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    Capítulo 020

    Uma Questão de Fé

    Zorian não gostava de templos. Um pouco devido a suas más experiências com eles quando criança, mas principalmente devido à sua incapacidade de entender a reverência com que o sacerdócio falava dos deuses desaparecidos que eles veneravam. Quase todas as histórias que ele leu ou ouviu sobre a era dos deuses retrataram as divindades como idiotas gigantescos, então por que alguém as desejaria de volta? Ninguém jamais pôde dar-lhe uma resposta satisfatória a essa pergunta, muito menos seus pais, que eram religiosos apenas quando os vizinhos estavam assistindo.

    O templo em frente ao qual ele estava parado no momento não fez nada para dissipar esse desconforto. O grande edifício parecido com uma cúpula nos arredores de Cyoria era maior e muito mais imponente do que qualquer outro templo em que Zorian já esteve antes, apesar de ter sido descrito como um dos menores em Cyoria. Ainda assim, a matriarca da aranea alegou que este templo abrigava a melhor clarividente (humana) da cidade, de modo que seu desconforto teria que ser deixado de lado para cumprir a missão.

    Ele andou hesitante em direção às pesadas portas de madeira que serviam de entrada para o templo, olhando com cautela para os enormes anjos de pedra que ladeavam a porta. Realistas e com rostos sombrios, os anjos pareciam desprezá-lo enquanto se aproximava, julgando-o como indigno. Por mais que tentasse, Zorian não poderia descartar por completo seu desconforto com as estátuas, pois havia uma possibilidade muito real de que fossem golems guardiões ou algum outro tipo de segurança. Ele estava prestes a abrir a porta e entrar quando notou uma série de imagens esculpidas na porta e parou para estudá-las.

    Embora as gravuras na porta fossem bastante estilizadas e desarticuladas, ele reconheceu de imediato o que eram. Elas formaram um tipo grosseiro de quadrinhos, retratando uma história familiar de como o mundo foi criado de acordo com os ikosianos (e, por extensão, a maioria das religiões que extraíram suas tradições deles). Segundo os ikosianos, o mundo era originalmente um caos agitado e disforme, habitado apenas pelos 7 dragões primordiais. 

    Um dia, os deuses desceram dos planos mais altos da existência e mataram todos eles, exceto um. Eles transformaram este último no mundo material que os humanos agora habitam, convertendo seu corpo em terra e pedra, seu sangue em água, sua respiração no ar e seu fogo em magia. As vastas redes de túneis que estendiam-se sob a superfície do mundo eram veias de dragão, agora vazias de sangue que foi transformado em mar, mas ainda inundadas de magia que emana do Coração do Mundo — o coração ardente e ainda batendo do dragão primordial que repousa em algum lugar no subsolo. 

    Longe de contentar-se com seu destino, a Dragão Mundial1 ainda se enfurecia contra seus limites, dando origem a desastres naturais como vulcões e terremotos. Incapaz de revidar contra os próprios deuses, a dragão descontava a raiva em suas criações favoritas — humanos — utilizando seu coração, a única coisa que os deuses não acharam adequado tirar dela. Pedaços dele continuamente desapareciam da massa principal, dando à luz monstros horríveis sempre que atingiam o chão, momento em que eles começam sua ascensão à superfície para aterrorizar a humanidade…

    E assim por diante. Zorian não acreditava que houvesse muita verdade na história antiga, mas a coisa toda era bastante horrível se alguém a considerasse pelo valor nominal. Com deuses assim, não era de admirar que as Velhas Fés tivessem uma constante perda de fiéis para novas religiões que surgiram depois que os deuses desapareceram.

    “Posso ajudá-lo com alguma coisa, jovem?”

