Capítulo 37 - Chamada (II)
– Maldições, hein. – Kralus sentava ao lado de Haivor, os dois partilhando um café. Lina estava de pé, observando alguns quadros na sala de reuniões. – Admito que Ptitsa é muito mais cobiçado nesse ramo do que eu, mas creio que chegaremos ao mesmo destino.
– Qual seria?
– Um Xamã. – O Mago beliscou o café, apreciando o gosto. – Eles vivem muito ao norte. Quando eu fiz minha primeira viagem para lá, fui surpreendido pela capacidade física. A magia que eles utilizam são diferentes das nossas.
– Sucções – Lina completou. – É o que ele quer dizer.
– Sucções, quer dizer, igual ao que faço? – Haivor ainda estava meio perdido. – Pensei que eles usassem magias mais robustas, sem círculos mágicos.
– E usam, mas isso não quer dizer que não sejam poderosas. Por que acha que o norte é todo arenoso? – Kralus manteve-se sério. – Xamãs retiram a mana do ar e da terra, canalizam nas próprias veias e transformam em suas. Eles forçam essa sucção, não é como a gente.
– Eu sei o básico sobre sução, mas não tenho livros suficientes para aprender mais – Haivor disse. – Existe algum método para que eu aprender a mecanizar igual a eles?
– Impossível. Eles aprendem desde pequeno, mas… – Ele se levantou, alterado. As caixas de livros foram alocados perto da parede, ao lado das estantes. Puxou um livrete para cima, era fino e modesto, capa dura, com uma pequena tira vermelha demarcando a página. – Esse é o Sutilidade Apresso. Foi feito por um elfo antes de metade de seu povo ter sido convertido pela mana sombria dos Absolver.
Haivor pegou o livro, mas estava interessado no outro assunto.
– Mana sombria dos Absolver? Os Elfos foram corrompidos?
– Sim, eu busquei esse conhecimento em uma ruína bem a leste. Diziam que eles tinham uma torre que servia de casa para os que tinham sido contaminados. Fizeram experimentos lá.
Lina tossiu. Os dois a encararam. O dedo dela apontado para o livro.
– Foco, senhores. Não se percam.
– Claro, claro. – Kralus se livrou do recente entusiasmo, focando para o livrete. – Ai está uma pequena aparição de Magia de Pontas. Já ouviu falar?
– Sim, uma magia que usa pilares geométricos diferentes do círculo. – Haivor abriu onde a tira vermelha tinha demarcado. – Como ela me ajudaria?
– Os Elfos, depois de serem convertidos pela mana sombria, tiveram um pequeno lampejo. Para conseguirem lutar contra seus irmãos mais poderosos, construíram um sistema que sugava a mana ao redor e fortalecia as suas próprias.
O dedo do Mago Branco deslizou no ar, desenhando um pentágono, depois, um quadrado entre eles, e depois um triangulo. Um círculo bem pequeno no meio unia todos as outras formas.
– O pentágono é o modelo primário, logo são uma magia de cinco pontas. Cada ponta tem uma característica que o usuário cria. Sucção está no meio. Tente.
Haivor imitou o movimento, desenhando perfeitamente no ar, com os traços mais grossos e densos. No meio do desenho, seu braço direito tremulou, e ele fechou a mão. O modelo se desfez na hora. Prendeu a dor entre os dentes.
– Seu corpo está sugando muito mais do que você pode utilizar – Kralus explicou. – Não vai conseguir usar nada dessa maneira.
Lina sentou-se ao lado de Haivor, dando uma olhada no membro enfaixado.
– Uma magia de aprisionamento – disse ela. Olhou para o pai. – Deve funcionar se existir algum objeto.
– Magia de aprisionamento. – Ele pensou por um tempo. – Nunca pensei nisso. Pode funcionar.
Haivor continuava tão perdido quanto antes.
– E o que seria isso?
– Uma forma de que os núcleos menores não suguem tanto da sua mana. Pense em como uma Maldição feita por você mesmo, mas para que as outras não conseguissem te afetar.
– Um canalizador?
Kralus respondeu do outro canto da sala, enfiando a mão dentro de uma outra caixa.
