Epílogo 4 – Especial Dia dos Pais (6)

“Por que está tão… lotado?”

“É Dia dos Pais. Talvez seja por isso?”

“É hoje? Nossa, como o tempo passa.”

Depois de passar os últimos dias como um inválido em casa, ele parecia ter perdido a noção dos dias. Jeremy olhou para ele com pena visível.

“É por isso que eu disse que posso ajudar. Eu sou bom no trabalho. Acredite em mim. Se você apenas confiar—”

“Eremy, vá embora! Meu paaaiii!”

“Seu cachorro estúpido! Ele também é meu amigo, tá?! Ugh! Ele fica me batendo, Norra!”

De qualquer forma, como Norra observou, o zoológico central, que tinha sido inaugurado em Wittelsbach no ano passado, estava cheio de gente.

A maioria eram famílias passando o dia juntas. Como cinco homens com duas crianças, eles certamente se destacavam e atraíam muitos olhares.

“Wahaha, há feras por toda parte. Olha, minha filha, eu vou conquistar este lugar hoje, só para você!”

“O que eles estão vendendo ali? Por que essas pessoas estão comendo algodão?”

“Aquilo é algodão doce, Vossa Alteza. É um doce que parece nuvens.”

“Ooh, você é realmente um intelectual. Ótimo, por onde começamos?!” Letran gritou essa pergunta com toda a dignidade que tinha como príncipe herdeiro. E recebeu duas respostas diferentes.

“Obviamente, os leões primeiro!”

“Lofol!”

A primeira veio dos três leões. A última veio do filhote de lobo. Letran coçou a cabeça.

“Mas devemos começar com a águia, é claro. Há uma ordem para tudo.”

“O quê? Você está realmente tirando vantagem da sua posição agora?! Que mesquinharia!”

“Mas é claro que eu…”

“Não há águias aqui, Vossa Alteza.”

Norra estava examinando o folheto com calma comparativa quando disse isso. Letran imediatamente murchou.

Elias zombou alto.

“Wahaha, eu adoro este lugar. Então vamos começar com os leões…”

“Lofooo primeiro!”

“Ha, você não sabe que o leão é o rei dos animais?! É costume pedir audiência com o rei primeiro!”

“O leão é feio.”

“O-o que você disse?! Ei! Você está dizendo isso olhando diretamente para mim?!”

“Lofooo primeeeeiro!”

“Os leões primeiro, tá?!”

“Lofoo! Burro!”

“Estou te dizendo, leões primeiro! Quem você está chamando de bur—”

Elias levou uma pancada na nuca, forçando ele a abandonar o comportamento igual ao do irmão de três anos. Ele segurou a cabeça com uma mão e tremeu.

Jeremy guardou o punho e se virou para Norra.

“Acho que devemos começar com os lobos.”

“Isso é novo de sua parte fazer uma concessão.”

“Bem, é porque eu tenho a sensação de que, caso contrário, esse pequeno lobo assustador fará algo horrível conosco enquanto você não estiver por perto.”

O mencionado pequeno lobo assustador agarrou a bainha das roupas de Norra e bufou e soprou enquanto olhava para o grupo com quem estava.

Ele parecia pronto para atacar o grupo, uivando. Ele não parecia feliz com essa comitiva.

Norra observou os arredores lotados, então se abaixou e levantou Michael com um braço.

Letran e os leões reagiram a essa ação com olhares estranhos.

“Que tal nos dividirmos? Nesse ritmo, eles vão continuar brigando ou…”

“Vamos começar pelos lobos! Eu sou meio lobo, afinal, não sou?!”

“Sempre gostei de lobos. Estou cansado de leões.”

“Leão ou lobo, quem se importa com quem vem primeiro?! Wahaha! Não é mesmo, minha filha?”

No fim, todos negaram suas identidades por algum motivo desconhecido, encerrando a briga infantil sobre a primazia do leão, do lobo ou do pássaro.

Eles começaram pelo cercado das feras mais próximo deles.

“O quê… o que é aquilo?”

“Girah… Girafa.”

Dizem que crianças se aproximam brigando. Michael e Anabella trocaram palavras amigáveis entre si como se nunca tivessem brigado (unilateralmente). Eles olharam para os animais com olhos arregalados. Enquanto isso, os adultos estavam se esforçando para provar o algodão doce.

