Capítulo 21: Um encontro meio perfeito
Finalmente, o dia do juízo final para a sanidade do Shin chegou.
A irmã dele estava aqui. E, para ser bem sincero, ela era completamente diferente do monstro superprotetor que eu tinha desenhado na minha imaginação fértil.
Kaede.
Ela era alta, com aquela postura régia de quem comanda um batalhão apenas com um olhar.
Usava roupas tradicionais do Clã da Escuridão, mas com um toque pessoal: tecidos de seda escura bordados com fios de prata, tão bem cuidados que parecia ter saído de uma pintura a óleo antiga.
Os cabelos negros, lustrosos como a asa de um corvo, estavam presos num coque complexo cheio de enfeites de jade e jasmim, mas a parte de trás descia solta até a cintura, balançando suavemente a cada passo. E os olhos… eram roxos. Idênticos aos do Shin, mas com um brilho mais maduro, mais perigoso.
Era difícil acreditar que aquela mulher elegante fosse a irmã neurótica que o Shin tanto temia.
Pelo menos, até ela ver o irmão.
A elegância sumiu.
Ela correu e o abraçou com força, apertando-o contra o peito como se ele fosse um ursinho de pelúcia perdido. Esfregou o rosto no dele, dizendo que sentia tanta saudade que doía. Shin parecia um boneco de pano, vermelho de vergonha, tentando manter a dignidade no meio da praça pública.
Como um bom curioso — e péssimo amigo — que sou, eu não ia perder isso por nada.
E claro que arrastei a Mina Mei comigo. Não ia fazer papel de stalker sozinho, né?
Para conseguir o visto de saída da academia no meio da semana, tive que usar um truque sujo.
Falei para a Professora Helena, com a cara mais lavada do mundo, que ia chamar a Mina para um “encontro cultural”.
Helena, sendo a romântica incurável e dramática que é, quase chorou de emoção. Assinou duas permissões na hora, murmurando algo sobre “a primavera da juventude”.
Sério, alguém precisa tirar os livros de romance da mão dessa mulher.
E aqui estávamos nós.
Escondidos atrás de uma das enormes pilastras de mármore branco de Gui’ori, na praça central da capital.
Eu e a herdeira da Rank 4, agachados feito dois criminosos amadores.
— Eu não conheço muito bem o Shin… — sussurrou Mina, ajeitando a saia do vestido para não encostar na poeira, enquanto tentava espiar. — Mas ele parece ser uma pessoa legal… já que é seu amigo, né? E a irmã dele… tem uma presença forte.
— Só tô curioso pra ver quem é a garota que roubou o coração de gelo dele — respondi, esticando o pescoço.
Dali onde estávamos, dava para ver o Shin conversando com Kaede.
Não dava para ouvir as palavras, mas a linguagem corporal dizia tudo. Havia uma leveza no sorriso dele que eu raramente via na academia. Ele estava relaxado, apesar do aperto de urso da irmã.
Kaede tinha aquela aura que fazia as pessoas ao redor abrirem caminho instintivamente. Não era arrogância forçada; era naturalidade. Como se tivesse nascido com uma coroa invisível.
Enquanto eu analisava a cena, percebi a Mina olhando em volta, inquieta. Os olhos dela varriam as construções, as pessoas, as barracas de comida.
— O que foi? — perguntei.
Ela me olhou, meio sem graça, corando levemente.
— É que… eu nunca andei pela capital de Midgard assim. A pé. No meio… da multidão.
— Ela brincou com o leque fechado. — Antes de entrar na academia, eu vivia reclusa nas propriedades do Clã. Quando saía, era sempre em carruagens fechadas com vidro escuro.
Encarei-a por uns segundos.
Sério?
Essa menina nunca tinha ido comprar um pão na esquina?
Suspirei. Coisas de gente rica e superpoderosa.
Enquanto a misteriosa garota do Shin não chegava, decidi brincar de guia turístico.
— Bem… — comecei, apontando discretamente para o horizonte urbano. — Bem-vinda ao mundo real, Princesa. Como todas as camadas, Midgard, a Quarta Camada, é dividida geograficamente em quatro grandes “Marcas”.
Mina me olhou, atenta, como se eu estivesse revelando segredos de estado.
— A Quarta Marca é a zona agrícola. Não é imensa, mas a tecnologia lá é de ponta. É o que sustenta a comida gourmet que você come no refeitório. Diferente das camadas de baixo, aqui a agricultura é dominada por nobres que brincam de fazendeiros.
— Apontei para o leste. — A Terceira Marca é a turística. Midgard é famosa pelas paisagens, cachoeiras de luz e florestas controladas. Muitos ricos de baixo sobem só para passar férias lá.
— Apontei para a massa urbana ao longe. — A Segunda Marca é a cidade residencial que cerca a capital. Mais de cem mil pessoas vivem ali. É o motor econômico.
