Capítulo 17: Traição
Depois da batalha contra Seron e Vena, o trio decidiu esperar.
Nenhum deles disse muita coisa no começo. A poeira da luta ainda pairava no ar, misturada ao cheiro de ozônio e cinzas, e o silêncio parecia mais pesado do que qualquer ferimento físico.
Lysanthir estava sentado, as costas apoiadas em uma rocha de carvão, ofegante. Ele pressionava a lateral do corpo com a mão, onde a armadura de luz havia falhado. Seus olhos de gelo estavam focados no nada… mas sua mente trabalhava a mil por hora.
— Um ano de idade…? — murmurou ele, franzindo a testa, o suor escorrendo pela têmpora. — O que aquele monstro quis dizer com isso? Nytharia… você sabe de algo? Você é a Exploradora, afinal.
Ela, como sempre, mantinha a calma. Estava de pé, o vestido impecável sem uma única prega fora do lugar. Os olhos cor de lua não demonstram emoção alguma quando respondeu.
— Apenas uma teoria acadêmica… mas há relatos vindos das camadas mais profundas. — Ela falou como se estivesse comentando sobre a previsão do tempo. — Existem lendas sobre humanos encontrados selados dentro de cristais de estase primordiais. Quando esses cristais se quebram, eles saem. Caminham. Vivem. Mas sua idade biológica não condiz com sua cronologia. É como se tivessem acabado de nascer para o mundo. — Ela deu de ombros, um gesto elegante e vazio. — Mas é só isso. Uma teoria antiga para explicar anomalias.
Cedric, que examinava sua rapieira quebrada com uma expressão de luto, finalmente levantou a cabeça.
— E o que fazemos agora? Voltamos? Estamos sem armas, feridos e cegos.
— O certo seria recuar e… — começou Lysanthir, tentando se levantar.
Mas foi interrompido pela voz suave de Nytharia.
— Vamos continuar. A missão original ainda está de pé. Nosso destino é a Camada -51. — Ela começou a caminhar em direção à passagem, sem esperar. — Tivemos imprevistos… mas o objetivo não mudou. Ordens são absolutas.
Cedric abriu a boca para retrucar, xingar, qualquer coisa. Mas ao cruzar o olhar com Lysanthir, viu algo nele.
Lysanthir não estava apenas cansado. Ele estava em alerta. Havia um olhar de espera… ou de profunda desconfiança.
Cedric parou. Engoliu as palavras. Tinha algo errado, e Lysanthir sabia.
Sem mais discussões, os três seguiram viagem até encontrarem a descida. Um túnel escuro e inclinado, como uma escadaria esculpida às pressas na rocha viva, serpenteando para baixo, para o desconhecido.
A cada degrau, o ar ficava mais denso, mais quente. A luz roxa da Camada -50 se esvaía… e então, quando alcançaram o final do túnel, o mundo se transformou novamente.
Camada -51
Era como uma tarde eterna e melancólica.
O céu não era negro ou roxo, mas de um alaranjado profundo, pintado com fogo e sangue. O ar tinha um tom amarelado, sépia, que lembrava poeira antiga e pergaminhos velhos.
Parecia uma savana esquecida pelos deuses. Árvores secas e retorcidas pontilhavam a paisagem, folhas quebradiças cobriam o chão, e formações rochosas gigantescas formavam arcos e pontes naturais que cruzavam o céu.
Eles avançaram pela paisagem morta, o calor seco estalando na pele, até avistarem o que deveria ser o ponto de encontro.
Mas ali… algo os fez parar.
O cheiro atingiu primeiro. Cobre. Ferrugem. Podridão.
E então, a visão.
O chão estava forrado de corpos.
Não dezenas. Centenas.
Era um tapete de morte. Corpos empilhados uns sobre os outros, outros caídos isolados como se tivessem sido derrubados por uma onda de choque invisível enquanto tentavam fugir.
