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    É claro que o Campeão não ficou apenas parado observando.

    Ele avançou em direção ao Escudo mais próximo que conseguiu ver.

    Sua luz explodiu ao redor dele, iluminando o subterrâneo enquanto ele alcançava o Escudo em um instante.

    BANG!

    O Campeão destruiu a Barreira do Escudo com um golpe controlado, agarrou o corpo inconsciente e partiu para o próximo Escudo.

    O Campeão era tão rápido que conseguiu resgatar um segundo Escudo.

    Infelizmente, chegou tarde demais para os outros seis.

    Os outros seis já podiam estar em qualquer lugar.

    Vários outros Escudos se reuniram ao redor do Campeão, perguntando o que havia acontecido.

    — O Trapaceiro atacou de novo — disse o Campeão.

    No momento seguinte, o Campeão ativou sua habilidade secreta para sentir o Zephyx especial.

    Conseguia sentir a presença de todos os outros Escudos.

    O Campeão rangeu os dentes.

    Mas não conseguia sentir a presença dos que estavam desaparecidos — nem dos dois que carregava consigo!

    A mente do Campeão fervilhava enquanto pensava no que aquilo significava.

    Ele havia vigiado os Escudos e tinha certeza de que notaria se algum tivesse sido atacado.

    Estava certo de que o Trapaceiro não podia atacá-los em segredo.

    Isso significava que o Trapaceiro também não podia ler suas memórias, manipulá-los ou manipular suas habilidades.

    Só restava uma explicação:

    Os Escudos haviam esquecido a habilidade.

    Ou, mais precisamente, haviam erradicado a habilidade por conta própria.

    Eles se livraram dela!

    Mas como?!

    E por quê?!

    O Campeão levou os dois Escudos inconscientes até a Égide.

    Os outros Escudos o seguiram, já que o Trapaceiro havia demonstrado, no passado, que costumava atacar uma segunda vez logo após o primeiro golpe.

    Por ora, todos os Escudos tinham que permanecer por perto do Campeão.

    O Campeão entrou em uma das Unidades de Contenção com os Escudos inconscientes e outros três Escudos.

    Assim que estavam lá dentro, o Campeão despertou os Escudos inconscientes.

    — O quê? Onde estou? — perguntou um deles.

    O outro Escudo parecia igualmente confuso.

    — Vocês estão em uma Unidade de Contenção na sede — disse o Campeão friamente. — Foram manipulados por um Espectro.

    — Um Espectro? — um deles perguntou, chocado.

    Em seguida, franziu as sobrancelhas.

    Normalmente, um humano negaria imediatamente ter sido manipulado.

    Afinal, teria lembranças. Saberia que não fez nada.

    Mas aqueles eram Escudos, e eles sabiam como funcionava a manipulação de Espectros.

    Se tivessem sido manipulados, suas memórias provavelmente haviam sido fabricadas.

    — O que eu fiz? — perguntou um deles.

    — Tentou fugir para o subterrâneo — disse o Campeão.

    — O Trapaceiro? — perguntou o outro Escudo.

    O Campeão assentiu.

    — Eu… tentei fugir para o subterrâneo? — repetiu o primeiro Escudo.

    — Vocês não foram os únicos — disse um dos Escudos que acompanhava. — Outros seis fizeram o mesmo. Não conseguimos recuperá-los a tempo.

    Os dois Escudos inspiraram profundamente, chocados.

    Nesse momento, os olhos do Campeão se estreitaram sutilmente.

    A percepção do Campeão era incrivelmente aguçada, e ele sempre teve uma excelente intuição para detectar mentiras.

    Devido ao controle que tinham sobre seus corpos, os Escudos eram mentirosos extremamente habilidosos.

    Contudo, não eram atores.

    Uma pessoa poderosa podia desferir um soco devastador, mas se não soubesse como socar, o golpe não teria todo seu potencial.

    O mesmo valia para aqueles Escudos.

    A base deles para mentir era altíssima, mas faltava-lhes experiência.

    Já o Campeão tinha uma base ainda maior, e ele mentia praticamente todos os dias.

    Assim, ao ver os dois Escudos respirando fundo em choque, seus instintos o alertaram.

    Aquilo não era genuíno.

    Eles não estavam chocados.

    Apenas estavam fingindo estar chocados.

    — Lembram de alguma coisa? — perguntou o Campeão.

    — Não — disse o primeiro Escudo, olhando para o outro com confusão.

    — Não — repetiu o segundo, retribuindo o olhar.

    O Campeão os encarou.

    “Essa explicação foi previamente combinada,” pensou. “Eles estão se olhando para se tranquilizar e garantir que o outro está seguindo o roteiro.”

    — Qual a opinião de vocês sobre o Trapaceiro? — perguntou o Campeão.

    — Ele é nosso inimigo — respondeu o primeiro Escudo imediatamente, enquanto o segundo assentia.

    Era uma frase comum e esperada. Se um humano qualquer dissesse isso, ninguém estranharia.

    Mas aqueles eram Escudos.

    Escudos raramente se expressavam de forma imprecisa.

    Suas mentes eram capazes de formular milhares de frases no tempo que levavam para dizer uma, o que era como se tivessem uma hora inteira para escolher a formulação perfeita.

    “Nosso inimigo,” pensou o Campeão. “Não o inimigo da humanidade.”

    — Vocês acreditam que o Trapaceiro é inimigo da humanidade? — perguntou o Campeão.

    — Claro! — gritou um dos Escudos. — Ele causa sofrimento imenso no mundo todo e continua sequestrando nossos companheiros!

    “Leve aumento de volume e tensão. Imperceptível para humanos comuns, mas muito perceptível para mim,” pensou o Campeão.

    — O que aconteceu com a habilidade rastreadora? — perguntou o Campeão.

    — A habilidade rastreadora? — repetiu um dos Escudos.

    No momento seguinte, os olhos dos dois se arregalaram em choque.

    — Ela sumiu! — gritou o segundo. — Como ela desapareceu?!

    “Outra mentira,” pensou o Campeão. “Será que ela realmente sumiu?”

    Nesse ponto, o Campeão começou a lembrar dos últimos anos.

    Ele não prestava atenção a todas as conversas dos Escudos, mas às vezes escutava.

    Sua memória era vastíssima e incrivelmente precisa, e ele passou a buscar diferenças entre aqueles Escudos e os que ainda estavam sãos.

    Depois de alguns segundos, o Campeão encontrou um padrão comum.

    Havia alguns Protetores que haviam conversado com todos eles nos últimos anos.

    O Campeão buscou por esses Protetores, e encontrou todos…

    Exceto um.

    Um deles não podia ser encontrado em lugar algum.

    Estava a caminho de outra fortaleza quando tudo aconteceu.

    E, enquanto o Campeão observava os Escudos e a fortaleza, o Protetor simplesmente desapareceu.

    Exatamente no momento em que o Campeão não estava prestando atenção.

    Então, o Campeão tentou se lembrar do que esse Protetor havia dito aos Escudos.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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