O sonho atormentado por vozes medonhas, o sussurro interminável de uma criatura das sombras que alertava a cada segunda que estava prestes a aparecer. Um tempo indeterminado no escuro, ouvindo sobre a morte, sobre o beijo gelado do outro lado, onde os seres humanos não podiam permanecer.

    – Ele está com febre de novo, Ptitsa – o jovem Zemlya disse ao retirar a costa da mão da testa do moribundo na cama. – Tem certeza que ele vai ficar bem mesmo? Já faz tanto tempo.

    A Velha Ave, como era chamado Ptitsa, usava um longo casaco de pele de urso sobre o ombro e tinha a barba mais branca do que neve, tão grande e volumosa que tapava a gole de sua armadura de couro reforçada.

    – Se fizemos isso por mais de um ano, podemos continuar fazendo. – Ptitsa jogou uma toalha limpa para Zemlya. – Enxágue bem e tire umas cinco pétalas de Unamada para fazer um chá. Vamos reforçar o núcleo de mana dele.

    – De novo? – O rapaz estava preocupado. – Isso pode afetar o controle dele se acordar.

    – Disse bem. “Se ele acordar”. Temos que deixá-lo vivo antes de tudo.

    Zemlya nunca ia contra as ordens de seu mentor. Muitas tarefas eram pedidas e todas dentro de um padrão especifico. Ptitsa era um velho de bom coração e uma alma boa. Fazia quase um ano e meio, estavam próximos do limite do Pântano de Maisho onde coletavam plantas aquáticas para futuros experimentos.

    Os tremores incessantes vindo próximo de uma cidade. Zemlya dormia quando o céu se tornou vermelho, mas o viu quebrar em fragmentos como espelhos, e depois imensas quantidades de raios desceram feito chuva.

    Era como se o caos tivesse se estruturado na terra. Ele temia por não ser capaz de fugir dali. A última explosão causou uma destruição tão alarmante que a cidade de Algorisha, o próximo destino deles, foi destruída.

    Que bom que não fomos para lá mais cedo.

    Ptitsa estava com um pressentimento ruim. Quando retornou, não estava mais sozinho, carregava em seus braços um homem completamente apagado, com os braços queimados e sangrentos, com partes da roupa vaporizadas e uma marca estranha no rosto, uma marca de queimadura que até os dias atuais não havia sarado.

    Sentado em um balde, Zemlya cuidava de alguém que nem mesmo conhecia, e estava fazendo isso por quase um ano e meio.

    Zemlya preparou o chá de Unamada, tirada da plantação que havia atrás da casa, e despejou um pouco de água salgada para o efeito curativo ser menos doloroso. Inclinou o pote na boca do homem e o fez engolir pouco a pouco.

    Retirou a faixa dos braços dele, a carne ainda queimada, com rachaduras na pele e as veias cicatrizadas. Tinha sido um trabalhão para reconstruir todas as veias e fechar os três pontos danificados.

    Ele passou a pomada nas piores parte e usou água para limpar os pulsos e os dedos. Em uma das mãos, dois dedos faltavam, o que seu mentor tinha dito que era resultado de algum tipo de magia.

    – Então, ele é um Mago? – perguntou, curioso. – Podemos ajudar ele?

    – Não acho que seja um Mago. Magos não são muito fortes sozinhos. – Ptitsa andava indiferente como sempre falando sobre os pacientes. – Deve ser só um cara que se meteu em uma briga e agora está machucado. Vamos levar ele para os outros.

    A Casa de Repouso do Velho Urso era muito perto dos Postos Avançados da Muralha Oeste. A Muralha dividia o feudo Luzin do Feudo Akima, o lugar onde os não-humanos e criaturas malignas viviam em constante disputa.

    Lá, tratavam os feridos e metade das criaturas que pediam socorro. O quarto do rapaz de Algorisha era só mais um no meio de vários. Ele, no entanto, possuía uma preferência enorme do Velho Urso já que era visitado todos os dias.

