Depois de alguns segundos de silêncio, apenas com o som da chaleira esfriando, ela mesma quebrou o gelo. A voz saiu meio hesitante, curiosa.

    — O seu olho rosa… — começou ela, olhando rápido para o meu rosto e desviando em seguida para a xícara. — Como era pra você? Quando era pequeno, quero dizer. As pessoas… estranhavam?

    Eu me recostei na cadeira, cruzando os braços e encarando o teto, deixando a mente viajar para a neve de Jotunheim.

    — Bem… — comecei, a voz ficando meio arrastada pelas lembranças. — Eu cresci longe da capital da Camada 5, num lugar meio esquecido, sabe? Só neve e árvores. Não tinham muitas crianças da minha idade…
    — Soltei um riso curto. — Mas tinha uma mulher que morava perto da nossa cabana. Ela era pintora. Meio maluca, mas gente boa. Ela vivia me usando de modelo para as telas dela. Para ela, meu olho rosa não era uma anomalia… era algo “místico”, uma ponte para o divino.

    Sorri de canto, lembrando das sessões intermináveis em que tinha que ficar parado por horas no frio, ganhando apenas biscoitos duros como pagamento.

    — Já o meu mestre… o homem que me ensinou a lutar… — A risada mudou, ficando mais seca. — Ele dizia que meu olho era meu “diferencial tático”. Ele sempre falava isso enquanto eu estava estirado no chão, todo quebrado, ou enquanto ele jogava fumaça de cigarro na minha cara depois de um treino brutal. Para ele, era uma ferramenta. Para a pintora, arte.

    Olhei de relance para Holi. Ela escutava atentamente, os olhos verdes fixos em mim, como se aquelas memórias fossem parte de uma história épica e não apenas minha infância comum.

    De repente, ela mesma desabafou. A voz saiu tão baixa que quase precisei me inclinar para ouvir, competindo com o zumbido da lâmpada.

    — Falar do passado assim… — murmurou ela. — Sabe, eu… eu ainda não sei o que quero fazer, de verdade.

    Ela baixou a cabeça, encarando as próprias mãos pálidas sobre o livro fechado.

    — Meus pais me mandaram para cá para eu “aprender sobre o mundo real”. Porque… provavelmente vou herdar tudo da família um dia. Os negócios, as terras, as alianças.
    — Ela deu uma risadinha sem graça, carregada de uma tristeza que não combinava com seu rosto jovem. — Nasci com um Código Genético de combate de alta compatibilidade. Para eles, isso é um sinal divino. É tudo o que importa.

    Holi encolheu os ombros, tentando se fazer parecer menor do que já era.

    — Mas eu… eu só queria… entender as pessoas. — Ela olhou para mim, os olhos brilhando. — Entender o “porquê” delas. Por que lutam? Por que choram? Eu queria estudar a mente, não quebrar ossos.

    Ela parou de falar abruptamente, como se tivesse percebido que falou demais. A cor vermelha subiu pelo pescoço até as orelhas.

    — Ah… — disse ela, rápida e nervosa, balançando as mãos. — Desculpa! Tô falando demais, né? Isso nem deve te interessar, é papo chato de menina rica…

    Fiquei olhando para ela em silêncio por alguns segundos.
    O que eu poderia dizer? Eu era um órfão da neve que cresceu cortando lenha. Nunca fui a melhor pessoa para aconselhar herdeiras sobre a vida.
    Mas… ouvir aquilo me fez entender um pouco mais sobre quem ela era.
    Família rica. Poder. Uma vida roteirizada antes mesmo de ela nascer.

    Suspirei e apoiei os cotovelos nos joelhos, encarando o chão de madeira.

    — Holi… — falei, a voz saindo mais firme e rouca do que eu esperava. — Acho que todo mundo tem um motivo para fazer o que faz. Seja para vencer, para proteger, para se vingar ou para conquistar alguma coisa. Todo mundo tem esse “porquê” trancado dentro de si.

