Capítulo 6: Eles se conheceram (3)
Combo 04/10
Quando uma pessoa fica mais irritada?
É quando eles são atingidos por um direito forte ou quando são atingidos cinco ou seis vezes por jabs irritantes?
É claro que é o último.
Cale na novel deu cinco jabs antes de ser atingido. O que significa que um jab deve bastar.
— Você está saindo?
— Sim.
Não havia muitas pessoas na casa de chá.
Já passava das 21h. Era o horário em que havia mais gente nos bares do que nas casas de chá. Como era o horário em que os mineradores iam beber, o bar deveria estar lotado.
— Aguardo sua próxima visita, jovem mestre.
Cale assentiu com a cabeça diante da declaração de Billos.
— O chá estava ótimo.
Cale compartilhou suas observações com Billos.
— E o livro foi bom, apesar de eu só ter lido a metade. Gostei especialmente do personagem principal, cujas habilidades são apreciadas, e da forma como ele evolui.
Naquele instante, o canto das sobrancelhas de Billos franziu por um instante antes de voltar ao normal. Seus olhos estavam turvos enquanto observava Cale.
No entanto, Cale não percebeu, pois estava tentando se lembrar do conteúdo do livro. Estava tão preocupado com Choi Han que não prestou muita atenção.
No entanto, ainda era divertido ler enquanto sentia essa sensação de urgência no coração.
Pode ser uma configuração automática por possuir o corpo do Cale original, mas Cale era capaz de entender a linguagem deste mundo e não teve problemas para ler e apreciar o livro. Um sorriso se formou no rosto de Cale enquanto ele continuava a falar com Billos, que estava parado ali com uma expressão vazia no rosto.
— Não deixe que ninguém mais leia esse livro, para que eu possa lê-lo sempre que eu for lá.
Este era realmente o filho imaturo do Conde, que tentava monopolizar a propriedade alheia. Billos, o filho bastardo de uma rica guilda de mercadores, talvez não gostasse, mas o que poderia fazer? Cale era filho do Conde.
— Sim! Reservarei este livro apenas para o jovem mestre Cale!
No entanto, a resposta de Billos foi diferente do que Cale esperava. Billos sorriu brilhantemente e pediu a Cale que voltasse logo.
— Por favor, volte logo. Estarei esperando por você.
— Claro, tanto faz.
Cale não queria ir, mas teve que sair para encontrar Choi Han.
*Clang.*
O sino tocou mais uma vez e, de repente, pareceu que a casa de chá ficou mais barulhenta depois que Cale foi embora.
No entanto, o barulho era ainda mais alto do lado de fora da casa de chá do que dentro. Embora o território fosse distante da capital, o fato de muitos artistas residirem ali e terem um produto especial tornava o local popular. Essas pessoas, assim como os mineiros que buscavam relaxar após um longo dia nas minas, saíam tarde para beber.
Cale andou sozinho por aquela rua.
— Se você pensar bem, ele realmente é uma pessoa única.
Normalmente, em fantasias ou novels de artes marciais, o lixo da família tende a andar com gângsteres ou más companhias. Eles bebem, se envolvem com mulheres e causam confusão nas ruas ou lojas.
O engraçado é que Cale Henituse odiava gângsteres e golpistas. Na verdade, ele os desprezava.
— Ele achava que todos eram canalhas.
O pior de todos os canalhas. Era melhor pelo menos sermos os cidadãos que trabalhavam duro, mesmo sem esperança de um futuro melhor.
Era por isso que ele nunca batia nas pessoas quando estava bêbado, mas não tinha problema em atirar coisas nos bandidos que via. Bem, ele tentava atirar coisas, já que sua mira quando bêbado era péssima.
Talvez tenha sido esse o motivo.
— Jovem mestre, você está aqui?
O dono do bar tinha muito medo de Cale. Isso porque, um dia, Cale quebrou praticamente tudo ao redor do bar onde estava sentado para beber. Aliás, Cale provavelmente era o número um na lista negra dos bares da Cidade Ocidental.
Ele não respondeu à saudação do dono e apenas jogou uma moeda de ouro nele.
— Traga uma garrafa do meu prato de sempre. Ah, e peito de frango assado. Não coloque sal.
— Como é? Por que você não quer se sentar primeiro?
Cale começou a franzir a testa. O dono imediatamente acenou com as mãos e abaixou a cabeça.
