Volume 7 Capítulo 476 – Mendiguinho
Volume 7 Capítulo 476 – Mendiguinho
Tradutor: Asu | Editor: Asu
O homem na frente dela tinha olhos dourados puros, cabelo preto, feições afiadas e um sorriso encantador. No entanto, havia algo em seus olhos dourados que atingiu uma memória profunda na consciência de Shiro já que ela se lembra de ter visto esses olhos quando era mais jovem como ‘Kuromi’.
“Parece que você se lembrou de mim.” Nan Tian levantou as sobrancelhas em surpresa, já que Shiro estava usando o corpo de Kuromi em sua mente e não deveria ter suas memórias.
“Claro que eu lembro! Tenho minhas memórias de volta tá bom? Mas porra! Mendiguinho, você realmente mudou hein?” Shiro perguntou em descrença.
*PFTTT!!!
Ao ouvir como Shiro chamou seu Chefe de Filial, Chen Yu não pôde deixar de congelar em choque.
‘Do que ela acabou de chamar o Chefe da Filial?’
“Haha, você até se lembrou do meu apelido.” Nan Tian esfregou a ponte de seu nariz com constrangimento.
“Mn, mas Mendiguinho, por que você se tornou um pervertido ah? Eu não te ensinei a ser melhor?” Shiro inclinou a cabeça.
“Você fez. Mas os anciãos da seita ficavam me dizendo que eu deveria tentar encantar a mulher desta maneira, já que elas gostam.” Nan Tian respondeu.
“Ah, eles se casaram?”
“Não”. Nan Tian balançou a cabeça.
“Eles têm namoradas ou ex?”
“Não”. Ele balançou a cabeça novamente.
“Então por que diabos você está aceitando conselhos de relacionamento deles?” Shiro deu tapa na testa.
“Bem, eles eram os únicos ao redor que poderia me ensinar.” Nan Tian riu. Ele tentou perguntar a algumas das veteranas antes de se tornar o chefe da filial, mas acontece que elas gostavam dele e não era necessário que ele fizesse um movimento.
“Diga, Mendiguinho, se você percebeu que eu sou eu agora, como você não percebeu antes?” Shiro perguntou curiosamente.
“Eu tive alguns problemas com aquelas que pareciam familiares com você, então eu estava um pouco cauteloso. Não só isso, o mestre da seita me levou para o treinamento, então eu não podia nem sair para encontrá-la se eu quisesse. Eu só terminei meu treinamento recentemente quando eu fui para Nova York e encontrei você.” Nan Tian respondeu no que Shiro acenou com a cabeça.
“Falando nisso, o que você quer dizer com ‘minhas’ memórias? Eu pensei que você era um monstro que inibiu o corpo da Kuromi?” Nan Tian perguntou.
“Bem, é assim, eu e Kuromi somos realmente a mesma pessoa de certa forma. Foi durante o julgamento recente que nos fundimos e recebi as memórias dela. Claro, eu ainda sou a personalidade dominante.” Shiro respondeu com um sorriso feliz.
Vendo essa interação, o grupo não poderia deixar de se sentir curioso sobre o desenvolvimento enquanto Lyrica sentia sinos de alarme tocar em sua mente.
“Shiro, quem é ele?” Lyrica gritou enquanto o grupo se sentava perto deles.
“Bem, eu ia apresentá-lo como o pervertido cavalheiro, mas acontece que eu o conhecia o tempo todo. Seu nome agora é Li Nan Tian e como você ouviu, eu o conhecia como Mendiguinho antes.” Shiro disse quando ela começou a contar seu tempo como Kuromi e como ela conheceu Nan Tian quando ele era um mendigo.
Na Mansão Asakura, uma jovem lutava contra seus pais. Suor escorria de seu rosto enquanto a espada de madeira em suas mãos tremia. Baseado em sua aparência, parecia que ela tinha cerca de 10 anos de idade.
Seu aperto estava solto devido à fadiga que ela estava sentindo. Seu pai, o chefe da família Asakura, olhou para ela com um sorriso suave.
“Kuro, mesmo quando você está cansada, você deve ignorar essa fadiga e segurar sua espada o mais forte que puder. Em uma luta de vida ou morte, enquanto você tiver sua espada, significa que você ainda pode lutar. Imagine uma luta contra um urso, se ele tirar a espada da sua mão, você só pode confiar em sua força física. Mas se você tem sua espada, você pode forçar o urso a mergulhar na espada através de um trabalho cuidadoso de pés e fazê-lo se matar.” Seu pai, Asakura Koji, lembrou-a gentilmente.
“Mn! E-eu entendo.” Kuromi respondeu com uma pequena gagueira em suas palavras.
“Querido, eu acho que você deve dar uma pausa a Kuromi. Ela ainda é jovem.” Sua mãe, Asakura Mio, gritou do canto do salão de treinamento enquanto ela trazia alguns refrescos.