Armaduras enferrujadas do Exército Real. Ossos expostos. Espadas fincadas no chão como lápides improvisadas. O sangue, já seco e escuro, tingia a terra amarela de um marrom doentio.
Cedric franziu o cenho, cobrindo o nariz.
— Mas que merda aconteceu aqui?
Lysanthir observava em silêncio, o olhar analítico varrendo o cenário como um perito de guerra. Ele ignorou a dor e caminhou entre os mortos.
— Julgando pelas armaduras e pelo estado dos corpos… não há marcas de dentes ou garras. — murmurou ele, agachando-se perto de um cadáver. — Não foi um ataque de animal. Nem de demônio. Os cortes são limpos. Precisos. Isso aqui foi feito… por humanos. Ou algo que luta como um.
Ele se levantou e caminhou até a beirada de um precipício logo à frente. A terra terminava abruptamente ali, num corte semicircular perfeito, como se uma colher gigante tivesse arrancado um pedaço da realidade.
— Esse buraco… — Lysanthir olhou para o abismo sem fim. — Não existia nos mapas antigos. Mesmo com a instabilidade das camadas negativas, uma alteração topográfica desse tamanho… é anormal.
Enquanto isso, Cedric se agachava, analisando um dos corpos mais próximos. Suas mãos tremiam levemente ao passar por uma armadura estilhaçada do Palácio Rubi.
Ele viu algo brilhando. Um pingente de prata, sujo de terra.
Cedric abriu com cuidado.
Dentro, uma pequena fotografia holográfica, amarelada pelo tempo. Um homem barbudo, com olhos azuis gentis, sorrindo ao lado de uma criança.
O coração de Cedric apertou, como se uma mão gelada o esmagasse.
— Eu conheço esse cara… — sussurrou, a voz embargada. — Sargento Vorian. Ele era do exército do Palácio Rubi. Ele… ele sempre me dava dicas de postura quando eu era recruta. Dizia que eu tinha potencial… — Ele fechou o pingente com força. — Que droga. Eu vou levar isso comigo… entregar pra família dele.
Cedric baixou a guarda. A tristeza o cegou por um segundo.
Mas antes que pudesse guardar o pingente no bolso, algo cortou o ar.
Um som.
SHHK—
Não foi alto. Foi úmido.
Como tecido sendo rasgado. Como carne macia se partindo.
Cedric se virou devagar… sentindo o mundo ficar mais gelado a cada milésimo de segundo. O pingente escorregou de seus dedos.
— …Não. — murmurou, sem fôlego.
Ali, a três metros de distância.
Diante de seus olhos.
Nytharia.
Ela estava parada atrás de Lysanthir.
O braço dela… o braço delicado, envolto na manga do vestido elegante… estava atravessado pelo abdômen de Lysanthir.
Entrou pelas costas. Saiu pela frente.
O impacto havia sido tão rápido, tão cirúrgico, que Lysanthir sequer gritou.
Ele estava paralisado. Seus olhos de gelo se arregalaram, o branco ficando vermelho.
Ele tentou puxar o ar, mas só conseguiu cuspir.
Uma torrente de sangue encheu sua boca, escorrendo pelo queixo, manchando o terno impecável, caindo sobre o braço que o empalava.
Nytharia não sorria. Não franzia a testa.
Com um movimento brusco, ela puxou o braço de volta.
Squelch.
O sangue jorrou do buraco aberto nas costas e na barriga de Lysanthir.
THUD.
O professor caiu de joelhos.
Ele tentou levar as mãos ao ferimento, mas os dedos não obedeceram. Ele tombou de lado na terra seca, a respiração falhando, borbulhando.
Cedric congelou.
O grito morreu na garganta.
Seu coração batia como um tambor de guerra enlouquecido nos ouvidos.
— …Mas que porra é essa…?
Ele deu um passo para trás, tropeçando num cadáver. A mente tentava entender, negar, recusar o que os olhos viam.
