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    Eventualmente, Jenny acordou Nick.

    — Ei, como você está se sentindo? — perguntou ela.

    Nick demorou um segundo para processar as palavras de Jenny.

    — Não sei — respondeu ele, com a fala arrastada.

    A expressão de Jenny ficou mais preocupada.

    — Está tudo bem? — perguntou ela.

    — Sim, claro — disse Nick enquanto se levantava lentamente.

    De repente, sentiu como se sua cabeça estivesse sendo esmagada.

    Havia uma pressão constante e um zunido em sua cabeça, e, ao se levantar, sentiu como se fosse cair.

    Nick sentia como se seus olhos fossem mantidos abertos à força, mas não havia nada ali.

    Seu coração disparou, e ele percebeu que estava coberto de suor.

    — Você não parece bem — disse Jenny, preocupada.

    — Estou bem — respondeu Nick, com um tom anormalmente alto.

    Jenny ficou surpresa com o tom ríspido de Nick.

    — Desculpa, desculpa — disse ele rapidamente, com um sorriso embaraçado. — Isso saiu mais agressivo do que eu queria.

    — É só… esquece — disse ele, caminhando em direção à saída.

    — Você pode me contar — disse Jenny, olhando enquanto Nick passava por ela.

    — Está tudo bem — disse Nick, acenando de forma displicente.

    — Não, não está — insistiu Jenny, com urgência na voz. — Se houver algo que eu possa fazer, diga!

    Nick parou e se virou para olhar para ela com uma sobrancelha levantada.

    Naquele momento, Jenny parecia ansiosa e quase desesperada.

    Ela parecia realmente se importar com o que estava acontecendo.

    Os músculos do rosto de Nick se contraíram.

    — Certo, se você realmente quer saber… — disse Nick.

    Jenny prestou atenção.

    — Acho que você é um pouco insistente demais com sua preocupação comigo — disse Nick, num tom neutro. — Deixe que meus problemas sejam meus problemas. Somos colegas. Só isso.

    Nick olhou diretamente nos olhos de Jenny.

    Ela ficou nervosa ao ouvir o tom frio de Nick.

    Isso não era o que Jenny queria ouvir.

    Ela queria ajudar Nick com seus problemas.

    Trevor havia conseguido ajudá-lo, e Wyntor também estava fazendo isso.

    E ela?

    Ela não tinha feito nada!

    Tudo o que Jenny queria era ouvir as preocupações de Nick e ajudá-lo a lidar com elas emocionalmente.

    Era assim que funcionava entre ela e sua parceira.

    Sempre que uma delas tinha problemas, a outra ouvia e ajudava a enfrentar as dificuldades.

    Às vezes, uma delas chorava, e depois disso as coisas ficavam melhores.

    No entanto, Nick havia rejeitado a ajuda de Jenny de forma clara.

    — Você parece muito ansiosa para ajudar os outros — disse Nick. — Às vezes, a maior ajuda é não ajudar.

    Jenny ainda parecia insegura.

    — Tudo bem, desculpa — ela disse, eventualmente.

    Nick assentiu e saiu da sala.

    Na mente de Nick, Jenny parecia alguém excessivamente disposta a ajudar, mesmo quando o suporte não era necessário.

    Ao sair da Unidade de Contenção, Nick pensou em todas as coisas que precisaria fazer para ajudar Horua naquele dia.

    Havia muito trabalho, e Horua precisava dele para tudo.

    — Nick, preciso de você por um instante.

    Nick olhou para o lado e viu Wyntor parado na entrada de seu escritório.

    — Claro — respondeu Nick, entrando no escritório de Wyntor.

    Wyntor se sentou, e Nick fechou a porta.

    No momento seguinte, Wyntor pegou uma maleta.

    Ela era feita de metal prateado e não era muito grande, mas Nick notou o esforço no braço de Wyntor ao levantá-la.

    — Abra — disse Wyntor, empurrando a maleta em direção a Nick.

    Nick ergueu uma sobrancelha enquanto observava a maleta e a abriu lentamente.

    Quando estava totalmente aberta, um brilho prateado refletiu no rosto de Nick, e seus olhos se arregalaram de surpresa.

    Dentro da maleta havia quatro braçadeiras prateadas: duas para os pulsos e duas para as pernas de Nick.

    As braçadeiras para os pulsos também possuíam lâminas longas e arredondadas.

    Exceto pela cor, elas eram quase idênticas às que Nick havia mostrado para Wyntor no dia anterior.

    — São para mim? — perguntou Nick.

    Wyntor assentiu em silêncio.

    Nick lentamente estendeu as mãos e levantou uma das braçadeiras.

    “Pesada!” pensou imediatamente.

    Uma das braçadeiras para o pulso pesava mais de 20 quilos!

    Era absolutamente insano!

    Sim, Nick era muito forte, mas carregar casualmente 20 quilos em um dos pulsos ainda era bastante desgastante.

    — Eu as encomendei para estarem adequadas quando você atingir o Pináculo do primeiro nível — explicou Wyntor. — Não faz sentido dar armas para o final do primeiro nível só para elas se tornarem obsoletas em uma ou duas semanas.

    — Com algum treinamento, você deve conseguir usá-las sem esforço e também manuseá-las relativamente bem.

    — No entanto, elas só mostram seu verdadeiro poder quando sua habilidade está ativa — continuou Wyntor.

    No instante seguinte, Wyntor se virou, desviando o olhar de Nick.

    Quase imediatamente, a braçadeira nas mãos de Nick ficou muito leve.

    Naturalmente, o peso da braçadeira não havia mudado. Era apenas a habilidade de Nick se ativando.

    Nick movimentou a braçadeira um pouco e gostou muito da sensação do peso.

    Era ótimo!

    Wyntor se virou novamente, e o peso voltou a ser pesado.

    — Por enquanto, você terá que lidar com o peso — disse Wyntor. — Mas isso deve ajudá-lo a se acostumar com elas.

    Nick assentiu. — Quão resistentes elas são?

    — Seu corpo se tornará cinzas antes que precise se preocupar com elas — respondeu Wyntor, de forma neutra. — Seus pulsos se quebrarão antes que apareça sequer um arranhão nelas.

    Nick respirou fundo.

    — Quão caras elas foram?

    Wyntor suspirou.

    — Um favor — disse ele.

    — Um favor? — perguntou Nick.

    Wyntor assentiu. — Não as comprei com dinheiro, mas com um favor.

    Nick engoliu em seco.

    Isso provavelmente significava que eram caras demais para a atual situação da Sonho Sombrio.

    Nick sentiu-se culpado e envergonhado ao imaginar quanto Wyntor devia ter sacrificado por suas armas.

    Ele apenas desejava poder retribuir Wyntor.

    Ironia do destino, era exatamente o que Wyntor pensava ao adquirir as armas, mas de forma inversa.

    Ele esperava que elas pudessem servir como uma pequena retribuição pelo que Nick havia feito por ele.

    — Mas eu não vendi esse favor barato! — disse Wyntor, com um sorriso.

    Em seguida, Wyntor se levantou e pegou algo muito pesado debaixo da mesa.

    BANG!

    Toda a mesa tremeu quando Wyntor colocou outra maleta pesada sobre ela.

    Esta era muito maior e obviamente muito mais pesada.

    — Eu disse que também queria que você treinasse com uma arma de minha escolha.

    — Aqui está — disse ele, empurrando a maleta para frente.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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