Capítulo 47: A Surpresa das Trevas.
Com a implementação da barreira de luz na Academia Arcana, um novo senso de segurança permeia o campus. As pedras de mana, infundidas com luz e cuidadosamente posicionadas ao redor da academia, formavam uma barreira brilhante que mantinha as trevas à distância. No entanto, Alarik, sempre prudente, decidiu que uma defesa adicional era necessária.
Ele convocou Ryuta e a professora Maria para discutir a instalação de pedras do elemento terra, inscrevendo nelas runas de detecção para complementar a rede de luz. Com essa nova adição, as pedras de terra projetaram uma rede em conjunto com as pedras de luz, criando um sistema de monitoramento em tempo real de toda a academia.
“Com as pedras da terra projetando ondas no chão, poderemos mapear toda a academia e detectar qualquer presença anômala”, explicou Alarik, enquanto o time de runas trabalhava arduamente para configurar o novo sistema.
Os dias passaram rapidamente, e o novo sistema foi finalmente ativado. Na sala de monitoramento central, uma enorme projeção holográfica da academia brilhava intensamente, alimentada pelas ondas de choque das pedras de terra que retornavam ao sistema, mapeando com precisão a localização de cada pessoa dentro dos limites da academia.
“As buscas estão indo muito bem”, comentou Ryuta, observando a projeção com satisfação. “Acredito que estamos chegando ao fim dessa ameaça.”
No entanto, Alarik não estava tão seguro. “Algo está errado. Está tudo muito calmo desde que as buscas começaram. Sinto que estamos perdendo alguma coisa.”
De repente, um alarme estridente interrompeu seus pensamentos. No mapa holográfico, vários pontos começaram a piscar com uma cor vermelha intensa, sinalizando a presença de mana negra em múltiplos locais ao mesmo tempo. Uma onda de mana negra surgiu em vários pontos da academia, espalhando-se rapidamente.
“O que está acontecendo?” gritou Ryuta, enquanto a projeção mostrava a rápida expansão da mana negra.
“Onde estão armazenadas as pedras das trevas capturadas, a concentração de mana negra está aumentando rapidamente”, alertou um dos magos encarregados do monitoramento. “Está formando uma névoa espessa que está cobrindo toda a academia.”
A neblina escura começou a se infiltrar por todas as partes, engolindo corredores e salas de aula em sua escuridão. Os gritos de alunos apavorados ecoavam pelos corredores, à medida que a névoa revelava figuras sombrias, parecendo alunos possuídos por uma força maligna.
“Todos, fiquem juntos!” ordenou Alarik. “Precisamos proteger os alunos e encontrar a fonte dessa energia.”
Yuki, que estava com Sofhia e alguns outros alunos na sala de treinamento, sentiu uma sensação gelada percorrer sua espinha quando a névoa começou a se aproximar. “Precisamos sair daqui, agora!” ele exclamou, agarrando a mão de Sofhia e guiando os outros para um lugar seguro.
Ao mesmo tempo, a professora Maria e seu time de runas estavam lutando para conter a propagação da mana negra. “Precisamos reativar as pedras de luz e aumentar sua potência!” gritou Maria, suas mãos tremendo enquanto escrevia novas runas nas pedras.
Na sala de monitoramento, Alarik observava a situação com crescente preocupação. “Isso não é uma simples invasão. É um ataque coordenado. Eles esperaram o momento certo para nos pegar desprevenidos.”
Ryuta, analisando os dados, disse: “Temos que encontrar a fonte dessa mana negra. Se conseguirmos neutralizá-la, podemos deter a neblina.”
Yuki, lutando para manter a calma, teve uma ideia. “Se conseguirmos usar as pedras de luz para criar uma onda de choque de luz, talvez possamos dissipar a névoa e revelar a fonte.”
Alarik assentiu. “Vamos precisar de todos os magos disponíveis. Precisamos canalizar toda a nossa energia para as pedras de luz.”