– Exato. Esses são objetos que tem um núcleo próprio, mas para usar, você precisar ser acima do Terceiro Domínio. – Ele encarou Haivor de onde estava. – Você é Segundo ainda?
– Faz um ano que não fiz o teste, mas acho que sim.
– Achei. – Kralus puxou uma corrente negra, não era extensa. O material reluzia com a luz das tochas de tão escuro que era. – Ainda tem o Colar de Poko que tirou de mim?
Haivor retirou do pescoço, entregando a ele. Kralus puxou a corda, segurando uma pequena insignia. A corrente cortou entre a abertura e fechou-se uma ponta a outra. Entregou de volta, se sentando na cadeira.
Assim que colocou, a pressão dos ombros e do braço direito diminuíram rapidamente. Haivor abriu e fechou a mão várias vezes, mais forte do que das últimas semanas. Respirou fundo, sem dor no peito, as narinas puxaram o odor mais fácil e sentia cada objeto ao seu redor com sutileza.
– Funcionou – relatou. – Agora não pareço tão destruído.
Kralus riu.
– Ainda está longe de voltar a ter sua luz de volta. Se eu consegui sentir a sua deficiência pelo anel comunicativo, outros fariam isso facilmente na sua frente. Conhece a magia ‘Portão Maníaco’?
– Não.
– Imaginei. Um Adesir deve só começar a aprender sobre elas depois que se forma como aprendiz. – Ele deixou o círculo mágico crescer, era amarelado, e jogou na direção de Haivor. – É uma magia que aprisiona a mana exalada de seus poros. As pessoas não vão conseguir saber qual o seu domínio até que você demonstre a eles.
Haivor tocou o círculo mágico e absorveu. Em seu interior, o círculo se formou diante o núcleo maior, selando o bombardeamento para fora. A reação de Kralus e Lina foi suficiente para que tivesse certeza que tinha funcionado.
– Isso que eu chamo de adaptação – Lina comentou, sua boca meio aberta. – Menos de um minuto. Pai. Cillas conseguiu em quanto tempo?
– Três minutos e vinte. Ele era recorde entre os Magos. – Sorriu. – Nunca tive dúvidas de que você poderia ultrapassá-lo. Seu Domínio deve ser Quarto agora. Mas, ainda está longe de conseguir fechar todo o corpo, precisa sempre fortificar o portão. Quanto mais forte ficar, mais mana vai ter que usar ali.
– Se eu tirar a mana dos núcleos amaldiçoados e mirar em outras coisas, a pressão do meu corpo deve diminuir?
– Funciona assim, mas não tire o objetivo de achar uma Xamã de sua cabeça. Isso pode ser inofensivo agora, mas como a magia de aprisionamento e a magia do portão, eles sempre querem mais quando sentem que não estão sendo tratados como deveriam. É um risco a correr.
Haivor claramente não deixaria isso permanecer o afetando. Queria voltar a usar Comandos e Moldes, Magias e Feitiços. Agora que tinha aprendido a criar magias a partir de comandos, poderia ser tornar ainda mais fortes.
– Quanto tempo tenho até que a sucção aumente?
– Três meses, é o que consta. – O dedo de Kralus mirou o livrete. – Estude a magias de ponta. Ela vai te ajudar.
Haivor não diria, mas ele já estava fazendo isso. Sua mente já estava dividida em quatro partes. Estudava cada capítulo, usando as referências de outros livros, os comandos que conhecia e analisando o núcleo e quanto de mana que liberava a cada movimento seu.
Ler qualquer coisa o fazia estar além da normalidade.
I
Acordar e ouvir que tinha sido infectado deixou Reed muito mais abalado do que antes. Ele tinha vindo de uma família humilde de uma cidade pobre. Treinou por anos para se tornar o mais habilidoso. Depois de ter caído para uma nuvem, seu orgulho foi ferido.
Como poderia ser um soldado se foi ferido por algo que nem mesmo tinha uma arma? As magias eram todas estranhas, ele odiava não poder entendê-las, mas a Muralha tinha sido infestada de pessoas com capacidades diferentes. No Oeste, onde estava, curandeiros tomavam o fronte de ajudar os soldados. Ao Leste, Adesir dominaram o fronte.