    Zorian saiu de suas reflexões para olhar para o homem que falou. Ele viu-se diante de um jovem de cabelos verdes em vestes sacerdotais. A postura relaxada e o sorriso amigável do homem deixaram Zorian à vontade, mas ele não pôde deixar de ter dúvidas sobre esse cabelo verde. Tanto quanto Zorian sabia, as únicas pessoas que tinham cabelos verdes naturais eram membros da Casa Reid, e parecia bastante fora de caráter para um deles entrar no clero. Aquela casa em particular era famosa por seus vínculos com sindicatos do crime.

    “Talvez,” assentiu Zorian. “ Eu sou Zorian Kazinski, mago em treinamento. Fiquei me perguntando se a Sacerdotisa Kylae estava por perto e disposta a falar comigo? Ah, e desculpe por te preocupar. Suponho que olhei para a entrada por muito tempo. ”

    “Sacerdote Júnior Batak,” o homem apresentou-se. “E não se preocupe, muitas pessoas são intimidadas pelos portões. É por isso que gosto de cumprimentar os recém-chegados pessoalmente. Quanto a Kylae… bem, ela está no momento no meio de um ritual, mas se você estiver disposto a esperar mais ou menos uma hora, tenho certeza de que ela ficará feliz em ouvi-lo.”

    “Claro,” Zorian concordou. Isso era muito melhor do que suas expectativas, para ser honesto — ele esperava que o homem fizesse algum tipo de teste religioso antes de permitir que ele visse a sacerdotisa principal. Esperar uma ou duas horas era um preço menor a pagar. “Err, então devo voltar mais tarde ou…? ”

    “Não precisa,” o homem zombou. “Entre e eu vou fazer algo para beber enquanto esperamos. Será bom ter alguém novo para conversar para variar. Hoje em dia, recebemos tão poucos visitantes…”

    Uh oh, parecia que ele ainda poderia acabar sendo submetido a um teste, apenas este na forma de conversa casual em vez de algo oficial.

    “Semana lenta?” Zorian perguntou quando eles entraram no templo. O interior tinha uma atmosfera agradável e estava bastante escuro, com raios de luz multicolorida fluindo de vários vitrais de alto nível, além de totalmente vazios. Ele ficou agradecido pela falta de multidões, mas era incomum ver um templo deserto assim.

    “Eu gostaria,” Batak suspirou. Ele conduziu Zorian através de várias fileiras de bancos de madeira que enchiam o salão principal do templo, seus passos ecoando de forma assustadora atrás dele. “Mais como uma década lenta. As consequências do Choro não foram boas para este lugar.”

    “O que você quer dizer?” Zorian perguntou. “O que o Choro tem a ver com este lugar?”

    Batak deu-lhe um olhar de julgamento antes de suspirar fundo. “Embora os deuses tenham ficado em silêncio, o sacerdócio nunca foi completamente impotente. A maioria dos padres tem alguma habilidade com magia, e na média, fileiras superiores podem recorrer à ajuda de anjos e outras entidades espirituais menores, mas nossa verdadeira reivindicação à autoridade veio de vários mistérios ocultos que nos foram confiados antes que os deuses partissem para o desconhecido. Com o tempo, muitos deles foram roubados ou perdidos, mas a única coisa em que sempre fomos incomparáveis foram as artes da cura. Como tal, quando a Praga do Choro começou a se espalhar pelas terras como fogo, era esperado que fizéssemos algo a respeito. Infelizmente, não apenas éramos tão impotentes contra ela quanto qualquer outra pessoa, nosso contato próximo com os infectados resultou em rápidas baixas maciças em nossas fileiras. Com a escassez subsequente de sacerdotes qualificados, templos periféricos como este foram quase abandonados, tanto pelos crentes quanto pelo Santo Triunvirato. ”

    Zorian olhou ao seu redor, mas não conseguiu ver nenhuma evidência de decadência no interior do templo. O templo estava limpo e intacto, e o altar — feito de mármore branco e emoldurado com seda ou algum outro tecido caro — parecia praticamente novo. Muitas estátuas de pedra foram espalhadas por todo o edifício, fundindo-se com perfeição nas paredes ou vigas de apoio, e a maior parte do espaço não adornado restante foi ocupada por painéis de madeira que tinham várias imagens religiosas esculpidas em sua superfície, assim como as portas principais. 

