Índice de Capítulo

    — Você já decidiu o que fará com Balbud?

    — O que…

    — É difícil decidir?

    Pendrick assentiu com a cabeça.

    A filosofia élfica ditava que eles deveriam executar Balbud e o restante dos prisioneiros. No entanto, seria decepcionante executá-los imediatamente sem obter nenhuma informação deles previamente.

    — Gostaria de fazer uma sugestão.

    — Uma sugestão?

    Cale começou a sorrir para Pendrick, que estava confuso, mas também tinha algumas expectativas em relação ao que Cale diria. Pendrick certamente se lembraria de como Cale mencionou “Arm” e o “Continente Oriental”. Como se tratava de uma informação nova que Cale não havia compartilhado na frente da Chefe, Pendrick gostaria de reunir mais informações como essa, se possível.

    — Não há outras raças como os Elfos que sejam tão cuidadosas em se vingar.

    Os Elfos os consideravam uma raça elegante, superior às outras raças. Essa era a razão pela qual não eram materialistas. Acreditavam que viver na natureza sem ganância materialista os tornava superiores a outras raças, como os humanos. Talvez fosse por isso, mas os Elfos eram meticulosos em se vingar de qualquer inimigo que os provocasse. Nesse aspecto, os Elfos provavelmente se assemelhavam mais aos Dragões do que aos Elfos Negros. Afinal, os Dragões eram uma raça ainda mais arrogante que os Elfos.

    Cale voltou o olhar para Balbud. Beacrox apertava com força as correntes em seus braços e pernas.

    — Que tal passar Balbud para outra pessoa?

    A expressão de Pendrick tornou-se estranha. Este não parecia ser o resultado que ele esperava.

    — Você quer dizer passá-lo para você, jovem mestre-nim?

    Os elfos sabiam que já tinham pedido muito a Cale, mas esperavam que ele interviesse.

    A Vila dos Elfos não tinha Elementais suficientes para sequer restaurar o vale. Além disso, precisavam estar preparados caso a organização voltasse a atacar. Embora carecessem de efetivo, também queriam se vingar.

    Pendrick conteve suas expectativas e aguardou a resposta de Cale. Achou que seria bom se Cale interviesse. Não se encontraria uma pessoa tão justa em lugar nenhum do mundo.

    — Não.

    — Com licença?

    No entanto, uma resposta completamente inesperada saiu da boca de Cale. Se ele não fosse levar Balbud, quem faria?

    A confusão era claramente visível no rosto de Pendrick.

    — Quero que vocês primeiro discutam minha sugestão com a Chefe-nim. Eu lhes darei os detalhes se todos decidirem concordar com a minha sugestão.

    — …Será com uma pessoa de confiança?

    Pendrick pôde ver Cale acenar com a cabeça sem qualquer hesitação.

    — Sim, é uma pessoa confiável.

    Era porque Cale tinha a fraqueza da pessoa em suas mãos. Cale se lembrou do dispositivo de comunicação por vídeo que estava preso no fundo de sua bolsa mágica. Ele não precisou pensar nisso por um tempo. Estava irritado com a organização secreta e os odiava. No entanto, não queria se intrometer para lidar com eles. Era óbvio que isso lhe daria muita dor de cabeça.

    — Então, pense bem e me dê uma resposta até esta noite. Partirei amanhã porque ainda tenho coisas para fazer.

    Pendrick observou as costas de Cale enquanto ele começava a se afastar depois de dar um tapinha em seu ombro.

    “Se for alguém em quem uma pessoa tão justa possa confiar, não estaria tudo bem?”

    Ele não tinha certeza sobre isso, mas Pendrick sentia que podia confiar em Cale porque Cale havia se apresentado mais uma vez em uma situação na qual ele não tinha nada a ganhar.

    — Ah, mais uma coisa.

    — Sim?

    Cale se virou e começou a falar.

    — Você vai para o Reino Whipper sozinho?

    — Ah, sim, senhor. Acredito que sim.

    — Então vamos juntos.

    — Com licença?

    Cale sorriu gentilmente para Pendrick.

    Ele pensou que seria melhor ter um elfo da Vila dos Elfos que tivesse alguma conexão com o Dragão de Ouro quando fossem encontrá-lo. Se possível, ele queria levar todos que pudesse. Claro, ele estaria na retaguarda do grupo, talvez até se escondendo atrás de Choi Han.

