Capítulo 29 — Mortes brutais e violentas! Google pesquisar (Parte 1)
Os dois avançaram um contra o outro como duas bestas selvagens em fúria. Silas tinha um plano bem claro: agarrar seu oponente e subjugá-lo até sua morte. Sua fisicalidade era superior, não tinha porque não fazer isso. Seria uma batalha de resistência, mas isso deixaria marcado para todos ali comprovarem o poder da sua força física.
Inesperadamente, Huan Shen apenas esperou os dois estarem a uma distância minimamente considerável. Seu corpo deslizou pelo chão, passando entre as pernas do sulfurizado. Antes que saísse completamente de alcance, uma de suas mãos agarrou o tornozelo esquerdo dele, refreando seu deslocamento.
— Mas o que-
Antes que Silas conseguisse compreender o que estava acontecendo, a mão livre do emissário formou uma lâmina congelada e golpeou os tendões do sulfurizado, destruindo o seu equilíbrio e forçando-o a cair de joelhos.
— DESGRAÇADO! — gritou Silas.
Como se isso não bastasse, os cristais de gelo residuais nas regiões cortadas começaram a se expandir, congelando uma parte considerável do seu sangue negro naquela área e obstruindo os vasos sanguíneos.
— Isso não vai ficar assim!
Pela primeira vez, Silas sentiu que estava em perigo e não era uma sensação agradável. Seu corpo não estava mais tão quente, uma ansiedade inesperada tomou conta da sua cabeça e seu coração estava mais disparado do que nunca esteve.
Ainda assim, era um guerreiro e não desistia tão fácil. Suas mãos alcançaram o ombro do emissário, prestes a realizar uma tentativa de esmagá-lo como forma de vingança pelo seu corpo danificado.
Silas usava toda a sua força para comprimir os ombros de Huan Shen, que resistia tentando afastá-los dos seu corpo. Embora seu corpo novo fosse mais resistente, a força daquele brutamontes era algo abismal. A cada segundo, sentia seus ossos ficarem cada vez mais comprimidos.
— EU SOU MAIS FORTE QUE VOCÊ, HOMENZINHO GELADO!
“Puta merda, eu já não aguento mais escutar a voz desse cara!”
Apesar de ter seus braços comprimidos, suas pernas não estavam. Inclinando o corpo para trás, a sola do seu pé encontrou o rosto de Silas, esmagando seu nariz e quebrando sua postura. Aquilo foi o suficiente para Huan Shen diminuir a distância entre os dois e usar a mesma lâmina que danificou suas pernas para cravá-la na parte inferior da sua mandíbula.
A lâmina atravessou a pele, a língua, o céu da boca, o canal nasal e o espaço entre os olhos, perfurando metade do cérebro. Silas olhava nos olhos de Huan Shen com profundo horror, incapaz de realizar qualquer movimento além de tremer seu próprio corpo. O emissário manteve sua mão esquerda na nuca do sulfurizado, garantindo que sua cabeça não se mexesse e quebrasse a arma.
— Sempre vai ter alguém mais forte que você, nunca se esqueça disso! — sussurrou Huan Shen, mantendo o contato visual.
Como se a lâmina em si não bastasse, a sua temperatura começou a se espalhar pela parte interna da cabeça de Silas. O osso do crânio, o sangue negro e os vasos sanguíneos começaram a escurecer e ficarem rígidos e fragilizados.
Sião foi o primeiro a chegar e a testemunhar a morte do irmão. Seu corpo estava paralisado, não pela morte dele, mas sim pela crueldade que seu oponente estava demonstrando. Era estranho observar isso sendo feito com alguém próximo e não sendo a pessoa que fazia esse tipo de coisa com os outros.
Sofia chegou em seguida, incrédula com o que observava. Seu sangue literalmente ferveu, seu corpo pálido incandesceu em um tom avermelhado enquanto sangue pingava da sua boca, queimando as folhas próximas. Ao observar no que sua irmã estava prestes a fazer, Sião tentou intervir.
— Sofia, vamos recuar e pensar em um plano-
— MORRA, SEU VERME!
Antes que pudesse completar seu raciocínio, Sofia e seus cabelos furiosos avançavam implacavelmente contra o emissário. Quando Huan Shen se deu conta, deu apenas tempo dele erguer os braços e formar uma simples barreira de gelo, que não foi capaz de conter o impacto poderoso da cabeleira.