Girei o dedo para o chão onde pisávamos.
— E a Primeira Marca… é aqui. A Capital.
Onde fica a Academia Fjorheim, a base da Torre de Luz, e também dois palácios. O principal é aquele ali atrás: o Palácio de Prata.
Mas, diferente dos Três Grandes Palácios de Asgard, a família que mora lá não tem peso político real. É só status e cerimônia. Estão ali para manter a tradição e cortar fitas em inaugurações.
Dei uma pausa, respirando o ar da cidade. Cheirava a flores, metal polido e comida de rua.
A praça era impecável, mantida como um jardim real, palco dos grandes festivais.
Quando voltei meu olhar para Mina Mei, me surpreendi.
A máscara de nobreza entediada tinha caído.
Os olhos dela brilhavam, refletindo as luzes da cidade, cheios de uma curiosidade infantil e genuína. Ela parecia uma criança vendo o mar pela primeira vez.
Era… meio fofo, na real.
Sorri de leve.
A capital podia ser rotina para mim, mas ver a Mina se deslumbrando com coisas simples fazia tudo parecer um pouco mais colorido.
Mas então…
O movimento mudou.
— Ela chegou — sussurrei.
Depois de um tempinho de espera, ela finalmente apareceu. A tal “Apotecária”. A garota que fazia o Shin suar frio.
E, bom… a reação da Mina resumiu tudo perfeitamente.
— Nossa… — cochichou Mina, franzindo a testa com sinceridade brutal. — Como ela é… estranha.
— Como se você não fosse, né — retruquei com uma risadinha.
— Mas… até que ela é fofinha — completou ela, inclinando a cabeça como quem analisa uma flor exótica.
Não dava para negar.
A garota era o oposto de tudo o que se esperava de um “par” para alguém como o Shin.
Tinha aquele tipo de beleza rústica e vibrante que a gente não vê nos corredores da elite.
Cabelos trançados num tom de ruivo alaranjado tão vivo que parecia pegar fogo sob o sol. O rosto era uma constelação de sardas, espalhadas de um jeito charmoso sobre o nariz e as bochechas. Os olhos verdes eram intensos, cheios de vida e malícia.
E quando ela sorriu para o Shin… dava para ver que os dentes da frente eram levemente separados.
De algum jeito, essa “imperfeição” só a deixava mais única. Mais real.
Ela era baixinha, magrinha, usava roupas práticas de quem trabalha com ervas e poções, com manchas de tinta ou extrato nos dedos. Definitivamente não tinha o “corpão” ou a elegância que muitos na academia achavam indispensável.
Mas o Shin?
O Shin parecia hipnotizado.
O jeito como ele ficou todo sem jeito, ajeitando a postura, desviando os olhos e forçando um sorriso nervoso enquanto ela falava animadamente, era tão hilário que eu tive que morder a língua para não gargalhar e estragar o disfarce.
Parecia claro que ele não ligava a mínima para padrões de beleza ou status. Ele via algo nela que brilhava mais que qualquer nobre.
E sinceramente? Respeito.
Se ela tem bom coração e faz ele feliz… isso vale mais que qualquer Rank.
Só que, quando olhei para o lado…
Mina estava parada, encarando os três com uma seriedade quase assustadora. Parecia que estava catalogando cada interação, cada sorriso, cada gesto, tentando decifrar a fórmula química do “romance plebeu”.
O problema é que… com a nossa “espreitada” atrás da pilastra, duas pessoas agachadas e cochichando, começamos a chamar atenção.
Passantes lançavam olhares esquisitos. Alguns riam, outros cochichavam apontando para nós.
Senti a vergonha alheia chegando como um trem de carga.
Se o Shin nos visse ali, eu nunca mais teria moral para zoar ele.
Decidi que era hora de abortar a missão de espionagem e iniciar a “Missão Encontro Cultural” (nome oficial da Helena).
Levantei num pulo, bati a poeira imaginária da calça e estendi a mão para Mina.
— Vamos, Mina. Chega de ser voyeur.
Ela me olhou, confusa, aceitando a mão para levantar.
— O quê? Já acabou?
Encarei-a, sério, mas com um sorriso de canto.
— Agora é nossa hora de nos divertirmos, né?
Já que você nunca andou por aí como uma pessoa normal… tá na hora de mudar isso. Eu vou te mostrar o que é comida de rua de verdade.
Mina piscou, surpresa.
E no segundo seguinte, a postura dela mudou. Os olhos brilharam com aquela animação contida de um gatinho que acabou de ganhar um brinquedo novo.
— Comida de rua? Aquela que dizem que não é higiênica? — perguntou ela, mas já estava andando na minha frente. — Eu quero provar!
Sério, era injusto uma pessoa ser tão fofa e tão perigosa ao mesmo tempo.
