Índice de Capítulo

    A Cidade Celestial Tianlong nunca testemunhara tamanha euforia. 

    Tendas multicoloridas surgiam como flores ao vento, enquanto lanternas espirituais vibravam em cada esquina. O nascimento dos gêmeos — um menino de olhos escarlates e uma menina de olhar ultra violeta — havia sido anunciado em cada campanário, tocando em sincronia com palmas, tambores e canalizações suaves de aura espiritual. 

    Carros de bois ornados com bandeiras da Liga desfilavam pelas ruas. Fogueiras simbolizavam o renascimento de uma nova geração. E nos rostos de cultivadores, via-se a esperança, o orgulho — e a certeza de que aquele dia entraria para os anais do mundo murim. 

    Dentro de portas fechadas, longe da alegria escancarada, Tae‑Min cuidava com delicadeza de sua esposa, Capitã Qian Xue, ainda frágil na cama, e segurava cuidadosamente os dois bebês em seus braços enrugados pela emoção. Um leve sorriso surgia no seu rosto — era mescla de encantamento, amor e responsabilidade. 

    — “Mamãe… papai…” — ele sussurrava, apresentando cada criança — “Menino Ryu‑Min. Menina Xue‑Lin.” 

    Qian Xue, olhos brilhando como cristais sob o velo da recuperação, sorriu. Sua mão tocou os rostos minúsculos: 

    — “Eles…” — ela pausou, respirando fundo. — “Eles são nosso futuro… e nosso legado.” 

    — “Sim,” — Tae‑Min respondeu com ternura. — “Nós vamos protegê-los sempre.” 

    Enquanto isso, no salão secreto da Torre dos Deuses, o Sistema NOVA 2.0 projetava hologramas circulares ao redor de uma mesa de mármore. À frente, Baek Jin estudava as leituras, seu olhar penetrante absorvia cada dado com a calma de um sábio. 

    — “Constituição confirmada…” — murmurou ele, analisando as imagens. — “Menino: Corpo Divino do Vazio… mesmo sangue… mesma essência do pai.” 

    O sistema emitiu um tom suave, confirmando: 

    “Código: CV‑01 — Corpo Vazio Estilhaçado Detectado.”
     

    Baek Jin sorriu de leve. 
    — “Exato. Exatamente como suspeitava.” 

    O holograma mudou, mostrando agora a menina: 

    “Menina: Código CV‑02 — Corpo Divino do Vento.”
     
    A imagem alterou-se com padrões espirais, simbolizando leveza e fluidez. 

    — “Vento…” — ecoou em seus lábios, num sussurro que misturava fascínio e reverência. — “Igual a mãe… e igual a Nero.” 

    Ele se virou para a pequena tela mostrando o imperador ocidental. 
    — “Ela será moldada por ambos.” 

    Lá fora, o povo celebrava sob a lua crescente. Fogos espirituais soltos nos céus banhavam a cidade num brilho suave, como se Tianlong estivesse sendo abençoada pelos deuses. Bandeiras foram hasteadas das muralhas, e o som de violinos espirituais ecoava sobre um ritmo de tambores marciais. 

    No centro da praça principal, Capitã Jisoo levantou uma taça de chá espiritual e brindou: 

    — “Aos gêmeos da Lua Celestial! Que cresçam como titãs do murim—mais fortes do que qualquer calamidade!” 

    A multidão respondeu com aplausos que sacudiram a noite. 

    Mas Baek Jin, sozinho na penumbra do observatório da torre, sabia: 

    “A profecia caminha em seus pés… 
    E Tianlong floresce sob seus corações.” 

    Ele cerrou os punhos, a aura suave do Sistema envolvendo-o. Ele já vislumbrava o futuro: 

    Build the city, forge the future, prepare the heirs… 

    E embaixo daquela lua prateada, um novo capítulo estava apenas começando — não apenas para os gêmeos, mas para toda a Liga da Lâmina Celestial, e para o murim que se ergueria sob seus nomes. 

    … 

    O horizonte surgia além das torres cintilantes de Tianlong, tingido em tons carmesim e dourados enquanto o sol se punha. Um vento suave veio do oeste, carregando odores de terra queimada e sinalizando a chegada de forças vindas do misterioso Continente Horizonte Flamejante

    E ali, surgindo na rampa do navio, estava Nero, o Profundo Monarca, o Imperador que dominara o fim do oeste. Seus longos cabelos negros — já marcados por fios prateados e agora ainda mais brilhantes — balançavam com o vento. Seus olhos, profundos como oceano escuro, refletiam a luz do crepúsculo. A aura ao seu redor formava leves redemoinhos, evidência do poder esmagador que residia em seu interior. 