    As palavras da minha mãe adotiva ecoaram na minha mente, límpidas, como se ela estivesse ali do meu lado, com a mão pesada no meu ombro.

    Eu podia ver a cena nitidamente.
    A cozinha pequena. O cheiro de guisado. Katarina, com o avental sujo de farinha e sangue de caça, mexendo a panela enquanto falava sem nem olhar para trás.

    > “Ken…” — disse ela naquela época, a voz grave. — “Você sabe por que os pássaros ficam no mesmo lugar, mesmo tendo asas para voar para qualquer canto do mundo?”

    > Eu só balancei a cabeça, criança demais para entender.

    > Ela deu uma risada leve, batendo a colher de pau na borda da panela.

    > “Porque eles têm algo precioso ali. Um ninho. Algo que construíram. Algo que eles não querem perder por nada.”

    > Lembro que perguntei, meio rebelde: “Mas isso não torna eles escravos desse lugar? Eles não perdem a liberdade?”

    > Katarina parou de mexer a comida. Ela olhou pela janela, para a neve eterna de Jotunheim.

    > “No fundo, garoto…” — disse ela, com um sorriso meio triste nos lábios. — “Todos nós somos escravos de alguma coisa. Pode ser um sonho. Um desejo. A liberdade. O dinheiro. O amor. Todo mundo é acorrentado por algo… a diferença é que alguns carregam essas correntes com orgulho, e outros se deixam arrastar por elas.”

    Pisquei, voltando para a realidade do dormitório.

    Olhei para Holi, que me encarava com aqueles olhos grandes, esperando uma resposta.

    — No final… — disse para ela, suavemente. — Ninguém precisa seguir o caminho que os outros desenharam. Você só precisa encontrar aquilo que quer proteger. O seu “ninho”.
    — Sorri de leve. — E aí… as correntes viram escolha, não obrigação.

    O silêncio voltou a cair no quarto. Mas, dessa vez, era diferente.
    Mais leve. Mais confortável. Quase cúmplice.

    Talvez… ali, naquela pequena bagunça de sentimentos, chá morno e conselhos roubados, tivesse começado alguma coisa.
    Algo que nem os pássaros saberiam explicar.


    Depois de um tempo naquela conversa meio filosófica, o clima relaxou. Eu voltei a estudar meus manuais de combate enquanto Holi mergulhava de novo no livro gigante que tinha trazido. O tempo passou sem que a gente percebesse.

    De repente, ela se levantou com um movimento suave, fechando o livro com cuidado.

    — Acho que minha colega de quarto já terminou… o que estava fazendo. — disse ela, ajeitando a saia. — Obrigada pelo chá e pela conversa, Ken.

    — Até mais, Holi. — Sorri.

    Ela saiu pela porta, acenando com aquele jeito doce.
    Eu fiquei olhando a porta se fechar. Holi… é uma pessoa muito legal. Gente boa de verdade. Se a Mina tivesse visto isso, provavelmente teria surtado, gritado sobre “traição entre rivais” e feito algum drama exagerado. Ri sozinho com o pensamento.

    Mas…
    Se eu tivesse o Olho da Verdade, ou uma bola de cristal naquele momento… talvez eu visse algo que faria meu sangue gelar.

    No corredor vazio.
    Assim que a porta do meu quarto se fechou com um clique, a postura de Holi mudou.
    Os ombros, antes encolhidos em timidez, relaxaram. A coluna se endireitou com uma confiança predatória.

    Ela parou por um instante sob a luz fraca da arandela.
    Os olhos verdes, antes brilhando com inocência, escureceram. Ganharam um brilho sombrio, calculista. Um sorriso malicioso, quase cruel, brotou no canto dos lábios dela, deformando a expressão angelical.

    Que bonitinho… — sussurrou ela para o nada.

    Então, como se estivesse se censurando, ela deu um tapa leve, mas estalado, na própria bochecha.
    Plaft.