A guia. A aliada.
Nytharia não olhava para Cedric.
Ela sacudiu a mão delicadamente. O sangue de Lysanthir escorreu de seus dedos pálidos, pingando no chão da Camada -51.
Ela fitava o corpo de Lysanthir no chão.
Serena.
Impenetrável.
Como uma estátua que acabou de realizar um sacrifício necessário.
Lysanthir jazia no chão, o corpo tremendo em espasmos. O sangue formava uma poça rápida ao redor dele. Os olhos vidrados encaravam o céu laranja, a vida se esvaindo a cada segundo.
Cedric ficou parado. O choque deu lugar a uma fúria fria, trêmula. Seu punho cerrava e abria sem controle.
— …Por quê? — A pergunta saiu num fio de voz. Ele encarou Nytharia como se ela fosse um monstro pior que os demônios. — Me diz… Qual é o motivo?! ELE ERA SEU ALIADO!
Nytharia limpou um respingo de sangue de sua bochecha com o polegar, sem pressa. Ela se virou para Cedric.
A calma dela era a coisa mais aterrorizante que Cedric já tinha presenciado.
— Vocês foram descartados. — Disse ela. O tom era casual, como se estivesse explicando uma mudança de clima ou um atraso no correio. — Tornaram-se variáveis perigosas demais para os planos do Rei Esmeralda.
Ela deu um passo em direção a Lysanthir, olhando-o de cima.
— O grupo de Acara ter subido foi… conveniente. Um acaso feliz. Facilitou a limpeza. Os dois Erros Genéticos na floresta foram um azar não calculado, mas… — ela inclinou a cabeça — …no fim, eles poderiam ter matado vocês dois e me poupado o trabalho sujo. Teria sido mais limpo.
Um silêncio cortante caiu sobre o campo de cadáveres.
A traição não era pessoal. Era burocracia.
E isso a tornava imperdoável.
As veias no pescoço e na testa de Cedric saltaram, desenhando um mapa de fúria sob a pele. A expressão de choque foi varrida por um ódio tão denso, tão monstruoso, que parecia distorcer o ar ao redor dele.
— …Eu vou te matar… — rosnou, as palavras saindo arranhadas por entre os dentes cerrados, misturadas com saliva e bílis. — Sua vagabunda.
Nytharia, ainda com aquele sorriso suave e inabalável, levantou a mão manchada de vermelho — o sangue do professor ainda fresco em seus dedos.
— Que falta de educação. Flor da Penumbra – Lótus de Jade Negra.
De sua palma, a névoa escura se condensou. Não era mais uma nuvem; era uma fita sólida, uma serpente de escuridão concentrada que disparou pelo ar visando o coração de Cedric.
Mas ele não recuou.
Ele avançou.
Não correu como um guerreiro. Investiu como um touro enfurecido, ignorando a tática, ignorando o risco. Seus olhos não viam a névoa. Viam apenas o pescoço dela.
Surpresa pela audácia suicida, Nytharia tentou corrigir a trajetória para perfurar o peito dele, mas errou por milímetros. Cedric não desviou com técnica; ele simplesmente jogou o corpo para a frente.
Com um movimento brusco, ele abriu as mãos.
ZUN.
Dezenas de linhas prateadas brotaram do nada, prendendo-se ao braço estendido de Nytharia.
Ele puxou.
As linhas cortaram o tecido do vestido e a carne branca como navalhas quentes em manteiga. Rasgos profundos surgiram no braço dela, expondo tendões, músculos e osso. O sangue espirrou no rosto de Cedric.
Nytharia não gritou. Não gemeu. Nem sequer piscou. Ela olhou para o próprio braço desfigurado com curiosidade.
Cedric não esperou o contra-ataque. Ele girou, correu até Lysanthir, pegou o corpo pesado do professor nos braços e recuou, arrastando-o para longe.
