Capítulo 1150: Nove e Íris

Caminhando pela cidade em ruínas, uma dupla de aventureiros espiava cautelosamente de trás de uma esquina.

O aventureiro vestia uma camisa branca rasgada, uma jaqueta suja, jeans e botas. Curiosamente, carregava nas costas uma enorme bolsa cheia de espadas. Geralmente, armas eram guardadas no inventário, então seu hábito de carregá-las dessa forma era bastante incomum.

Ele tinha cabelos negros com mechas azuladas e olhos vermelhos.

O outro aventureiro era uma garota de cabelo curto azul com pontas avermelhadas. Seus olhos estavam cobertos por uma bandagem branca, tornando impossível identificar sua cor. Ela vestia um vestido preto de mangas longas e se escondia atrás do aventureiro, segurando nervosamente a manga de sua roupa.

“Íris, qual é o nível médio dos monstros por aqui?” perguntou o aventureiro enquanto Íris franzia as sobrancelhas.

“Julgando pela mana, entre 500 e 600. Melhor procurarmos outro caminho”, respondeu ela, fazendo o aventureiro franzir a testa.

“Entre 500 e 600, é? Isso está fora do meu alcance agora. Droga, não sei o que eles comeram, mas estão ficando mais ativos ultimamente”, murmurou ele.

Verificando ao redor para garantir que estavam seguros, ele puxou o braço de Íris e correu para o outro lado da rua.

“Qual rota é segura?”, perguntou enquanto mantinha os olhos atentos aos monstros.

“As rotas A, C, D, E e F estão cheias de monstros. B está aberta, mas há monstros rondando perto da entrada”, respondeu Íris após uma breve pausa.

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“Deve estar dentro das suas capacidades, Nove”, completou, fazendo Nove acenar com a cabeça.

“Segure firme, então. Não vou desacelerar”, disse ele, pegando Íris nos braços.

Canalizando mana para as pernas, ele saltou no ar.

Pousando no telhado, começou a pular de prédio em prédio, avançando pelos telhados.

Ao se aproximar do que chamou de rota B, desabotoou a bolsa em suas costas, deixando as espadas caírem no chão.

BANG!

Ao aterrissar, permitiu que Íris descesse antes de pisar com força no chão. Círculos mágicos Tier 5 começaram a brilhar em todas as espadas espalhadas.

Juntando as mãos, cada espada disparou, começando a massacrar os monstros que vagavam perto do túnel.

“Quanto tempo até os monstros de nível 500 começarem a vir para cá?” perguntou Nove, mas Íris, prestes a responder, congelou no lugar.

“Íris?” Nove ergueu uma sobrancelha.

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Sentindo o espaço ao redor se congelar, ele olhou para cima e viu um portal se abrindo. De dentro dele, um dragão começou a se manifestar. Sua cabeça emergiu do portal, encarando os dois.

Abrindo a boca, o dragão começou a reunir energia, formando um círculo mágico Tier 6.

Com os olhos arregalados, Nove rangeu os dentes, preparando-se para lutar. Contudo, antes que pudesse agir, Íris abriu a boca.

“Alguém está vindo. Alguém mais forte que este dragão.”

Surpreso, Nove confiou em Íris. Desde pequena, sua percepção de mana era muito acima da média. O único problema era sua visão extremamente sensível, o que a obrigava a manter os olhos cobertos por bandagens para evitar ser bombardeada por informações.

Antes que o dragão pudesse lançar seu ataque, gelo começou a cobrir seu corpo. Os olhos da criatura se arregalaram de medo enquanto Nove tentava entender o que estava acontecendo.

“Acho que vocês são os que estavam acampados perto do Santuário do Despertar”, disse uma voz atrás deles, fazendo ambos olharem para trás.

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Sentada no telhado de um prédio, Shiro observava os dois antes de voltar sua atenção ao dragão.

Pouco antes de sair do Santuário subterrâneo pelo portal, ela percebeu a presença de um dragão vagando pelo vazio e criando um portal. Curiosa sobre o que estava acontecendo, Shiro decidiu segui-lo e, para sua surpresa, encontrou dois sobreviventes. Estranhamente, eles conseguiam mascarar sua mana e evitar sua detecção — pelo menos durante uma varredura padrão.

“Bem, podemos conversar depois. Vou cuidar desse dragão. Mas, se quiserem ganhar um pouco mais de EXP, fiquem à vontade para atacá-lo. Eu o restrinjo para vocês”, sorriu Shiro, verificando o nível e a classe deles.

Observando Íris, Nove refletiu por um momento. Se a mulher à sua frente realmente pudesse conter o dragão, esse aumento de EXP seria extremamente útil.

