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    Carl esperou.

    Nenhuma resposta.

    O único som era a respiração pesada de Irwin, que olhava para Carl com frustração, medo e raiva.

    — Você… deixou ele… escapar — Irwin disse entre arfadas.

    — Cala a boca! — Carl gritou com raiva. — Você tentou assassinar um membro da equipe!

    Irwin respirou com dificuldade por alguns segundos.

    — Tentei — ele disse. — Mas ele merecia. Ele matou Mark.

    — Ele não matou Mark! — Carl retrucou com firmeza.

    Irwin não respondeu por vários segundos.

    — Talvez não — ele disse com uma voz neutra. — Mas isso já não importa mais, importa?

    A respiração de Irwin se estabilizou à medida que seu corpo finalmente recuperava o controle e já não precisava mais dela a cada segundo.

    Carl estreitou os olhos, mas Irwin continuou falando.

    — Ele nos viu — Irwin disse do chão. — Ele acha que você estava envolvido nisso.

    — Ele fugiu, e se não mentiu, ele é um Evasor, e não podemos pegar um Evasor com tanta vantagem.

    Carl rangeu os dentes.

    — Ele vai contar para a cidade — Irwin disse com neutralidade. — Vai nos acusar de tentar matá-lo.

    — Não importa se você queria matá-lo ou protegê-lo. Aos olhos dele, você também queria matá-lo.

    — Nossas vidas acabaram, e a Solace vai nos abandonar.

    Mas então, Irwin enfiou a mão em um de seus bolsos, sob o olhar atento de Carl.

    Por fim, ele retirou a câmera de antes.

    — Mas ainda temos isso — Irwin disse com um pequeno riso enquanto se sentava.

    Irwin balançou a câmera no ar.

    — Enquanto tivermos isso, ele não poderá nos acusar.

    — Em vez disso, ele vai parecer o assassino.

    — Agora estamos no mesmo barco — Irwin disse.

    Carl lançou um olhar agressivo para Irwin.

    Então, ele deu um passo à frente.

    Irwin não se mexeu.

    Ainda estava muito fraco em Zephyx, e sem sua Barreira ou arma, não havia nada que pudesse fazer.

    Carl então agarrou a câmera.

    Depois, se virou.

    WHOOOOOM!

    E a lançou para longe!

    Os olhos de Irwin se arregalaram em puro terror.

    — Você está louco?! — Irwin gritou em pânico. — Você nos condenou!

    Carl se virou lentamente para olhar Irwin.

    Seu rosto carregava uma expressão profunda de decepção.

    — Quem é você? — Carl perguntou.

    Irwin olhou para Carl com choque e confusão.

    — Você é mesmo o Irwin? — Carl perguntou. — O Irwin que eu conheço é realmente um psicopata assim? Meu amigo Irwin é tão fraco que precisa matar um homem inocente para lidar com uma tragédia?

    — Se Mark visse o que você fez, o que acha que ele diria? O que Mark pensaria de você?

    Irwin rangeu os dentes, e seu corpo inteiro tremeu.

    Muitas coisas passaram por sua mente.

    Os últimos gritos de Mark.

    As explosões ensurdecedoras que Nick criou.

    Nick olhando para Carl com suas armas sacadas.

    A câmera na mão de Irwin.

    O momento em que atirou em Nick.

    O momento em que Carl o atacou.

    O momento em que Carl jogou a câmera para longe.

    Porém, acima de tudo, o que dominava sua mente era Mark.

    O rosto de Mark surgiu em sua cabeça.

    Irwin se virou para longe de Carl e enfiou o rosto nas mãos.

    Seu corpo tremia enquanto ele pressionava as mãos violentamente contra o rosto.

    Carl apenas observou com severidade.

    — Merda, cara — Irwin disse com a voz trêmula, inclinando-se para trás.

    Lágrimas apareceram em seus olhos, e ele olhou para o sol.

    — Eu não faço a menor ideia — Irwin disse em derrota. — Eu perdi o controle. Me desculpa, tá?

    Carl apenas olhou para Irwin com uma expressão neutra.

    Ele não podia evitar sentir pena de seu amigo, mas, por outro lado, tudo aquilo havia sido culpa dele.

    — Me desculpa por te envolver nisso — Irwin disse. — Eu só estava tão puto com ele. Vi uma oportunidade para descontar minha raiva e agarrei. Não pensei, tá?

    — Eu ferrei tudo. Ferrei tudo de um jeito absurdo.

    Irwin abaixou a cabeça nas mãos novamente.

    — Me desculpa.

    — Eu é que deveria ser morto por traição, não você.

    Carl respirou fundo.

    Então, tirou algo do bolso.

    Era um pequeno pedaço de papel e uma caneta.

    Ele entregou os dois para Irwin.

    — Se quiser consertar as coisas, escreva sua confissão — Carl disse.

    Irwin olhou para a caneta e o papel com olhos vazios.

    Então, soltou uma risada baixa.

    — Acho que é o mínimo que posso fazer.

    No momento seguinte, Irwin se levantou lentamente e caminhou até uma das rochas.

    Nos minutos seguintes, escreveu sua confissão.

    Por fim, entregou a confissão e a caneta de volta para Carl.

    Carl pegou os dois objetos e cuidadosamente enrolou a confissão ao redor da caneta.

    Whoosh!

    E então, ele também jogou aquilo para longe, mas não tão longe quanto a câmera.

    Irwin olhou com confusão para a confissão distante.

    — O quê? — Irwin perguntou.

    — Pegue — Carl disse.

    — O quê? — Irwin perguntou de novo.

    — Não você — Carl disse. — Nick.

    — O quê? — Irwin perguntou em choque novamente.

    — Se tem algo que aprendi na minha conversa com Nick antes, é que ele não é um idiota — Carl disse. — E que ele é extremamente bom em se esconder.

    — Você acha que ele teria fugido direto para a cidade depois de tudo isso?

    Irwin apenas olhou para Carl, confuso.

    — Ele sabe que você tirou uma foto. Ele sabe que, enquanto você ainda tiver essa foto, ele estará em sérios apuros. Fugir para a cidade apenas adiaria a morte que ele assumiu que estávamos planejando para ele.

    — Há apenas uma maneira de sair dessa situação.

    — Matar você — uma voz completou a frase ao lado.

    Carl e Irwin se viraram e viram Nick parado entre duas rochas.

    Silêncio.

    Nick ergueu uma câmera.

    Naturalmente, era a câmera que Carl havia jogado para longe.

    Carl respirou fundo e suspirou de alívio.

    Ele acreditava que Nick ainda estava por ali, mas, é claro, não poderia ter certeza até que Nick aparecesse.

    Antes, ele achava que Nick era um idiota, e isso havia levado a uma virada terrível nos acontecimentos.

    E, em vez de repetir seu erro, Carl escolheu um caminho diferente desta vez.

    Se não tivesse feito isso, eles teriam entrado em combate com Nick dentro de poucos minutos, e a situação não poderia mais ser salva.

    Na verdade, Irwin já havia acreditado que a situação estava perdida.

    Mas Carl acreditava que ainda havia uma chance e apostou tudo nisso.

    E ele apostou certo.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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