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    — Ei, Parasita — chamou Nick, meio gritando. — Estou aqui para nossa troca.

    Silêncio.

    Nada.

    Nenhuma resposta.

    Nick olhou para Wyntor com a testa franzida.

    Splash!

    Finalmente, um som de água foi ouvido abaixo deles, e os dois viram a cabeça de um rato emergir da água.

    — Isso melhor valer a pena — disse o rato. — Gasto muita energia para fazer um corpo atravessar o domínio do Eterno.

    Embora os Espectros não fossem alvos do Pesadelo, seus servos eram.

    No entanto, alguém tão poderoso como o Parasita tinha seus métodos para fazer seu servo atravessar um corredor de trevas.

    — Eu trouxe os nove cadáveres — disse Nick.

    O rato pareceu bastante surpreso ao ouvir isso.

    — Você trouxe? — perguntou, surpreso.

    Nick assentiu.

    — Sim, mas quero a localização de um Espectro útil que eu consiga enfrentar.

    — Claro, claro! — respondeu o rato rapidamente. — Eu já sei exatamente qual indicar, e tenho absoluta certeza de que você vai gostar.

    Nick franziu a testa e olhou para Wyntor.

    Wyntor assentiu.

    — Ótimo — disse Nick. — Então, é só jogarmos os corpos aqui?

    — Hmmm, tem como mandar para outro lugar? — perguntou o rato. — Trazer tantos dos meus servos até aqui custa muita energia.

    — Não, não tem como — respondeu Wyntor, de lado. — Você sabe melhor do que ninguém que ninguém pode te ajudar. Consigo justificar trazer os corpos para cá porque somos um Fabricante Zephyx, e muitos Espectros precisam de cadáveres, mas não posso justificar levá-los a outro lugar.

    — Não vou arriscar meu negócio desnecessariamente.

    O rato não parecia nem um pouco satisfeito.

    — Se eu trouxer servos suficientes para consumir os corpos, vou gastar mais de 30% dos recursos que conseguiria deles. Isso significa que só vou aproveitar o equivalente a seis corpos em vez de nove. Preciso de mais quatro ou cinco cadáveres para que essa troca seja justa — reclamou o rato.

    — Como você transporta os corpos não é problema nosso — disse Wyntor. — Quando fez a oferta ao meu funcionário, disse que ele só precisava jogar os corpos nos esgotos. Não especificou onde nem quando.

    — Baseando-se na sua oferta, podemos jogar todos de uma vez, sem aviso, em um buraco de pura escuridão, contanto que esteja dentro do domínio dos esgotos.

    — Francamente, seus problemas logísticos não são relevantes para esta negociação — concluiu Wyntor.

    O rato realmente não gostava do que ouvia.

    — Vai perder a chance de conseguir um Espectro só porque não quer arranjar mais quatro cadáveres? — perguntou o rato.

    — E você? — retrucou Wyntor. — É quem está voltando atrás na palavra.

    — Eu não estou voltando atrás! — gritou o Parasita, furioso. — Vocês estão me dando efetivamente seis corpos em vez de nove! Isso é um golpe!

    — Não, não estamos — respondeu Wyntor, calmo, mas firme. — Somos os fornecedores dos corpos e estamos vendendo no atacado. Há uma razão para os comerciantes pedirem geralmente 30% a mais. Se você vender os corpos aos seus clientes, vai obter o valor de nove deles.

    — Do que você está falando?! — gritou o rato. — Eu não sou um maldito comerciante!

    — E daí? — respondeu Wyntor. — Nós somos os produtores dos corpos. Se você não quer vendê-los por mais, isso não é problema nosso. O acordo permanece. Agora, quer os corpos ou não?

    O rato parecia prestes a explodir de raiva.

    — Certo! — gritou. — Mas vou lembrar disso no futuro.

    — Você é livre para fazer uma nova oferta depois de cumprir esta — respondeu Wyntor, calmamente. — Você pode ser nossa melhor opção para obter informações sobre Espectros agora, mas, se sua oferta for muito desvantajosa, perderá essa posição.

    — Em algum momento, criar uma equipe de Investigadores ou comprar Espectros de outros Fabricantes pode ser mais econômico do que aceitar suas propostas.

    — No fim, a escolha é sua — disse Wyntor, de forma equilibrada.

    O rato apenas encarou Wyntor em silêncio por vários segundos.

    — Tal pai, tal filho — resmungou o rato. — Certo!

    — Me dê alguns minutos.

    — Claro — respondeu Wyntor, antes de desviar o olhar do buraco escuro.

    Enquanto esperavam, Nick viu Wyntor se afastar do buraco e suspirar aliviado.

    Nick ficou surpreso ao ver isso.

    Até então, Wyntor parecia extremamente confiante e no controle, mas, assim que saiu da percepção do Parasita, perdeu toda aquela confiança.

    — Prepare os corpos — disse Wyntor, fazendo um gesto casual para Nick trazer o carro.

    — Claro — respondeu Nick, puxando o carro.

    Alguns minutos de silêncio se passaram.

    — Estou pronto.

    Nick e Wyntor olharam novamente para o buraco.

    Mesmo estando preparados, um calafrio percorreu suas costas ao verem as cabeças de mais de cem ratos emergindo da água.

    — Certo — disse Nick. — Querem um por vez ou todos de uma vez?

    — Um por vez — respondeu um dos ratos.

    Nick se levantou, pegou um dos corpos e o jogou no buraco.

    SPLASH!

    Quando o corpo atingiu a água, Nick viu os ratos saltarem sobre ele com fervor.

    Nick não percebeu, mas a raiva do Parasita quase desapareceu naquele momento.

    O Parasita só havia pedido corpos, o que significava que Nick poderia ter jogado o corpo de uma menina desnutrida, o que daria pouca energia ao Parasita.

    No entanto, o cadáver que Nick jogou era de um homem grande e musculoso.

    Era um corpo de alta qualidade para o Parasita.

    E, conforme Nick jogava os outros cadáveres, o Parasita sentiu que estava com sorte.

    Todos eram corpos de alta qualidade!

    O Parasita até precisou trazer mais ratos, porque os corpos eram enormes.

    Eventualmente, todos os ratos, exceto um, desapareceram.

    — E então? — perguntou Wyntor.

    O rato olhou para Wyntor com um sorriso largo.

    — Vou cumprir minha palavra.

    — Vou te contar. Você vai adorar esse!

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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