Índice de Capítulo

    — Como todas essas pessoas conseguem sobreviver na escuridão? — perguntou o Braço Direito.

    — Eu vou mostrar — disse Nick enquanto se movia pelo túnel estreito ao redor da carcaça da cidade subterrânea.

    Algum tempo depois, Nick criou outra entrada, e todos passaram por ela.

    — Um Demônio? — perguntou o Inferno, olhando para o Demônio da Escuridão.

    — Sigam-me — disse Nick, aproximando-se do Demônio da Escuridão.

    Ele entrou no corpo do Demônio da Escuridão, e os dois Escudos o seguiram.

    No momento seguinte, encontraram-se em um espaço escuro, com quase nenhuma gravidade.

    Ainda conseguiam sentir Nick, e o seguiram.

    Depois de um tempo, viram uma planície infinita de Zephyx.

    Ao ver aquilo, até mesmo o Braço Direito perdeu a compostura.

    Devia haver bilhões, se não trilhões, de toneladas de Zephyx!

    E então, notaram o cadáver no centro da planície.

    Ao verem aquele corpo, por algum motivo, ele lhes parecia familiar.

    — Este é o Pesadelo — disse Nick.

    Mais uma vez, os dois ficaram chocados.

    O Pesadelo?!

    Ninguém sabia onde estava o Pesadelo!

    — Quando você adquire a habilidade do Pesadelo, torna-se imune à sua influência — explicou Nick. — É assim que todos conseguem sobreviver na escuridão.

    — Com sua percepção, vocês devem conseguir ver dentro do corpo do Pesadelo.

    Os dois já haviam notado o estranho aparato ao redor do… Sincronizador Zephyx?!

    Alguns segundos de silêncio se passaram.

    — Nunca falem sobre isso — disse Nick. — Isso é apenas uma pequena parte do poder que destruiu os Antigos.

    — O verdadeiro inimigo — continuou Nick. — O Sol é parte do poder do verdadeiro inimigo, mas não é o inimigo em si.

    — É provável que os Iluminados tenham conseguido destruir o Sol — disse Nick. — Mas não conseguiram resistir ao verdadeiro inimigo.

    — Não fiquem aqui por muito tempo — disse Nick, indicando para que saíssem do domínio do Pesadelo.

    Sem dizer nada, os dois o seguiram.

    Após saírem do Demônio da Escuridão, voltaram para o túnel estreito.

    — Entendem agora? — perguntou Nick.

    Os dois permaneceram em silêncio.

    — Por que não nos contou antes? — perguntou o Inferno.

    — Porque — respondeu o Braço Direito, com a testa franzida — isso alarmaria o verdadeiro inimigo.

    — Ele precisa de um disfarce — acrescentou. — A Égide é esse disfarce. Além disso, acredito que…

    O Braço Direito hesitou.

    — O Campeão? — perguntou Nick.

    O Braço Direito assentiu, e o Inferno olhou para o chão.

    — O que vocês pensam é verdade — respondeu Nick. — Contudo, ele não sabe.

    — Ele realmente acredita que o Sol ajuda a humanidade.

    Silêncio.

    Isso era… trágico.

    O Campeão acreditava estar ajudando a humanidade, mas na verdade trabalhava para o verdadeiro inimigo.

    — Eu consigo ver o verdadeiro inimigo — disse Nick. — Sou o único capaz de levar a luta até ele.

    — É por isso que a Braço Esquerdo e o Técnico acreditaram em mim.

    — Se eu morrer, a última chance de liberdade da humanidade morre comigo.

    — Por isso, não posso morrer.

    — Como Espectro, eu não envelheço.

    — Serei honesto com vocês.

    — A humanidade não conseguirá se libertar nesta era.

    — Já estamos nos estágios finais da produção, e a verdadeira resistência da humanidade não tem tempo suficiente.

    — Esta era chegará ao fim.

    — Todos os Extratores morrerão.

    — Mas quando a nova era começar, teremos milhares de anos para nos preparar.

    — Nossa geração deve sofrer para que as futuras possam viver na escuridão ou na luz sem medo.

    — Os humanos vivos hoje não representam a humanidade.

    — A humanidade representa nosso espírito. Representa felicidade, liberdade e esperança.

    — Devemos viver sem esperança para que o futuro possa tê-la.

    — Porque, se escolhermos não viver sem esperança, ninguém jamais terá esperança de novo.

    Os dois escutaram Nick.

    Eles entenderam o que Nick queria dizer.

    Afinal, estavam dispostos a se sacrificar pela humanidade.

    Já haviam abandonado todas as suas esperanças, sonhos e felicidades.

    Tudo pelas futuras gerações.

    — Você é mesmo um Espectro? — perguntou o Inferno. — Parece mais… humano.

    — Eu sou um Espectro — respondeu Nick. — Essa é a verdade.

    — Então por que está nos ajudando?

    — Se a humanidade não tiver futuro, eu também não tenho — mentiu Nick.

    Ele não podia ser completamente honesto com eles.

    — Eu sou um câncer — disse Nick. — A humanidade é meu hospedeiro.

    — Se a humanidade morrer, eu morrerei com ela.

    Silêncio.

    Depois de um tempo, o Inferno começou a rir.

    — Um câncer lutando pela sobrevivência de seu hospedeiro. Isso é irônico! — gritou.

    — Você deve ser o câncer mais inteligente que já existiu!

    Nick não respondeu por um tempo.

    — O que mostrei a vocês é a verdade.

    — No entanto, terei que alterar algumas de suas memórias depois. Vocês se lembrarão da conversa e do que viram, mas não das minhas habilidades.

    — Pode fazer isso à vontade! — gritou o Inferno. — Hoje, vi como é a verdadeira esperança, e mesmo que nunca a experimente eu mesmo, fico feliz em saber que outros irão!

    O Braço Direito sorriu calorosamente e apenas assentiu.

    Nick assentiu.

    — Não farei isso aqui. Nunca falem do que viram. Nem mesmo entre vocês.

    — Sim, sim — disse o Inferno de forma casual. — Já conhecemos toda essa coisa de informação.

    — Ótimo — disse Nick.

    Então, Nick os guiou para fora da cidade.

    Viajaram por muitos quilômetros no subsolo até chegarem à Unidade de Contenção que Nick havia construído para os dois.

    — A partir de agora, serei muito diferente. O véu deve persistir — disse Nick.

    Os dois assentiram.

    Nick abriu a Unidade de Contenção, e os dois foram recebidos pela luz.

    Ao mesmo tempo, a expressão do Braço Direito ficou dolorida, e o Inferno rangeu os dentes.

    Agiram como se estivessem sob imensa tortura.

    Os três entraram, e Nick fechou a Unidade de Contenção atrás deles.

    Seu sorriso amigável já estava no rosto novamente.

    — Viram? Eu disse que não seria tão ruim — disse.

    Os dois não responderam.

    — Agora, vamos conversar sobre alguns assuntos recentes.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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