    — O Reino Whipper é atualmente um lugar perigoso para se movimentar sozinho. Você estará seguro se for conosco. De qualquer forma, temos coisas para fazer lá.

    O atual Reino Whipper era uma bagunça.

    O Reino Whipper está em uma viagem só de ida para o inferno desde que Toonka se tornou Comandante-Chefe no outono passado. É claro que nenhum dos moradores do Reino Whipper sabia que estavam caminhando para o desespero.

    Cale olhou para Pendrick, que tinha uma expressão de desculpas no rosto.

    — Não posso sobrecarregá-lo tanto-

    — Não existe isso. Pare de pensar nessas coisas inúteis. Provavelmente será melhor para você saber onde o prisioneiro vai parar também. Pense nisso.

    — …Muito obrigado.

    — Não precisa me agradecer. Não deveríamos todos nos ajudar?

    Pendrick começou a sorrir. Parecia ainda mais puro e radiante porque seu rosto era tão bonito. É claro que Cale estava prestando mais atenção em Beacrox, que o encarava com uma expressão desconfiada.

    — Você tem razão. Jovem mestre-nim, você definitivamente tem razão.

    — Sim, tudo o que digo está certo.

    Cale brincou com Pendrick em tom de brincadeira antes de sair da prisão subterrânea. Ele conseguia ouvir Pendrick falando com ele enquanto caminhava.

    — Discutirei isso com a Chefe o mais rápido possível.

    Era exatamente isso que Cale queria.

    Cale começou a andar mais rápido. Havia alguém com quem ele também precisava conversar sobre isso.

    Para ser mais específico, ele precisava contar à pessoa em quem planejava abandonar Balbud.

    Cale, que retornou à casa da Chefe, imediatamente ordenou que Raon verificasse os arredores.

    Não havia insetos nem magia de gravação na casa, provavelmente porque sabiam que Cale estava com um dragão.

    Cale entrou no quarto de hóspedes que a Chefe havia criado para ele e pediu ao seu grupo que guardasse a porta.

    — Raon.

    — Tudo bem, humano.

    Raon se revelou no ar.

    Cale colocou o dispositivo de comunicação de vídeo na mesa e sentou-se no sofá. Raon começou a conectar o dispositivo de comunicação de vídeo ao sinal de Cale.

    O rosto de uma pessoa apareceu no dispositivo depois de um momento.

    — Muito tempo sem se ver.

    Era o príncipe herdeiro Alberu. Os olhos de Alberu demonstravam um leve sinal de felicidade ao ver Cale.

    — Alteza, você continua sendo a estrela vibrante no coração dos cidadãos.

    Entretanto, Alberu imediatamente começou a franzir a testa após ouvir a saudação de Cale.

    — O que você quer de mim agora?

    — Você realmente me entende agora. Estou cheio de admi-

    — É o suficiente.

    Cale fechou a boca e começou a sorrir. Alberu começou a franzir a testa, como se achasse o sorriso de Cale nojento.

    Os dois não se viam há cerca de 3 meses. Não tinham mais nada para discutir desde que conversaram sobre o Reino Whipper três meses antes.

    — Você está entrando em contato comigo sobre viajar para o Reino Whipper?

    Ao contrário da carranca em seu rosto, os olhos de Alberu estavam cheios de curiosidade. Isso porque ele sabia o que Cale planejava vender no Reino Whipper, e também como faria isso.

    — Não. Infelizmente, não é por esse motivo.

    — Então?

    — Consegui capturar um dos membros da organização que causou o Incidente Terrorista da Praça. Este espadachim parece ocupar um cargo de nível médio a baixo na organização.

    Alberu piscou algumas vezes para se perguntar se ouviu Cale corretamente. No entanto, seus olhos logo se encheram de choque.

    — Como? Não, não importa. Isso não importa.

    — O ‘como’ é importante. Nós o capturamos no Reino Roan.

    A expressão de Alberu endureceu rapidamente. Cale observou a expressão de Alberu e começou a pensar.

    “Ele mordeu a isca.”

    Alberu percebeu essa informação.

