Índice de Capítulo

    — O que foi isso? — Nick não pôde evitar perguntar.

    — Essa foi a Serpente Ocular, um Caído — Vernon respondeu após um suspiro.

    Nick respirou fundo. — Um Caído?

    Esse era um Espectro de nível sete!

    O último Espectro de nível sete que Nick havia visto foi o avatar da Inveja.

    Esse era um Espectro capaz de destruir a Cidade Fungo Carmesim sozinho.

    — Então, como esse Pacto de Morte funciona agora? — Nick perguntou.

    — Basta tentar pensar em não ir até a Anatomy ou se recusar a nos ajudar — Vernon disse enquanto começava a guardar os objetos novamente.

    Nick fez exatamente isso e, um momento depois, sentiu como se alguma força começasse a apertar lentamente seu coração.

    O rosto de Nick empalideceu imediatamente, e ele parou de pensar em quebrar o contrato.

    Aos poucos, a força que o apertava diminuiu.

    Era quase como uma cobra afrouxando seu aperto.

    — Isso será sua morte se pensar em me trair — Vernon disse. — Naturalmente, o mesmo vale para mim.

    Nick assentiu e observou Vernon guardar as coisas.

    A primeira coisa que Nick notou foi que os cristais de Zephyx haviam desaparecido, mas isso não o surpreendeu.

    Os sete quilos de Zephyx provavelmente haviam sido usados para invocar a Serpente Ocular e oficializar o contrato.

    “Ganhar poder oficializando contratos não parece razoável para um Espectro”, Nick pensou. “Isso soa mais neutro, como um benefício líquido para a humanidade, e nunca ouvi falar de nenhum Espectro assim.”

    “Muito provavelmente, ele ganha poder ao fazer promessas distorcidas ou algo do tipo.”

    Nick olhou para a folha de metal ornamentada que Vernon estava guardando.

    “Mas provavelmente ele está sendo suprimido pela Égide, que o transformou em um executor ou oficializador de contratos.”

    “E, em vez de ganhar poder da maneira normal, ele simplesmente pega alguns milhões de créditos em Zephyx.”

    “Faz sentido.”

    Vernon terminou de guardar os objetos e caminhou para o lado do escritório.

    Ele pegou a maleta aberta e a colocou sobre a mesa.

    — Entre — ele disse. — Eu não tenho acesso ao Elixir. Precisamos buscá-lo.

    Nick franziu as sobrancelhas. — Você não tem acesso a ele? Isso não é algo que deveria ter garantido antes de assinarmos o Pacto de Morte? — ele perguntou, irritado.

    — Isso não é problema seu — Vernon disse. — Eu sou quem vai morrer se não te entregar o Elixir.

    Nick olhou para Vernon por um momento antes de se transformar em névoa e entrar na maleta.

    Vernon fechou a maleta e saiu de seu escritório com ela.

    Ele passou por algumas portas e bateu em uma delas.

    — O quê?! — veio um grito irritado de dentro.

    Vernon simplesmente abriu a porta e entrou.

    Agora ele estava dentro de outro escritório, mas este era um pouco maior e mais organizado.

    Ao lado da grande mesa no final da sala estava uma bela mulher loira, que lançou um olhar furioso para Vernon.

    No entanto, ao ver quem realmente era, ela se acalmou um pouco e voltou a olhar para um monte de papéis sobre sua mesa.

    Essa era Aria Light, e ela parecia bastante agitada.

    — O que foi? — Aria perguntou, sem levantar os olhos da mesa.

    Vernon se aproximou em silêncio.

    BANG!

    E bateu o contrato recém-assinado sobre a mesa.

    Aria ergueu uma sobrancelha diante da ação inesperadamente rude e leu o contrato em um segundo.

    Seus olhos se arregalaram em um misto de choque e fúria.

    — Você também enlouqueceu?! — ela gritou.

    Vernon apenas a olhou com neutralidade. — Essa é nossa melhor chance — ele disse.

    — Como pode considerar isso uma chance? — Aria perguntou, exasperada. — Esse cara é um Veterano!

    — Logo será um Perito — Vernon disse.

    Aria estreitou os olhos e lançou um olhar mortal para Vernon, como se ele tivesse acabado de matar seus filhos.

    Vernon apenas a encarou por alguns segundos antes de suspirar, derrotado.

    — Não posso te dizer o motivo, mas tenho confiança nele — disse com um tom resignado.

    O rosto de Aria se contorceu em uma mistura de nojo e ceticismo. — Você não vive falando que ele matou seu filho? De onde veio essa mudança repentina?

    — Isso não mudou — Vernon respondeu. — Ainda acho que foi ele.

    — No entanto, seja verdade ou não, isso não importa agora. Kugelblitz e nossa sobrevivência são tudo o que importa neste momento, e eu não consigo pensar em outra forma de lidar com a Anatomy.

    Aria olhou para Vernon por um instante antes de voltar a focar no contrato.

    Dez segundos depois, ela gemeu e bagunçou o próprio cabelo em frustração.

    — Estamos realmente raspando o fundo do barril aqui — disse, antes de devolver o contrato para Vernon.

    — Então, você vai me dar o Elixir? — ele perguntou.

    — Eu deveria simplesmente deixar você morrer assim? — Aria respondeu com um suspiro. — Você pr ovavelmente você assinou esse Pacto de Morte de propósito antes de me perguntar, para me forçar a te dar.

    Vernon não confirmou nem negou.

    Aria suspirou novamente. — Me dê um segundo.

    Ela caminhou até o fundo de seu escritório e abriu um cofre secreto.

    Aria retirou algo e colocou sobre a mesa.

    Era um frasco azul-oceano feito de cristais.

    — Aqui está — ela disse.

    Vernon assentiu, mas em vez de se aproximar da mesa novamente, apenas ergueu sua maleta.

    Aria ergueu uma sobrancelha.

    Vernon abriu a maleta, e uma nuvem de névoa saiu dela, rapidamente se transformando em Nick.

    Quando Aria viu Nick, suas sobrancelhas se ergueram de surpresa.

    Ela não o havia sentido nem um pouco!

    Ela, uma Herói Básica, não havia percebido a presença de um mero Veterano no Pináculo.

    — Oi — Nick disse com neutralidade, acenando para Aria.

    Aria fechou os olhos e respirou fundo.

    Ela se sentiu um pouco envergonhada por sua conduta anterior.

    Normalmente, era muito mais composta e só havia agido assim porque sabia que Vernon era a única pessoa ali.

    No entanto, quanto mais pensava nisso, mais calma ficava.

    O fato de que Nick conseguiu se esconder dela era chocante.

    Se ele podia se esconder dela, deveria ser capaz de fazer o mesmo com outros Heróis.

    Talvez houvesse, de fato, uma pequena chance de sucesso?

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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