— Imediatamente! Vou trazê-lo imediatamente!
O dono se movia rapidamente, mas parecia estar sorrindo. Era porque Cale parecia não estar planejando se sentar. Cale olhou ao redor do bar, que ficou em silêncio assim que ele entrou. Todos evitavam seu olhar e viravam a cabeça. Era como se estivessem se perguntando por que ele tinha escolhido aquele bar, entre todos os bares da cidade. Os bandidos e golpistas no bar estavam extremamente nervosos naquele momento.
— Tsk.
O som de Cale estalando a língua podia ser ouvido através do silêncio no bar.
— Jovem mestre, aqui está a garrafa que você pediu.
— Ótimo.
Cale pegou a garrafa e o saco de frango. Era a bebida que ele bebia com frequência. Provavelmente a bebida mais cara do bar. Ele aceitou a garrafa sem arrependimentos e saiu do bar.
Cale imediatamente abriu a garrafa e bebeu cerca de metade dela assim que saiu do bar.
— Oh.
O álcool tinha um gosto muito bom. Como Cale tinha alta tolerância ao álcool, não teve nenhum efeito em beber metade da garrafa de uma vez. Ele simplesmente corava facilmente, fazendo as pessoas pensarem que ele era um peso-leve.
Cale caminhou rapidamente com a garrafa na mão.
Ele voltou, passando pela casa de chá onde ficou o dia todo, até ver os guardas ficarem tensos ao vê-lo. Vê-los agindo daquela forma o fez querer sair pelo portão, mas, infelizmente, aquele não era seu destino.
— Ah, estou começando a ficar com calor.
Cale sentiu seu corpo esquentar enquanto continuava a beber. Caminhou um pouco mais até chegar à muralha da cidade, não muito longe. A alta muralha que começava no portão parecia protegê-lo de qualquer intruso em potencial.
— Bem, depende da pessoa.
Cale lembrou-se das informações do livro.
“Aproximadamente 100 passos do portão da cidade.”
Foi nesse local que Choi Han pulou o muro da cidade. Cale apertou a garrafa na mão enquanto corria rapidamente em direção ao local. Não havia muita gente nas ruas, pois era uma área residencial.
Cale respirou fundo quando chegou ao local calculado.
Exatamente a 100 passos do portão da cidade. Era um canto da área residencial, então não havia nenhuma outra luz além da tocha que os guardas colocaram no topo do muro, assim como das luzes que saíam das janelas residenciais.
Mas já era luz suficiente. Cale se aproximou lentamente de seu destino, depois de deixar seus olhos se acostumarem à escuridão.
— Exatamente como eu esperava.
Ele conseguia ver algo encolhido sob a muralha da cidade. Na verdade, havia várias coisas.
Coisas de aparência delicada que tremiam de frio. Cale continuou caminhando em direção ao local. Ele conseguia ouvir as vozes das formas de vida encolhidas.
— Miau miau.
Dois gatos miavam encolhidos sob a muralha da cidade. Cale começou a sorrir.
— Está bem aqui.
Ele encontrou o lugar certo. No momento em que Choi Han pula o muro, um gatinho bebê é arremessado pelo gato alfa da vizinhança e cai em direção ao muro da cidade. Choi Han rapidamente gira o corpo para não cair em cima do gatinho. Este era um mundo onde as coincidências desempenhavam um papel importante.
— Ele realmente é um cara legal.
Choi Han torce o tornozelo após torcer o corpo inesperadamente para evitar machucar o gatinho. Ele correu como um louco para chegar à Cidade Ocidental depois de matar dezenas de pessoas pela primeira vez e enterrar os cadáveres dos aldeões. Seu corpo atingiu o limite, impossibilitando-o de pousar corretamente após tal movimento.
— Miau Miau.
Cale olhou para o gatinho encolhido e tremendo, assim como para o outro gatinho que parecia ser seu irmão, lambendo o gatinho trêmulo. Então, ele desviou o olhar.
Ele se virou para olhar para um dos becos perto de onde estava. Então conseguiu vê-lo.
— Eu o encontrei.
O homem que se contraía de dor, parecendo um dos moradores de rua que viviam nas favelas. Cale podia ver o cabelo preto e desgrenhado e as roupas velhas e queimadas.
Segundo a novel, Cale e Choi Han se encontrariam amanhã. Esta foi a noite em que Cale ficou bêbado e ganhou a cicatriz na lateral do corpo. As coisas já eram diferentes da novel, mesmo que fossem apenas detalhes menores.