    Em suma, era um edifício de um luxo absurdo para os padrões de templos rurais, como o de Cirin, e ainda melhor mantido. Zorian estava quase com medo de perguntar como era o templo principal de Cyoria se este não fosse considerado importante o suficiente para continuar funcionando.

    Batak o levou a uma pequena porta despretensiosa ao lado do altar e o conduziu ao que parecia ser um cenário mais informal. Em vez de ser um escritório clássico, era uma combinação de cozinha e sala de estar, muito mais bagunçada do que o templo principal e não tão sem vida. Batak logo começou a preparar um chá e a bombardear Zorian com perguntas. 

    As perguntas eram bastante comuns — quem ele era, o que fazia, de onde era, quem era sua família, esse tipo de coisa — então Zorian sentiu-se à vontade para respondê-las com sinceridade. Estranhamente, Batak não fez uma única pergunta sobre sua religiosidade, algo pelo qual Zorian estava feliz. Zorian, por sua vez, fez algumas perguntas sobre Batak e Kylae, tentando entender o que eles estavam fazendo aqui se o templo estava abandonado.

    Batak ficou muito feliz em esclarecê-lo. Parecia que a liderança da igreja não se sentia confortável em só demolir o templo… ou pior, deixá-lo à mercê dos elementos e saqueadores. Um sentimento perfeitamente compreensível, na opinião de Zorian — não seria apenas uma pena consignar um edifício tão majestoso ao esquecimento, seria também uma admissão flagrante de fraqueza da igreja. No final, Batak e Kylae foram designados para o templo, oficialmente para manter o templo funcionando, mas na realidade mais para mantê-lo apresentável e afastar ladrões e posseiros.

    Depois que ele terminou sua xícara de chá, Batak enfim decidiu que tinha rodeado o assunto por tempo suficiente.

    “Então,” disse Batak. “Você nunca me disse porque está aqui, senhor Kazinski. Você acha que talvez pode me dizer ou isso é sensível demais para os ouvidos de um mero sacerdote júnior?”

    Zorian pensou por um segundo antes de decidir que provavelmente não faria mal contar ao homem por que ele veio. Previsões não eram ilegais ou algo assim, afinal.

    “Bem…” começou Zorian. “Para começar, ouvi dizer que a Sacerdotisa Kylae é hábil em prever o futuro através de adivinhações.”

    Batak endureceu um pouco, mas logo forçou-se a relaxar. Seu sorriso escorregou, no entanto.

    “Ela é, ” ele disse. “É um campo difícil de praticar e duvido que alguém possa reivindicar o domínio dele em qualquer sentido real, mas ela é o mais próximo de um especialista que você provavelmente conseguirá.”

    “Mas há outras pessoas que são envolvidas na adivinhação de forma independente, uma das quais me enviou para falar com Kylae sobre suas descobertas,” comentou Zorian, desfrutando em particular da imagem mental da matriarca aranea sibilando para ele por chamá-la de envolvida no campo. “Alguns dos resultados que ela obteve de suas previsões foram muito … irregulares.”

    Todas as pretensões de bom ânimo deixaram o rosto de Batak quando ele terminou de falar. O silêncio durou mais alguns segundos desconfortáveis. Zorian começou a se perguntar se falar sobre o assunto era de alguma forma um tabu ou se ele insultou o homem de alguma forma quando o sacerdote júnior falou mais uma vez.

    “E essas… irregularidades… quando exatamente elas apareceram? Até que ponto sua misteriosa patrocinadora projetou suas previsões antes de pararem?”

    Foi nesse ponto que Zorian percebeu: Batak já sabia. Ele não era mais um mero sacerdote júnior, bem como Zorian não era apenas um mensageiro inocente.