    Cale esperava não ter mais que lidar com a organização secreta. Ao mesmo tempo, não queria ser ele mesmo a cuidar deles. Como o filho de um Conde poderia lutar contra uma organização capaz de abalar o continente inteiro?

    Seria difícil, mesmo com um Dragão ao seu lado.

    Foi por isso que Cale pensou nessa pessoa.

    Era alguém que nem a organização secreta nem os Elfos poderiam tocar facilmente, além de alguém que cuidaria dela com ainda mais cuidado do que ele. Era alguém que tinha sentimentos negativos em relação à organização e queria se livrar dela. Ao mesmo tempo, era alguém cuja fraqueza estava nas mãos de Cale.

    Não poderia ser outro senão o nosso querido príncipe herdeiro.

    — Posso lhe contar os detalhes depois que as discussões forem concluídas, no entanto, conseguimos capturar essa pessoa nas Montanhas Dez Dedos do Reino Roan.

    — E por que você está me contando tudo isso?

    Cale sorriu em vez de responder, enquanto Alberu estalou a língua e continuou a falar.

    — Entregue-o para mim.

    — Sim senhor.

    Alberu continuou a franzir a testa como se achasse a maneira como Cale respondeu irritante.

    — Parece que você passa todas as coisas irritantes para mim.

    — Você não gosta?

    — Não, é ótimo. Muito ótimo.

    Ao contrário do rosto carrancudo de Alberu, seus olhos estavam límpidos. O Reino Roan não havia conseguido descobrir a identidade da organização. Não conseguir encontrar respostas após um ano de investigação era humilhante para o reino.

    Era por isso que Cale sabia que Alberu faria de tudo para obter informações de Balbud. Alberu também usaria Balbud em seu benefício.

    — Sua alteza.

    — Sim?

    — Você vai usá-lo, não é?

    Alberu começou a sorrir.

    — Para que você vai usar?

    — Perguntando mesmo sabendo exatamente o motivo.

    — Naturalmente, para o Império.

    — Ha, haha. Sim. Com certeza farei isso.

    O Império ainda não havia capturado a organização secreta e os Gêmeos Sagrados que mataram o Papa. Esse fato não agradou a Cale.

    O Império alegou estar procurando fervorosamente pelos gêmeos, porém, ter que lidar com o Reino Whipper dificultava a concentração total na busca. À primeira vista, pode parecer que o Império estava perdendo tempo na busca, na esperança de que o poder da Igreja do Deus Sol diminuísse ainda mais com o passar do tempo. No entanto, este foi um incidente em que centenas de seus cidadãos também foram mortos.

    — É estranho porque o Príncipe Imperial é alguém que se importa muito em salvar a face.

    Não fazia sentido que o Império não tivesse descoberto nada sobre o incidente. O Império até rejeitou a oferta do Reino Roan de trabalhar em conjunto diversas vezes.

    Era por isso que até Alberu estava curioso sobre o que o Império estava fazendo. Ao mesmo tempo, a linha de pensamento de Cale era diferente.

    “O Príncipe Imperial é alguém que incendiaria a selva para ganhar o controle. Ele também sabe que o Norte virá para invadir, mas está esperando que o Reino Roan e o Reino Breck percam força enquanto lutam contra o Norte.”

    Mas uma pessoa assim estaria deixando a organização secreta sozinha?

    Isso não fez sentido.

    Tinha que ser por um de dois motivos.

    “Ou o Império quer afundar a organização por conta própria para provar que é melhor que todos os outros.”

    “Ou eles têm um relacionamento secreto com Arm.”

    Cale havia prestado atenção em algo enquanto estava vagando pela Vila Harris. Bem, por prestar atenção, ele deu algumas ordens para que outros fizessem o trabalho. De qualquer forma, o que Cale fez foi convencer Ron a reunir Freesia, a assassina que se passava por escultora, e outros, e criar uma brigada de informações.

    “Toonka, do Reino Whipper, em breve seguirá para o Império.”

    Cale sabia que o conteúdo do volume 5 chegaria ao fim em breve. É claro que a história sofreu muitas reviravoltas graças à sua interferência.

    Toonka, que já deveria estar em guerra, foi atrasado, enquanto a selva estava rapidamente se unificando sob o governo da Rainha Litana.

    “Ainda tenho que fazer o que tenho que fazer.”

