Solara Whitmore… bonita era pouco. Cabelos loiros perfeitamente alinhados, olhos dourados que pareciam carregar o próprio sol e aquelas três estrelas negras marcando a íris como se fossem tatuadas por alguma entidade superior. Era como olhar para uma estátua viva — um anjo arrogante e sereno ao mesmo tempo.

    E pra uma garota com esse rosto angelical… até que falar coisas tão profundas era meio inesperado. Mas ainda assim, eu saí do salão com aquilo na mente.

    O campo aberto da academia respirava um vento fresco, e a movimentação dos alunos formava um caos organizado. Grupos indo e vindo, risadas altas, olhares desconfiados — todo mundo procurando seu lugar no meio do novo mundo que era Fjorheim.

    Segui meu caminho para o prédio laranja, onde os do primeiro ano teriam suas aulas. Era imenso, de arquitetura moderna com detalhes geométricos vivos — quase berrando “você ainda é um iniciante, mas trate de não se perder”. E foi ali, no meio do caminho, que meus olhos foram puxados pra algo que… bom, quase fez meu passo travar.

    Ela.

    Uma garota do clã Misticia, com uma presença que parecia flutuar sobre o chão. Seus cabelos longos e escuros desciam pelas costas em linhas suaves, bem cuidadas. Usava um quimono claro, tradicional e elegante, o tipo de vestimenta que não grita beleza — sussurra. Ela andava com leveza, como se estivesse deslizando, e seu rosto era… tranquilo demais. Serena. Quase como se ela estivesse em outro plano de realidade. Linda demais pra esse mundo caótico.

    Minha mente, claro: “Que mulher linda…”
    Mas meu rosto? Fechado, sério. Um muro de pedra.

    E foi aí que, do nada, senti um leve toque nas costas. Me virei por puro reflexo, já com a sobrancelha arqueada.

    — “Yo.”

    O cara era um pouco mais alto que eu. Cabelos negros, olhos roxos — claramente do Clã da Escuridão. Seu olhar era calmo, e a voz? Elegante, quase refinada demais pro ambiente.

    — “Vi que você também é do Clã. Primeiro que vejo por aqui. Tô até aliviado, sinceramente. Me chamo Shin, sou de uma ramificação distante.”

    Eu dei uma olhada rápida nele de cima a baixo. Usava o uniforme com os tons avermelhados da academia, bem alinhado. Tinha postura e confiança. Definitivamente não era qualquer um.

    — “Sou Ken. Também de uma família distante.” — Respondi direto, sem muita firula.

    Ele me olhou por alguns segundos a mais do que o normal, analisando. Depois sorriu com uma expressão tranquila.

    — “Você é… peculiar. Esse seu olho rosa é marcante. Um charme, se me permite. Que tal a gente ser amigos?”

    Eu encarei por um segundo. Hm. Esse tipo de cara… sociável, boa aparência, provavelmente tem um rank bem superior ao meu. Mas não parece babaca. Pelo contrário. Simpático, confiante e — algo me diz — forte.

    — “Por mim, tudo certo.” — respondi com um meio sorriso.

    Seguimos juntos até o prédio laranja. O ambiente começava a ficar mais agitado. Muitos alunos. Gente de todo tipo, de todo canto. E ali, sentada perto da entrada… a mesma garota do quimono claro.

    Ela agora observava o movimento ao redor com os olhos serenos, como se estivesse vendo tudo por trás de um véu. Seu olhar cruzou o meu por um segundo, e por um instante meu peito apertou. Mas desviei o olhar. Sem tempo pra surtos internos.

    Por uma coincidência do destino — ou pura ironia — ela também era da nossa sala. O salão era amplo, com um estilo mais parecido com um teatro do que uma sala de aula tradicional. Sem mesas. Apenas cadeiras dispostas em degraus, como se estivéssemos prestes a assistir uma peça. Ou uma execução.

    Eu e Shin nos sentamos no canto, longe da muvuca. E aí o clima mudou.