Mina Mei não era só fofa, claro.
Enquanto caminhávamos pela praça, percebi os olhares.
Ela era absurdamente bonita.
Cada passo dela chamava a atenção, fosse pela elegância natural que ela não conseguia desligar, fosse pelas roupas tradicionais do Clã Misticia que contrastavam com a moda urbana.
Sua beleza tinha aquele tipo de pureza intocável, como uma flor de lótus no meio do concreto.
E eu… bom, eu era o garoto de olho rosa andando ao lado dela.
Talvez, só talvez, o Shin não fosse o único com sorte naquele dia.
Enquanto andávamos pela praça pavimentada, era inevitável. O mundo parecia ter ouvidos, e eles estavam voltados para nós.
— Nossa, olha lá… que casal bonito.
— Ei, aquele é do Clã Misticia? E o garoto… Clã da Escuridão? Parece até capa de romance antigo, o “Lótus e a Sombra”.
Esses cochichos flutuavam no ar, batendo nos meus ouvidos. Eu tentava manter a postura de “não me importo”, caminhando com as mãos nos bolsos.
Já a Mina…
Ela tentava andar com toda a nobreza e a delicadeza etérea que pareciam naturais nela, mas a fachada tinha rachaduras adoráveis.
Às vezes, ela tropeçava no próprio passo ao ouvir um comentário mais direto. Outras vezes, ficava vermelha até a ponta das orelhas pálidas, escondendo o rosto atrás do leque fechado.
Era engraçado — e fascinante — ver como ela, que parecia uma boneca de porcelana perfeita e intocável, também era cheia de pequenas falhas humanas.
E eu… bem, eu estava começando a gostar dessas falhas.
Depois de um tempo ziguezagueando entre barracas de especiarias e artistas de rua, uma cena diferente chamou nossa atenção perto de uma fonte de pedra esculpida em forma de dragão.
Havia uma garotinha parada ali, sozinha.
Ela era minúscula. Usava roupas tradicionais do Clã Misticia — um quimono azul-celeste que estava meio amassado e sujo na barra, como se ela tivesse corrido uma maratona. Tinha cabelos negros curtinhos, cortados num estilo “tigelinha” moderno, e olhos grandes de um azul tão claro que lembravam safiras puras ou pedaços do céu.
Assim que nos aproximamos, a reação dela foi imediata.
Os olhos dela bateram em Mina. O rosto da menina empalideceu como se tivesse visto um fantasma ou uma general de guerra.
— P-por favor, Tia, me desculpa! — gaguejou a pequena, curvando-se num ângulo de noventa graus, num pedido de perdão desesperado. — Eu só queria ver a capital! Não queria fugir… juro! Não conta pra mamãe!
Mina piscou, surpresa, mas logo suavizou a expressão. Ela se agachou na altura da menina, o tecido do vestido se espalhando no chão. Sorriu com uma doçura que eu raramente via.
— Não se preocupe, pequena — disse ela, a voz suave como um sopro de vento. — A “Tia” aqui não vai te morder, não. Você está perdida? Qual é seu nome?
— M-meu nome é Mao Jins… — respondeu a menina, ainda cabisbaixa, brincando com os dedos. — Eu não tô perdida… eu fugi mesmo…
A honestidade brutal dela arrancou um riso sincero de Mina.
Então, Mina me olhou de canto de olho. O sorriso dela mudou. Ficou… suspeito. Travesso.
Ah, não. Eu já sabia que vinha bomba.
— Sabe, Mao… — disse Mina, apontando para mim com o leque. — Aquele Tio ali, com o olho rosa, é um mágico muito poderoso. Ele vai te mostrar um truque para te animar, quer ver?
“Tio?!” pensei, indignado. Eu tenho dezesseis anos!
Mao arregalou os olhos, esquecendo o medo. Eles brilharam de expectativa pura.
— Sério!? Mágica de verdade?
Droga, Mina…
Suspirei resignado, vendo a cara de triunfo da “Tia”.
Fui até a garotinha e me agachei.
Não tinha muito o que fazer no improviso, então resolvi apelar para o clássico, mas com meu toque pessoal.
Concentrei meu Código Genético. Senti o espaço dobrar sob meu comando.
Invoquei dois pequenos portais escuros do tamanho de moedas. Um na minha palma, outro… estrategicamente posicionado.
— Olha bem para a minha mão… — sussurrei.
Mao focou.
Com um movimento rápido, passei a mão perto da cabeça dela.
A presilha de flor que prendia a franja dela sumiu, engolida pelo portal minúsculo.
No mesmo instante, o segundo portal se abriu silenciosamente sobre a cabeça de Mina Mei.
A presilha caiu suavemente e se prendeu no cabelo da nobre.
Mina sentiu o peso extra. Ela levou a mão à cabeça, confusa, e tateou a presilha.