“Hmm… Muito bem. Você fez bem hoje.” Koji sorriu e deu um tapinha na cabeça de Kuromi.
Ouvindo o elogio de seu pai, ela sorriu feliz antes de deixar cair a espada e correr até sua mãe para os lanches.
Dando um abraço na mãe, ela rapidamente se estufou com os lanches enquanto tomava a bebida ocasional para evitar engasgos.
“Devagar, ninguém vai tirá-los de você.” Mio disse com um sorriso suave.
“Tá bom…” Kuromi olhou para os lanches e acenou com a cabeça. Estes eram seus favoritos, então ela queria comê-los assim que pudesse.
Pensando nisso por um momento, ela hesitou em pegar um dos lanches e cordou um pequeno pedaço.
“Para você pai.” Ela disse enquanto entregava a ele o pequeno pedaço e rapidamente comia o pedaço grande.
Olhando para isso, Koji não podia deixar de rir enquanto pegava o pedaço pequeno.
“Que gentil haha.” Ele disse enquanto comia.
“Eu só posso dar-lhe isso, já que não há muito sobrando.” Kuromi disse enquanto lentamente se movia para cobrir o resto dos lanches.
“Oh? Não há mais 3 atrás de você?” Koji perguntou com um sorriso.
“!!!”
Rapidamente se virando e comendo mais dois, ela pegou sua bebida e engoliu.
“Só vejo um e esse é para a mamãe.” Kuromi respondeu enquanto olhava para o lado.
“Pft, haha. Tudo bem, eu não vou lutar com você pela comida.” Koji sorriu antes de dar um tapinha na cabeça dela mais uma vez.
Depois de dar a sua mãe o lanche final, ela foi autorizada a dar a volta na mansão e fazer o que quisesse para o resto do dia.
Balançando a cabeça, a garota estava mais do que feliz, já que era uma boa chance para ela brincar. O que os pais dela não sabiam era que ela gostava de sair da mansão e vagar pelas ruas.
Claro, isso foi apenas o que ela pensou. Os pais dela naturalmente sabiam disso, mas tinham guardas cuidando dela para que a filha pudesse se divertir.
Saindo da mansão Asakura por seu caminho habitual, ela correu em direção ao parque onde sempre brincou. Ela tinha feito alguns amigos lá que não sabiam sobre sua identidade como a jovem senhorita da famosa família Asakura para que ela pudesse brincar sem qualquer preocupação.
Infelizmente, quando ela chegou, ela só foi recebida com olhares irritados.
“O que há de errado pessoal?” Kuromi gritou curiosamente.
“Vá embora! Foi divertido nos menosprezar só porque você é rica?” Uma garota gritou com uma carranca.
“Eh? O que você quer dizer? Eu nunca menosprezei vocês.” Kuromi franziu as sobrancelhas.
“Não minta para nós. Vá-se embora! Não queremos mais brincar com você. Mentirosa!” Outro garoto gritou quando todos começaram a repreendê-la por mentir e enganá-los.
“Sim! Você é a princesa dos Asakura enquanto somos apenas plebeus. Foi divertido?”
Como ela ainda era uma criança, Kuromi não sabia por que eles estavam agindo assim e pensou que a culpa era dela. Fechando as mãos em punhos, ela rapidamente fugiu do parque já que não queria ser chamada de mentirosa.
Fugindo, as lágrimas começaram a se formar ao redor de seus olhos quando ela percebeu que não podia mais brincar com seus ‘amigos’.
Mordendo os lábios, ela tentou o seu melhor para não chorar. Se sentando em algumas caixas em um beco, ela abraçou as pernas e tentou se impedir de chorar, mas as lágrimas continuaram vindo.
Quando os soluços silenciosos soaram, um som de farfalhar podia ser ouvido de não muito longe dela.
“Você é sem-teto também?” Uma voz jovem gritou enquanto Kuromi olhava para cima.
Ela podia ver um menino com longos cabelos pretos que atingiu sua parte inferior das costas. Suas roupas estavam esfarrapadas e sujeira podia ser vista em cima dele. Sua franja cobriu a maior parte de seu rosto além de seus olhos dourados que pareciam brilhar mesmo neste ambiente escuro.
“Eu não sou uma sem-teto.” Kuromi balançou a cabeça e rapidamente enxugou as lágrimas.
“Então por que você está chorando?” O menino perguntou curiosamente enquanto se sentava ao lado dela.
“Meus amigos ficavam me chamando de mentirosa e diziam que eu os desprezava.” Kuromi respondeu tristemente.
“Bem, você está os desprezando?” O garoto inclinou a cabeça em confusão.
“Claro que não!” Kuromi rapidamente acenou com as mãos em negação.
“Então qual o problema? Talvez sejam eles que estão mentindo.” O menino sorriu no que Kuromi parou por um segundo.
Este foi o primeiro encontro entre ela e o garotinho sem nome.
[Combo 110/120]

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