    – O que ele tem de especial, Velho Urso? – Oiajim, um dos curandeiros a disposição de Ptitsa, uma vez perguntou. – Não sou só eu que estou interessado nisso. Por que quer tanto salvar a vida desse homem? Ele não vai acordar.

    O velho estava de costas, fazendo uma pequena pasta de saul, quando respondeu:

    – Se fosse com sua filha, mandaria eu desistir?

    Ao ouvir seu mentor dizer com tanta facilidade aquelas palavras, Zemlya passou a tratar os feridos como seus parentes, dando total apoio e carinho.

    Porém, um ano foi suficiente para muitos pedirem a remoção do homem do quarto. Ele era o único que tinha um cômodo somente dele, e isso trazia pouco espaço para outros feridos com mais prioridade, mas o Velho Urso não cedeu.

    – Eu quero trazê-lo de volta. Vamos cuidar do corpo, depois disso, ele só precisa voltar com a própria mente.

    No almoço, Zemlya comia ao lado do homem, dando um pouco de comida e mastigando por ele. Dava água e tentava ao máximo consertar a ferida mais extensa; um corte na lateral do braço, que ligava o pulso ao ombro. Parecia ser um corte, mas os efeitos regenerativos quase eram anulados quando se tentava fechar.

    Lendo enquanto comia, Zemlya recebeu na porta o próprio Oiajim, com um remessa de toalhas novas e uma muda de roupa limpa.

    – Presente do Velho Urso – disse, sem muita animação. – Fez algum progresso com o braço?

    – Não, nada. Eu já tentei todos os tipos de pastas, até mesmo alguns símbolos mais padronizados para fechar a carne, mas… – bufou apontando. – É impossível.

    – Você só está de mal humor hoje. Sempre pense positivo. – Oiajim chegou mais perto e deu uma boa olhada. – As veias foram ligadas de novo, ótimo. Os tendões sofreram rompimento em quase três partes, e você colocou no lugar. Perfeito.

    Oiajim era um dos curandeiros mais antigos e famosos da Casa de Repouso. Se não fosse o Velho Urso, ele quem seria o diretor. Mas, seu tipo de trabalho era de campo, completamente distinto de Ptitsa.

    – Tive ajuda – admitiu.

    – O importante é ter conseguido. – Oiajim entregou uma faixa limpa e começou a enfaixar ao lado de Zemlya. – Quanto mais você tentar, mais perto está da perfeição. Precisamos disso hoje em dia, então, foque sempre aqui.

    Zemlya pegou a faixa estendida e continuou o processo. Pouco a pouco, terminou o serviço.

    Nenhum movimento, nada da falar ou ondulação na mana. O homem deitado parecia morto. Se ele fosse o dono da Casa de Repouso, teria mantido esse homem por tanto tempo em tratamento? Não. Zemlya daria prioridade aqueles que precisavam de prioridade imediata.

    Ele não era o Urso Velho e não tinha motivos pessoais. Um único homem não valia outras vidas.

    Retirou-se do quarto com a mente trabalhando.

    – Zemlya – o garotinha Sanko o chamou pelo corredor com um aceno. – O Velho Urso está te esperando para reunião com os homens de armadura lá fora.

    – Ah, a reunião. – Se chegasse atrasado mais uma vez, Ptitsa iria dar uma moca nele. Se apressou e afagou o cabelo do menino. – Obrigado, Sanko.

    – Me da um biscoito depois?

    Zemlya riu e acenou que sim.

    II

    – Os preparativos para a reunião do Conselho Geral foram encerrados – Piey disse aos Arcanos e Adesir presentes. – Com a estranha decisão do rei Luzin de não querer mais os Adesir em seus territórios, creio que teremos que apelar por uma jurisdição mais refinada.

    – Alguém sabe por que ele decidiu isso? – Julius quem questionou. Um ano o deixou ainda mais carrancudo, mas não só ele. A morte de um aprendiz tinha levado muitos Adesir a questionar a segurança dos seus no Grande Continente. – Pelo que sabemos, a decisão não cabe ao reino, mas sim a nós.