Lysanthir ainda respirava. Fraco. Borbulhante. Mas estava vivo.
— Droga… droga… — sussurrou Cedric, as mãos tremendo incontrolavelmente sobre o buraco no estômago do amigo. — Eu nem conheço direito sua vida, Lys… nem sei quem é sua esposa… Mas…
Ele mordeu o lábio inferior até sangrar.
— …Acho que você é meu primeiro amigo de verdade.
Cedric tocou a ferida aberta.
As linhas surgiram novamente. Mas, dessa vez, não para cortar.
Elas mergulharam na carne de Lysanthir, costurando órgãos, fechando artérias, unindo a pele com a precisão de um cirurgião divino guiado por pura força de vontade.
Mas, no momento em que a primeira linha fechou a ferida… o preço foi cobrado.
Cedric tossiu.
Um jato de sangue escuro manchou o peito de Lysanthir.
Não parou. Seu nariz começou a sangrar profusamente. Depois, lágrimas de sangue escorreram de seus olhos. Até seus ouvidos sangravam.
Nytharia estreitou os olhos, observando a cena. O sorriso dela sumiu, substituído por fascínio científico.
— Entendi… — murmurou ela. — Isso é… a primeira vez que vejo um usuário do “Sistema de Equilíbrio”. Você troca sua vida pela dele.
Cedric se ergueu devagar.
Os joelhos tremiam violentamente. Ele parecia uma pintura de guerra feita de sangue. Mas seus olhos verdes… estavam queimando. Como se o próprio inferno tivesse nascido dentro de suas pupilas.
Ele não disse nada. A boca estava cheia de ferro.
Mas o corpo falava.
Raiva.
Dor.
Propósito.
Ódio.
Três gatilhos perfeitos.
Ele estendeu os braços.
As linhas se manifestaram novamente. Não dezenas. Milhares.
Elas explodiram no ar ao redor dele como um vendaval de lâminas, uma tempestade de prata caótica.
E no instante seguinte — CHAK CHAK CHAK!
As linhas atravessaram o espaço e rasgaram Nytharia de todos os lados.
Pescoço. Braços. Barriga. Pernas. Ombros.
Cortes profundos abriram a carne dela como se fossem páginas de um livro velho. O vestido elegante foi retalhado.
Ela cambaleou, tossindo sangue pela primeira vez. Finalmente, a dor chegou. Ela caiu de joelhos.
Cedric tentou dar mais um passo para finalizar.
Só mais um.
Mas… seu corpo desligou.
A troca foi feita.
Ele tossiu novamente, um espasmo violento que quase o dobrou ao meio. O sangue não parava de jorrar — escorrendo da boca como uma fonte quebrada. As pernas cederam. A visão ficou turva, cinzenta.
Nytharia, de joelhos, coberta de cortes, o rosto manchado de vermelho… sorriu.
Um sorriso suave. Sincero. Quase grato.
— Estou… lisonjeada… — sussurrou ela, a voz fraca, mas estável. — Por ter presenciado um potencial desses.
Cedric caiu de cara no chão, arfando.
Ele não conseguia nem formular um pensamento.
Mas os olhos dele, fixos nela, ainda gritavam “morte”.
Passos lentos ecoaram pela terra manchada.
Nytharia se levantou.
As feridas dela não se fecharam, mas ela parecia ignorá-las. Caminhava em direção a Cedric, a luz morna e sagrada de sua aura contrastando com o cenário de açougue.
— Com vocês descartados… — disse ela, a voz voltando a ser seda. — Daremos mais um passo em direção às Camadas Positivas.
Ela parou sobre ele e ergueu o braço direito ferido para o céu laranja, como quem faz um juramento a um deus esquecido.
— O Rei Esmeralda irá guiar o povo escolhido para cima. Tomaremos o que pertence aos Criadores. O céu será nosso.