Quando percebeu o que era, ficou vermelha igual a uma maçã madura. Ela me lançou um olhar mortal e me deu um tapa leve no ombro.
— Idiota! — sussurrou ela, envergonhada.
Mas a garotinha…
Nossa, os olhos dela brilharam como se eu tivesse acabado de criar uma estrela.
Ela bateu palminhas, pulando no lugar:
— Uauuuu! Como você fez isso!? Foi teleporte?!
Sorrindo, devolvi a presilha para ela.
— Um truque de amigos mágicos — falei, piscando. — Segredo de estado.
A risada cristalina da Mao ecoou pela praça.
E, por um momento, parecia que o mundo inteiro tinha ficado um pouquinho mais leve e colorido.
A paz durou pouco.
Do meio da multidão, surgiu uma mulher.
Também do Clã Misticia, vestida com sobriedade. Ela caminhava com passos firmes e uma expressão de calma exaustão.
— Então é aqui que você está, Mao… — disse ela. O tom misturava alívio com aquela vontade de gritar que toda mãe conhece.
A garotinha congelou. O susto estampado no rosto dela foi tão exagerado que eu quase ri de novo. Mao ficou estática, como um animalzinho pego no farol, enquanto a mulher se aproximava.
Com delicadeza (mas com autoridade inquestionável), a mulher puxou levemente a orelha da menina.
— Ai, ai, ai! — reclamou Mao, sem muita convicção.
— Me desculpem pelo incômodo — disse a mulher, olhando para mim e para Mina e fazendo uma reverência curta. — Ela tem esse costume de fugir de vez em quando para ver as “coisas de plebeu”.
A mulher então virou o rosto para nós para se despedir.
E, por um breve segundo, o olhar dela cravou em Mina.
O tempo parou.
Foi só um instante, mas deu para sentir o peso daquele silêncio.
Um reconhecimento mudo.
Os olhos da mulher se estreitaram milimetricamente. Não foi hostil, mas também não foi amigável. Foi… analítico. Quase reverente, mas tingido de medo.
Sabe aquele tipo de troca de olhares que você não entende, mas sente que carrega anos de história não dita? Pois é. Até eu, que sou lerdo para essas coisas, senti o ar gelar.
Depois disso, a mulher tomou Mao pela mão. A menina acenou freneticamente para nós com a mão livre, ainda sorrindo.
Eu devolvi o aceno.
Assim que elas sumiram entre a multidão, virei para Mina, a curiosidade me matando.
— Você conhece ela?
Mina estava olhando para o ponto onde elas sumiram, com uma expressão distante e pensativa.
— Não… — respondeu ela, devagar. — Talvez seja só por sermos do mesmo clã. Reconhecimento de aura, sabe? Acontece muito isso.
— É… — concordei, meio incerto. — Comigo às vezes também rola, com gente do Clã da Escuridão.
Mas no fundo, eu sabia que aquele olhar tinha sido diferente.
Seguimos andando, lado a lado, explorando a capital como se nada tivesse acontecido.
Era meio engraçado ver a Mina Mei, toda delicada, elegante e teoricamente perigosa, se impressionando com coisas banais.
Lojas de utensílios domésticos (“Para que serve esse espremedor?”), barracas de bugigangas baratas, vitrines com objetos artesanais que misturavam magia e tecnologia.
Passamos por uma rua inteira dedicada a exposições de arte holográfica e física. Com a popularização das Redes de Informação, a arte estava explodindo em Midgard.
Música de rua ecoava em algumas esquinas, uma mistura caótica e vibrante de flautas tradicionais com batidas eletrônicas pesadas.
E o cheiro…
O cheiro da comida de rua era uma arma química de tentação. Fritura, doces, especiarias. Era tão forte que até eu, que sempre fingia desinteresse gastronômico, me rendi. O estômago falou mais alto que a honra.
Parei numa barraca colorida e comprei um Crepe Gigante recheado com frutas e creme.
Entreguei para Mina.
Ela segurou o cone de massa quente com as duas mãos, os olhos brilhando, cheirando o vapor doce.
— Você já comeu isso antes? — perguntou ela, curiosa, prestes a dar a primeira mordida.
Olhei para o crepe. Parecia uma bomba de açúcar.
Eu queria parecer experiente. Mundano. O guia descolado da cidade grande.
— Claro que sim — menti descaradamente, estufando o peito. — Uns cem vezes já. É um clássico da dieta urbana.
A verdade? Eu nunca nem tinha visto um desses na vida. Em Jotunheim, a gente comia carne seca e ensopado.
Mas, quando ela mordeu e um sorriso de pura felicidade sujou de creme o canto da boca dela… eu soube que tinha valido a pena a mentira.
Parecia bom.
E, naquele momento, a vida em Fjorheim parecia, finalmente, doce.

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