    – Mesmo que não sirvamos como diplomatas, tentamos dar o máximo de argumentos para que vocês pudessem ficar – explicou Piey. – Luzin simplesmente disse que a entrada de qualquer Adesir seria direcionada a um ataque. Por isso, estamos cessando a ida de vocês para o Grande Continente.

    – Que ridículo.

    Não somente Julius, mas Hambo e Grison concordavam com a decisão horrenda do rei. Grison via esse fato como sendo completamente irreverente a história. O feudo que tanto precisou deles estava virando as costas por um boato que surgiu fazia algum tempo.

    – Mas, a destruição de Algorisha foi realmente feita por um dos seus – O Arcano Sindrick, recém-formado, abriu a boca. – Seria comum eles decidirem que vocês não poderiam ir se achassem que levariam problemas consigo.

    – Não precisamos de inflações de discussões hoje. – Piey cortou um bocado de risadas dos Arcanos. – Sabemos mais do que ninguém que as funções de vocês são diferentes. Temos que levar em consideração muitas questões, mas Luzin pediu uma audiência com o Asumir e comigo. Levaremos esse assunto adiante e tentaremos virar o jogo.

    Mesmo paralisando as risadas, os Arcanos gostavam da sensação de estarem acima. Por muitos anos, as ridicularizações eram miradas pela falta de pedidos que recebiam do Quadro. Depois de Algorisha, nada além de Arcanos era pedido.

    Algo na mente das pessoas mudou sobre os Adesir, algo que Grison ainda não tinha descoberto. As mesmas bocas que diziam querer ajuda agora insultavam, e as medidas mais razoáveis viraram drásticas, inaceitáveis.

    Foton foi um dos que recebeu uma chuvarada de descriminações quando teve seu primeiro Pedido. Retornou dois dias depois, sujo da cabeça aos pés por tomate. Não somente ele, mas os Aprendizes foram taxados ao ridículo.

    Um ano inteiro e os Adesir começaram a decair no desuso.

    – Daqui a pouco, vocês vão ter que trabalhar com a gente – um dos Arcanos disse. – Imagina pra vocês, que sempre disseram que somos inúteis, trabalhando como a gente.

    Grison não queria pensar nessa possibilidade, mas era a mais próxima que havia.

    Piey o chamou para caminhar depois da reunião se encerrar. Os dois trajavam as vestimentas formais de Mestres, com o símbolo de cada organização estampada em uma capa caída atrás das costas. Para os Arcanos, o Corvo. Para os Adesir, a Cobra.

    – Soube que a Muralha teve um pedido de socorro recente? – Piey perguntou, casualmente. – Muitas mensagens tem chegado a nós dizendo que um ataque do feudo Akima pode estar se desenrolando.

    – Os não-humanos sempre odiaram os Luzin por alguma razão, vai entender o motivo. – Deu de ombros. – O que isso tem haver por ora?

    – A Muralha é um lugar onde todos os tipos de pessoas trabalham. Voluntários treinam lá para se tornarem soldados e tudo mais. É uma chance de enviar alguns dos aprendizes, os Arcanos aceitaram a ideia.

    – Treino de combate corporal? É um pouco fora do padrão da Torre Mágica.

    Piey concordou.

    – É só uma forma de aumentarmos mais a produtividade. Também, iremos tapar os buracos que os soldados estão deixando. Eles não possuem gente suficiente para cobrir as torres e ameias, então, daremos uma pequena ajuda.

    – É sua forma de negociação com o rei?

    – Sim. – Piey não escondeu o desgosto ao afirmar. – Depois da morte de Enigma, o rei tem tido uma estranha batalha contra os próprios súditos. Não tenho entendido muito bem, mas parece que a Normadie Agnes teve um pouco de caso nisso também.

    Era uma suspeita preocupante.

    – Acha que ele estava controlando a Normadie para algum propósito?

    – Recebi uma carta de um homem que se intitula ‘Dedo Anelar’ e está contida informações que ligam ela a uma extensa lista de nomes que trabalham para o rei. – Piey parou quando chegaram ao jardim. – Tenho medo de que a mensagem seja verdadeira e teremos problemas mais a fundo.

    – Seus problemas sempre são grandes e profundos, amigo. – Grison estava acostumado com tramas e suspenses do feudo. – O que está acontecendo?

