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    Foi um pouco decepcionante, mas Nick já esperava por isso.

    Se ele pudesse armazenar seu corpo autoconstruído que funcionava com Energia Pura em algum lugar, poderia alternar entre eles.

    Mas não era assim que as coisas funcionavam.

    Como Espectro, o centro da existência de Nick era seu Núcleo de Espectro, feito de Zephyx.

    Se ele realmente quisesse um novo corpo, teria que criar um cérebro, implantar suas ondas cerebrais e destruir seu Núcleo de Espectro.

    Mas isso apenas criaria outro ‘ele’.

    No fim, ele ainda acabaria morrendo.

    “Também não acho que isso se tornará possível quando eu me tornar um Eterno. Minha base é o Zephyx, e isso não vai mudar.”

    “Mesmo que eu conseguisse transferir minha consciência para outro corpo, ainda precisaria do meu Núcleo de Espectro. Meu Núcleo de Espectro é, essencialmente, meu cérebro.”

    “Com meu conhecimento de anatomia, eu poderia teoricamente trocar os cérebros de dois corpos.”

    “Infelizmente, um Núcleo de Espectro não é um cérebro. O novo corpo não teria minha habilidade, e eu não teria acesso às minhas habilidades mais importantes.”

    “Parece que minha transformação de volta em humano vai ter que esperar.”

    “Os alienígenas precisam morrer primeiro.”

    “Depois, terei tempo para me transformar e recomeçar.”

    “Por enquanto, devo focar na minha habilidade primária.”

    “Preciso aumentar o multiplicador do meu poder.”

    Após avançar, Nick viajou até a cidade subterrânea.

    Ao chegar, olhou para uma das Unidades de Contenção.

    Essa Unidade de Contenção abrigava o Caído com todos aqueles tentáculos.

    Junto de Aria, essa era a entidade que mais sabia sobre ele.

    Nick entrou na Unidade de Contenção sem dificuldades.

    Embora não pudesse ler a mente do Espectro, ainda conseguia deletar parte de suas memórias.

    — Você se lembra de quando foi capturado por mim? — Nick perguntou.

    — Capturado? — o Caído respondeu, confuso.

    — Você está dentro de uma Unidade de Contenção — disse Nick. — Não se lembra de como a mulher loira lutou contra você?

    Ao dizer mulher loira, Nick se referia a Aria.

    — Ela usou todo tipo de ataque baseado em luz. Você tentou puxá-la para o oceano, mas ela o atraiu para fora e queimou todo o oceano ao seu redor. Você não pôde mais escapar e ela o conteve — disse Nick.

    — Eu me lembro — respondeu o Caído. — Há algo de que precise?

    O Espectro não entendia por que Nick estava falando sobre aquilo.

    É claro que se lembrava da luta com Aria.

    Naturalmente, Aria não teria sido poderosa o bastante para suprimi-lo naquela época, mas isso não importava.

    Ela era forte o suficiente agora, e Protetores viviam muito tempo.

    — Ela tem a habilidade de disfarçar seu nível — disse Nick. — Por muito tempo, parecia uma Heroína, mas já era uma Protetora.

    — Já suspeitava — respondeu o Caído. — Caso contrário, ela não teria sido capaz de me conter.

    — Não tente escapar — disse Nick. — Não queremos que algo aconteça.

    — Não vou — respondeu o Caído.

    — Você se lembra de mim? — Nick perguntou em voz alta, enquanto criava um corpo humano de verdade. — Nós nos conhecemos recentemente pela primeira vez.

    — Sim. Veio a trabalho? — o Caído perguntou por transmissão de voz, a forma de comunicação usada entre humanos.

    Antes, haviam se comunicado do jeito único com que os Espectros se comunicavam entre si.

    — Não. Tenho outras coisas a fazer — disse Nick antes de sair da Unidade de Contenção.

    O Caído não pensou muito mais sobre o encontro com o humano.

    Nick olhou para seus feixes.

    O feixe que levava ao Caído havia se tornado azul-claro.

    Tão claro que beirava o branco.

    O Espectro apenas conhecia a aparência de um dos disfarces de Nick.

    E só isso.

    Não sabia onde ele estava.

    Não sabia seu nome.

    Não conhecia suas habilidades.

    Nick era apenas um rosto aleatório em uma multidão infinita de humanos irrelevantes.

    Depois de lidar com o Espectro, Nick respirou fundo.

    Então, pediu para Aria arranjar um tempo e encontrá-lo.

    Aria finalizou todos os seus deveres e encontrou Nick em um dos locais mais seguros dentro da Unidade de Contenção.

    — Você se tornou um Adversário? — ela perguntou.

    — Sim — respondeu Nick com um aceno. — Minhas habilidades evoluíram bastante.

    — Há algo que eu deva saber? — ela perguntou.

    — Há, sim — disse Nick.

    Aria percebeu que algo pesava na mente de Nick.

    — Eu confio em você — disse Nick. — Se o peso do mundo não estivesse sobre meus ombros, eu confiaria até minha vida a você.

    — Infelizmente, essa não é a realidade. Confiar em alguém seria trair todos os sacrifícios que forcei outros a fazer.

    Nick respirou fundo.

    Mas antes que pudesse continuar, Aria falou.

    — Eu sei — disse Aria, quase casualmente. — Sacrifiquei minha vida pela humanidade por vontade própria. Eu acredito em você. Eu não gostaria que você confiasse em ninguém, nem mesmo em mim. Você é importante demais.

    — Se minha vida acabar aqui e agora, que assim seja — ela disse.

    — Não — disse Nick. — Você não vai morrer.

    Aria arqueou uma sobrancelha.

    Então por que todo esse discurso?

    — Eu não quero fazer isso, mas pela humanidade, preciso — disse Nick.

    — Minha habilidade primária vem do Nulo — disse Nick.

    Os olhos de Aria se arregalaram.

    Por que Nick contou isso?!

    Ao mesmo tempo, Aria também entendeu por que isso era tão importante.

    Ela tinha alguma noção de como o Nulo funcionava.

    O Nulo desejava ser o mais desconhecido possível, e isso estava, muito provavelmente, ligado ao seu poder.

    Logicamente, isso significava que Nick também tinha um incentivo para ser o mais desconhecido possível.

    — Quando não sou percebido, meu poder aumenta cinco vezes — explicou Nick. — Mas agora que sou um Adversário, esse aumento pode ser ainda maior.

    — E esse aumento é baseado no ser que mais sabe sobre mim, que atualmente é você.

    — Também ganhei a habilidade de apagar memórias.

    — Não importa o que aconteça, pela humanidade, preciso apagar parte de suas memórias hoje.

    — Não vou implantar falsas memórias. Só vou apagar aquelas relacionadas a qualquer uma das minhas habilidades.

    — Sei que é difícil, mas espero que esteja tudo bem para você — disse Nick.

    Nick olhou para Aria, que parecia bastante tranquila.

    — É só isso? — ela perguntou.

    Nick assentiu.

    Então, Aria começou a rir um pouco.

    — Desculpe, é que…

    — Achei que seria algo muito mais sério, já que você estava tão tenso… Digo, mais do que o normal.

    — Pensar que você estava preocupado com algo assim.

    — Nick, eu dediquei minha vida inteira à humanidade. Se apagar algumas memórias sem importância puder ajudar a humanidade, eu faria isso voluntariamente.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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