    Imediatamente, a máscara voltou. O sorriso bobinho e inocente reassumiu o controle. Ela ajeitou o livro nos braços e seguiu andando pelo corredor, a passos leves e ritmados, cantarolando baixinho como a garota doce que todos conheciam.

    Ela não viu.
    Mas, no fim do corredor, oculto pela sombra de uma pilastra, alguém viu.

    Levi.
    Ele estava encostado na parede, de braços cruzados, imóvel como uma gárgula. Seus olhos negros seguiram Holi até ela virar a esquina. Ele não disse nada. Apenas estreitou os olhos, uma linha de preocupação surgindo em sua testa perfeita.

    Minutos depois, a porta do meu quarto se abriu.
    Levi entrou. A pose teatral estava de volta, a preocupação escondida sob camadas de extravagância.

    — Onde você estava? — perguntei, sem tirar os olhos do livro.

    Como sempre, ele respondeu do jeito mais dramático possível, jogando o cabelo para trás:

    — Fui ver alguns “amigos”, Garoto Orquídea! — Ele colocou a mão no peito, como se estivesse num palco de ópera. — O mundo social clama pela minha presença!

    Revirei os olhos, sorrindo. Às vezes esqueço que o Levi realmente tem conexões em toda a academia.

    Mas, enquanto ele se dirigia ao espelho, notei que ele olhou de relance para a porta por onde Holi tinha saído. O olhar durou apenas uma fração de segundo, mas foi o suficiente.
    Levi sabia de algo.
    Mas, como sempre… ele escolheu o silêncio.

    Os dias seguiram acelerados, borrando-se numa rotina de estudos e exaustão.
    Entre uma aula teórica e um treino prático, finalmente recebi o chamado que esperava. Maria Donroxye havia terminado a análise da minha adaga.

    Entrei na oficina bagunçada, com Mina ao meu lado — ela estava lá “só para garantir que eu não fizesse besteira”, segundo suas próprias palavras, mas eu sabia que ela estava apenas me fazendo companhia.

    Maria estava parada no centro da sala, segurando a adaga com as duas mãos. Ela não usava seus óculos de proteção habituais. O rosto dela estava pálido, suando frio, mas os olhos verdes brilhavam com uma excitação maníaca e perigosa.

    — Ken… — começou ela, a voz falhando um pouco. — Isso aqui… isso aqui é maravilhoso. E aterrorizante.

    Ela estendeu a arma para mim como se estivesse devolvendo uma bomba relógio.

    — O metal é praticamente único! — continuou, falando rápido. — Eu usei espectrometria de massa, ressonância de mana, até tentei reagentes ácidos da Camada 8. Nada. Procurei nos registros de todos os ferreiros lendários, artesãos de Asgard e escultores das Camadas Negativas… e nada. Não existe registro de uma liga metálica com essa densidade molecular. É como se… como se não tivesse sido forjado neste mundo.

    Peguei a adaga. O peso familiar na minha mão parecia diferente agora. Mais pesado.
    Praticamente único, hein?

    Meu mestre, aquele velho ranzinza que fumava mais do que respirava, sempre me disse que era apenas “uma lâmina afiada com aparência chamativa para assustar idiotas”.
    Mas, vendo o tremor nas mãos de Maria e o brilho nos olhos dela, parecia que eu estava segurando algo muito mais raro — e talvez maldito — do que eu imaginava.

    — Obrigada, Maria — disse eu, guardando a adaga no meu espaço dimensional. — De verdade.

    Maria forçou um sorriso, limpando o suor da testa.
    — De nada. Só… tome cuidado com isso.

    Saí da oficina com Mina, deixando a porta se fechar atrás de nós.

    Assim que o trinco estalou, a postura de Maria desabou. Ela se apoiou na mesa, respirando fundo, como se tivesse prendido o ar durante toda a conversa. O medo que ela tentou esconder transbordou em seus olhos.

    Então, uma sombra se moveu no canto escuro da sala, onde a luz das lâmpadas não alcançava.

    Uma figura estava encostada ali. Não dava para ver o rosto, nem o corpo direito, apenas a silhueta envolta em escuridão.
    A voz que saiu dali era forte, carregada de uma malícia divertida e autoritária.

