Índice de Capítulo

    A porta da Unidade de Contenção se abriu de repente, e o corpo inteiro de Nick se contraiu de susto.

    Nick olhou para a pessoa que havia entrado e viu um homem de meia-idade com cabelos pretos.

    Ele vestia o uniforme de um membro da cidade e, de acordo com seu emblema, era um Perito.

    O homem caminhou calmamente até a mesa e se sentou em uma das cadeiras.

    — Nick Nick, Chefe Extrator Zephyx da Sonho Sombrio — disse o homem com calma. — Está correto?

    — S-Sim — respondeu Nick nervosamente.

    — Marder Sansen, Capitão da guarda da cidade — disse o homem.

    Nick acenou com a cabeça. — O-o-olá — disse, distraído.

    — De onde você conseguiu o sinal? — perguntou o homem imediatamente.

    — Wyntor me deu, depois de recebê-lo de seu pai — disse Nick.

    — Com Wyntor, você quer dizer Wyntor Melfion? — perguntou o homem.

    — C-Correto — disse Nick.

    — Por que ele entregaria o sinal a você?

    — Porque o pai dele mandou — respondeu Nick.

    — Por que Vernon Melfion diria ao filho para entregar o sinal a você? — perguntou o homem.

    — Ele não disse muito a Wyntor — explicou Nick. — Foi bem vago. Ele disse que o uso indevido do sinal é punível com a morte.

    — Também disse que, se eu não tiver certeza se devo usá-lo ou não, eu não devo usar. Disse que eu saberia com certeza que preciso usá-lo quando chegar o momento.

    O homem franziu as sobrancelhas.

    — Por que havia dois Espectros com você? — perguntou.

    — É uma longa história — disse Nick.

    — Tenho o dia todo — respondeu o homem, inclinando-se na cadeira.

    — Certo, bem, um pouco mais de dois anos atrás, contratei uma nova funcionária. O nome dela é Jenny, e…

    Nick começou do início e contou ao capitão sobre os Atacantes Riker.

    O capitão sequer perguntou por que Nick não havia informado os guardas sobre o Espectro.

    Era normal que um Fabricante mantivesse a identidade dos Espectros em segredo.

    Afinal, eles não queriam que outros se beneficiassem de seu trabalho.

    — O relatório diz que os dois Espectros estavam atrás de você e que não havia sinais de agressão — interrompeu o capitão. — Isso não condiz com o que você está me contando.

    — Estou chegando lá — disse Nick, ainda nervoso e com a voz trêmula.

    Nick chegou à parte em que contou a Wyntor sobre a sala escura, e o capitão pareceu ficar muito mais interessado.

    — Não havia como a luz entrar? — perguntou o capitão.

    — Não, e especular já não importa mais — disse Nick. — Eu já estive na sala, e estava escuro.

    O capitão franziu as sobrancelhas.

    — O que você achava que fez Riker decidir correr um risco tão grande? — perguntou.

    — Eu não fazia ideia — respondeu Nick. — Não conseguia imaginar nada pior do que essencialmente morrer. Apenas fui até Wyntor, já que ele sempre sabe o que fazer.

    — Mas nem mesmo ele tinha ideia do que se tratava.

    — Então, ele foi até o pai e perguntou.

    Nick contou ao capitão o que Wyntor tinha dito que seu pai lhe contou.

    A partir desse ponto, o capitão começou a fazer muitas perguntas.

    Vernon disse algo mais?

    Vernon deu alguma pista?

    Por que Vernon não fez isso ou aquilo?

    Nick deu respostas rápidas, que geralmente se resumiam a dizer que ele não sabia.

    Depois de um tempo, o capitão escreveu algo em uma folha de papel, mas Nick não conseguiu ver o que ele havia anotado.

    — Conte-me o que aconteceu hoje mais cedo — disse o homem.

    Nick acenou com a cabeça e começou a contar sobre quando entrou na sala acima da sala de Riker.

    Quando Nick chegou à parte em que entrou na sala de Riker, o capitão olhou profundamente em seus olhos.

    Enquanto Nick relatava o que tinha visto, a imagem da criança faminta surgiu novamente em sua mente.

    O coração de Nick disparou, e sua respiração ficou acelerada.

    Ele sentiu um terror profundo dentro do peito sempre que pensava na criança faminta.

    Parecia que a criança faminta dentro de sua mente se movia por conta própria.

    Era como se a criança faminta tivesse poder sobre a mente de Nick e estivesse tentando matá-lo.

    A escuridão nos olhos da criança se espalhou até nublar todos os sentidos de Nick.

    A escuridão estava em toda parte!

    Ela o consumia!

    BANG!

    Nick quase pulou da cadeira quando uma mão bateu com força na mesa à sua frente.

    — Eu preciso saber o que aconteceu! — exigiu o capitão, olhando profundamente nos olhos de Nick.

    Nick respirou fundo.

    A criança faminta não estava ali.

    Ela não podia machucá-lo agora.

    “Calma, Nick”, ele pensou. “Ela não está aqui. Calma. Quanto mais rápido a cidade souber disso, mais seguro eu estarei.”

    Nick respirou fundo novamente.

    — Eu vi quatro grandes pedras rodeadas por um círculo de sete pedras — disse Nick.

    Naquele momento, o capitão também respirou fundo.

    Nick olhou para ele e percebeu que o capitão começava a suar.

    Naturalmente, o capitão estava se esforçando para parecer calmo, mas Nick podia ver que ele estava longe disso.

    Isso, é claro, fez o medo de Nick retornar.

    — Havia uma grande pedra esférica na frente do círculo de pedras — continuou Nick. — Não havia mais nada na sala, e, quando vi a pedra, senti como se tivesse encontrado algo muito ruim.

    O capitão permaneceu em silêncio.

    — Eu estava pensando em ativar o sinal, mas não tinha certeza se precisava usá-lo ou não, e, como Vernon disse que eu só deveria usá-lo quando tivesse certeza, não usei — continuou Nick.

    — Então, movi minha mão para frente, e a pedra esférica começou a se transformar de repente.

    — Pare! — disse o capitão de repente.

    Nick ficou surpreso e olhou para ele.

    Por que o capitão o interrompeu?

    — Você está dizendo a verdade? — perguntou o homem.

    Nick apenas assentiu sem dizer nada.

    — Você apostaria sua vida nisso?

    Nick piscou algumas vezes.

    — Sim, quero dizer, estou dizendo a verdade. Estou mais preocupado com o motivo pelo qual você está perguntando isso de repente — disse Nick.

    O capitão olhou nos olhos de Nick por alguns segundos.

    — Nossa entrevista termina aqui — disse o capitão de repente.

    As sobrancelhas de Nick se ergueram em surpresa.

    No momento seguinte, o capitão se levantou e caminhou em direção à porta.

    — Alguém mais vai falar com você em breve. Até lá, não diga nada sobre o que viu. Nem mesmo aqui.

    Isso deixou Nick ainda mais nervoso.

    — Por quê? Por que você está indo embora? — perguntou Nick.

    O capitão abriu a porta com uma expressão solene.

    — Não tenho certeza se tenho permissão para saber essas coisas.

    Então, a porta se fechou, e Nick foi deixado sozinho na Unidade de Contenção.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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