Capítulo 48 – O choro da nova geração.
O céu de Tianlong estava em festa. Bandeiras flutuavam como lírios no vento, e milhares de cultivadores cercavam os anéis de combate do Primeiro Grande Festival da Lâmina Celestial, vibrando a cada golpe trocado. Aromas doces de frutas espirituais e carnes assadas à chama dançavam no ar.
Baek Jin, vestido com seu manto escuro de Patrono da Liga, observava os combates com seus olhos afiados como uma lâmina imortal. Ao seu lado, Nero tomava chá silenciosamente enquanto Jovem Mestre Tae-Min mantinha o olhar distante, afundado em pensamentos sobre Qian Xue e seus recentes enjoos.
Foi então que o Sistema NOVA 2.0 brilhou diante de Baek Jin em um tom vibrante de Rose Celestial, mais intenso do que nunca.
✅ Continente 1 de 3: Zhen – Conquistado com Sucesso.
Status da Missão: 1/3 concluído.
Recompensa parcial liberada: 250.000 moedas de ferro negro.
Restam 2 Continentes para liberação total da recompensa}
Baek Jin sorriu com a calma de quem molda o próprio destino com as próprias mãos.
— “Capitã Jisoo… você realmente superou as expectativas,” murmurou.
Dois dias antes, no Continente Zhen…
A paisagem era diferente. Montanhas densas e negras surgiam como muralhas naturais entre vales iluminados por tochas que jamais se apagavam. As cidades, construídas com pedra escura e metal fundido, tinham um brilho amarelado constante. O som de marretas e bigornas ecoava ao longe — um continente inteiro que respirava ferro e forja.
Era o berço dos Ferreiros de Sangue Antigo, um povo orgulhoso, que afirmava descender dos Anões do Céu Caído, embora nenhuma linhagem verdadeira houvesse sido confirmada.
A Capitã Jisoo, acompanhada de sessenta membros da Companhia Diplomática, pisava pela primeira vez no solo de Zhen com sua armadura de tom violeta metálico, adornada com engrenagens gravadas com runas espirituais. Seus cabelos roxos estavam presos em um coque firme, e seus olhos transmitiam astúcia e ousadia.
Com ela, estavam dois Vice-Capitães — o antigo artesão Daran, mestre das estruturas energéticas, e a nova Vice-Capitã Tian Mei, especialista em fusão de metais espirituais e comunicação com matrizes de energia.
Diante do Conselho dos Três Martelos, os soberanos de Zhen, Jisoo não curvou a cabeça. Apenas abriu os baús dourados que trazia.
— “Essas… são apenas amostras.”
Ela revelou:
- Um banheiro com encanamento interno, capaz de se limpar com água espiritual.
- Um gerador portátil de energia espiritual, ativado por pedras marciais de grau médio.
- Um sistema de ventilação com resfriamento térmico e aroma purificador.
- Um braçalho de metal leve que, ao toque, gerava uma lâmina espiritual moldável.
O mais velho do conselho, Ancião Ferro-Mãe, tocou o metal com reverência. Seus olhos, há muito endurecidos pela desconfiança, brilharam com o mesmo entusiasmo de um aprendiz.
— “Essa liga… essa estrutura… isso é… alquimia mecânica?”
— “Não. Isso é Tecnologia Espiritual,” respondeu Jisoo. “E estamos dispostos a compartilhar tudo. Desde que… unam-se à Liga da Lâmina Celestial.”
Por três dias e três noites, debates e demonstrações tomaram conta do Palácio Martelado. Ferreiros e artesãos disputavam amostras dos projetos. Engenheiros e cultivadores rúnicos estudavam as estruturas com olhos famintos.
No fim, não houve resistência.
Zhen se rendeu… à genialidade.
Na sala de comunicação por cristal, Jisoo relatava com calma:
— “Patrono da Liga. Zhen é nosso. Sem sangue derramado.”
A imagem de Baek Jin no cristal acenou com aprovação.
— “Excelente trabalho. Você não apenas conquistou o continente… você o inspirou.”
Jisoo sorriu suavemente, mas seus olhos logo buscaram novos projetos na mesa.
— “E isso é só o começo. Com o povo de Zhen em nossa Liga… o céu deixará de ser o limite.”
De volta ao Festival em Tianlong, Baek Jin encerra a notificação do sistema e vira-se para Nero.
— “Dois. Falta apenas um.”
— “E qual será o próximo?” Nero questiona.
— “Draknor já é nosso. Zhen agora também. O terceiro… será um desafio.”
Nero sorri, divertido:
— “Então talvez seja hora de enviar o Jovem Mestre Tae-Min. Ele já está entediado.”
Tae-Min suspira, ouvindo.
— “Mandem-me para onde quiserem. Mas antes… preciso confirmar algo.”
Nero e Baek Jin o observam em silêncio.
— “Qian Xue está grávida,” diz ele com serenidade.
O silêncio foi cortado apenas pela leve brisa que passava por Tianlong.
E assim, entre conquistas e revelações, o mundo se preparava para algo ainda maior.
…
As tábuas de madeira do convés estalavam sob o peso da chegada. O navio de guerra da Liga cortava as ondas, e os tambores marciais ressoavam o tempo todo.