“O que é isso? Está grudando. Você não vai comer?”

“Estou bem. Você come.”

“Não é do seu feitio rejeitar comida.”

“Você chama isso de comida? Isso é um lanche,” retrucou Norra levemente. Então, ajustou a maneira como estava carregando Michael. Michael agora estava sentado em um dos ombros dele.

Jeremy ficou confuso com essa ação, então limpou a garganta e se virou para um par de girafas caminhando.

“Uau, seus pescoços são realmente longos.”

Norra não respondeu.

“Bom que as crianças parecem estar gostando, né?”

“Ei, ei. Eles dizem que podemos alimentá-los também! Minha filha, vamos alimentar as girafas juntos!”

“Qual é a expectativa de vida média de uma girafa?”

“Cerca de vinte anos, eu acho. Ah, isso é bem doce.”

Norra teve a impressão de que os adultos estavam se divertindo mais do que as crianças, mas não disse isso em voz alta.

Em vez disso, perguntou: “Você está bem?”

“Hã? Sobre o quê?”

“Sobre o que o Eli disse sobre seu pai. Você está se sentindo melhor?”

Essa pergunta parecia muito abrupta para Jeremy. Em vez de responder a Norra, Jeremy franziu a testa e chutou a cerca de ripas ao redor das girafas.

“Bem… droga, você estava certo. Se meu plano era enterrar isso desde o início, eu não deveria ter tornado isso tão óbvio.”

“Que diligente da sua parte estar arrependido e reflexivo por uma vez. Agora, seja honesto comigo então.”

“S-sobre o quê?”

“Duvido que você realmente quisesse ver alguns animais. Por que sugeriu que viéssemos aqui?”

Felizmente, Letran os interrompeu bem naquele momento, eliminando a necessidade de Jeremy responder.

Letran brandiu o algodão doce na mão como uma espada e gritou: “Norra, tem uma águia bem ali!”

“Ah… sim.”

“Não, sério! Olha! Olha!”

“Aquilo não é uma águia. É um falcão.”

“Oh, s-sério?”

Silêncio.

“Seu braço não dói? Eu posso segurá-lo em vez disso…”

“Tudo bem. Nem estou cansado.”

Letran coçou a cabeça de maneira constrangedora. Jeremy teve que reprimir a vontade de cair na gargalhada.

Enquanto isso, Leon, que estava observando o grupo de girafas com uma expressão muito estudiosa, se aproximou deles.

“Maldito, Jeremy, você disse que o Conde Hartenstein é o dono deste lugar?”

“E daí?”

“Diga a ele que ele deveria se envergonhar. As informações sobre os animais estão totalmente erradas. Por que diz que as girafas vivem 40 anos…”

“Eu estava me perguntando o que você estava examinando tão de perto, e é disso que você está reclamando? Tsk, tsk. Eu me preocupo com você às vezes.”

“Bem, sou melhor do que vocês que têm músculos no lugar do cérebro. Como o único intelectual restante em nossa família…”

“Uau, Anna deu uma maçã para o elefante! Wahaha! Até a besta está apaixonada pela beleza da minha filha! Você não sabe fazer coisas assim, sabe, bebê terráqueo?!”

Surpreendentemente, Michael parecia irritado por ter sido atacado de repente. Ele era uma figura e tanto, balançando seu palito de algodão doce pela metade e piscando com seus olhos azuis.

“Você é infanchil.”

“H-hã, você me chamou de infantil? Você é…”

“Papa, papa. É doce.”

Michael ignorou Elias completamente, cujos olhos tremeram.

Ele arrancou um pedaço de algodão doce com a mão e o aproximou da boca de Norra. Foi uma ação bastante adorável e afetuosa.

“Isso é… gostoso. Obrigado.”

A verdade é que era tão intensamente doce que Norra sentiu como se seus dentes estivessem derretendo, mas conseguiu responder bem o suficiente. Desta vez, foi Jeremy quem parecia irritado.

“Seu mão de vaca! Você me rejeitou há poucos momentos!”

Norra parecia genuinamente preocupado com a saúde mental do amigo.

“Você está regredindo para a infância também?”

“Eu só estava dizendo, tá? Você não tem senso de humor.”

