acesso ao banheiro. 

    O ambiente estava mal iluminado pelas poucas velas acesas sobre os castiçais, mas foi possível para Jax ver com clareza todos os detalhes da moradia de Bethany. Ele se aproximou dela, que estava sentada de pernas abertas no sofá de couro. Ela abriu o vinho com um saca-rolha. E atirou a rolha em direção a Jax, em seguida, quase desesperadamente, virou a garrafa na boca 

    Vê-la bebendo dessa forma, provocou uma ardência no coração de Jax. Ele esperou alguns segundos antes de tomar de forma abrupta a garrafa, e essa ação brusca, fez com que uma pequena quantidade de vinho manchasse a gravata borboleta e a camisa de linho dela. Mas Bethany não se importou, muito menos Jax que deu apenas um rápido e grande gole.

    — Vá com calma — aconselhou falsamente, depois, tirou o seu gorro à medida que colocava o vinho no chão.

    Bethany inclinou o torso para frente, ergueu as mãos e agarrou a cintura dele, deixou escorrer as palmas até o cós da calça, e a abaixou junto à veste íntima.

    No entanto, Jax não permitiu que ela continuasse. Ele segurou nos pulsos finos e os levantou acima da cabeça dela, apoiou o seu joelho no sofá e se inclinou para que seus lábios se encontrassem.

    Ele a beijou pelo que pareceu uma eternidade, e apenas quebrou o beijo com um chupão de língua. Largando os pulsos, levou as mãos até a gola da camisa de linho e a rasgou ao meio. A pele pálida de Bethany foi revelada, assim como a curva de seus seios sob o sutiã preto. 

    Os olhos de Jax analisaram o corpo dela com um sorriso lascivo — ela não resistiu quando ele a forçou a ficar de bruços, nem mesmo quando retirou seu sutiã com um puxão.

    Jax deslizou sua mão pelo centro das costas nuas de Bethany, o que a causou um arrepio intenso e um rápido ofegar. Assim que sua palma chegou na lombar, ele pressionou a mesma, a obrigando a empinar as nádegas. Depois, lentamente, segurou no cós da calça larga de tecido leve, e desceu, junto à veste íntima, até as coxas esbranquiçadas com algumas pintas dispersas. 

    Bethany sentiu uma dor aguda em seu interior e deixou escapar um gemido escandaloso.

    Jax cerrou os dentes como se tentasse cortar um pedaço de metal. Ele agarrou o ombro de Bethany, e com a mão livre, pressionou violentamente a cabeça dela contra o couro do sofá. Os seus olhos enraivecidos cravaram no pescoço nu da moça, coberto pelo cabelo curto que mal caía nos ombros. Suas sobrancelhas franziram à medida que ele intensificava sua brutalidade, ao ponto de se tornar tão violento que interrompia os gemidos dela, a causando engasgos e mais dor.

    As mãos da moça procuravam algo que pudesse agarrar, mas seus dedos mal se fechavam.

    Ele retirou sua mão do ombro pequeno e delicado, e se inclinou para seu corpo ficar colado ao dela. 

    A moça abriu a boca para dizer algo, mas a sua voz foi cortada quando Jax agarrou o seu pescoço, como se quisesse estrangulá-la para matá-la, e mordeu o seu ombro com tamanha força, que quase arrancou um pedaço.

    O grito de Bethany saiu apenas em engasgos e gemidos imperceptíveis. Seus olhos sem fôlego rolaram para cima, seu pescoço se contraiu implorando por ar, e o seu corpo de bruços sob Jax, não se movia mais. 

    O suor de seus corpos se misturaram e se assemelharam a muco, tornando suas peles grudentas como cola. Jax soltou o pescoço de Bethany, esticou o braço e pegou a garrafa de vinho. 

    Derramou a bebida sobre suas cabeças enquanto lambia a pele ensanguentada do ombro pálido e trêmulo. O cheiro forte de álcool mesclou com o do suor e com o fraco odor enferrujado de sangue. 