Estava completamente perdido.
– Você é Reed?
Conhecia o homem, tinha visto ele caminhando da ala médica. Cabelos presos e uma mancha branca na lateral. Uma barba espessa, mas centrado. Ele carregava uma roupa como os do Adesir, mas diziam que ele tinha um braço bem danificado.
Pelo menos, não é uma pessoa ruim.
– Sou eu. Você é Haivor, não é? O homem que ajudou a encontrar a doença de Fargos.
– Só ajudei. – Ele esticou a mão e Reed o cumprimentou. Os dois estavam nas ameias, virados para o norte. O vento soprou mais frio depois daquele aperto, e os olhos de Haivor pareceram brilhar. – Ah, você é o homem que luta usando o braço esquerdo.
Reed nunca tinha sido pego tão de surpresa.
– Não entendi.
– Eu tinha me esquecido, mas acho que vi você treinando no pátio externo na semana passada. Você é canhoto, mas usa o braço direito. Estou errado?
– Não, senhor. – O homem era estranho, mais do que Reed pensava. – Como sabe disso?
– Eu conheci alguém que fazia o mesmo. Um antigo amigo. – Sorriu. – Ele me ensinou muito, eu queria poder praticar alguma hora com você, se possível. Ter uma aula, para ser sincero. Suas habilidades são bem refinadas.
– Fico lisonjeado, senhor. Quando quiser, eu ficaria honrado em ensiná-lo alguma coisa que sei.
Esse Haivor, Reed o achou estranhamente agradável, mesmo com estranheza no olhar.
– Que tal amanhã, depois do almoço? Posso providenciar com o Comandante Coiil outra pessoa para ficar no seu lugar aqui em cima.
– Claro, senhor.
Haivor partiu da mesma forma que chegou, misteriosamente. Reed permaneceu no seu turno até a noite, desceu para a cozinha onde estavam servindo um guizado bem gordo. Comeu como um rei naquela noite, sendo abençoado por um dos cozinheiros ter dado uma perna a mais a ele.
Dormiu bem naquela noite, sem sonhos ou pesadelos. Foi acordado com preguiça nos braços, bocejando enquanto limpava os olhos. Levantou e fez suas necessidades, partindo direto para o Armazém de Armaduras e Armas.
No meio do caminho, pelo pátio interno, Creed e Tremon o avistaram e vieram apressados.
– É coragem demais, Reed.
– Não sabia que estava tentando ganhar ainda mais prestígio com o Comandante. – Tremon ergueu o polegar para ele. – Nos represente bem lá.
Acabado de acordar, ele não fazia ideia do que estava acontecendo.
– Eu só quero minha armadura – disse. – Depois falo com vocês dois.
Passou por entre eles, indo até o seu armário. A nuvem negra tinha se instalado ali, no armazém. Reed olhou em volta. O frio ainda era constante, bem mais do que estava do lado de fora. A aparição daquela doença ainda permanecia, mesmo que tivesse sido irradiada.
Encaixou a manopla, a tornozeleira, o peitoral de ferro, tendo certa dificuldade de enfiar os dois braços, um de cada vez. As botas metálicas foram a última, largando um suspiro. Demorava quase dez minutos pra isso.
Passou pela portinhola e solicitou sua arma. O rapaz atrás do vidro passou correndo de um lado para o outro, para então, vir com sua espada.
– Boa sorte, senhor Reed.
– Obrigado? – ele não sabia o porquê daquilo.
– O Comandante Coiil pediu que eu avisasse que está esperando no pátio interno.
– O Comandante? – Reed não se lembrava de ter falado com ele na última semana. – Sabe o motivo?
– Ora, senhor – o garoto riu. – Você aceitou uma disputa com um dos curandeiros, não foi? Todo mundo está falando disso.
Ah, o curandeiro Haivor. Ele tinha aceitado ajudá-lo com um treino, mas uma luta? Claramente estava fora de questão.
– Espero que o senhor se dê bem. Estamos contando com você.
– Certo.
