Capítulo 257: A Influência do Parasita
Nick e Wyntor conversaram sobre os pesadelos de Nick por algum tempo.
— Eu realmente notei que você parecia diferente do habitual — comentou Wyntor. — Achei que o estresse estava te afetando.
Nick suspirou.
— Eu pensei o mesmo.
— Nick, se você está sendo alvo de um Espectro poderoso, o que impede esse Espectro de simplesmente te matar? — perguntou Wyntor.
— Eu não sei. Aparentemente, ele não ganha poder matando pessoas, mas o processo de obter poder mata quem ele usa — explicou Nick.
— E o que faremos sobre isso? — Nick perguntou.
— O que mais? — respondeu Wyntor, dando de ombros. — Você basicamente já concordou com a troca em nome da Sonho Sombrio. Agora, temos que entregar os cadáveres ao Parasita, ou a Sonho Sombrio estará em sérios apuros.
Nick suspirou.
— Me desculpe, Wyntor.
— Ah, não se preocupe com isso — disse Wyntor, acenando de forma despreocupada. — Eu teria concordado com a troca de qualquer maneira. Você vale muito mais do que 50 cadáveres.
Infelizmente, isso só aliviou marginalmente a culpa de Nick.
— É verdade? — Nick perguntou.
— O quê?
— Que basicamente todos negociam com o Parasita.
Wyntor assentiu. — Sim. Eu não queria que você soubesse, mas praticamente todos os Fabricantes negociam regularmente com o Parasita, e eles entregam muitos cadáveres para ele.
— Muitos Fabricantes estão até mesmo endividados com ele. O número de cadáveres que o Parasita pede é baseado em quantos um Fabricante pode fornecer, o que significa que um Fabricante mais poderoso tem que pagar mais.
— Naturalmente, conseguir tantos cadáveres sem levantar suspeitas é extremamente difícil, e é por isso que o Parasita aceita pagamentos em parcelas.
— Alguns Fabricantes têm que pagar suas dívidas ao longo de meses.
— Claro, o Parasita é inteligente o suficiente para não sobrecarregar todos com dívidas excessivas. Caso contrário, os Fabricantes poderiam se unir para se livrar dele e não precisar pagar mais.
— Quer você goste ou não, a existência do Parasita está profundamente entrelaçada com a fundação da Cidade Fungo Carmesim — explicou Wyntor.
Nick respirou fundo.
Ele não tinha ideia de que o poder do Parasita era tão grande.
Todos conheciam o Parasita.
Até mesmo as pessoas nos Dregs.
Ainda assim, as pessoas comuns e até mesmo os Extratores normais não conheciam a verdadeira extensão do poder do Parasita.
Todos pensavam que a cidade tentava se livrar dele.
Mas não era o caso.
— Então, como conseguimos os cadáveres? — Nick perguntou.
— Vou simplesmente redirecionar os cadáveres do Caixão Gritante para o Parasita — disse Wyntor com calma. — O Caixão Gritante não vai morrer por falta de cadáveres, e também não é forte o suficiente para escapar de sua Unidade de Contenção.
— Ele pode simplesmente andar em círculos dentro da unidade por uns 50 dias.
Nick suspirou novamente.
Ele odiava estar fortalecendo o Parasita apenas para sobreviver.
Parecia tão egoísta.
Parecia tão sujo.
“Eu PRECISO melhorar a vida das pessoas no futuro!” Nick pensou com convicção.
“Já contrai tantos empréstimos morais e éticos que parece difícil quitá-los, mas eu preciso dar tudo de mim!”
— Diga a ele que receberá os cadáveres todos os dias às 10 da manhã — disse Wyntor.
Nick assentiu.
Os dois conversaram um pouco mais antes de Nick sair do escritório de Wyntor para falar com o Parasita.
No primeiro andar do edifício havia uma sala vazia na qual ninguém tinha permissão para entrar.
Quando Nick e Wyntor receberam o edifício após lidarem com a Cycle, perceberam que uma das placas no chão estava solta dentro dessa sala.
Wyntor soube imediatamente que aquele era o local onde Ardum negociava com o Parasita quando ainda era dono da Cycle.
Wyntor decidiu deixar a sala como estava, já que poderiam precisar contatar o Parasita novamente no futuro.
Nick entrou na sala e moveu a placa de metal para o lado.
Depois de mover algumas coisas abaixo da placa, ele conseguiu ver os esgotos abaixo.
— Ei!
De repente, a cabeça de um rato surgiu de um canto antes de olhar ao redor.
— Onde estão meus cadáveres? — perguntou.
— Não temos tantos em estoque agora — disse Nick. — Aceitamos sua oferta. Todos os dias, às 10 da manhã, você receberá um cadáver. Isso continuará pelos próximos 50 dias. Os corpos virão por aqui.
O rato pareceu um pouco decepcionado, mas logo se animou novamente. — Certo, sem problemas.
— Então, e a solução? — Nick perguntou.
O rato piscou algumas vezes. — Achei que você já tivesse percebido a solução.
— Você quer dizer o Sonhador? — perguntou Nick.
— Então percebeu! — disse o rato. — Sim, o Sonhador lida com sonhos, e não gosta quando outros Espectros invadem seu domínio.
— O Espectro que está te perseguindo é muito mais poderoso que o Sonhador, mas nem ele pode enfrentá-lo dentro de um sonho.
— Com esse outro Espectro influenciando sua mente enquanto você dorme, o Sonhador não pode se alimentar, e é por isso que ele vai eliminar a influência estrangeira.
— Trabalhe com o Sonhador uma vez e seu problema será resolvido. E se isso acontecer de novo, basta fazer o mesmo.
Nick soltou um suspiro de alívio.
— Então, eu não vou morrer? — perguntou.
— Eeehhh — murmurou o Parasita. — Isso ainda pode acontecer, mas as chances são bem menores. O Espectro apenas tentará te empurrar em direção à faca de outra forma.
Nick franziu o cenho.
Naturalmente, ele não ficou satisfeito com isso.
No entanto, havia mais uma coisa que queria perguntar ao Parasita.
— O Espectro que está me perseguindo é um servo de um Caído ou de um Adversário? — perguntou.
— Pffft — o rato explodiu em risadas. — Claro que não! Se fosse, eu não estaria aqui, e vocês todos estariam mortos!
— Ele é como eu, um agente livre. Sem alianças com ninguém.
Nick respirou fundo e suspirou.
Ele não sabia se deveria se sentir aliviado ou não.
Ele sinceramente não sabia qual opção preferia.
No entanto, era hora de esperar pelo próximo ataque do servo da Inveja.
Mas antes disso, Nick precisava visitar o Sonhador.
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