Os magos da academia rapidamente se mobilizaram. Em vários pontos estratégicos, eles começaram a canalizar sua mana para as pedras de luz, preparando-se para criar uma poderosa onda de choque luminosa.
A névoa continuava a se espalhar, e os alunos possuídos pelas trevas avançavam, atacando qualquer um que encontrassem. Yuki, com a espada de gelo em mãos, protegia Sofhia e os outros, repelindo os ataques dos possuídos. “Não podemos deixar que eles nos peguem!” gritava ele, determinado a manter todos seguros.
De repente, uma onda de luz começou a pulsar das pedras. A energia se acumulava, crescendo em intensidade. Alarik, no centro de tudo, coordena os esforços, garantindo que a onda fosse suficientemente poderosa para atravessar a névoa.
“Agora!” ordenou ele.
Uma explosão de luz varreu a academia, iluminando cada canto e dissipando a névoa escura. Os possuídos caíram ao chão, exauridos, e a fonte da mana negra foi revelada: uma pedra das trevas, intensamente brilhante, localizada no subsolo da academia.
“Ali está!” gritou Ryuta. “Precisamos destruir aquela pedra!”
Com determinação renovada, Yuki, Alarik, e os outros magos avançaram em direção à pedra. Eles sabiam que essa era a batalha decisiva. Com a combinação de suas habilidades e a força da luz, eles atacaram a pedra das trevas, rompendo sua resistência e neutralizando sua energia maligna.
A pedra explodiu em uma brilhante luz branca, dissipando completamente a mana negra. Os alunos possuídos começaram a recuperar a consciência, e a academia voltou a um estado de calma relativa.
Alarik, exausto mas triunfante, olhou para seus colegas. “Conseguimos, mas essa batalha mostrou que ainda há muito a ser feito. As trevas não desistiram facilmente. Precisamos estar preparados para o que vier a seguir.”
Yuki, segurando a mão de Sofhia, sentiu um misto de alívio e determinação. Ele sabia que essa vitória era apenas o começo. “Vamos continuar lutando, juntos”, disse ele, olhando para seus amigos e professores. “As trevas não vencerão enquanto estivermos unidos.”
Com a academia finalmente segura, pelo menos por enquanto, Alarik começou a planejar os próximos passos. A batalha estava longe de terminar, mas a determinação de todos na Academia Arcana era inabalável.
Após a detonação das pedras das trevas, um suspiro coletivo de alívio percorreu a Academia Arcana. Parecia que a ameaça havia sido neutralizada e que a paz estava, finalmente, restaurada. No entanto, a aparente calmaria era apenas o prelúdio de um pesadelo muito maior.
Em um canto remoto da academia, longe dos olhos atentos dos professores e alunos, uma figura vestida de preto estava sentada em uma postura relaxada. “Está na hora, todas as peças foram colocadas no lugar”, murmurou para si mesmo, com um sorriso cruel nos lábios.
De repente, um som estridente ecoou por toda a academia. A barreira de luz, que até então havia sido a principal defesa contra as trevas, começou a se estilhaçar, emitindo uma luz cintilante e se dissipando no ar. No lugar da barreira, uma horda de monstros grotescos emergiu, suas formas sombrias e distorcidas avançando com velocidade e ferocidade.
No meio do caos, a figura vestida de preto apareceu diante de todos. Sua presença era imponente e aterrorizante. “Olá a todos! Espero que possam apreciar os eventos que preparei para vocês”, disse ele, com um tom de arrogância que cortava o ar como uma lâmina. Ele tinha asas negras, chifres pontiagudos, dentes afiados e olhos negros que pareciam abismos sem fundo. A visão era aterradora, e o silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.
Harry, um dos alunos mais talentosos da academia, olhou fixamente para a figura, seu rosto uma máscara de surpresa e horror. “Não pode ser, essa pessoa é o professor Mark?” exclamou ele, incapaz de acreditar no que estava vendo.