    Piey suspirou encarando a paisagem verde. Olhos distantes e um rosto pálido. A velhice tornava tudo mais difícil. Já não era o mesmo homem vigoroso de sempre.

    – Eu soube que houve um aumento de Arcanos se desligando da Torre Mágica. Um recrutamento vindo dos Magos da CBK foi emitido abertamente no Grande Continente. Meu medo é perder os jovens que temos.

    – Por que perderíamos eles? Aqui, tudo o que podem aprender será dado a eles.

    – Tenho minhas limitações quanto a esse pensamento, amigo. Creio que os Magos oferecem algo que não podemos, algo que ainda não entendo. Me fiz essa pergunta mais vezes dormindo do que acordado. Nos meus sonhos, vejo meus aprendizes partindo para uma missão sem volta, guiados pelo desejo de uma Era que nunca voltará. E temo que com essa decisão do rei de impedir os Adesir de adentrarem o Feudo, os seus aprendizes façam o mesmo.

    Então, os Magos aproveitaram a situação bem antes do que era imaginado. O ataque no ano interior já deixava claro que estavam atrás do Cubo de Mana e do Miserável. Agora, aumentar seu poder era questão de tempo.

    – Façamos tudo para mantê-los aqui. – Grison firmou a mão e segurou Piey pelo ombro. – Vamos fazer a reunião valer a pena. Depois disso, discutiremos o próximo passo.

    Piey assentiu com a cabeça, mas nada convincente. Seus pensamentos estavam nublados.

    III

    Ptitsa sentava junto de dois comandantes, cada um deles com uma cara quadrada e olhares redondos. Típico de soldados, porém, suas posturas eram mais relaxadas do que os últimos que vieram vê-lo.

    Ao seu lado, Zemlya se preparava para sua segunda reunião importante. O rapaz tinha que aprender a conversar mais com as pessoas, e por isso participava.

    – Vamos direto ao ponto porque tenho feridos para cuidar – Ptitsa cruzou os braços, remexendo na cadeira. – O que houve dessa vez?

    O comandante mais velho, de cabelos grisalho, de nome estranho, era Saee, respondeu:

    – Um combate próximo a Muralha Oeste. Tivemos cerca de vinte baixas leves e duas graves. Trouxemos os dois piores.

    – É só isso? – Ptitsa não estava confiante. – Olha, a minha prioridade é claramente soldados, mas muitos casos graves estão acontecendo perto daqui por algum motivo. Tenho feridas de pus até mesmo maldições de criaturas malignas.

    – Sei que está complicado, mas o Departamento dos Curandeiros foi suspenso pelo rei Luzin. Não temos mais opções a não ser vir até aqui. – Era Coiil, Comandante novo, mas bem famoso por suas batalhas contra os não-humanos na Muralha. – Se continuarmos assim, não teremos mais soldados até o final do ano. Já estamos em junho, em agosto sofremos baixas que não podemos mais obter.

    – Duas mil baixas graves é fora do padrão que temos aqui, senhores. – Era impossível tratar de tantos homens em um lugar pequeno como esse. – Somos uma rede independente. Se Luzin cortou a rede de vocês, como vamos dar conta se nem mesmo dinheiro recebíamos dele?

    – Por isso que viemos negociar. Temos contratos com muitos Arcanos, até mesmo da Torre Mágica, queremos que você lidere como uma rede de curandeiros privado enquanto pagaremos para os Arcanos coletarem todos os medicamentos possíveis para uso.

    Não era uma oferta ruim, mas nada generosa. Contratar Arcanos simplesmente para guiarem seu rumo até remédios e ervas. Não daria certo.

    – E temos outra notícia para dar. O rei Luzin decretou que os Adesir estão proibidos de entrar no feudo até segunda ordem. Foi dado que a destruição da cidade foi orquestrada por um Adesir louco, um boato que foi espalhado pelos Arcanos da própria Torre Mágica.

    Isso era novidade, realmente.

    – E os Adesir nada farão?

    Saee não sabia.