    Cale ainda planejava voltar ao Reino Whipper para lucrar. Havia muita coisa para fazer quando chegasse lá.

    — Entregue a prisioneira para minha tia. Relate tudo o que aconteceu também.

    Cale assentiu com a cabeça como se isso fosse óbvio antes de continuar calmamente.

    — Sim senhor. Ah, também estou vendendo mana morta.

    — O que?

    — Há uma grande quantidade, então acho que vou precisar vendê-la na Cidade dos Elfos Negros.

    — …

    — Não há desconto. Vou vender pelo preço de mercado. Também só aceito dinheiro.

    Alberu, que olhava para Cale incrédulo, começou a falar lentamente com uma expressão séria no rosto.

    — Quanto isso custa?

    — Eu o venderei a você por um preço justo, Vossa Alteza.

    Cale concluiu com segurança seu acordo de mana morta, bem como a questão de Balbud com Alberu, que ainda estava cheio de descrença. Eles discutiram tudo por um bom tempo, mas os resultados foram satisfatórios.

    Talvez fosse por isso, mas ele não se importava de ter uma longa discussão com a Chefe Canaria sobre Balbud mais tarde naquela noite.

    ***

    Na manhã seguinte, Cale estava parado em frente a Balbud, ainda inconsciente. Cale sentou-se em uma cadeira e cruzou as pernas enquanto olhava para Balbud. Beacrox se aproximou de Balbud e perguntou:

    — Devo acordá-lo, jovem mestre-nim?

    — Sim.

    Beacrox agarrou o cabelo de Balbud e jogou um balde d’água nele. Pendrick e o Cavaleiro Guardião, que estavam atrás de Cale, perguntaram cautelosamente após verem as ações de Beacrox.

    — Você vai contar a ele o que vai acontecer? Não seria melhor levá-lo enquanto ele ainda está inconsciente?

    — Não tenho certeza. Acho que será melhor contar pelo menos um pouco a ele.

    Pendrick parou de falar após ouvir a resposta relaxada de Cale. Balbud gemia enquanto começava a recobrar os sentidos. A água fria fez o seu trabalho, despertando-o. Cale se levantou e deu um passo para trás, observando em silêncio.

    Ele relembrou a conversa que teve com a chefe Canaria ontem à noite.

    — Jovem mestre-nim, o reino não saberia sobre nossa vila se trabalhássemos com o príncipe herdeiro?

    Uma das condições para o príncipe herdeiro será manter esta vila em segredo. Além disso, não é difícil viver sozinho? Nenhuma das outras vilas élficas vai te ajudar. Elas vão se concentrar apenas em proteger o próprio ramo da Árvore do Mundo, especialmente se você explicar o que aconteceu.

    Pendrick ficou chocado com o que Cale havia dito. Cale sabia que os elfos eram egoístas e não tinham noção de relações raciais.

    Pendrick notou Balbud abrindo os olhos e olhando para Cale enquanto fechava a boca.

    — Ugh, que diabos-

    A voz de Balbud estava embargada por causa do veneno do outro dia. Cale começou a sorrir para Balbud, que mal conseguia entender o que estava acontecendo.

    Balbud mordeu os lábios e olhou feio para Cale.

    — Não gosto desse seu olhar.

    Cale parecia muito calmo enquanto franzia a testa diante do olhar de Balbud. Essa calma deixou Balbud ainda mais ansioso quando ele começou a falar.

    — O-o que você fez comigo?

    — Nada ainda. Mas tem muita coisa planejada para daqui para frente.

    A frase “daqui para frente” fez os ombros de Balbud tremerem levemente. No entanto, o homem que o observava, Cale, continuou a falar em sua linguagem informal.

    — Você deixará esta Vila dos Elfos comigo. Sua vida estará em minhas mãos.

    Pendrick, que estava atrás de Cale, olhou nos olhos do Cavaleiro Guardião. Ele não sabia que Cale compartilharia tais detalhes com o prisioneiro. No entanto, as palavras seguintes de Cale fizeram Pendrick voltar abruptamente o olhar para Cale.

    — É por isso que vou compartilhar meu itinerário.

    Cale, que estava sentado novamente, descruzou as pernas e abaixou a cabeça para fazer contato visual com Balbud.

    — Qual você acha que é a raça mais forte depois dos Dragões? Hum? Adivinhe.