Ele se dirigiu para o pátio interno. Subiu os degraus de nivelamento, se apresentando a cozinha, saudado por vários soldados que não conhecia. Existiam tantos na Muralha quanto mercadores em Patrono. Respondeu com um aceno e passou para o pátio.
Lá, encontrou vários rostos conhecidos reunidos. Ptitsa, Rasskin e Haivor. O Comandante Coiil e muitos dos seus superiores destacando-se na multidão de soldados sentados que se reuniam. Seu peito afundou-se.
– Por que tem tanta gente aqui?
– Não soube da promoção? – Creed chegou pelas suas costas, usando o peitoral de ferro, mas com uma marca diferente do lado esquerdo. Era um X. – Alguns soldados foram escolhidos a dedo para treinar com Haivor, por algum motivo, temos a chance de sermos promovidos a Sargento.
– Sem parar em Cabo? – Reed quase engasgou. – O que temos que fazer?
O homem prendia a fivela da no pulso.
– Pelo que parece, temos que derrotar aquele homem.
Haivor quem estava conversando com três homens, todos velhos. Ele parecia calmo, segurando um machado pequeno na mão esquerda. Era de lâmina curto, com o cabo bem gasto.
– Ele não é soldado. Me pediu para ajudá-lo com algumas aulas. Só isso.
– Foi o que fez com todos os que queria lutar. – Creed deu de ombros. – O Comandante disse que me quer ajudando também. E aqui estou. – Ele puxou a espada da bainha. – Pronto para me tornar Sargento em cima de um rapaz que nada sabe sobre lutas.
Reed não estava gostando nada daquilo.
II
Foton mordeu um pedaço de pão fresco, sentado na ameia da Muralha Leste, encarando a vastidão de terra que era o norte. O calafrio na espinha era por conta do vento, se recusava a ceder para um mundo que soprava areia para todos os lados.
– Achei você. – Esfinge deu a volta no caixote e sentou-se ao seu lado. – Aqui.
Passou uma caneca com café e beberam juntos.
– O Mestre Sizi disse que ficou bem impressionado com sua postura contra a nuvem de Fargos. – Esfinge mergulhou o pedaço do pão no líquido negro e mordiscou. – Disse que nunca tinha visto uma habilidade tão purificadora quanto a sua.
– É só magia de luz.
– Ele acha que você é abençoado. – A risada dele fez com que Foton sorrisse. – Ele disse que está pensando em mandar uma carta para seu mestre.
– Mestre Grison é ocupado demais em salvar a nossa bunda do rei para ficar encantado com uma carta que me elogia. – Verdade fosse dita, Grison trabalhava muito mais com burocracia do que com criaturas mágicas. – Mestre Sizi vai esperar sentado, coitado.
– Deixe o homem ser feliz.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo. Apreciavam a vista monótona enquanto comiam do pão. Por um segundo, Foton tinha esquecido que estava sentado ao lado de Esfinge.
– Ouviu que os soldados da Muralha Oeste estão se reunindo para uma disputa?
– Só que estão procurando uma promoção.
– Parecem que estão lutando contra um homem que tem um braço ruim. O coitado parece que está tomando uma surra. – Ela demonstrou o desdém no olhar. – Soldados são estranhos. Lutam por posições maiores e continuam enfurnados nesse lugar para sempre. O que muda?
– Uma mudança de postura é sempre boa. Se sentir melhor e mais forte talvez influenciem outros a tentar. – O ombro de Foton subiu e desceu. – Todos temos objetivos diferentes. Acho que estão procurando o deles.
– Falando disso, você lembra do Pirâmide?
Foton não tinha como esquecer. O novo aprendiz de Mestre Julis, um homem com seus vinte e cinco homens com Quinto Domínio e uma magia oculta de espiritualismo; sua mente era como uma fabrica de guardiões que ele mesmo desenvolvia.
No ano que Enigma tinha caído, Pirâmide se tornou um dos poucos aprendizes cogitado a se tornar um Adesir em pouco tempo. No restante do ano, Julis o treinou junto de Mestre Hambo e Mestre Sizi, até o último ser mandado para Muralha como supervisor dos aprendizes.