    – Pelo que vimos até agora, eles estão respeitando essa ordem. Mas, os Adesir e os Arcanos são duas organizações independentes, não servem ao rei. Querem uma reunião particular para julgarem se é realmente necessário a proibição.

    A ordem do rei era só um joguete para ganhar tempo. Os Adesir não iriam responder essa ordem com um impasse. Eles não abaixaram a cabeça para respeitar o rei quando ele entrou no poder. Conhecia bem a arrogância daqueles.

    – Vocês possuem o projeto para a rede privada em andamento? – perguntou. Queria tirar os Adesir da sua mente. – Um esboço da área na qual trabalharemos e quem irá nos ajudar com tantas pessoas.

    – Podemos ajeitar tudo até o final da semana – Coiil respondeu, rapidamente. – Se estiver interessado, podemos trazer um arquiteto para avaliar o desenho junto do senhor.

    – Traga Olivier Garno, ele é de Patrono. Diga que estou pedindo um favor. Ele vai atender.

    Coil e Saee se entreolharam.

    – O Arquiteto do Palácio Real? Ele está aposentado faz uns três anos, senhor.

    – Só diga a ele – Ptitsa reforçou. – Se ele não fizer o esboço, não irei trabalhar naquele chiqueiro que chamam de Muralha. As minhas condições serão feitas somente se Olivier aceitar o trabalho. E terá a renda e o custo de tudo o que prometeram, precisarei de um negociante e um mercador valioso.

    – Temos alguns nomes em mão para isso.

    – Ah, vocês são tão verdes, rapazes. Quando eu digo que quero pessoas, sou eu quem escolho. Não quero dois paus mandados do rei vindo até aqui averiguar se estou fazendo meu trabalho direito ou se vou me curvar para ele.

    Coiil assentiu.

    – Perdão se ofendemos.

    – Não ofendeu. – Longe disso. Ptitsa gostava de falar mal de Luzin. – Primeiro, o Arquiteto. Depois, o resto. É tudo o que tenho a dizer.

    Os dois Comandantes se levantaram, apertaram a mão de Ptitsa e saíram com as condições base em um papel anotado. Permanecido na sala com seu aprendiz, esperou por mais dez minutos até que relaxar os ombros e respirar fundo.

    – Vamos ter problemas – disse em voz alta. – Eles estão desesperados, o rei também. Parece que Luzin está expulsando todos os Adesir por medo, mas a gente sabe que é só pra ganhar tempo.

    – Ganhar tempo?

    Ptitsa viu que Zemlya ainda estava ali, atento.

    – Sim, tempo. Luzin tentou isso faz cerca de quinze anos atrás. Expulsar os Adesir, depois os Arcanos. Foi assim que um certo grupo de Magos ganhou força no Grande Continente. Os Magos servem ao feudo, os outros não.

    – E por que vamos ter problemas?

    – Uma rede privada só segue as regras do feudo, não do rei. Se o rei quisesse, ele mesmo tinha criado uma rede e colocado seus curandeiros lá. Ele quer que alguém tome a iniciativa para começar uma série de procedimentos de recuperação de poder.

    O garoto fez uma cara de estranheza.

    – Resumindo, meu garoto, ele quer que nos aliemos aos Magos, e com isso estaremos na mão dele.

    – Então por que aceitou esse pedido, Velho Urso?

    – Porque existem leis que nem mesmo o Luzin pode apagar, e se nós seguirmos elas, ninguém pode tocar em nós. – Sorriu. – E vamos começar com todos aqueles que possuem legislações do reino de Alcatha.

    – O senhor me dá um pouco de medo quando sorri, mestre.

    Ptitsa riu dessa vez.

    – Você me vê como um velho demônio. Não, não. Essa semana, iremos ter que acordar aquele homem do seu profundo sono. Se eu estiver certo, ele vai ser bem útil a nós.

    – O dorminhoco?

    – Ele mesmo. – Ptitsa e Zemlya ergueram-se. – Busque uma Flor Seca e peça Oiajim para preparar um caldo verde de agnolia. Vamos colocar a cabeça dele para trabalhar mais rápido.

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