    — Você fez bem, garota Donroxye.

    Maria estremeceu, mas não gritou. Ela já sabia que a presença estava ali.

    — Não diga nada sobre a verdadeira natureza da adaga… — continuou a figura. — E nem mesmo sobre mim, está bem? Ele descobrirá sozinho o que carrega. Não vai demorar muito… mas o segredo é para te proteger. Se você falar, você morre. Simples assim.

    Maria apenas concordou com a cabeça, freneticamente, incapaz de falar.

    A figura soltou uma risada baixa e seca. Então, num movimento fluido, pulou pela janela aberta da oficina, desaparecendo na noite sem deixar rastros, como se nunca tivesse existido.


    O tempo não perdoa.
    Cada dia que passava deixava o Exame de Reclassificação mais perto. A sensação era estranha, pesada, como a pressão no ar antes de uma tempestade elétrica.

    Num dia de folga — que de folga não tinha nada —, eu e Shin fomos recrutados para uma “missão especial”: ajudar a professora Helena a carregar caixas de equipamentos biológicos para o depósito. Nada glamouroso, mas recusar um pedido da Helena era pedir para ser usado como cobaia na aula seguinte.

    Eu caminhava pelo corredor externo, equilibrando uma caixa pesada cheia de frascos que chacoalhavam. Shin vinha ao meu lado, carregando duas caixas com uma elegância irritante, sem nem suar.

    — Sabe, Ken… — começou ele, o tom de voz meio distante, pensativo. — Minha irmã enviou uma mensagem. Ela está querendo vir me ver antes do exame.

    Ele baixou o olhar, fixando-o no chão de pedra, como se a notícia pesasse mais do que as caixas.
    Franzi a testa. Isso não deveria ser uma coisa boa? Família visitando e tal?

    — Ué, isso é ruim? — perguntei, ajeitando a carga no ombro. — Quer dizer, ela quer ver você, te apoiar. Qual o problema?

    Shin soltou um suspiro comprido, profundo, o som da derrota.

    — Seria ótimo… se a Kaede não fosse absurdamente superprotetora… e ciumenta. Ela acha que qualquer pessoa que se aproxima de mim é uma ameaça ou uma má influência.

    Antes que eu pudesse responder ou rir, fomos interrompidos.
    Uma garota do primeiro ano, de cabelo curto e uniforme impecável, saiu de trás de uma pilastra. Ela estava vermelha. Não, ela estava roxa de vergonha.
    Ela travou na frente do Shin, tremendo dos pés à cabeça.

    Sem coragem de olhar nos olhos dele (e quem teria, com aqueles olhos roxos?), ela estendeu uma carta com um selo de coraçãozinho na direção dele.

    — To… toma… por favor! — gaguejou ela, num fio de voz.

    Ela empurrou a carta no peito dele e saiu correndo pelo corredor como se tivesse um demônio correndo atrás dela.

    Shin ficou parado, segurando as caixas com uma mão e a carta com a outra. Ele olhou para o papel colorido e suspirou de novo. Um suspiro cansado, de quem carrega um fardo pesado demais.

    — Isso está ficando frequente demais… — murmurou ele, guardando a carta no bolso com cuidado, mas sem entusiasmo.

    Ele se virou para mim com um sorriso sem graça, quase pedindo desculpas por ser popular.

    — Para falar a verdade, isso acontece desde que éramos crianças… Você que tem sorte, Ken. Como você está sempre colado com a Mina ou com a Holi, as outras garotas acham que você já é comprometido e não conseguem se aproximar. Criou uma barreira natural.

    Eu soltei um riso curto e seco.
    Sorte? Sei…
    Mesmo assim, era verdade que, andando pelos corredores, eu sentia olhares sobre mim. Mas eu preferia acreditar que era só por causa do meu olho rosa bizarro. Era mais fácil lidar com a ideia de ser uma aberração do que um galã.