    Passei semanas naquele inferno flamejante… mas dominá-lo foi trivial. — Nero murmurava para si mesmo enquanto descida da rampa, empunhando vagamente sua lâmina ancestral, ainda cintilante com entalhes místicos. 

    No convés, ao tocar terra firme na base da cidade, ele foi recebido ainda sem grande alarde — afinal, sua presença, quando famosa, não precisava de pompa. Ao falar com os oficiais da guarda, deu instruções diretas: “Transferi as forças. O navio volta vazio. Eu seguirei para o pátio da família.” 

    Seu retorno ao Quadrilátero da Lâmina Celestial, junto ao enorme salão residencial onde Tae‑Min e Qian Xue estavam, foi marcado por olhares de respeito. Mas não havia temor — apenas exaltação silenciosa. 

    Minutos depois, no portão lacrado, dois guardas abriram espaço ao signo de sua presença. Nero avançou com passos suaves — mas firmes — em direção à pequena ala onde os gêmeos viviam, protegidos por cortinas translúcidas. 

    Lá, Tae‑Min, exausto porém radiante, apoiado por Qian Xue, aguardava com o coração em turbilhão. Os bebês dormiam no bercinho, envoltos por mantas de seda leve. 

    Nero parou diante deles. O mundo parecia se silenciar. 

    — “Pequeninos…” — sussurrou ele, com voz profunda, enquanto se ajoelhava diante do pequeno menino de olhos escarlate. — “Vocês são a próxima centelha do nosso mundo.” 

    Ele ergueu a mão, tocando levemente o ombro trêmulo de Tae‑Min. 

    — “Eu não falei antes… mas considero você, Tae‑Min, como um filho. E hoje, sinto que seus pequeninos… os bebês de Qian Xue e você… são parte da minha descendência. Eu os protegerei — mesmo que meu corpo falhe — com cada grama do meu poder.” 

    As palavras pairaram no ar enquanto o silêncio envolvia o quarto. Tae‑Min e Qian Xue ergueram os olhos, tocados pelo peso da declaração. Lágrimas de orgulho e gratidão surgiram em ambos. 

    — “Obrigado, Nero…” — Tae‑Min murmurou. 

    — “Eles ficarão sob nosso olhar…” — completou Qian Xue, com a voz firme apesar do coração sussurrante. 

    Nero então virou-se, caminhando até a porta do quarto, as lanternas da ala iluminando seu perfil resoluto. 

    — “Deixe-os comigo esta noite. Quero estudá-los… antes que o futuro chame-nos para além de Tianlong.” 

    Com isso, ele saiu, deixando a porta aberta para seu momento com os netos. 

    Instante depois, no pátio principal da Liga… 

    Qian Xue sussurrou ao marido: 

    — “Ele venceu o ser mais forte do Horizonte Flamejante… um Semi‑Deus caído diante dele.” 

    Tae‑Min apertou sua mão com firmeza. 

    — “Ele voltou para nós… com promessa de vigiar nossos filhos.” 

    Ambos ergueram o olhar para as estrelas que despontavam sobre Tianlong — a Cidade que acolhia uma nova geração, protegida por heróis nascidos de antigos mundos, e por corações que transcenderam eras. 

    E assim, enquanto o mar ecoava seu eterno sussurro, a Liga da Lâmina Celestial se fortalecia não apenas com conquistas, mas com laços que se tornavam eternos. 

    … 

    No céu acima da Cidade Celestial Tianlong, nuvens finas se espalhavam como véus dançando lentamente sob os raios quentes do sol da manhã. A cidade fervilhava em alegria. Bandeiras com o símbolo da Liga da Lâmina Celestial tremulavam com orgulho. As muralhas que um dia foram feitas de pedra simples agora reluziam com metais espirituais refinados, infundidos com fluxos de energia que mantinham a cidade protegida — não apenas com força, mas com beleza e honra. 

    No interior de uma das alas residenciais mais protegidas, o Imperador Nero estava ajoelhado no chão de madeira polida, um raro sorriso em seus lábios severos. Seus olhos profundos e calejados pela guerra brilhavam ao observar os pequenos Ryu-Min e Xue-Lin, os recém-nascidos da Capitã Qian Xue e do Jovem Mestre Tae-Min. 