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No entanto, havia um pequeno problema.

Além disso, seu título ocasionalmente apresentava falhas, oscilando entre branco e preto.

Com um nome tão estranho, Nove não tinha certeza se ela realmente poderia fazer isso.

Ainda assim, ele sabia que ela definitivamente não era uma médica nível 1. Se fosse, não teria sido capaz de congelar o dragão, muito menos fazer com que Íris sentisse que ela era mais forte do que o próprio dragão.

Ele não sabia a extensão do poder dela, mas decidiu confiar em seus instintos.

“Se não se importar, aceitarei essa gentileza”, disse Nove, batendo o pé no chão. Todas as suas espadas começaram a irradiar uma aura destrutiva, com círculos mágicos Tier 5 surgindo nas lâminas.

Ao ver isso, Shiro sorriu e estreitou os olhos para o dragão e os monstros.

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“Ninguém pode se mover, exceto esses dois.”

Sentindo a mana opressora que explodia do corpo de Shiro, todos os monstros tremeram de medo, enquanto o dragão tentava escapar para o vazio. Contudo, com Shiro mantendo-o preso, ele não conseguiu sair. Se fechasse o portal, sua cabeça seria arrancada!

Assim, só lhe restava esperar e torcer para que Shiro fosse gentil.

Enquanto os monstros estavam paralisados pelo medo, Nove pegou duas espadas e correu em direção ao dragão.

Atrás dele, Íris criou um talismã com mana e o lançou ao céu. Explodindo em um brilho astral, pontos de luz começaram a se conectar, formando uma constelação acima dela. Um padrão similar apareceu na lâmina de Nove.

Estreitando os olhos, sua velocidade aumentou dramaticamente, e ele desapareceu de vista momentaneamente. Reaparecendo em frente ao olho do dragão, torceu o corpo e desferiu um golpe descendente com suas duas espadas.

Mesmo sem conhecer a habilidade, Shiro podia dizer que ele não tinha poder suficiente para ferir o dragão. Mesmo mirando o olho, que era um dos pontos fracos, sua espada simplesmente não possuía força de ataque suficiente.

Embora ela não fosse uma verdadeira suporte, ainda tinha algumas habilidades para ajudá-lo. A maior parte de suas habilidades estava bloqueada, mas graças à sua habilidade Alquimista de Habilidades, ela sempre podia criar novas.

Lembrando-se de uma das habilidades de suporte que havia reciclado usando nanobots, Shiro desenhou uma runa com o dedo à sua frente.

Essas três habilidades ajudariam Nove a superar as defesas. O Encantamento do Berserker aumentaria dramaticamente sua força, a Aura do Matador de Dragões faria com que ignorasse as defesas naturais das escamas do dragão, e a Lâmina Elemental infundiria todos os elementos em um ataque. Era semelhante a uma de suas antigas habilidades que usava harmonização elementar, mas agora reformulada como uma habilidade de suporte.

Sentindo uma energia infinita envolvê-lo, Nove arregalou os olhos surpreso.

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PUCHI!!!

Rasgando as escamas com facilidade, ele observou suas lâminas dilacerarem a carne do dragão, destruindo o olho e deixando um ferimento horrível que ia do olho até a mandíbula.

Quando estava prestes a desferir outro golpe, vacilou ao sentir a tensão em seu corpo.

‘Bem, o resultado não é ruim; ele conseguiu causar um dano decente com aquele golpe. Achei que ele poderia acertar mais de um, mas isso deve ser suficiente. Espero que o sistema dê a ele uma boa quantidade de EXP. Não é como se eu precisasse.’ Shiro pensou consigo mesma.

A caminho dali, ela havia matado alguns monstros, mas seu nível sequer subiu. Ela ainda era “nível 1”.

Balançando a cabeça, Shiro olhou para o dragão e começou a testar sua teoria sobre a Divindade da Criação.

Ela queria curar o dragão até que sua vitalidade se esgotasse. A vitalidade de um dragão era uma das melhores entre os monstros; se um dragão morresse assim, os outros monstros não teriam chance.

“Que ferida grande você tem aí. Deixe-me curá-la”, Shiro sorriu sadicamente enquanto um círculo mágico Tier 6 aparecia em seu pulso. Estalando os dedos, flores surgiram no corpo do dragão, envolvendo-o em uma suave luz verde que curava seus ferimentos.

Apesar de suas ações de curá-lo, o dragão não estava nada feliz. Observando seus ferimentos desaparecerem, seus instintos continuavam a gritar para que ele fugisse, mas seu corpo permanecia imóvel.

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