    A porta da sala se fechou sozinha. Tac. Sem mãos. Sem aviso.

    E então ele entrou.

    O professor que eu tinha visto mais cedo. Alto. Imponente. Cabelos negros desgrenhados. Olhos vermelhos como brasas vivas. Seu quimono escuro balançava como se tivesse vida própria, e os símbolos de pássaros em voo nas costas faziam parecer que ele carregava um pedaço do céu — ou do inferno.

    Ele entrou devagar. Sem pressa. Como se já soubesse quem era o mais forte naquela sala.
    E honestamente… acho que todos sabiam também.

    — “Começou.” — pensei, ajeitando minha postura na cadeira.

    O primeiro dia estava apenas começando. E já parecia prometer mais do que eu esperava.

    O silêncio da sala foi cortado no instante em que a porta se fechou sozinha com um estrondo seco. Tac.

    O professor entrou com passos lentos, mas firmes, e foi direto até o centro da sala. Não disse nada no começo. Só ficou ali, com o olhar sério percorrendo cada rosto — como se fosse capaz de ler nossas intenções só de bater o olho.

    Então ele abriu a boca.

    — “Quero começar dizendo que eu não dou a mínima pra quem vocês são. Clãs famosos, famílias influentes, sobrenomes com mais história que a própria história? Não me importa.”

    A forma como ele falou foi direta, sem floreios. Seca como um tapa na cara. Alguns alunos se entreolharam, outros riram de nervoso. Eu, sinceramente? Gostei dele logo de cara. Era o tipo de pessoa que não se curvava pra pose ou status.

    — “Meu nome é Ren Tianyū. Sou um dos professores de vocês esse ano.”

    O nome dele mal terminou de sair da boca e já ecoavam cochichos atrás de mim. Ouvi claramente a voz fina de uma garota sussurrar:
    — “É ele mesmo? O Tianyū…?”

    “Ele?” — pensei comigo, enquanto franzia o cenho. O jeito que ela falou… dava a entender que ele era alguém bem maior do que só um professor comum.

    E aí veio o baque.

    Sem aviso, ele tirou o quimono largo que vestia e ficou apenas com uma camisa preta justa, revelando os ombros fortes. No trapézio direito, gravado direto na pele como uma maldição dourada… o número.

    470.

    Meus olhos arregalaram por reflexo.
    “Rank 470…?”

    O coração bateu mais forte por um segundo. Não era qualquer um. Era um dos Top 1000 — os monstros do mundo.

    Até o Shin, ao meu lado, soltou um leve sussurro sem querer. Estava tão surpreso quanto eu. Dava pra ver pela expressão que nem ele fazia ideia de com quem a gente estava lidando.

    Mas Ren? Agia como se aquele número não significasse nada.

    — “As apresentações de vocês… vamos deixar pra depois.” — ele disse, com um meio sorriso no canto da boca. — “Antes, quero saber: quantos aqui já conseguem usar seus códigos genéticos?”

    O clima na sala mudou. Alguns alunos olharam para os lados, hesitantes. Poucos levantaram a mão. Eu levantei também. Shin do meu lado. A garota do Clã Misticia, serena como sempre, também ergueu a mão sem hesitar.

    Seis no total.

    Ren observou as mãos levantadas. Seu olhar não parecia julgar… mas também não mostrava exatamente satisfação.

    — “Poucos.” — disse ele. — “Mas não se decepcionem. É normal. Eu mesmo só fui entender como ativar meus códigos genéticos quando tinha dezessete.”

    A fala dele foi firme, mas carregava algo humano. Quase como se quisesse aliviar o peso que a maioria ali sentia.

    — “Aqui, vocês serão lapidados. Cada um à sua maneira. Mas nunca se esqueçam: poder nem sempre é o que mais importa nesse mundo.”

    Ele começou a andar lentamente pela frente da sala, os olhos passeando pela gente como se buscasse algo escondido. E então continuou:

    — “Sim, eu sou Rank 470. Imagino que muitos estejam se perguntando o que um Rank como eu está fazendo aqui, numa sala de primeiro ano, cercado por novatos perdidos.”