    — “Ele já tenta segurar minha unha… Que força absurda para um bebê…” — comentou Nero, permitindo que Ryu-Min envolvesse seu dedo com as pequenas mãos escarlates, herdadas de seu pai. 

    — “E ela… ela observa tudo com olhos de quem já conhece o mundo.” — ele disse, ao acariciar o cabelo sedoso da pequena Xue-Lin, cujos olhos ultravioletas pareciam brilhar até na penumbra do quarto. 

    Nero se pegava perdido no instante. Naquele momento, ele não era o Monarca Profundo. Não era o imperador de um império caído. Ele era apenas um avô em silêncio, encantado com a pureza de uma nova geração. 

    Enquanto isso, em outro canto da cidade, nas câmaras mais secretas da Torre da Lâmina Silenciosa, Baek Jin abria os olhos lentamente. 

    DING! 

    A interface Rose Celestial do Sistema NOVA 2.0 cintilava à sua frente como constelações girando em plena luz do dia. Símbolos desconhecidos piscavam, enquanto uma barra de progresso dourada completava seu ciclo. 

    Missão de Expansão Global: Conquista de Três Continentes – COMPLETA. 
    Recompensas Liberadas: 
    1.000.000 Moedas de Ferro Negro 
    Projeto: Fábrica de Armas Espirituais em Massa – Categoria 1 (Pistolas Espirituais) 
    Acesso Limitado à Seção Avançada de Construções Tecnológicas (nível 1)
     

    Baek Jin cerrou os olhos. Um milhão de moedas… era mais do que qualquer clã no mundo murim conseguiria acumular em uma geração. E mais do que isso: o projeto da Fabricação em Massa de Armas Espirituais

    Ele tocou o painel translúcido diante de si, revelando o holograma da planta: Pistolas Espirituais, uma versão simplificada e adaptada das armas da Terra moderna. Embora seu poder fosse inferior a armas reais de fogo, elas possuíam vantagens únicas: consumo de energia espiritual, capacidade de amplificação com núcleos espirituais e uso múltiplo sem recarga convencional. 

    — “Armas espirituais… fáceis de produzir… fáceis de ensinar. O campo de batalha do futuro não será o mesmo.” — murmurou Baek Jin, sua voz como trovão abafado. 

    Um novo painel emergiu, oferecendo opções: 

    Deseja iniciar a construção da primeira Fábrica de Armas Espirituais? 
    Custo: 800.000 moedas de Ferro Negro 
    Tempo estimado de conclusão: 9 dias
     

    Ele não hesitou. 

    — “Confirmar.” 

    Assim que o comando foi dado, runas espirituais começaram a se espalhar pelo chão do centro de construção da cidade. Materiais foram transportados pelas esteiras espirituais. O som dos martelos mágicos ecoou pela cidade, e os Engenheiros do Departamento de Forja, liderados pela Capitã Jisoo, foram notificados. 

    Logo, uma mensagem percorreu toda a Liga da Lâmina Celestial

    <O Patrono da Liga autorizou a construção da Primeira Fábrica Espiritual de Armas de Categoria 1. Preparem-se para um novo ciclo de poder!>
     

    Os vice-capitães se reuniram. Capitães enviaram ordens. A cidade vivia um novo fervor. 

    De volta ao pavilhão residencial, Nero se virou enquanto Tae-Min entrava devagar. Seus olhos cansados e o semblante calmo não escondiam o orgulho ao ver seus filhos protegidos pelos braços daquele homem. 

    — “Obrigado… por cuidar deles.” — disse Tae-Min com voz baixa. 

    Nero sorriu. Pela primeira vez em muito tempo, seu sorriso era livre. 

    — “Eles são parte de mim também… Como eu já tinha dito… eu te considero como um filho. E esses dois… são meus netos.” 

    Tae-Min abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. Então, simplesmente se ajoelhou e assentiu com a cabeça. 

    — “Eles… terão a proteção de dois mundos.” — respondeu ele. 

    E ali, enquanto do lado de fora o barulho da construção da fábrica ecoava como tambores de guerra, dentro daquele lar, nascia um novo elo. Uma promessa silenciosa. A de que mesmo num mundo de batalhas e caos… o futuro teria esperança. E ela começava com dois pequenos nomes: Ryu-Min e Xue-Lin

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