Capítulo 67: Sombras Planejam o Golpe Final.
A escuridão se estendia sobre um local distante, longe do acampamento de Yuki e seu grupo. Ali, ocultos pelas trevas, seres sombrios sussurravam entre si. Suas formas eram indefinidas, contornos oscilantes que pareciam se dissolver na escuridão ao seu redor. O ar era carregado com uma energia opressora, e a atmosfera densa impedia que qualquer vestígio de luz penetrasse naquele local amaldiçoado.
“Mais um ataque falho”, disse uma voz rouca e irritada, pertencente a uma figura encapuzada com olhos brilhantes como brasas.
“Nem tudo foi perdido.” Respondeu outra criatura das trevas, sua voz ecoando como um sussurro venenoso. “Eles estão exaustos. Podemos esgotá-los pouco a pouco, testando suas resistências. Quando estiverem sem fôlego, daremos o golpe final.”
Um leve riso macabro ecoou entre as sombras, e um brilho maligno surgiu nos olhos das criaturas. Elas tinham um plano e estavam certas de que Yuki e seu grupo estavam caindo diretamente na armadilha.
No acampamento de Yuki..
Yuki estava sentado ao lado da fogueira, seu corpo cansado e sua mente sobrecarregada pelos eventos recentes. Embora o grupo tivesse conseguido sobreviver ao ataque da noite anterior, ele sabia que algo estava errado. Havia algo inquietante no ar, como se uma presença invisível observasse cada movimento deles.
Ruby se aproximou com um olhar preocupado.
“Você parece distante, Yuki. O que houve?”
Ele demorou alguns segundos para responder. O arrepio que sentiu ao percorrer sua espinha ainda estava presente. Uma sensação de perigo iminente não o deixava em paz.
“Avise a todos para se prepararem e recuperarem as forças o mais rápido possível. Algo me diz que isso tudo não passa de um prelúdio para algo muito pior.”
Ruby assentiu com um olhar sério e se afastou rapidamente para alertar o grupo. Diego, que estava terminando de afiar sua espada, ouviu a conversa e se aproximou.
“Você realmente acha que vão atacar de novo tão cedo?”
Yuki fechou os olhos e respirou fundo antes de responder.
“Não é uma questão de achar, Diego. Eu sinto isso.”
Foi então que tudo ficou em silêncio. O mundo ao redor pareceu parar. O vento cessou, os sons da floresta desapareceram, e uma sensação de vácuo se espalhou pelo ambiente. Yuki abriu os olhos e, para sua surpresa, não estava mais no acampamento.
O Vislumbre do Futuro.
Ele se viu em outro lugar, um espaço nebuloso e distorcido onde imagens se formavam e desapareciam diante de seus olhos. De repente, ele viu o próprio acampamento, mas estava destruído. Corpos de seus aliados jazem caídos ao chão, e chamas iluminavam o local com um brilho sinistro. No meio desse caos, ele viu vultos negros movendo-se com rapidez, atacando sem piedade.
Seu coração disparou. O ataque ainda não tinha acontecido, mas ele estava vendo o futuro. Um ataque furtivo planejado para quando todos estivessem exaustos. Uma emboscada cruel.
“Isso não pode acontecer…” Murmurou para si mesmo.
Foi então que uma voz ecoou ao seu redor.
“Você pode mudar esse destino, mas precisa estar pronto.”
A voz era familiar, mas ao mesmo tempo distante. Ele não teve tempo de pensar mais sobre isso antes de sentir seu corpo ser puxado de volta para a realidade.
Retorno ao Presente.
Yuki abriu os olhos de supetão, respirando com dificuldade. Estava de volta ao acampamento, Ruby e Diego ao seu lado, ambos com expressões preocupadas.
“Yuki! O que houve? Você sumiu por um instante!” Disse Ruby.
“Eu vi…” Yuki arfava, tentando organizar seus pensamentos. “Eu vi o que vai acontecer. Eles vão atacar quando estivermos exaustos. Eles estão esperando o momento certo.”
Diego ficou sério.
“Então temos que agir antes deles.”
Yuki se levantou, sentindo um peso sobre seus ombros, mas também uma nova determinação.
“Temos que estar um passo à frente. Vamos nos fortalecer agora, sem descanso. Precisamos armar defesas, vigias e nos preparar para uma batalha ainda pior do que as anteriores. Eles acham que nos pegarão desprevenidos, mas nós é que os pegaremos de surpresa.”
O grupo inteiro se reuniu após o chamado de Ruby e Diego. Todos estavam exaustos, mas a urgência nas palavras de Yuki fez com que se mantivessem firmes. Defesas foram reforçadas, armadilhas foram montadas, e turnos de vigia foram dobrados. Eles estavam prontos para o próximo ataque.
O céu estava tomado por uma escuridão densa, como se a própria noite tivesse se adiantado para cobrir o campo de batalha com seu manto sombrio. Yuki e seus companheiros estavam em alerta máximo. Eles haviam percebido os padrões dos ataques dos seres das trevas e sabiam que um novo golpe estava para acontecer. Porém, a estratégia dos inimigos era astuta e cruel.
Um mensageiro chegou correndo ao acampamento onde Yuki e os outros estavam reunidos. Seu rosto estava suado e a respiração ofegante.
“Eles estão atacando outra base!” Gritou, apontando na direção de uma área ao norte.