    Ele parou, cruzou os braços e encarou todos nós.

    — “A verdade? Eu gosto mais dos que estão aqui embaixo. Dos que ainda não se encontraram. Os que ainda não foram moldados pela política, pelo dinheiro, pela vaidade.”

    — “Também… quando se é Rank 470, ninguém pode realmente dizer o que você pode ou não fazer.” — ele sorriu, mas havia um peso por trás daquele sorriso. — “Se minha motivação fosse dinheiro, eu teria ido pra um Palácio. Se fosse poder, estaria em alguma camada alta brincando de salvador.”

    Naquele instante, eu senti um arrepio percorrer minha espinha. Ren Tianyū não era só forte. Ele era perigoso. Não do tipo violento — do tipo livre.

    E liberdade, nesse mundo… era assustadora.

    Ele exalava poder, sim. Mas era um poder silencioso. Daquele que não precisa provar nada a ninguém.

    “Esse cara… é real. E vai ser difícil não prestar atenção em tudo que ele disser.”

    A aula nem tinha começado de verdade.
    E já dava pra sentir… que nada ali ia ser comum.

    Ren Tianyū caminhava devagar pela frente da sala, os passos tão silenciosos que pareciam desenhar uma linha invisível no chão. O som da madeira sob suas sandálias era quase hipnótico, um ritmo lento e carregado de presença. Seus olhos percorriam cada um de nós com uma calma desconcertante — como se estivesse nos medindo por dentro, pesando nossas almas em uma balança que só ele podia ver.

    — “Se vocês realmente querem aprender a usar seus códigos genéticos…” — sua voz cortou o ar como uma lâmina sutil, ganhando um peso que obrigava a atenção — “…vão ter que esquecer tudo o que acham que sabem sobre eles. Inclusive vocês que já levantaram a mão.”

    Silêncio. Um daqueles que não é confortável. Que gruda na pele.
    Ninguém ousou responder. Ninguém queria parecer idiota.

    Ele então ergueu a mão esquerda, lentamente, como se fosse puxar algo do próprio ar.

    — “Códigos genéticos… são mais do que habilidades legais pra brigar. Eles são parte de vocês. Gravados na alma… selados na carne. Um segundo coração.” — ele fechou a mão, como se esmagasse algo invisível. — “Alguns nascem com o cadeado já meio aberto. Outros vão passar a vida inteira tentando encontrar a chave.”

    Ele deu uma pausa, analisando as expressões.
    — “Seis de vocês levantaram a mão. Isso é ótimo. Mas não se iludam achando que são superiores aos outros. Ter um código ativo não te torna forte. Só te dá um atalho. Um pouco de vantagem.”

    Eu fiquei em silêncio, mas minha mente não. Eu pensava no meu próprio caminho.
    Quase todo mundo achava que só os treinados em academias conseguiam desbloquear os códigos, mas… no meu caso foi diferente.

    Lembrei dele.

    Daquele homem de olhos roxos e cabelos negros longos — um membro do meu clã que aparecia de tempos em tempos. Ele nunca disse seu nome. Mas me treinou, me fez segurar uma adaga que era a única coisa que restava da minha mãe biológica.
    Ele me ensinou a esconder, a cortar, a sobreviver. E, principalmente… a sentir.

    Não foi fácil. Mas graças a ele, aprendi a usar meu código de forma aceitável. E olhando ao redor, eu sabia: nem todos tiveram a mesma sorte que eu.

    Ren continuou, agora com um tom quase didático, mas longe de entediante.

    — “As categorias, vocês já ouviram falar. Mas vamos reforçar.”

    Ele começou a andar novamente, e com cada passo, uma nova palavra:

    — “ATAQUE (ATQ): destruição, dano direto, combate corpo a corpo ou à distância.”
    — “DEFESA (DEF): escudos, endurecimento, resistência.”
    — “SUPORTE (SUP): cura, buffs e debuffs.”
    — “MESCLADO (MESC): a fusão dos outros. O equilíbrio ou o caos.”
    — “E, claro… PECULIARIDADE (PEC): quando a lógica se cala e o impossível acontece. Tempo, espaço, realidade, conceito.”

