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    Terror.

    Terror puro.

    Em toda a sua vida, Nick nunca tinha sentido tanto medo antes!

    Algo dentro dele dizia que não havia como sobreviver.

    Algo dizia que ele jamais poderia resistir ao poder daquela criança.

    Só a morte o esperava.

    Todo o quarto parecia se distorcer.

    Parecia girar e contorcer-se até restar apenas um corredor retorcido, com Nick e a criança em extremidades opostas.

    Então, Nick sentiu como se a escuridão naquele corredor estivesse sugando a luz de dentro dele.

    Sentiu como se o núcleo de sua existência estivesse sendo puxado em direção à criança faminta.

    Ele estava desaparecendo!

    Estava sumindo!

    Estava morrendo!

    Crack.

    A mão direita de Nick ganhou um pouco de força, e um momento depois, o som de algo se partindo ecoou pelo corredor.

    WHOOOOOOOOOOOOM!

    Era como se uma explosão gigantesca tivesse surgido de repente no quarto!

    Vermelho!

    O quarto inteiro foi tomado por um vermelho ardente!

    Nick viu a tempestade de vermelho flamejante passar por ele a uma velocidade insana, sentindo como se tivesse caído através de uma montanha feita de fogo.

    E, ainda assim, embora pudesse ver a massa vermelha, não conseguia senti-la.

    Era como se não fosse real.

    Mesmo assim, tinha que ser real.

    Afinal, Nick sentiu o quarto voltar ao normal, e já não sentia como se estivesse sendo consumido pela escuridão.

    A criança faminta continuou olhando para Nick.

    — Seu poder será meu — repetiu a criança.

    — Eu consumirei o poder do Eterno.

    — Eu vou matá-lo.

    — O refúgio que você chama de Cidade Fungo Carmesim deixará de existir.

    — Você será meu!

    Nesse momento, a expressão da criança faminta se transformou em um sorriso insano, e Nick sentiu como se algo tivesse agarrado seu coração.

    A escuridão nos olhos da criança parecia se estender em direção a Nick, e, um momento depois, ele sentiu como se estivesse sendo envolvido pela escuridão.

    — Você é meu! — a voz da criança trovejou.

    E então, Nick sentiu como se algo que ele não podia perder estivesse saindo de sua boca e olhos.

    Um momento depois, viu uma névoa branca suave sair de seu corpo.

    Nick reconheceu aquilo.

    Era Zephyx!

    “Não!” Nick pensou. “Você não vai levar isso!”

    Mas não importava.

    Nick sentia a essência de sua existência sendo arrancada e estendendo-se em direção à criança.

    Ele estava morrendo!

    Naquele momento, a porta do quarto explodiu, e duas pessoas entraram correndo.

    Embora, chamar de pessoas talvez fosse errado.

    Nick viu um homem de cabelos negros e olhos sombrios de um lado e uma jovem de cabelos loiros do outro.

    Riker e Monica.

    — Mestre! — Monica gritou com urgência.

    — Você me decepcionou — disse a criança faminta.

    — Sua existência não é mais necessária.

    Os dois olharam para a criança faminta.

    Se fossem humanos, provavelmente estariam aterrorizados.

    Mas não eram.

    Eles eram Espectros, e Espectros não são capazes de sentir medo.

    Quando alguém está diante de quem quer matá-lo, há apenas três opções.

    Lutar.

    Fugir.

    Rendição.

    Como render-se não funcionava, restavam apenas duas opções para Riker e Monica.

    Monica correu até Nick e parou atrás dele, que não conseguia se mover naquele momento.

    Então, Nick sentiu de repente uma força puxando-o para trás.

    No instante seguinte, ele viu a névoa branca à sua frente parar.

    Ela já não se movia mais em direção à criança faminta.

    Foi quando Nick percebeu que a força de sucção vinha da mão de Monica.

    Era como se a mão dela estivesse consumindo todo o Zephyx ao redor.

    — Não deveria ter nos dito que pretendia nos matar — a voz charmosa, fria e calma de Riker ecoou ao lado de Nick.

    WHOOOM!

    De repente, um vento negro, preenchido com rostos atormentados, saiu da mão de Riker e disparou em direção à criança faminta.

    No entanto, assim que o vento negro alcançou a criança, ele fluiu ao seu redor.

    Era como se a criança faminta fosse uma rocha sólida e massiva no meio de um pequeno rio.

    Obviamente, o vento negro não teve efeito na criança, mas conseguiu algo.

    A escuridão que estava puxando o Zephyx de Nick enfraqueceu, e ele viu a névoa branca fluir de volta para seu corpo.

    — Resistência inútil — disse a criança faminta.

    — Não importa quando eu consigo o que quero.

    — Só importa que eu consiga.

    WHOOOOM!

    De repente, a escuridão dentro da criança explodiu para fora, e o vento negro de Riker foi aniquilado.

    Então, a escuridão avançou.

    Mas parou de repente.

    Isso porque Riker e Monica haviam se escondido atrás de Nick.

    Eles sabiam que o mestre deles já teria matado Nick em circunstâncias normais.

    O fato de ele estar tentando consumir o poder de Nick significava que estava extremamente interessado nesse poder.

    Se Nick morresse, seu poder se dispersaria, tornando impossível para o mestre absorvê-lo.

    Eles apostaram que o mestre não ousaria matar Nick.

    E estavam certos.

    O poder que a criança faminta liberou dessa vez era muito diferente do que usara para absorver o poder de Nick.

    Era algo que poderia matar Nick instantaneamente.

    Nesse momento, Nick sentiu como se uma força imensurável estivesse à sua frente, capaz de destruí-lo tão facilmente quanto esmagar uma formiga.

    Ele não tinha como resistir.

    Por um momento, tudo no quarto ficou em suspenso.

    — Apenas espere — disse a criança calmamente.

    — Logo estarei lá.

    Então, a escuridão começou a se mover lentamente em direção à criança faminta.

    BOOOOOOOOOOOOOOOOOM!

    Nick sentiu como se o tempo tivesse parado.

    O que diabos tinha acabado de acontecer?!

    O que ele acabara de ver?!

    Um momento atrás, a criança faminta ainda estava lá, mas agora…

    Ele estava no meio dos Dregs!

    Ainda assim, ele não havia saído do quarto.

    De fato, metade do quarto ainda estava lá…

    Mas a outra metade tinha desaparecido.

    Assim como tudo em um raio de 20 metros!

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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