Quando Qian Xue desceu a passarela, sua expressão era de serenidade — até que um tremor percorreu seu corpo. Tae‑Min estava a sua frente, os olhos enguerrados de alegria, mas no instante em que estendeu a mão para ela… seus joelhos fraquejaram.
— “Esposa!” — gritou ele, apoiando-a. As palavras se perderam enquanto ela desmaiava, seca como uma chama apagada.
Um clarão de pânico atravessou o rosto de Tae‑Min. Ele ergueu-a contra o peito como se fosse quebrar ao menor toque.
— “Eu sabia… eu sabia…” — murmurou ele, os dentes cerrados.
Do navio até a marginal espiritual da base da liga, cada passo que ele dava parecia ecoar nos ossos. Ele passou por lanternas de jade e guardas, praticamente voando até a entrada da Ala Médica Principal.
— “Médicos do Departamento Médico! Urgente!” — seu grito reverberou pelos corredores de pedra.
A equipe médica, liderada por Min Ryo, e também por outros anciãos médicos, e enfermeiros sêniores rapidamente conduziram Qian Xue para dentro da sala de cirurgia, oxigenando seu sistema, inserindo IVs e agulhas potentes para controlar a dor.
Enquanto as portas se fechavam, Tae‑Min permaneceu ali, imóvel, com lágrimas silenciosas pingando nas mãos trêmulas que seguravam o corpo da mulher que amava.
Na sala temperada, avançando o drama…
A iluminação era suave, quase celestial. Mas o ambiente estava imbuído de tensão. Algumas enfermeiras faziam rondas rápidas, olhando de Qian Xue para a barriga que já exibia sinais visíveis da criança — não uma, mas duas.
A aura Rose Celestial, que envolvia o corpo da Capitã, começou a cintilar com uma frequência intensa, pulsando em ondas concêntricas que envolviam os bebês. A barriga se expandia como uma cúpula viva, prestes a romper.
Os gritos começaram. Primeiro, discretos, depois altos — Qian Xue despertava fragmentos de consciência, sob a anestesia forte, mas a dor era tão intensa que seu rosto se contorcia em espasmos.
— “Tae‑Min…” — murmurou ela, a voz entrecortada por gemidos involuntários. — “Meu… marido…”
Tae‑Min aproximou-se, olhos arregalados.
— “Eu estou aqui. Eu estou aqui, esposa…”
Lágrimas eram contidas na voz, mas não no olhar.
Min Ryo falou em voz baixa, plus suave…
— “Tae‑Min‑ssi… precisamos estabilizar a energia parâlinar. O corpo dela está mergulhado na aura do Rose Celestial… os bebês estão pressurizando a placenta e o útero está em risco de ruptura.”
As enfermeiras preparavam seringas de Anestésico Supremo Celestial. Por mais que fosse forte, o rosto de Qian Xue continuava se contorcendo como se fosse rasgar ao meio por dentro.
— “Tae‑Min,” Min Ryo murmurou com urgência, “você precisa falar com ela. Tranquilizar o Qi da mãe diminui a pressão do útero.”
Ele assentiu, aproximando o rosto do dela, e murmurou com a voz embargada:
— “Qian Xue… você está indo muito bem… você é forte…”
Ela apertou a mão dele, apesar do estado frágil. As cordas da respiração, os monitores soando alarmes, os médicos suando… era quase insuportável de assistir.
Enquanto isso, a aura Rose Celestial cintilava ainda mais forte — como se incorporasse a vida dos bebês. O piso da sala começou a tremer levemente.
As mesas tremiam. Máquinas registravam os batimentos…
— “Preparem — agora!” — ordenou Min Ryo.
As portas se abriram. O campo magnético da aura se expandiu e, por instantes, todos sentiram como se estivessem no centro de uma névoa brilhante.
— Dois choros simultâneos ecoaram.
A dor de Qian Xue mudou. Dos gritos desesperados, passou para um gemido de alívio e surpresa.
— “São gêmeos?” — sussurrou ela, o batimento cardíaco oscilante, mas com um sorriso sereno surgindo no canto dos lábios.
— “Sim,” respondeu Min Ryo suavemente, segurando seu outro braço. “Duas crianças perfeitas.”
Tae-Min soluçou:
— “Meus filhos… meus…”
Qian Xue soltou uma risada fraca, olhando para os bebês que agora existiam, chorando firmes e saudáveis em braços de enfermeiras.
— “Eles…” — disse ela, mas a voz falhou.
Min Ryo completou:
— “Mãe e bebês estão estáveis. Vocês tiveram vitória… mas por pouco.”
Um aplauso irrompeu, baixo — mas o mais poderoso deles era o suspiro de alívio de Tae‑Min, que com cuidado, beijou a testa da esposa.
Ela sorriu com lágrimas, a aura Rose Celestial diminuindo até se misturar com a luz natural da sala. O sofrimento existiu — sim — foi real — mas agora, se transformava em gratidão, futuro, e o peso imenso de carregar duas novas vidas no mundo murim.
E, ao fundo, ainda era possível ouvir o eco dos primeiros choros vigorosos dos bebês — promessas de uma nova geração da Liga da Lâmina Celestial.
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