O estranho grupo continuou sua excursão pelo zoológico dessa maneira. Elias quase desabou ao ouvir o rugido de um leão de verdade, mas, fora isso, o dia terminou bem.

“Ohhhh, minhas pernas…”

“Esse é o destino de um aluno modelo. Tsk, tsk. Você andou tão pouco, e ainda assim…”

“Uau, quanta gente. Deveríamos abrir um zoológico também? Como hobby.”

“Shhh. A menos que você queira enfrentar aquele conde, que sempre age de forma vergonhosa no parlamento.”

“Norra, você acha que, quando eu me tornar o imperador, posso mudar o emblema da família imperial?”

“O que… você gostaria de mudar, Alteza?”

“Qualquer coisa, menos um pássaro. Por exemplo, um lobo branco ou…”

“Por que você não escolhe uma raposa em vez disso?”

“Oh. Isso não é uma má ideia, na verdade.”

“Isso é uma pergunta séria— Michael!”

Norra estava no meio de dar uma resposta séria à pergunta meio estúpida quando de repente gritou e saiu correndo. O resto do grupo, que estava descansando junto à fonte, pulou de surpresa.

Eles ficaram duplamente chocados ao ver Michael caído no chão aos pés de uma nobre à distância. Eles só se viraram por um momento. Quando isso poderia ter acontecido?

“Você está bem?!”

Embora ele tivesse caído direto no chão, Michael surpreendentemente não estava chorando. Havia uma marca vermelha em sua testa. Mesmo assim, ele simplesmente piscava com seus olhos redondos.

“A criança é bastante forte. Criança, você está bem?”

Norra colocou Michael de volta de pé antes de olhar para a mulher à sua frente. Ela era uma jovem nobre com cabelos longos e um chapéu.

“Peço desculpas”, disse Norra.

“Está tudo bem. Senti minha saia prender em algo, então me assustei e me virei, e foi assim que…”

Enquanto Norra se desculpava novamente, os outros o alcançaram e trocaram olhares atônitos.

“Nosso irmãozinho quase foi sequestrado?”

“Ei, você não pode sair correndo atrás de qualquer um. O que está pensando?”

“Mas ele não está chorando. Isso é incrível, Michael. Que digno de sua parte.”

O elogio de Leon rapidamente perdeu o significado. Michael estava piscando, meio atordoado, como se sua testa não doesse nem um pouco, quando de repente abaixou a cabeça e começou a fungar. Isso deixou seus irmãos mais velhos muito atordoados.

“Ei! Isso é porque vocês continuam repreendendo ele, seus desgraçados infantis!”

“O-o quê? O que eu fiz? Só disse que ele não deveria seguir pessoas aleatórias… isso parece mais porque você repreendeu ele, baixinho!”

“Quando eu o repreendi?! Só o elogiei!”

“Uwahhhhh!”

“Whoa, que susto. A-Anna, o que houve agora?!”

Quando uma criança chorava, outra acompanhava. Isso era o que tornava as crianças tão complicadas.

Quando Anabella começou a chorar aos berros, os homens de repente não sabiam o que fazer. Eles se arrependeram de não terem trazido as babás.

“Hnng… uwah… mamãe…”

“Michael.”

“Hnnng…”

Norra coçou a cabeça, então levantou a criança fungando que estava levemente encolhida em seus braços. Ele foi se sentar em um banco próximo.

Michael fungou e disse, “Mamãe… pensei que fosse a mamãe…”

“Eu sei. Está tudo bem.”

“Hnng.” Ele fungou e disse, “Mamãe e papai… meus ir-mãos…”

“Está tudo bem. Está tudo bem.”

“Uwahhhhh…!”

Norra achava que estava confortando ele, mas suas palavras pareciam ter o efeito oposto. Ele reprimiu um sorriso amargo enquanto lentamente afagava a criança que estava se enterrando em seus braços enquanto chorava.

Ele avistou quatro “feras” olhando para ele com expressões atônitas em seus rostos.

“Vocês… estão com vontade de chorar também?”

“Por quê? Você vai nos confortar também?”

“Não.”

“Por que não?”

“Porque vocês não são fofos.”

“O-o que você disse?! Esse cara! Você sabe o quão fofos os leões são?!”

“Águias também são bem fofas…”

Devo simplesmente abandoná-los aqui mesmo? O duque-lobo começou a ponderar isso seriamente.