Cale se levantou, pois havia se agachado para olhar os gatinhos. Choi Han deve ter sentido seu olhar de alguns momentos atrás, pois levantou lentamente a cabeça e seus olhos se fixaram em Cale através de seus cabelos negros e desgrenhados.
“Droga, estou tremendo.”
Cale podia ouvir seu coração batendo loucamente.
Embora estivesse escuro demais para ver claramente, os olhos de Choi Han, que Cale conseguia ver através do cabelo, estavam extremamente frios.
Cale achou que foi uma boa ideia escolher beber.
Cale se parabenizou por tomar uma decisão tão inteligente e se acalmou o máximo possível. Jab. Ele precisava dar um jab e deixar uma boa primeira impressão.
Cale respirou fundo enquanto começava a falar com Choi Han, que o encarava.
— Você parece estar com fome. Tsk tsk.
Cale estalou a língua e tirou o peito de frango do saco. Então, com um movimento extremamente gentil, Cale ofereceu o peito de frango assado não a Choi Han, mas aos gatinhos.
— Coitadinhos. Podem comer.
Cale não sabia que os gatinhos seriam tão pequenos. Ele esperava que ainda pudessem comer o peito de frango. Ele estalou a língua novamente enquanto rasgava o peito de frango em pedaços para que os gatinhos pudessem comê-lo melhor.
Ele estava se perguntando o que diabos estava fazendo ali agachado alimentando aqueles gatinhos.
Para ser sincero, Cale não gostava de gatos. No entanto, Choi Han adorava animais pequenos.
— Grrrrrrrr… Grrrrrrrr…
O gatinho ferido deve ter entendido a antipatia de Cale por gatos, pois mostrou os dentes e começou a rosnar, mas Cale começou a acariciar os pelos prateados do gatinho enquanto olhava em seus olhos dourados. O gatinho não deve ter gostado, pois fez o possível para evitar a mão de Cale.
— Coitadinhos. Comam isso e melhorem logo.
Ele nem olhou para Choi Han quando disse isso, no entanto, ele estava pensando que Choi Han definitivamente estava olhando para ele.
— Você tem algum lugar para ir?
Ele não ouviu resposta. No entanto, Cale continuou a falar. Os guardas logo viriam patrulhar a área, e ele precisava agir antes que Choi Han começasse a mancar para escapar dos guardas.
— Ou um lugar para ficar?
Cale acariciou o gatinho prateado de olhos dourados que rosnava e empurrou o gatinho vermelho que tentava atacá-lo. O gatinho vermelho continuou tentando bater em Cale por algum motivo. Seus olhos dourados, que combinavam com os do irmão, brilhavam intensamente mesmo na escuridão.
Mas Cale precisava se concentrar em Choi Han.
— Está com fome?
Ainda não houve resposta. Cale já esperava por isso.
Choi Han provavelmente o estava observando agora, mas ele provavelmente também queria descansar.
Tanto seu corpo quanto sua mente haviam atingido o limite. Além disso, ele havia levado um grande choque no outro dia. Para alguém como Choi Han, que vivia sozinho, sem qualquer contato humano além dos aldeões daquela pequena vila, a Cidade Ocidental era completamente estranha para ele. Ele podia já ter vivido por dezenas de anos, mas ainda era jovem.
— Você não vai dizer nada?
— …Por que você está falando comigo?
Choi Han finalmente parecia ter decidido que Cale era fraco.
Cale era fraco o suficiente para matá-lo facilmente, mesmo estando no limite. Foi por isso que Choi Han sentiu que seria aceitável aceitar a boa vontade de Cale, mesmo sem ter ideia do motivo pelo qual ele estava sendo gentil com ele.
Cale se levantou e caminhou em direção a Choi Han. Os guardas logo viriam patrulhar o local.
— Ei.
Ele pôde ver melhor a situação de Choi Han ao se aproximar. Ele estava um desastre. No entanto, talvez fosse por ser o personagem principal, mas seus olhos estavam límpidos. O cabelo e as pupilas pretas, que mostravam que Choi Han era coreano, eram realmente muito bonitos de se ver. Foi por isso que Cale sorriu enquanto falava casualmente com Choi Han.
— Siga-me. Eu te alimento.
A melhor primeira impressão foi ser quem fornece comida deliciosa.

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