    “Existe apenas uma irregularidade real, que aparece no dia do festival de verão. Sendo mais específico, a previsão não retorna nada além dessa data… quase como se o mundo inteiro desaparecesse após esse ponto. Mas você já sabia disso, não sabia? ” perguntou Zorian sem esperar uma resposta.

    Em vez de responder, Batak soltou uma maldição nem um pouco sagrada e começou a andar pela sala apertada em agitação.

    “Tomarei isso como um sim,” Zorian suspirou.

    Batak parou de andar para dar uma olhada cautelosa. Depois de alguns momentos, o sacerdote se esforçou para relaxar.

    “ Sinto muito, ” disse Batak, “ Eu não quis ser rude, é só … bem, provavelmente é melhor ir buscar Kylae agora para que possamos discutir isso juntos. ”

    “ Ela não está fazendo um ritual no momento? ” Zorian apontou curioso. Ele sabia que era uma péssima idéia parar rituais mágicos no meio do caminho, mas talvez o ritual que Kylae estava realizando fosse de natureza apenas religiosa?

    “ Bem, mais ou menos, ” Batak disse polido. “ Eu não acho que ela ficará muito incomodada se eu a interromper. Não por isso, em qualquer caso. Por favor, espere aqui enquanto vou buscá-la. ”

    Enquanto Zorian observava Batak sair às pressas, ele não pôde deixar de se perguntar porque Batak estava tão assustado com a data de término que eles descobriram. Zorian com certeza ficou assustado, mas isso foi porque ele sabia a causa exata, mas para Batak e Kylae não deveria parecer tão incomum. Assim como as magias relacionadas à alma, o campo da previsão do futuro era muito pouco compreendido, e eventos estranhos nunca encontrados provavelmente não eram desconhecidos. Zorian esperava de verdade que a agitação de Batak significasse que eles sabiam algo importante sobre a anomalia que ele e a matriarca aranea não perceberam.

    Não demorou muito para Batak voltar com uma mulher de meia idade de volta. O primeiro pensamento de Zorian foi que ela era jovem demais para uma alta sacerdotisa, mas supôs que, com a escassez de mão-de-obra no sacerdócio, eles não podiam se dar ao luxo de ser muito exigentes com essas coisas. Por sua parte, a sacerdotisa deu-lhe um olhar longo e perspicaz ao entrar na sala antes de abrir um sorriso tenso e sentar ao lado de Batak, para que os dois estivessem de frente para ele.

    Olá, senhor Kazinski, ela disse. “ Eu sou Kylae Kuosi, a alta sacerdotisa deste templo. Ouvi dizer que você queria falar comigo. Sendo mais específica, você queria falar comigo sobre previsão do futuro? ”

    “ Sobre a data de término no dia do festival de verão, sim, ” Zorian confirmou.

    Uma pequena troca se seguiu onde os dois confirmaram que estavam mesmo falando sobre a mesma coisa e então a sacerdotisa recostou-se na cadeira e deu a Batak um leve olhar.

    “ Eu disse que não era um erro, ” ela disse.

    “ E eu disse que não era você quem era o problema, ” Batak revidou. “ Acho que nós dois estávamos certos. ”

    Kylae suspirou antes de se concentrar em Zorian. “ Acho que você não poderia me apresentar à sua mestra para que eu possa discutir isso direto com ela? Não que eu tenha algo contra você, mas você só não tem a experiência necessária e todas as suas informações são meio que de segunda mão… ”

    “ Desculpe, disse Zorian. “ Receio que minha mestra deseje estar sempre oculta. Concordo que ela poderia ajudá-la melhor pessoalmente, mas é assim que as coisas estão no momento. ”

    E era muito improvável que mudassem tão cedo. De acordo com o dogma atual da igreja, as araneas eram classificadas como monstros — servas do Dragão Mundial, para ser mais preciso — e, portanto, não deveria haver interação com elas. Kylae e Batak pareciam bastante liberais para sacerdotes, mas provavelmente não eram. Admitir que ele falava em nome de uma aranha senciente gigante o levaria a ser expulso à força do templo, na melhor das hipóteses.

