Índice de Capítulo

    — Muitos membros da unidade de apoio a recomendaram para ser nomeada capitã.

    Daeyun ia explicar primeiro como a Princesa da Chama Negra fora escolhida como capitã da unidade de apoio. Precisava fazê-lo, já que havia nomeado uma caçadora de conceito de baixo rank como capitã numa operação confidencial tão importante, e quem não soubesse bem da situação poderia pensar que fora um erro.

    — Reconhecendo o fato de que ela obteve um número esmagador de essências de esqueletos no exame de qualificação na Colônia dos Mortos, e de que impediu o Monte Bokgye de se tornar uma masmorra, nomeamos a Princesa da Chama Negra como capitã da unidade de apoio…

    Mas seria apenas intuição? Parecia que ninguém o ouvia direito.

    — Você veio. Eu me perguntava quando apareceria. — Yuhwan interrompeu de propósito e acenou alegremente para Eunha.

    Não só isso, mas Junhwan e Suhyeon, sentados à frente dele, se levantaram de imediato e se curvaram educadamente para Eunha.

    — Senhorita Yura, pegue o meu lugar. Posso ficar em pé.

    Junhwan chegou a oferecer a própria cadeira. Suhyeon bateu na poltrona dele em concordância.

    Então, Yuhwan cutucou Jaemin sentado ao lado, como se não quisesse ficar para trás, e apontou o queixo para a cadeira.

    — Não, irmã. Sente-se aqui.

    — …

    — …

    Buzz…

    Faíscas invisíveis voaram entre eles.

    — Agradeço pela consideração, mas ela é parte da nossa família da Legião, sob a garantia do Mestre.

    — Dane-se família ou marmitinha feliz. Ela e eu somos irmãos jurados que viram noites bebendo juntos.

    Por quê? Por que parecia que o ar congelou? Daeyun lançou um olhar duro a Gwanghyeon. Este também devia ter percebido a estranheza, já que engoliu em seco. Além disso…

    — Hm.

    Si-u Shin, o homem sentado atrás de Hagyun, com o rosto oculto sob capuz e máscara. Até então não emitira som, mas agora pigarreou e cutucou discretamente as costas de Hagyun num ângulo em que ninguém via.

    “Hã?”

    Hagyun não entendeu o que Si-u queria e apenas piscou de trás da máscara.

    Trrr… trrr…

    Soou o arrastar de cadeiras no silêncio. Eunha, parada sem reação, escolheu sozinha onde se sentar.

    Todos olharam para ela. O assento escolhido foi…

    — Este estava vazio.

    Ao lado de Hagyun e Si-u, portanto, ao lado da Lobo.

    — Se é o que a Senhorita Yura deseja…

    Junhwan não escondeu a expressão abatida, mas não comentou a escolha de Eunha ao voltar a se sentar. Porém…

    — Irmã, você tá falando sério?

    Yuhwan não conseguia entender a situação. Não compreendia o que passava pela mente dela, dizendo que o contrato havia terminado, mas escolhendo se sentar ao lado da Lobo. Recusou a oferta do Grande Sábio, Igual ao Céu, para se sentar junto daquela máscara negra sem expressão? Quando Yuhwan franziu a testa, prestes a se opor, alguém do outro lado abriu a boca em voz calma.

    — Vamos começar a reunião agora?

    Todos os olhares se voltaram. A voz pertencia ao homem não identificado à esquerda de Hagyun. Apenas Hagyun, Gwanghyeon e o presidente Daeyun sabiam sua identidade. Os demais pensavam que Si-u fosse um simples subordinado trazido por Hagyun, ou algum executivo da Lobo. Ninguém ali suspeitava que ele fosse o pequeno mestre da Lobo e o caçador coreano Rank S oculto, o Lobo Branco.

    Com mais da metade do rosto coberto pela máscara e pelo capuz, Si-u lançou um olhar em volta e encontrou os olhos negros fixos nele, logo ao lado. Eram os de Eunha.

    No instante em que seus olhares se cruzaram, ela mexeu os lábios em silêncio. ‘Oi.’

    — …!

    Si-u virou depressa o rosto para o outro lado e abriu a boca com a calma que pôde reunir. — …Muito tempo já foi perdido. Vamos prosseguir, senhor.

    — S-Sim. — Daeyun corrigiu a expressão confusa e assentiu. De algum modo, já se sentia exausto, mesmo antes da reunião começar de fato.

    A reunião enfim teve início.

    — Como todos sabem, não podemos prever a data exata de abertura do portão da costa sul. Portanto, o que decidiremos aqui hoje não passa de um plano de contingência. Não é exagero dizer que tudo dependerá do julgamento de vocês naquele dia.

    Enquanto todos ouviam com atenção o presidente, Si-u voltou a olhar para Eunha ao seu lado.

    — …?

    Talvez ela tivesse sentido seus olhos sobre si, pois também virou o rosto. Os olhos negros dela pareciam perguntar: ‘Por quê?’ Si-u balançou a cabeça de leve e fixou a atenção em Daeyun novamente.

    — …

    Enquanto isso, Daeyun apontava para o mapa holográfico da costa sul e explicava os pontos de reunião ou locais de espera de cada unidade, bem como o esboço da operação.

    Si-u ergueu a mão grande e ajustou a máscara enquanto ouvia. Ainda bem que estava mascarado. Caso contrário, todos veriam o canto dos lábios se erguer contra a sua vontade. Tinha de admitir: por dentro, estava satisfeito por ela ter recusado os outros lugares e se sentado ao seu lado.