    Os fios úmidos do cabelo de Bethany grudaram nas bochechas de Jax, que gemia, quase como um rosnado. Ele largou a garrafa vazia no chão, deu um tapa no rosto dela, e consequentemente atingiu a orelha, o que deixou a marca imperfeita de sua mão. Seus dedos cravaram na cabeça dela, e empurraram contra o sofá, como se quisesse perfurar seu crânio.

    A mente de Jax Bennett se afundou em um prazer inebriante e incontrolável enquanto os gritos doloridos e choramingos abafados de Bethany ecoavam pelo vazio da sala.

    Bethany fechou os olhos brevemente e permitiu o canto de seus lábios se curvar em um sorriso. Levantou-se, ajeitou a gravada borboleta com a ponta dos dedos, e enfim, caminhou sem pressa para trás do balcão.

    — Na verdade — disse Jax —, prefiro um vinho tinto.

    — Você é bem ousado para o meu gosto — ela respondeu, de costas para ele, prestes a pegar a garrafa de whisky.

    — Sério? Ousado… Ousado como?

    Bethany riu ligeiramente e, depois de pegar a garrafa de vinho, se virou, deu dois passos e a colocou com força no balcão com um tombo, como se quisesse intimidá-lo de alguma forma.

    — Ousado… Digo, ousado no sentido de expor o que quer? 

    — E o que eu quero, Bethany? — Ele lambeu o lábio inferior. — Acha que você pode dar isso a um estranho como eu?

    — Depende, meu caro rapaz… — A ponta de seu dedo deslizou lentamente pela borda da rolha da garrafa. — Você sabe o que faz?

    — Eu… sei o que todas querem. O que todas as mulheres querem. — Desviou o olhar para analisar a textura lisa da madeira do balcão, mas não demorou muito, logo voltou a fitar os olhos dela. — Afinal, quem não quer saber o que é amor? Eu mesmo tento descobrir o que é, desde o dia que…

    — Que…? 

    — …Que eu me tornei eu. Por isso, eu digo que será um privilégio servi-la!

    Os lábios de Bethany se abriram para deixar escapar uma risada alta e longa.

    — AHAHAHAHAHHA.

    Enquanto se recuperava da gargalhada, limpou a lágrima no canto dos olhos com as costas do dedo e exclamou: — Você é um rapaz estranho. Muito estranho mesmo. 

    — E…? — Jax perguntou, seus olhos brilhando com uma malícia mal disfarçada, enquanto uma esperança ardente e quase desesperada se escondia por trás de tal brilho. 

    — Você merece este vinho. Mas não creio que esse lugar seja adequado para bebermos à vontade. Se é que essa sua cabeça de avelã entende.

    Bethany abriu a palma e pegou o vinho com força como se tentasse esmagar uma mosca no ar. Ela caminhou em direção à porta que ficava atrás, e no fim da extensão do balcão, esperando que Jax a seguisse. Ele, ainda imóvel, soltou um suspiro animado, e poderia se dizer que foi de alívio, porém o sorriso cínico sempre estampado em seu rosto impediu de entregar essa impressão.

    “Esse é o meu dia de sorte. Que mulherzinha incrível.”

    E a seguiu, mas sem afobação ou qualquer indício de ansiedade.

    Subiu uma curta escada em forma de espiral, deslizando a mão no corrimão elegante e fino de metal. 

    A escada levou a uma porta aberta, dando acesso ao primeiro e único andar que ficava acima do pub. Ele passou pelo batente e fechou a porta.

    Era como um grande quarto de apartamento, mas sem cozinha, somente havia uma sala de estar, banheiro e quarto. Jax analisou; o carpete vermelho ocidental sobre o chão de madeira polida; as duas poltronas em volta da lareira acesa, e a pequena mesa redonda posicionado entre elas; um sofá recostado rente à parede; uma grande estante repleta de livros que tomava uma parede inteira; e a porta fechada do quarto, onde provavelmente estava o acesso ao banheiro. 