    Ele girou a mão no ar devagar, como se manipulasse as categorias invisíveis entre os dedos.

    — “Essas são as bases. Elas têm níveis. Elas têm limites.” — então ele sorriu de canto. Aquele sorriso que não era de alegria… mas de provocação. — “Mas até os limites… podem ser quebrados.”

    Um aluno mais ao centro levantou a mão, agitado demais pra esperar.
    — “Professor! É verdade que dá pra evoluir um código? Tipo… mudar de categoria ou subir de nível com treino?”

    Ren olhou pra ele como quem encara um mosquito tentando desafiar uma tempestade.
    — “Sim.” — respondeu seco. — “Mas você, meu caro… nem em dez vidas.”

    A sala reagiu com um misto de riso nervoso e olhares desconfortáveis.

    — “O uso de um código exige três coisas.” — Ren levantou três dedos.
    — “Consciência. Exaustão. Emoção.”

    — “Se faltar uma, você falha.”
    — “Se exagerar em qualquer uma… você morre.”

    O ar ficou mais denso. Aquilo não era uma advertência. Era um fato, nu e cru, sem margem pra dúvida.

    — “Vocês vão aprender sobre tudo isso com o tempo. Categorias, níveis, compatibilidade, ativação. Mas por agora…”

    Estalo.

    A porta da sala se abriu com um rangido sutil, quase como se tivesse esperado por aquele comando.

    — “…nós vamos para o Campo Laranja. Quero ver com meus próprios olhos quem aqui tem alguma coisa real dentro de si… e quem é só pose.”

    A sala virou um mar de sussurros. Tensão. Expectativa. Um teste? Já?
    E apenas para os seis que levantaram a mão?

    Ren virou-se sem esperar qualquer resposta.

    — “Sigam-me. Agora.”

    Shin ao meu lado quase pulou da cadeira, com um brilho nos olhos como uma criança vendo um dragão pela primeira vez.
    — “Cara… isso tá ficando bom.” — ele sussurrou, quase rindo.

    Eu apenas me levantei, ajeitando a roupa com calma.
    A adaga guardada no espaço do meu código parecia pesar um pouco mais. Como se soubesse o que estava por vir.

    “Então é agora…”

    E a única coisa que eu sentia… era vontade de ver quem seria o primeiro a cair.

    Descemos até o campo laranja.

    Era amplo, aberto, com o céu meio nublado cobrindo tudo como uma cortina pesada. A brisa arrastava poeira leve pelo chão firme, onde nossos passos ecoavam com certo peso. Os quarenta alunos da sala formavam uma meia-lua ao redor do professor Ren, que permanecia à frente, imponente como sempre, os olhos vermelhos atentos.

    Mas algo me fez desviar o olhar.

    No prédio azul ao lado, no segundo andar, duas silhuetas se destacavam no corredor. Paradas. Observando.
    Vestiam mantos brancos com linhas douradas — elegantes, misteriosos, quase sagrados.
    Rankeadores.

    Meu coração deu um pequeno salto.
    Eles não deviam estar aqui.
    Aparições assim… só aconteciam uma vez por ano, nas capitais de cada camada. Sempre para reavaliar, subir ou rebaixar nossos ranks. Era um evento. Uma cerimônia.
    Mas ali estavam eles, assistindo silenciosos.

    Ren deu um passo à frente, e sua voz cortou o ar como uma lâmina.

    — “Os que levantaram a mão, deem um passo à frente.”

    Fui o primeiro. Natural, talvez por impulso.
    Shin veio logo atrás, empolgado como sempre, e logo depois, a garota do Clã Misticia.
    Ela andava com uma leveza que parecia desafiar a gravidade, seus olhos sempre meio distantes, como se enxergasse algo além do plano visível.