    “Qual a raça mais forte depois dos Dragões?”

    Cale não deixou de notar que as pupilas de Balbud começaram a tremer. Ele conseguia ver seu próprio sorriso nos olhos de Balbud.

    “Caramba garoto, você fica tão legal quando sorri.”

    Depois daquele momento de reflexão narcisista, Cale percebeu que o rosto de Balbud estava cheio de caos e medo enquanto ele continuava a falar.

    — Pretendo me encontrar com a tribo das baleias.

    “A mesma tribo de baleias que odeia a organização secreta e quer matar todos vocês.”

    — Na verdade, estou me reunindo com a realeza das baleias.

    Cale ouviu o relato de Raon enquanto olhava para o rosto pálido de Balbud.

    {Humano, este espadachim não possui nenhum tipo de magia de vigilância. Aquele dispositivo da última vez era o único.}

    Isso significava que nada do que Cale dissesse vazaria para a organização secreta.

    — Depois disso, pretendo ir me encontrar com um Dragão. Você entende de Dragões, né?

    A escuridão tomou conta do rosto de Balbud. Ele se lembrava claramente de Cale dizendo que eles se moveriam juntos. Cale parou de sorrir e continuou andando.

    — Eles são bastante famosos por serem egoístas e violentos.

    A voz chocada de Raon ecoou na cabeça de Cale.

    {I-isso não é o caso!}

    — …Claro, existem alguns Dragões que não são assim.

    {Isso mesmo! Eu sou um Dragão muito bom que gosta de salvar coisas!}

    Cale conteve o suspiro diante da resposta de Raon antes de fazer contato visual com Balbud, que o encarava ferozmente.

    — Este Dragão é um Dragão Ancião que preza muito a Árvore do Mundo e os Elfos.

    Cale se levantou da cadeira. Balbud, que estava ficando pálido por vários motivos, viu Cale olhando para ele com uma expressão gentil. Cale ajeitou as roupas antes de dizer uma última coisa a Balbud.

    — Espere por isso.

    As próximas palavras foram dirigidas a Beacrox.

    — Cubra os olhos dele e deixe-o inconsciente.

    — Devo paralisá-lo também?

    — Sim.

    Os olhos de Balbud foram lentamente cobertos com um pano preto. Balbud hesitou se deveria se debater ou gritar, mas o olhar indiferente de Cale o fez ficar parado. Ele não podia mais nem morrer por conta própria. Conseguiu ouvir o torturador perguntando algo mais a Cale depois que ele terminou de colocar a venda em seus olhos.

    — Que tal uma mordaça?

    — Isso também.

    — Sim, senhor.

    — Cuide de tudo. Só tome cuidado para que ele não se mate, mas também não fique relaxado. Mas não exagere. Entendeu?

    — Sim, senhor.

    Uma mordaça foi colocada na boca de Balbud. Cale espiou Beacrox cuidando de Balbud enquanto ele se virava.

    — Vamos?

    Pendrick e o Cavaleiro Guardião assentiram lentamente com a cabeça à pergunta casual de Cale. Os dois elfos olhavam para Cale como se ele fosse um alienígena, mas Cale apenas deu de ombros.

    Tudo o que ele fez foi assustar Balbud o suficiente para que ele pudesse ter uma jornada tranquila até encontrar a tia de Alberu, a Elfa Negra, Tasha.

    Além disso, não era como se ele estivesse mentindo.

    Cale perguntou a Pendrick, que estava parado ali com uma expressão vazia até eles fazerem contato visual.

    — Você fez as malas?

    — Sim, senhor.

    — Então acho que podemos ir.

    O verdadeiro novo membro do grupo de Cale era Pendrick, não Balbud.

    No entanto, havia pessoas impedindo o grupo de Cale de partir. Foram os outros elfos da vila que Cale conseguiu evitar durante sua estadia.

    — V-você realmente tem a proteção de um Dragão-nim?

    *Oooooong-*

    Os Elementais meio transparentes estavam causando um rebuliço enquanto voavam diante dos olhos de Cale.

    Cale olhou para quem lhe fez a pergunta.

    Havia muitos elfos atrás daquele elfo com a mesma expressão cheia de expectativa.

    “Que chatice.”

    Cale sentiu uma dor de cabeça se formando.

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