O único aprendiz que se manteve na Torre foi Pirâmide.
– O que tem ele?
– Mestre Julis vai levá-lo para as ilhas nortenhas. Dizem que lá as criaturas malignas são mais desenvolvidas.
– São. Tive um tempo lá com Mestre Grison. – Foton se recordava de como quase foi morto incontáveis vezes por tribos e grupos maníacos com flechadas e magias desconhecidas. – Foi bem… interessante.
– Vindo de você, essa palavra deve significar uma tormenta. – Esfinge se remexeu no caixote que sentava. – Bom, eu fiquei com um pouco de inveja dele. Ser treinado por tantos mestres diferentes. Aprender coisas novas todos os dias.
Foton não respondeu.
– Só não se deixe levar por esse sentimento. Mesmo que ele tenha mais estudo, ainda não é mais inteligente que você. Sua mente é afiada, Esfinge, em uma disputa usando essa cachola aqui – e deu um leve tapinha no topo da cabeça dela – duvido que ele ganhe.
– Você tem uma forma estranha de animar os outros.
Ele elevou o canto dos lábios.
– Mestre Grison dizia o mesmo.
– Foton. – Outro o chamou pelas costas. Era Pilares, um dos aprendizes novos de Mestre Hambo depois que sua última se tornou uma Adesir. Esfinge ainda tinha ressentimentos quanto a isso. – O senhor está aqui.
O garoto não tinha nem seus vinte anos e já era especulado que chegasse ao Quinto Domínio facilmente. Mas, como os treinos tinham sido suspensos, ele foi posicionado para supervisionar as ondas de mana que surgissem da Torre Mágica. Ou seja, as mensagens que chegavam e eram transmitidas de lá.
– O que foi?
– Mestre Arcano Piey enviou uma mensagem diretamente da torre solicitando que Mestre Sizi compareça aos núcleos de transmissão. Mas, eu não consigo achá-lo. Não faço ideia de onde ele esteja.
– É urgente? – Pela face do rapaz, claro que era.
– Muito.
– Eu falo com o Mestre Piey. Esfinge, ache Mestre Sizi. Ele deve estar vendo os soldados se batendo na Muralha Oeste.
A Adesir já estava se locomovendo para lá quando Foton desceu as escadas laterais até o pátio interno. Entraram no Castelo Interno e subiram para o segundo andar. A sala de transmissão era recheada de orbes azulados, cada um liberando uma energia diretamente para um maior, no centro, esse vermelho.
Outros aprendizes estavam ao redor, suas caras tão assustadas quanto o de Pilares.
– Mostre a mensagem.
Um dos rapazes no canto acionou um dos orbes e ele brilhou junto do vermelho.
– “Mestre Sizi, venho comunicar com urgência imediata que um batalhão de Magos está sendo direcionado para a Muralha Oeste. Não temos certeza do que eles pretendem, mas deve haver algo envolvendo as Leis Independentes. Suas ordens é que interfira somente se houver algum tipo de ataque. Quanto a isso, mantenha-se indiferente. Um conflito com eles se tornará desastroso para ambas as partes.”
Foton encarou os rapazes, cada um deles temendo o pior, encolhidos como se o fim do mundo estivesse se aproximando. Ainda eram novos demais para entenderem que os Magos não atacariam, não quando os objetivos deles são algo da própria Muralha.
– Darei uma coordenada para vocês enviarem a mensagem. Depois disso, continuem como se nada tivesse acontecido.
– Mas, os Magos estão vindo para cá. – Pilares não tinha cedido a tranquilidade. – E se atacarem, o que faremos?
– Não vão atacar. As normas dizem que a Muralha é um patrimônio histórico sem dono. Se atacarem esse território, não importa se são Magos ou Arcanos, é responsabilidade do feudo retrucar. Eles não querem ter o feudo inteiro como inimigos.
Os rapazes respiraram fundo, mais aliviados do que antes.
– E o que faremos, então? – Pilares questionou.
– O necessário para saber o que eles querem. – Foton o deixou para trás em uma caminhada. – Enviem uma mensagem para Mestre Piey dizendo que Mestre Sizi vai ser informado.
– Sim, senhor.
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