Capítulo 924: Soa Familiar?
— Claro que não — disse a Inventora com uma risada. — Mesmo sem uma Barreira, um Demônio não teria poder suficiente para influenciar a mente de um Escudo.
O Campeão olhou para o chão de carne viva.
O Braço Direito sorriu suavemente. — Obrigado pela resposta — disse ele.
A Inventora apenas ergueu uma sobrancelha com ceticismo.
No instante seguinte, o Braço Direito olhou para o Inferno e assentiu.
Um sorriso presunçoso surgiu no rosto do Inferno, e ele retribuiu o gesto.
BOOOOOM!
O Inferno explodiu para frente de repente, com chamas reunindo-se ao seu redor.
O Campeão foi arrancado de seus pensamentos, mas um instante de distração era tudo o que o Inferno precisava.
A Inventora ativou sua Barreira imediatamente, mas logo percebeu algo horrível.
A Boca havia destruído suas Barreiras!
Eles não tinham nenhum meio de defesa!
Só podiam atacar.
Enquanto isso, o antigo Braço Direito começou a brilhar com uma luz suave, e o fogo do Inferno se intensificou ainda mais.
Ele avançou com sua lança.
BOOOOM!
Os olhos de todos se arregalaram quando a lança do Inferno atravessou o corpo da Inventora.
BANG!
Em seguida, a Inventora explodiu em uma bola de fogo.
Imediatamente, todos recuaram.
O Campeão estreitou os olhos e puxou sua espada.
Uma explosão de luz ocorreu, e o Inferno foi arremessado para trás.
— O que isso significa?! — gritou o Campeão, furioso.
O Inferno sorriu com arrogância, enquanto o antigo Braço Direito mantinha um sorriso pacífico.
— Julian Winter é nosso mestre — disse o antigo Braço Direito. — Ele precisa de mais poder. Se quisermos salvar a humanidade, precisamos tornar Julian mais forte.
— Julian é o salvador da humanidade.
O Campeão rangeu os dentes.
Antes, os dois haviam falado como se estivessem seguindo o Trapaceiro por vontade própria, mas agora soavam como pessoas que haviam sido forçadamente doutrinadas!
Tudo aquilo tinha sido apenas encenação?
Esse era o plano do Trapaceiro?
O Campeão segurou firme sua espada.
As respostas não importavam.
Os dois haviam matado a Inventora, o que os tornava inimigos da Égide.
Ele não tinha escolha.
Os olhos do Campeão se tornaram brancos, e um domínio irresistível de luz se expandiu ao seu redor.
O Inferno e o antigo Braço Direito apenas olharam para o domínio.
Nem sequer tentaram escapar.
— Isso soa familiar? — perguntou o Inferno.
No momento seguinte, ele foi consumido pela luz do Campeão.
O antigo Braço Direito soltou uma risada tranquila ao também ser envolvido.
No instante seguinte, a luz desapareceu.
O antigo Braço Direito e o Inferno haviam sumido.
As paredes e o chão de carne viva em um raio de 200 metros também haviam desaparecido completamente, deixando um espaço aberto.
Essa era a nova habilidade do Campeão.
Domínio da Luz.
Não era algo que um ser humano pudesse suportar.
Silêncio.
O Campeão respirou fundo.
Isso soa familiar?
Sim, soava familiar.
Antes de morrer, o Técnico havia dito palavras parecidas.
Um Demônio pode manipular a mente de um Escudo?
Não.
Mas então, e o Técnico?
O Trapaceiro devia ter controlado a mente do Técnico por um longo tempo.
O Técnico e a antiga Braço Esquerdo o ajudavam constantemente.
Eram aliados próximos há muito tempo.
Julian controlava a mente dos dois?
Impossível.
Mas então… por quê?
Por que o ajudavam tanto?
Por que o Técnico sacrificou a própria vida para permitir que o Trapaceiro escapasse?
Naturalmente, o Inferno e a antiga Braço Direito sabiam que jamais poderiam matar o Campeão.
Mesmo assim, queriam ajudar Nick, e a melhor maneira era causar o máximo de sofrimento possível.
Por isso semearam dúvidas nas mentes de todos antes de matarem a Inventora.
Tristeza, luto e ódio entrariam nos corações dos Escudos, e Nick se beneficiaria disso.
— Me desculpem — disse o Campeão. — Fui distraído, e isso nos custou uma amiga.
Os outros Escudos estavam em diferentes estágios de choque, raiva e aceitação.
Um deles havia morrido, mas todos já esperavam que algo assim pudesse acontecer.
— Eram dois contra seis — disse o novo Braço Direito. — Não carregue sozinho a responsabilidade por cada erro. Nós também não reagimos a tempo.
Os outros Escudos assentiram em concordância.
O ataque surpresa havia pego todos desprevenidos.
O Campeão não era o único que se culpava.
— No fim, também eram apenas marionetes — disse um dos Escudos. — Não podemos acreditar em nada que o Trapaceiro ou seus servos dizem. Existe uma razão para termos dado esse nome a ele.
— Não deixe sua confiança ser abalada — acrescentou o Escudo, olhando para o Campeão. — A especialidade do Trapaceiro é enganar e fazer os outros de tolos.
— Seja firme, e não pense nas palavras do Trapaceiro. Ele, provavelmente, disse tudo isso apenas para fazê-lo duvidar de si mesmo e hesitar quando finalmente tiver poder para matá-lo.
O Campeão não respondeu.
Para ser sincero, sua confiança estava abalada.
A lógica dizia que aquilo tudo era apenas uma estratégia elaborada do Trapaceiro para causar mais sofrimento e se fortalecer com isso.
E ainda assim, suas emoções diziam que havia algo errado.
O Campeão fechou os olhos e respirou fundo várias vezes.
— Vamos continuar com o plano — disse ele ao reabrir os olhos.
Não podia pensar naquilo agora.
Essa era uma das missões mais críticas que a Égide já realizara.
Os outros assentiram e prepararam suas armas.
— Estamos juntos nisso — disse o Campeão. — Pela humanidade, devemos permanecer firmes.
Todos assentiram novamente.
— Confio em vocês, e sei que todos cumprirão seu papel perfeitamente. O plano precisa ser ajustado por causa da morte da Inventora.
— Mirana — disse o Campeão, olhando para uma mulher alta que carregava dois escudos. — Você terá que assumir a função da Inventora.
— Sem problemas — confirmou Mirana com um aceno.
No instante seguinte, o Campeão fechou os olhos novamente.
Moveu a mão até o peito nu.
Então, enterrou a mão no próprio peito.
Rasgou a pele e a carne.
Sua mão perfurou o estômago, e ele puxou algo de dentro.
Era uma Bolsa Espacial.
A Boca tirava tudo dos participantes, exceto suas armas.
Por isso, o Campeão havia escondido a Bolsa Espacial dentro do estômago.
Seu corpo se regenerou, e ele lançou a bolsa para Mirana.
— Todos sabem o que precisam fazer? — ele perguntou.
Todos assentiram.
— Então, vamos começar.
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