    O ambiente estava mal iluminado pelas poucas velas acesas sobre os castiçais, mas foi possível para Jax ver com clareza todos os detalhes da moradia de Bethany. Ele se aproximou dela, que estava sentada de pernas abertas no sofá de couro. Ela abriu o vinho com um saca-rolha. E atirou a rolha em direção a Jax, em seguida, quase desesperadamente, virou a garrafa na boca 

    Vê-la bebendo dessa forma, provocou uma ardência no coração de Jax. Ele esperou alguns segundos antes de tomar de forma abrupta a garrafa, e essa ação brusca, fez com que uma pequena quantidade de vinho manchasse a gravata borboleta e a camisa de linho dela. Mas Bethany não se importou, muito menos Jax que deu apenas um rápido e grande gole.

    — Vá com calma — aconselhou falsamente, depois, tirou o seu gorro à medida que colocava o vinho no chão.

    Bethany inclinou o torso para frente, ergueu as mãos e agarrou a cintura dele, deixou escorrer as palmas até o cós da calça, e a abaixou junto à veste íntima.

    No entanto, Jax não permitiu que ela continuasse. Ele segurou nos pulsos finos e os levantou acima da cabeça dela, apoiou o seu joelho no sofá e se inclinou para que seus lábios se encontrassem.

    Ele a beijou pelo que pareceu uma eternidade, e apenas quebrou o beijo com um chupão de língua. Largando os pulsos, levou as mãos até a gola da camisa de linho e a rasgou ao meio. A pele pálida de Bethany foi revelada, assim como a curva de seus seios sob o sutiã preto. 

    Os olhos de Jax analisaram o corpo dela com um sorriso lascivo — ela não resistiu quando ele a forçou a ficar de bruços, nem mesmo quando retirou seu sutiã com um puxão.

    Jax deslizou sua mão pelo centro das costas nuas de Bethany, o que a causou um arrepio intenso e um rápido ofegar. Assim que sua palma chegou na lombar, ele pressionou a mesma, a obrigando a empinar as nádegas. Depois, lentamente, segurou no cós da calça larga de tecido leve, e desceu, junto à veste íntima, até as coxas esbranquiçadas com algumas pintas dispersas. 

    Bethany sentiu uma dor aguda em seu interior e deixou escapar um gemido escandaloso.

    Jax cerrou os dentes como se tentasse cortar um pedaço de metal. Ele agarrou o ombro de Bethany, e com a mão livre, pressionou violentamente a cabeça dela contra o couro do sofá. Os seus olhos enraivecidos cravaram no pescoço nu da moça, coberto pelo cabelo curto que mal caía nos ombros. Suas sobrancelhas franziram à medida que ele intensificava sua brutalidade, ao ponto de se tornar tão violento que interrompia os gemidos dela, a causando engasgos e mais dor.

    As mãos da moça procuravam algo que pudesse agarrar, mas seus dedos mal se fechavam.

    Ele retirou sua mão do ombro pequeno e delicado, e se inclinou para seu corpo ficar colado ao dela. 

    A moça abriu a boca para dizer algo, mas a sua voz foi cortada quando Jax agarrou o seu pescoço, como se quisesse estrangulá-la para matá-la, e mordeu o seu ombro com tamanha força, que quase arrancou um pedaço.

    O grito de Bethany saiu apenas em engasgos e gemidos imperceptíveis. Seus olhos sem fôlego rolaram para cima, seu pescoço se contraiu implorando por ar, e o seu corpo de bruços sob Jax, não se movia mais. 

    O suor de seus corpos se misturaram e se assemelharam a muco, tornando suas peles grudentas como cola. Jax soltou o pescoço de Bethany, esticou o braço e pegou a garrafa de vinho. 

    Derramou a bebida sobre suas cabeças enquanto lambia a pele ensanguentada do ombro pálido e trêmulo. O cheiro forte de álcool mesclou com o do suor e com o fraco odor enferrujado de sangue. 

    Os fios úmidos do cabelo de Bethany grudaram nas bochechas de Jax, que gemia, quase rosnando. Ele largou a garrafa vazia no chão, deu um tapa no rosto dela, e consequentemente atingiu a orelha, o que deixou a marca imperfeita de sua mão. Seus dedos cravaram na cabeça dela, e empurraram contra o sofá como se quisesse perfurar seu crânio.

    A mente de Jax Bennett se afundou em um prazer inebriante e incontrolável, enquanto os gritos doloridos e choramingos abafados de Bethany ecoavam pelo vazio da sala.

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