“Quem é esse professor, Harry?” perguntou Yuki, sua voz cheia de preocupação e incredulidade.
Harry respondeu, a voz tremendo: “Ele é o professor de teoria mágica e de alquimia. Eu passei bastante tempo com ele no laboratório. Lembro-me dele como um ótimo professor, sempre preocupado com seus alunos. Não consigo imaginar que ele estava por trás de tudo isso.”
A figura de asas negras riu, um som que parecia ressoar com malícia e desdém. “Sim, eu sou Mark, ou pelo menos, era. Agora, sou algo muito maior e mais poderoso”, declarou ele, estendendo os braços como se estivesse recebendo aplausos de uma audiência invisível. “Vocês todos foram tão fáceis de manipular, tão previsíveis. Cada movimento que fizeram foi planejado, cada reação, antecipada. E agora, vocês estão exatamente onde eu quero.”
Alarik, o grande diretor da Academia Arcana, deu um passo à frente, uma expressão grave. “Mark, o que você fez? Por que se aliou às trevas?” perguntou, a voz carregada de uma mistura de tristeza e raiva.
“Alarik, você nunca entenderia. A busca pelo poder, o verdadeiro poder, requer sacrifícios. E eu estava disposto a fazer esses sacrifícios. As trevas me ofereceram o que vocês nunca poderiam: a verdadeira compreensão da magia e a habilidade de moldar o mundo à minha vontade”, respondeu Mark, sua voz transbordando de convicção sombria.
Yuki, sentindo a gravidade da situação, deu um passo à frente. “Mark, isso não precisa terminar assim. Podemos ajudá-lo, podemos encontrar uma maneira de livrá-lo dessa escuridão”, ofereceu, tentando alcançar o que restava da humanidade no professor.
Mas Mark apenas riu. “Ajudar-me? Vocês não entendem. Eu não preciso de ajuda. Eu escolhi esse caminho e estou mais poderoso do que nunca. Vocês, por outro lado, estão prestes a ser destruídos”, afirmou, sua voz ecoando com certeza malévola.
De repente, os monstros que cercavam a academia avançaram, atacando com uma ferocidade inumana. Alunos e professores rapidamente se organizaram, formando barreiras e lançando feitiços para conter a horda. A batalha era intensa, cada momento crucial na luta pela sobrevivência.
Yuki, com Sofhia ao seu lado, conjurou uma barreira de luz para proteger seus amigos. “Temos que deter Mark. Ele é a chave para tudo isso”, disse ele, sua voz cheia de determinação.
“Mas como vamos fazer isso? Ele está tão diferente, tão poderoso”, questionou Sofhia, sua voz tremendo.
“Não sei, mas não podemos desistir. Se conseguirmos alcançá-lo, talvez possamos encontrar uma maneira de quebrar a influência das trevas sobre ele”, respondeu Yuki, o olhar fixo no professor possuído.
Alarik, ouvindo a troca, fez sinal para que os magos se reagrupassem. “Precisamos trabalhar juntos. Concentrem seus feitiços naqueles monstros. Vamos abrir caminho até Mark”, ordenou, a autoridade em sua voz inspirando os outros a seguir suas instruções.
Enquanto a batalha se desenrolava, a figura de Mark pairava sobre o caos, observando com um olhar satisfeito. “Vocês acham que podem me deter? Que podem salvar essa academia? Estão enganados. As trevas já ganharam”, proclamou, suas palavras ressoando com um eco sinistro.
Yuki, Alarik, e os outros não desistiram. Mesmo diante das adversidades, suas esperanças e determinação se mantinham firmes. Eles sabiam que essa batalha não era apenas por suas vidas, mas pela alma da academia e pelo futuro de todos que residiam ali.
Enquanto a luta continuava, o destino da Academia Arcana pendia na balança. O verdadeiro teste de força, coragem e união estava apenas começando. E na escuridão, uma luz de esperança continuava a brilhar, determinada a iluminar as trevas
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