Com um gesto seco, ela desceu a mão.
Uma lâmina de vento cortante atingiu Cedric.
O impacto não foi apenas físico — foi espiritual. Foi como se a última gota de energia que o mantinha consciente tivesse sido drenada.
O corpo dele estremeceu e parou.
Quase inconsciente.
Quase morto.
Nytharia limpou o canto da boca com o dorso da mão, examinando o sangue como se fosse uma mancha de vinho num jantar.
— Não imaginei sair com todos esses ferimentos… — suspirou, ajeitando o que restava do cabelo. — O Mestre vai notar. Que incômodo.
Ela se agachou. Com uma força que não condizia com seu corpo ferido, pegou Cedric por uma perna e Lysanthir pelo colarinho, arrastando-os como bonecos quebrados até a beira do abismo.
O vento uivava lá embaixo. Um lamento antigo, faminto.
Sem hesitar, sem uma última palavra, ela os soltou.
Eles caíram.
Engolidos pela escuridão.
O mundo girou.
Vento. Frio. Impacto? Não… apenas queda.
Cedric ainda conseguia pensar — meio apagado, meio lúcido, flutuando num mar de dor.
“Merda… então é assim que eu vou morrer? Sem nem ver a Acara de novo?”
Depois, o nada.
Quando abriu os olhos, a luz era tênue. Dançava nas paredes.
Fogo?
Ele estava deitado sobre uma superfície fria e irregular de pedra. Seu corpo doía — oh, deuses, como doía —, mas não era a dor aguda da morte. Era a dor surda da sobrevivência.
Havia calor próximo. E cheiro de fumaça e carne assada.
Cedric se sentou bruscamente, ignorando o grito de protesto de seus músculos.
Olhou para o próprio corpo.
Estava coberto por faixas improvisadas… feitas de folhas largas e fibras vegetais.
Na sua frente, uma pequena fogueira crepitava, iluminando as paredes de uma caverna natural.
Ele olhou para a entrada da caverna.
Lá fora…
Neve.
Flocos brancos e lentos caíam num silêncio absoluto. O chão lá fora era branco. O ar era gélido.
— O quê…? — sussurrou, a voz rouca, a garganta seca. — Isso é o céu? Eu morri? O inferno congelou?
Ele olhava ao redor, tentando fazer sinapses. Caíram da -51, uma savana quente… e acordaram numa nevasca?
Foi então que ouviu passos esmagando a neve.
E lá estava ele.
Lysanthir.
O professor entrou pela boca da caverna. Ele estava sem o paletó, usando apenas a camisa social rasgada e manchada de sangue seco. No abdômen, faixas grossas de folhas cobriam o ferimento mortal.
Sobre os ombros, ele carregava a carcaça de um cervo estranho, de pelos azuis.
Ele parou, vendo Cedric sentado. Os olhos de gelo, cansados e fundos, brilharam levemente.
— Que bom que acordou, “pequenino” — disse ele, com aquele jeito seco de sempre, mas com a voz falhando um pouco. — Achei que eu ia ter que comer isso tudo sozinho.
Cedric tentou levantar. As pernas falharam. Ele tentou de novo.
Conseguiu.
Ele cambaleou até Lysanthir.
Não pensou duas vezes. Não fez piada. Não xingou.
Ele se jogou contra o professor, abraçando-o com força, enterrando o rosto no peito sujo de sangue e neve do homem.
— Seu idiota… — Cedric soluçou, apertando o tecido da camisa. — Seu idiota vivo…
Lysanthir ficou rígido por um segundo, surpreso.
Depois, lentamente, largou o cervo no chão.
Ele pousou a mão na cabeça de Cedric, bagunçando os cabelos loiros sujos.
— Eu disse que a gente ia sobreviver, não disse? — Lysanthir sussurrou, olhando para a neve lá fora. — Mas agora… estamos muito longe de casa, Cedric. Muito longe.

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