Seu corpo foi arremessado brutalmente para trás, deixando-o completamente desestabilizado. Como se não bastasse, a garota se aproveitou do longo alcance para envolver uma das suas raízes em forma de mecha na perna direita do seu oponente enquanto o mesmo ainda estava no ar.
“Agora fudeu…”
Usando toda a energia acumulada em seu corpo, ela redirecionou o emissário para o lado oposto, arremessando-o com mais força em direção ao chão. O impacto abriu uma cratera no chão, destruindo todas as árvores nas proximidades e levantando uma nuvem de poeira.
Sião, que observava atentamente o confronto, se aproximou cautelosamente de Sofia. Seu corpo estava completamente exaltado, atingindo o potencial máximo de um sulfurizado. O calor emitido era tão abismal que árvores a até cinco metros tinham seus troncos carbonizados.
— Será que isso é o suficiente para neutralizá-lo? — questionou Sião.
Sofia cerrou os punhos.
— Suficiente ou não, eu vou arrancar a pele dele com minhas próprias unhas!
A garota avançou até a cratera, seguida do seu irmão mais velho. Quando a poeira abaixou, ambos puderam perceber o vapor frígido que ficou na área. Aquilo era preocupante, mas poderia ter sido algum mecanismo de defesa que foi ativado na hora do impacto. Mesmo assim, era estranho ver a área completamente tomada por aquela névoa.
— Merda! Eu tô cansada desse verme e os poderes congelados dele! — esbravejou Sofia, com as mãos em chamas.
Quando finalmente atingiram o centro, conseguiram ter uma visão melhor do estrago causado. A enorme cratera exibia diversas raízes antigas que foram danificadas com o impacto. No meio de tudo aquilo, várias placas de gelo quebradas ao redor de um pilar de gelo puro. Sofia estreitou os olhos, tentando compreender qualquer coisa ali no meio, mas tudo que conseguia ver era a perfeita transparência do objeto.
— Cadê aquele desgraçado? — murmurou ela.
Sião colocou a cabeça para pensar. E se aquela névoa densa que os envolvia não fosse um resultado do impacto, mas sim uma ação proposital? O chão mal estava úmido, pois o impacto da pancada gerou calor. Aquilo não poderia ser resultado do impacto. Adicionalmente, o cristal também não parecia emitir nada e a névoa parecia estar em constante movimento.
— Sofia, isso é uma armadilha. Vamos recuar e tentar pegar terreno alto.
— Eu não vou parar até que… espera! Você está ouvindo isso?
Sião olhou para os seus arredores, tentando encontrar o suposto som, mas com a área coberta de névoa era impossível ter algum resultado.
— Merda! Sofia, vamos sair daqui agora! — disse Sião, já exasperado.
Vendo que sua irmã estava ignorando-o, ele resolveu virar as costas e seguir no caminho oposto. Quando de repente o som seco de algo cortando através do ar e da névoa surgiu. No instante que virou o rosto, um projétil em alta velocidade atravessou sua perna, rasgando sua pele sintética, tendões, músculos, tubos sanguíneos e ossos. Quando se deu conta, sua perna direita não estava mais atada ao corpo, completamente cortada pelo que parecia ser um machado barbado.
O contato com gelo rapidamente se espalhou através dos seus membros, tapando qualquer tipo de sangramento que poderia ter, mas também prejudicando a circulação do seu sangue. Sião ficou completamente parado, imóvel e estático. Menos pelo ferimento, já que não sentia dor, mas sim por ter sido completamente pego de surpresa.
— IRMÃO! — gritou Sofia.
No seu primeiro passo para ajudar, uma figura enorme e sombria surgiu do meio da névoa a toda velocidade. Seu corpo se enrijeceu, apenas para se deparar com Huan Shen chegando no meio dos dois e atingindo Sião com um poderoso chute no meio do tórax. O choque foi tão grande que criou uma onda de ar que dissipou parte da névoa. Como se isso não bastasse, foi possível escutar todos os ossos da caixa torácica sendo esmigalhados e os fragmentos rasgando seus músculos e pulmões.
Seu corpo voou selva adentro, desaparecendo para fora da névoa.
— Irmão… — murmurou Sofia, em choque.
Huan Shen segurava um machado barbado na mão direita, completamente feito com gelo. Seus passos calmos o guiaram até o seu outro machado no chão, que ao tocar em seus dedos, teve sua superfície congelada reparada novamente.
— E aí, vamos terminar o que começamos? — perguntou o emissário, apoiando sua arma no ombro.
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