    Cerca de duas horas depois, quando a reunião talvez curta, talvez longa, chegou ao fim…

    — Isto é tudo o que tenho a transmitir por agora. Vamos encerrar aqui e nos reunir novamente em breve…

    Crash!

    Passos pesados ecoaram pelo corredor, e a porta da sala de conferências se abriu de repente.

    — Hã? Como assim, a reunião já acabou? — A garota de cabelo curto que entrou com ímpeto levantou um pouco o boné. — Não, né? Eu até peguei um táxi para chegar aqui.

    — V-Você… — Daeyun congelou com os materiais da reunião na mão. Talvez ela não o tivesse visto? A garota que surgira de repente moveu os olhos cor-de-rosa rapidamente pela sala. E então…

    Kyaa! Mana!

    Abraço.

    Ela correu direto para os braços da Eunha?! Não foi só Daeyun quem ficou surpreso. Gwanghyeon, ao seu lado, também estava chocado, e o Grande Sábio, Igual ao Céu, junto da Doutora Planta, encaravam a garota com olhos arregalados.

    “Por que ela está…”

    A Ladra Misteriosa, Ayeon Kang.

    Ninguém ali esperava que a garota, infame por ser uma pragmática rígida, participasse da reunião da operação do portão da costa sul. Até ontem, Ayeon havia ignorado completamente as ligações da Associação. Era natural, portanto, que todos ficassem surpresos com sua entrada repentina. E ainda por cima, aquela atitude.

    — Você impediu o Monte Bokgye de virar uma masmorra?! Olha só, está ferida? Nossa, olhe suas mãos. Estão tão ásperas…

    A garota que se agarrava à Princesa da Chama Negra e esfregava as mãos dela nas próprias bochechas era uma visão estranha. Daeyun conhecia Ayeon desde quando era apenas uma aluna do ensino fundamental e Desperta de Rank S, mas nunca a vira tocar outra pessoa sem hesitação. Yuhwan e Rose, que já haviam participado de subjugação de portões ao lado dela, também a achavam estranha. Todos a encaravam com olhos saltados…

    — …

    CRACK.

    Um som incomum, como o de uma caneta quebrando. Si-u fora empurrado quase para fora da cadeira e agora fulminava a nuca de Ayeon com um olhar gélido. Os olhos azuis que a máscara não escondia eram extraordinários.

    Como Ayeon se lançara sobre Eunha assim que entrou, Si-u, sentado ao lado, fora jogado para o lado. Se não tivesse instintivamente assumido postura de aterrissagem, teria rolado pelo chão.

    Loom…

    O cabelo negro que escapava sob o capuz começava gradualmente a se tornar branco.

    — O que você pensa que está fazendo? — Si-u rosnou com voz contida. Ayeon, até então absorta em Eunha, finalmente notou o homem de máscara negra a quem empurrara. Os olhos cor-de-rosa, inocentes, varreram-no de cima a baixo e logo se curvaram alegres.

    — Ah, eu não sabia. — Respondeu de forma despreocupada e refrescante. Já os olhos de Si-u só se tornaram ainda mais frios.

    — …Você.

    No instante em que Si-u abriu os lábios…

    Smash…!

    A porta da sala de conferências se abriu novamente com força. Todos os olhos sobre Ayeon se voltaram agora para a entrada. Ali, viram um garoto de cabelos alaranjados. O garoto trazia uma bazuca com uma grande estrela no ombro…

    — M-Mestre?

    Era o Trapaceiro, Minju Song.

    Huph!

    Junhwan saltou da cadeira num pulo. Por que o Mestre estaria ali? Lançou um olhar surpreso para Suhyeon. Mas o queixo dela também estava caído, quase tocando o chão. Parecia que nem ela esperava por isso.

    — Junhwan, estou desapontado. Por que manteve algo tão importante em segredo de mim?

    — N-Não… É que…

    Junhwan gaguejou e lançou a Suhyeon um olhar aflito. ‘Ei, uma ajudinha aqui.’ Era o que queria dizer.

    — Não foi uma decisão apenas de Junhwan Bae, mas de toda a nossa Legião. O Mestre ainda precisa se recuperar.

    — I-Isso mesmo, Mestre. Não faz muito que saiu do leito. Não é necessário participar pessoalmente desta operação, nós iremos… — Junhwan assentia com força, acompanhando Suhyeon.

    Mas, apesar das desculpas, Minju ainda fazia bico contrariado. Que recuperação? Estava completamente bem. Enquanto ajeitava a bazuca, o rosto cheio de descontentamento, logo encontrou Eunha no canto da visão e os olhos brilharam.

    — Yura!

    Minju voou como um esquilo planador e virou a cadeira de Eunha. Ayeon, que estava agarrada a ela, quase perdeu o equilíbrio e cambaleou. Claro que Minju não deu a mínima para o estado de Ayeon, fixando os olhos em Eunha e disparando em falação.

    — Como pôde não me dizer nada também? Sabe o quanto foi entediante ficar no hospital todos os dias?

    — Ei, pirralho. — Ayeon ergueu furiosa o canto dos olhos com uma voz fervente.

    — Oh. — Minju, colado em Eunha, virou-se para ela. — Nem tinha visto você.

    — …O quê?

    E havia duas pessoas observando o caos diante dos olhos.

    — S-Senhor, o que é isso tudo?

    — Não sei.

    Eram Daeyun Go, o presidente da Associação, e seu subordinado, Gwanghyeon Kim.

    — É inacreditável, mas parece que…

    Daeyun umedeceu os lábios lentamente, com uma expressão de incredulidade. A cena diante de seus olhos, acontecendo em tempo real, era definitivamente o primeiro encontro de Ranks S na história dos caçadores coreanos.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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