    A voz de Katarina ecoou na minha cabeça, com aquele sorriso debochado dela:
    > “Você é um garoto muito bonito, Ken. Puxou a mãe biológica. Então toma cuidado pra não sair partindo corações na academia, hein? Hahahaha.”

    Revirei os olhos na lembrança. Maldita velha.

    Olhei para o Shin de novo. Não que ele não merecesse. Ele era o pacote completo do Clã da Escuridão: misterioso, bonito, educado, forte.
    Mas, curiosamente, eu nunca via ele dando moral para ninguém. Ele recebia as cartas, agradecia (quando dava tempo), e seguia a vida. Sempre na dele.

    A curiosidade venceu a discrição.

    — Mas… por que você não gosta disso? — perguntei, direto. — Tipo, é o sonho de metade dos garotos daqui.

    Por um instante, um pensamento bizarro passou pela minha cabeça. Será que ele e o Levi…?
    Cortei o pensamento. Não, o Levi só ama o espelho.

    O Shin desviou o olhar para as árvores do pátio. O rosto dele suavizou, perdendo aquela máscara de perfeição nobre.

    — Acontece que… já tem alguém que eu gosto — admitiu ele, a voz tão baixa que quase foi levada pelo vento. Parecia que estava confessando um crime de estado.

    Parei de andar. Quase deixei a caixa cair.
    — Sério?

    Shin deu um sorriso meio triste, nostálgico.

    — Ken, você sabe que eu não sou nobre de verdade, né? Depois que nossos pais morreram, eu e a Kaede fomos parar num orfanato na Camada 5.
    — Ele chutou uma pedrinha. — Lá, eu conheci uma garota… Ela estudou muito, hoje em dia é uma Apotecária talentosa. A gente cresceu junto, dividindo pão duro e sonhos. Ela sempre esteve comigo… me protegendo, cuidando dos meus machucados. Então, sei lá… acho que esse sentimento ficou. E cresceu.

    Fiquei em silêncio, digerindo as palavras dele.
    Era fácil esquecer que o Shin, com toda aquela postura de príncipe, carregava cicatrizes profundas. Orfanato. Pobreza. Perda. Ele era mais parecido comigo do que eu pensava.

    Mas aí…
    As engrenagens na minha cabeça giraram. E clicaram.

    Espera aí.
    Ele disse que a irmã dele, Kaede, é ciumenta e superprotetora ao extremo.
    Ele está nervoso com a visita da irmã.
    E ele ficou todo mole falando da amiga de infância…

    Um sorriso de canto, quase perverso, brotou no meu rosto.

    — Shin… — comecei, devagar. — Por acaso… essa tal apotecária… vai vir junto com a sua irmã?

    Shin travou.
    Foi instantâneo. Ele congelou no meio do passo de um jeito tão óbvio e cômico que parecia desenho animado. O rosto dele foi de pálido para vermelho em um segundo.

    — Q-que nada! — ele tentou desviar, gaguejando e quase derrubando as caixas. — N-não é isso… nada a ver! Vamos mudar de assunto! Olha que dia bonito!

    Tentei segurar o riso, mas foi impossível. Soltei uma gargalhada alta. Ver o Shin, o prodígio calmo, se desmanchar em pânico adolescente era impagável.

    — Ah, entendi tudo! — provoquei, voltando a andar. — Irmã ciumenta mais o amor de infância no mesmo lugar? Shin, meu amigo… você está ferrado.

    Ele resmungou algo incompreensível e apressou o passo, tentando fugir da minha zoação.

    Enquanto caminhávamos de volta para a Mansão Laranja, com o peso das caixas e dos nossos segredos, eu mal podia esperar para ver essa cena.
    Shin, a irmã superprotetora… e a tal apotecária.
    A diversão estava garantida.

    Dois meses já tinham passado desde o começo das aulas.
    O exame estava logo ali, batendo na porta com promessas de violência.
    Mas por enquanto… eu só queria ver o circo pegar fogo na vida amorosa do meu amigo.

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