    E então… ela apareceu.

    Uma outra garota se juntou a nós. Mas diferente dos outros, ela não parecia vir apenas para mostrar o que sabia — ela parecia dominar o espaço só por existir ali.
    Tinha uma aura de nobreza quieta, quase cruel. Como se tivesse nascido para ser adorada… e temida.
    Pele branca como porcelana viva, cabelos cor-de-rosa longos, ondulados com perfeição descuidada. Os olhos? Verde-esmeralda, vívidos demais para serem apenas bonitos.
    Ela simplesmente… parou ali, junto de nós. Sem dizer nada. Sem precisar dizer.

    Me peguei pensando: Como eu não vi essa garota antes…?

    Mais dois se juntaram ao grupo. Um deles com cabelos castanhos meio bagunçados e olheiras fundas, o outro com um boné virado para trás, mascando algo com tédio ensaiado.

    Ren se virou lentamente. Seus olhos me encontraram.

    — “Você. Do Clã da Escuridão, com o olho rosa… venha até aqui. Você será o primeiro a demonstrar.”

    Por um segundo, o tempo pareceu desacelerar.

    Ele tá falando de mim?
    Claro que estava. Suspirei fundo e dei alguns passos à frente, sentindo o peso dos olhares em mim.

    Mas então…
    Algo mudou.

    Uma presença cortou o campo. Literalmente.
    Todos instintivamente viraram a cabeça.

    Uma figura solitária caminhava em nossa direção. Cada passo seu parecia deslocar o ar em volta, como se o mundo tivesse que ceder espaço para sua existência.

    Um homem alto, com postura rígida, mas estranhamente contida. Seus cabelos eram escuros, cortados curtos, bagunçados de um jeito elegante.
    Ele usava um manto negro de caimento longo, decorado com detalhes prateados que lembravam garras ou penas afiadas, e uma capa de forro vermelho escuro que só se revelava nos movimentos.

    O que mais chamava atenção era a máscara.

    Assimétrica, metálica, cobrindo grande parte do rosto. Não parecia apenas esconder sua identidade, mas conter algo dentro dele. Como se o próprio rosto fosse perigoso demais para ser revelado.
    De uma das frestas, um único olho surgia. Esbranquiçado, quase translúcido. Mas penetrante. Como se enxergasse além da carne, do tempo, da mentira.

    Em sua mão esquerda…
    Uma vela.
    Branca, acesa. Presa a um suporte ornamentado em metal escuro, o fogo tremulando sem vento, firme, quase sagrado.

    Ren nem precisou levantar a voz.

    — “Ele é um Observador de Lutas. Sem sua presença, não é permitido o uso de habilidades ou brigas.”

    O homem parou a alguns metros de nós e falou com um tom que poderia congelar metal.

    — “Meu nome é Cael. Espero que vocês sejam uma boa turma.”

    Fez uma leve reverência. Mecânica, formal. E então permaneceu imóvel, como uma estátua viva.

    Voltei o olhar para Ren. Ele já estava me encarando, sério.
    Não havia mais volta.

    Respirei fundo.
    Foquei.
    Fechei os olhos.
    Aquela sensação… aquela pressão no peito.
    Concentração. Emoção. Exaustão…
    A equação necessária para ativar.

    E então, como um rasgo no tecido da realidade, uma fenda negra se abriu no ar.
    Sem som. Sem luz. Apenas… um vazio. Como uma mordida no próprio espaço.

    De lá, puxei minha adaga.

    Ela surgiu envolta numa aura sutil, quase viva.
    Seu fio largo, com detalhes escuros e tons vermelho-sangue, parecia vibrar, como se reconhecesse a luz do dia depois de muito tempo.
    Era pesada nas mãos, mas familiar. Era como tocar uma memória que nunca se foi.

    Eu não notei no momento…
    Mas lá do alto, no segundo andar…
    Os Rankeadores ainda estavam ali.
    E agora, ambos encaravam diretamente a minha arma.

    Não a mim.
    A adaga.

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