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    — Claro que não — disse a Inventora com uma risada. — Mesmo sem uma Barreira, um Demônio não teria poder suficiente para influenciar a mente de um Escudo.

    O Campeão olhou para o chão de carne viva.

    O Braço Direito sorriu suavemente. — Obrigado pela resposta — disse ele.

    A Inventora apenas ergueu uma sobrancelha com ceticismo.

    No instante seguinte, o Braço Direito olhou para o Inferno e assentiu.

    Um sorriso presunçoso surgiu no rosto do Inferno, e ele retribuiu o gesto.

    BOOOOOM!

    O Inferno explodiu para frente de repente, com chamas reunindo-se ao seu redor.

    O Campeão foi arrancado de seus pensamentos, mas um instante de distração era tudo o que o Inferno precisava.

    A Inventora ativou sua Barreira imediatamente, mas logo percebeu algo horrível.

    A Boca havia destruído suas Barreiras!

    Eles não tinham nenhum meio de defesa!

    Só podiam atacar.

    Enquanto isso, o antigo Braço Direito começou a brilhar com uma luz suave, e o fogo do Inferno se intensificou ainda mais.

    Ele avançou com sua lança.

    BOOOOM!

    Os olhos de todos se arregalaram quando a lança do Inferno atravessou o corpo da Inventora.

    BANG!

    Em seguida, a Inventora explodiu em uma bola de fogo.

    Imediatamente, todos recuaram.

    O Campeão estreitou os olhos e puxou sua espada.

    Uma explosão de luz ocorreu, e o Inferno foi arremessado para trás.

    — O que isso significa?! — gritou o Campeão, furioso.

    O Inferno sorriu com arrogância, enquanto o antigo Braço Direito mantinha um sorriso pacífico.

    — Julian Winter é nosso mestre — disse o antigo Braço Direito. — Ele precisa de mais poder. Se quisermos salvar a humanidade, precisamos tornar Julian mais forte.

    — Julian é o salvador da humanidade.

    O Campeão rangeu os dentes.

    Antes, os dois haviam falado como se estivessem seguindo o Trapaceiro por vontade própria, mas agora soavam como pessoas que haviam sido forçadamente doutrinadas!

    Tudo aquilo tinha sido apenas encenação?

    Esse era o plano do Trapaceiro?

    O Campeão segurou firme sua espada.

    As respostas não importavam.

    Os dois haviam matado a Inventora, o que os tornava inimigos da Égide.

    Ele não tinha escolha.

    Os olhos do Campeão se tornaram brancos, e um domínio irresistível de luz se expandiu ao seu redor.

    O Inferno e o antigo Braço Direito apenas olharam para o domínio.

    Nem sequer tentaram escapar.

    — Isso soa familiar? — perguntou o Inferno.

    No momento seguinte, ele foi consumido pela luz do Campeão.

    O antigo Braço Direito soltou uma risada tranquila ao também ser envolvido.

    No instante seguinte, a luz desapareceu.

    O antigo Braço Direito e o Inferno haviam sumido.

    As paredes e o chão de carne viva em um raio de 200 metros também haviam desaparecido completamente, deixando um espaço aberto.

    Essa era a nova habilidade do Campeão.

    Domínio da Luz.

    Não era algo que um ser humano pudesse suportar.

    Silêncio.

    O Campeão respirou fundo.

    Isso soa familiar?

    Sim, soava familiar.

    Antes de morrer, o Técnico havia dito palavras parecidas.

    Um Demônio pode manipular a mente de um Escudo?

    Não.

    Mas então, e o Técnico?

    O Trapaceiro devia ter controlado a mente do Técnico por um longo tempo.

    O Técnico e a antiga Braço Esquerdo o ajudavam constantemente.

    Eram aliados próximos há muito tempo.

    Julian controlava a mente dos dois?

    Impossível.

    Mas então… por quê?

    Por que o ajudavam tanto?

    Por que o Técnico sacrificou a própria vida para permitir que o Trapaceiro escapasse?

    Naturalmente, o Inferno e a antiga Braço Direito sabiam que jamais poderiam matar o Campeão.

    Mesmo assim, queriam ajudar Nick, e a melhor maneira era causar o máximo de sofrimento possível.

    Por isso semearam dúvidas nas mentes de todos antes de matarem a Inventora.

    Tristeza, luto e ódio entrariam nos corações dos Escudos, e Nick se beneficiaria disso.

    — Me desculpem — disse o Campeão. — Fui distraído, e isso nos custou uma amiga.

    Os outros Escudos estavam em diferentes estágios de choque, raiva e aceitação.

    Um deles havia morrido, mas todos já esperavam que algo assim pudesse acontecer.

    — Eram dois contra seis — disse o novo Braço Direito. — Não carregue sozinho a responsabilidade por cada erro. Nós também não reagimos a tempo.

    Os outros Escudos assentiram em concordância.

    O ataque surpresa havia pego todos desprevenidos.

    O Campeão não era o único que se culpava.

    — No fim, também eram apenas marionetes — disse um dos Escudos. — Não podemos acreditar em nada que o Trapaceiro ou seus servos dizem. Existe uma razão para termos dado esse nome a ele.

    — Não deixe sua confiança ser abalada — acrescentou o Escudo, olhando para o Campeão. — A especialidade do Trapaceiro é enganar e fazer os outros de tolos.

    — Seja firme, e não pense nas palavras do Trapaceiro. Ele, provavelmente, disse tudo isso apenas para fazê-lo duvidar de si mesmo e hesitar quando finalmente tiver poder para matá-lo.

    O Campeão não respondeu.

    Para ser sincero, sua confiança estava abalada.

    A lógica dizia que aquilo tudo era apenas uma estratégia elaborada do Trapaceiro para causar mais sofrimento e se fortalecer com isso.

    E ainda assim, suas emoções diziam que havia algo errado.

    O Campeão fechou os olhos e respirou fundo várias vezes.

    — Vamos continuar com o plano — disse ele ao reabrir os olhos.

    Não podia pensar naquilo agora.

    Essa era uma das missões mais críticas que a Égide já realizara.

    Os outros assentiram e prepararam suas armas.

    — Estamos juntos nisso — disse o Campeão. — Pela humanidade, devemos permanecer firmes.

    Todos assentiram novamente.

    — Confio em vocês, e sei que todos cumprirão seu papel perfeitamente. O plano precisa ser ajustado por causa da morte da Inventora.

    — Mirana — disse o Campeão, olhando para uma mulher alta que carregava dois escudos. — Você terá que assumir a função da Inventora.

    — Sem problemas — confirmou Mirana com um aceno.

    No instante seguinte, o Campeão fechou os olhos novamente.

    Moveu a mão até o peito nu.

    Então, enterrou a mão no próprio peito.

    Rasgou a pele e a carne.

    Sua mão perfurou o estômago, e ele puxou algo de dentro.

    Era uma Bolsa Espacial.

    A Boca tirava tudo dos participantes, exceto suas armas.

    Por isso, o Campeão havia escondido a Bolsa Espacial dentro do estômago.

    Seu corpo se regenerou, e ele lançou a bolsa para Mirana.

    — Todos sabem o que precisam fazer? — ele perguntou.

    Todos assentiram.

    — Então, vamos começar.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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