Capítulo 395: Nome Engraçado
— E é isso — disse um dos dois guardas que estavam em frente a uma das Unidades de Contenção da Sonho Sombrio.
— Obrigado — disse Nick.
— Só estamos fazendo nosso trabalho — disse o outro guarda. — Você sabe o que fazer com ele?
— Sei — respondeu Nick.
— Então, eu diria para você se divertir, mas nós dois sabemos que esse não vai ser o caso — disse um dos guardas com uma risada antes de os dois caminharem em direção aos Poços de Extrator.
Nick os acompanhou e os escoltou para fora.
As escadas e os Poços de Extrator estavam todos trancados por padrão, e os guardas não podiam sair sem alguém para escoltá-los.
Quando chegaram aos Poços, eles foram para o lado, em direção às escadas.
Os Extratores geralmente não gostavam muito de usar os Poços de Extrator de outros Fabricantes e preferiam usar as escadas.
Nick passou sua mão esquerda sobre o console, e a porta das escadas se abriu.
Comparado ao antigo edifício da Sonho Sombrio, esse novo lance de escadas não tinha um buraco no centro.
Não havia como pular rapidamente para cima ou para baixo.
Quando chegaram ao primeiro andar, Nick abriu a porta novamente com sua identificação.
Ele conduziu os dois para fora do edifício e se despediu antes de voltar para dentro.
Para acessar a escadaria e sair dela, era necessário ter uma identificação.
O principal motivo dessa escolha era a segurança e evitar que pessoas aleatórias chegassem a lugares onde não deveriam estar.
Se alguém, de alguma forma, conseguisse entrar na escadaria, poderia se deslocar entre o primeiro e o sexto andares, mas não conseguiria sair sem a identificação adequada.
Importante notar que havia uma barreira entre o sexto e o sétimo andar.
Essa barreira foi colocada ali porque no sétimo andar ficavam os Espectros com poderes mentais perigosos.
Esses Espectros poderiam ter habilidades capazes de manipular pessoas normais, e essa barreira impedia que qualquer um chegasse ao sétimo andar.
Além disso, também impedia que pessoas que já estivessem sendo influenciadas chegassem até os Espectros.
Nick entrou no Poço de Extrator e foi até o terceiro andar.
No momento, apenas uma das Unidades de Contenção do terceiro andar estava ativa.
Nick respirou fundo e se aproximou da Unidade de Contenção.
A cidade já havia lhe dito tudo sobre esse Espectro, e ele sabia o que precisava fazer.
No entanto, ele não estava nem um pouco ansioso para trabalhar com ele.
Se Nick tivesse que avaliar esse Espectro de zero a dez em diferentes critérios, ele classificaria assim:
Periculosidade: três.
Dinheiro: sete.
Irritação: oito.
Desde que se mantivesse atento, esse Espectro era essencialmente inofensivo.
No entanto, se alguém perdesse a concentração, poderia ter problemas.
Felizmente, como o Espectro estava dentro de uma Unidade de Contenção, ainda havia uma grande chance de o Extrator conseguir escapar caso algo desse errado.
Assumindo que o Extrator estivesse no mesmo nível do Falador.
“Tudo já foi resolvido”, pensou Nick. “Nas próximas oito horas, não deve haver problemas.”
“Preciso me acostumar a trabalhar com ele, já que o Falador será o único meio real de eu avançar no futuro.”
Nick respirou fundo e suspirou.
“Sem dor, sem ganho, eu suponho.”
Nick abriu a porta.
Assim que a porta se abriu, Nick finalmente pôde ver o Falador.
Era um jovem de cabelos loiros e um sorriso brilhante.
Ele vestia uma camisa branca limpa e calças pretas, o que lhe dava uma aparência profissional.
No entanto, seu sorriso radiante e carismático lhe dava a aura de alguém encantador, que poderia se dar bem com qualquer pessoa.
Não era difícil imaginar esse homem andando pelas ruas, rindo e brincando com todos que encontrava, enquanto distribuía elogios.
Em resumo, ele parecia o amigo de todo mundo.
Nick entrou rapidamente e fechou a porta atrás de si.
— Oh, ei! — disse o homem, surpreso. — Você é um rosto novo! Nunca te vi antes!
O homem se aproximou lentamente de Nick.
Enquanto isso, Nick não se moveu e apenas olhou para ele.
— Olá.
— Oi! — disse o homem com uma risada. Então, ele tossiu. — Desculpa, ainda não me apresentei.
No momento seguinte, ele estendeu a mão com um sorriso amigável.
— Oi, meu nome é Jay Jessy Jameson Jonathan Jenkins! Eu sei que é um nome complicado, mas você pode me chamar de Jayjay.
— Sim, olá. Meu nome é Nick Nick — disse Nick enquanto apertava a mão de Jayjay lenta e cuidadosamente.
— Nick Nick? — Jayjay repetiu surpreso antes de cair na gargalhada. — Esse é um nome e tanto. Como você acabou com esse nome?
— Bem — Nick começou a dizer, mas parou.
No momento seguinte, Nick sentiu o aperto de Jayjay se fortalecer enquanto seu corpo começava a tremer levemente. Era quase como se o corpo inteiro de Jayjay estivesse se esforçando com poder.
Seus olhos também encararam intensamente os olhos de Nick.
— Sou órfão e, naquela época, eu realmente não tinha um nome…
Enquanto Nick começava a narrar seu passado, Jayjay relaxou novamente.
Seu aperto afrouxou, seu corpo relaxou, e seus olhos perderam o foco.
— E você ficou com o nome Nick Nick? — Jayjay perguntou com uma risada.
— O que mais eu poderia fazer? — Nick respondeu com um dar de ombros. — Eu já tinha me apresentado assim na frente de todas as pessoas poderosas da cidade. Era seguir em frente ou aceitar o ridículo.
Jayjay apenas riu.
— Imaginar que você se nomeou Nick Nick. Isso é hilário! Você já pensou em mudar seu nome desde então?
— Nem um pouco — disse Nick. — Não é realmente um problema.
— Como assim? Eu imaginaria que a maioria das pessoas teria problemas com um nome desses.
— Bem — disse Nick — para mim, um nome não é tão importante assim. É apenas uma forma de os outros se referirem a você. Eu ainda sou eu, entende? Acho que meu nome não tem tanta influência sobre quem eu sou.
— Essa é uma perspectiva interessante — disse Jayjay. — Por que você acha que outras pessoas dão tanta importância a seus nomes, então?
— Acho que as outras pessoas veem seus nomes como uma representação…
A conversa continuou.
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