Ruby trocou um olhar apreensivo com Yuki, que franziu a testa. Tudo parecia estar acontecendo rápido demais. Diego, que afiava sua espada ao lado da fogueira, se levantou imediatamente.
“Então não podemos perder tempo! Vamos ajudá-los! “ Disse Diego, já caminhando em direção aos cavalos.
Mas Yuki hesitou. Algo não parecia certo. Ele sentia um peso no ar, uma presença maligna que parecia os observar.
“Esperem”, disse Yuki, cerrando os punhos. “Isso pode ser uma armadilha. Eles sabem que estamos observando seus movimentos. Se atacaram uma base próxima, pode ser para nos atrair.”
“ Mas não podemos simplesmente ignorar um pedido de socorro!” Argumentou Ruby. “Se for uma armadilha, temos que estar prontos para enfrentá-los, mas se não for, vidas inocentes estarão em risco.”
Yuki respirou fundo. Ela estava certa. Não podiam deixar aliados morrerem por medo de um truque. Ele assentiu e logo todos estavam prontos para partir.
O grupo cavalgou rapidamente pela floresta até a base atacada. Assim que chegaram, o cenário era aterrador. Corpos de soldados estavam espalhados pelo campo, alguns ainda se moviam em um último suspiro de vida. Construções estavam em chamas, iluminando o local com um brilho alaranjado macabro.
“Maldição…”, murmurou Diego, saltando do cavalo e desembainhando a espada.
“ Algo está errado… não vejo os inimigos”, disse Yuki, franzindo a testa. Seu olhar percorreu as sombras em busca de qualquer movimentação.
De repente, uma explosão de escuridão surgiu do chão. Magos das trevas emergiram das sombras, suas túnicas negras tremulando no ar. Do alto das ruínas, arqueiros das trevas disparavam flechas encantadas. Gritos ecoaram por todo o campo.
“ARMADILHA!” Gritou Ruby, invocando uma barreira de vento para desviar as flechas que vinham em sua direção.
O campo de batalha virou um caos em segundos. Yuki empunhou sua espada e avançou, bloqueando golpes de inimigos que surgiram das sombras. Ele invocou sua magia de gelo, criando estacas afiadas que perfuravam os magos das trevas antes que pudessem conjurar feitiços.
Diego, com sua força avassaladora, cortava os inimigos com golpes potentes. Seu corpo era envolto por uma aura de fogo, queimando qualquer um que ousasse se aproximar. Ruby, ao seu lado, usava a magia do vento para aumentar sua velocidade, permitindo que ele golpeasse ainda mais rápido.
Porém, o número de inimigos só aumentava. De todos os lados, eles surgiam como um enxame faminto.
“Estamos cercados!” Gritou um dos guerreiros aliados, caindo ao chão após ser atingido por uma rajada de trevas.
“Temos que encontrar uma saída!” Gritou Ruby, desviando de um ataque.
Nesse momento, uma risada fria ecoou pelo campo. Do alto de uma torre destruída, um ser encapuzado apareceu, seus olhos brilhando em vermelho-sangue.
“Vocês caíram direitinho”, disse ele, abrindo os braços como se estivesse saudando os guerreiros. “Achavam mesmo que poderiam nos impedir? Vocês só adiantaram o próprio fim!”
“Quem é você?” Yuki com sua voz firme.
O encapuzado riu novamente.
“Eu sou apenas um servo das trevas… mas hoje, sou aquele que os levará à ruína!”
Ele levantou a mão e, instantaneamente, o chão tremeu. Criaturas das trevas emergiram, monstros grotescos com olhos brilhantes e dentes afiados. Eles avançaram em fúria contra Yuki e seu grupo.
“Fiquem juntos!”
O combate recomeçou com intensidade ainda maior. Ruby invocou uma tempestade de lâminas de vento, cortando os inimigos ao meio. Diego saltou no ar, sua espada flamejante descendo como um meteoro sobre os monstros.
Yuki, por sua vez, sentiu algo despertar dentro dele. Sua magia de gelo se intensificou e, ao levantar sua espada, uma aura azul-clara a envolveu. Com um movimento rápido, ele cortou o ar, criando uma onda de gelo que congelou dezenas de inimigos instantaneamente.
Mas o encapuzado não parecia impressionado.
“Tolos… isso ainda não acabou.”
Ele levantou os braços e, de repente, um círculo mágico negro surgiu no céu. Uma pressão esmagadora caiu sobre todos. O tempo parecia desacelerar. O chão começou a se abrir, rachaduras negras se espalhando pelo campo.
“Yuki, o que é isso?!” Gritou Ruby, segurando sua cabeça, tentando resistir à energia opressora.
Yuki olhou para cima e sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
“É uma invocação… ele está chamando algo muito pior.”
O grupo se preparou para o pior. Sabiam que, se não detivessem aquele feitiço, todos ali morreriam. Yuki segurou sua espada com força. Não podia permitir que aquilo acontecesse.
“Diego, Ruby! Protejam os outros! Eu vou acabar com isso!”
Eles assentiram e continuaram lutando contra os inimigos menores, enquanto Yuki avançava em direção ao encapuzado. O tempo era curto. Se não interrompesse a invocação agora, poderiam enfrentar algo muito além do que estavam preparados.
A batalha estava longe de acabar…
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.