    “ Se posso perguntar, por que isso deixou vocês tão assustados? ” Zorian perguntou com curiosidade. “ Quero dizer, eu sei por que eu e minha mestra estamos preocupados, mas por que vocês tem um problema com isso? ”

    A sacerdotisa olhou para ele em indagação. “ E por que você estão preocupado, se posso perguntar? ”

    “ Que tal trocarmos experiências? ” ofereceu Zorian, suprimindo um sorriso em favor da expressão mais inocente que pudesse administrar. 

    A sacerdotisa compartilhou um olhar silencioso com Batak, de alguma forma se comunicando sem palavras com seu companheiro sacerdote. Parecia que eles se conheciam muito bem se conseguissem lidar com isso. Talvez fossem amantes? Se Zorian se lembrava corretamente, os sacerdotes eram proibidos de ter relacionamentos entre si e, portanto, tinham que procurar opções românticas fora da hierarquia da igreja, mas não seria a primeira vez que essas regras eram ignoradas. De qualquer forma, depois de alguns segundos, eles pareceram tomar uma decisão e se voltaram mais uma vez para ele.

    “ Compartilharemos nossas preocupações com você, mas somente se você for primeiro,” disse a sacerdotisa. “ E esteja avisado — eu posso dizer quando as pessoas mentem para mim. É uma habilidade sobrenatural e nunca me falhou antes, então, por favor, não perca meu tempo com mentiras e meias-verdades. ”

    Bem. Isso foi meio inconveniente. Zorian não detectou nenhuma tentativa de invadir sua mente, então qualquer habilidade que ela tinha provavelmente não era de natureza mental. Ela adivinhava a verdade de suas declarações por instinto? Olhando em sua alma? Ele supôs que ela poderia blefando, mas de alguma forma duvidava disso.

    No final, decidiu correr um risco. Ele disparou algumas adivinhações para garantir que não estavam sendo espiados e que não houvesse ratos cefálicos por perto e começou a falar quando recebeu respostas negativas.

    “ Vamos ver se esse será um preço suficiente para sua ajuda, então, ” Zorian suspirou. “ A razão pela qual estamos preocupados é que existe um grupo bem financiado e bem organizado de terroristas que planeja tirar proveito do festival de verão para causar problemas. Algumas partes de seu plano — como o uso de feitiços de artilharia e trolls de guerra contrabandeados pelas masmorras — são bem conhecidas. Mas há um componente mais exótico em seus planos — que causa estragos com previsões futuras por sua própria natureza. ”

    Houve um breve momento de silêncio enquanto os dois sacerdotes o olhavam incrédulos.

    “ Isso… não é o que eu esperava ouvir,” disse a sacerdotisa. “ Deuses e deusas, isso está muito acima do meu salário. Eu… acho que não quero saber mais, para ser sincera. Não quero me envolver em tais coisas. ”

    “ Provavelmente é o melhor, ” Zorian concordou.

    “ Se essa é mesmo a verdadeira causa da irregularidade, minhas próprias razões para entrar em pânico são muito equivocadas, ” a sacerdotisa refletiu.

    “ Eu ainda gostaria de ouvir sobre isso, se não for um problema,” disse Zorian.

    “ É sobre os anjos, ” Batak comentou. “ Desde que os deuses ficaram em silêncio, os anjos meio que tomaram seu lugar. Eles não podem conceder poderes mágicos ao sacerdócio ou fazer milagres da maneira que os deuses podiam, mas podem ser convocados para fornecer conselhos ou ajudar com suas consideráveis habilidades pessoais. ”

    “ E o que eles disseram sobre a anomalia que deixou vocês tão assustados? ” Zorian perguntou com curiosidade.

    1. sim, é uma fêmea

    Nota