Capítulo 67 — Punição

O sorriso no rosto do homem desapareceu quando ele notou o olhar fulminante dela.

— Ahem, me dê os sinais vitais dele… — Zach exigiu.

— Os sinais vitais dele… — Antes que a senhorita Aimee pudesse completar sua afirmação, ela ouviu um toque.

Tring! Tring! Tring!

A senhorita Aimee tirou um pequeno botão da área das mangas e o colocou no lado esquerdo da cabeça.

Os olhos da senhorita Aimee se arregalaram ligeiramente em espanto quando uma voz masculina flutuou em sua mente.

— Gustav? Você está bem? — Ela expressou com um tom preocupado.

…

— Certo, onde você está? — Ela respondeu com um tom de alívio.

Zach observou do lado com um olhar confuso. Ele já podia adivinhar que ela estava se comunicando com a pessoa que ela veio procurar, o que o fez se perguntar o que exatamente aconteceu em primeiro lugar.

— Certo, estou chegando! — A senhorita Aimee disse e removeu o botão do lado da cabeça antes de se virar.

— O acordo está desfeito, Zach! — Ela disse e saiu da sala.

Zach olhou para as costas dela e suspirou.

“Tanto esforço para minhas esperanças… Pensei que finalmente conseguiria que ela fizesse algo por mim.”

Edan estava no canto esquerdo do quarto escuro.

Ele estava falando com alguém com um botão de comunicação colado na lateral da cabeça.

Atualmente, a comunicação fácil era possível com o uso desses botões tecnológicos.

Chamadas podiam ser atendidas com um pensamento, então não havia necessidade de tirar o dispositivo.

Era principalmente usado no campo de batalha para comunicação. Uma pessoa podia estar lutando batalhas e recebendo instruções ao mesmo tempo.

Além disso, nesta era onde habilidades de linhagem existiam, alguns mestiços podiam ouvir pessoas falarem de longe, mas com isso, seria impossível para alguém bisbilhotar sua conversa, já que a voz da pessoa do outro lado estava indo diretamente para sua mente e não para seus ouvidos.

— Sim, jovem mestre Yung, acabamos de interrogá-lo usando o capacete de modificação cerebral.

— Sim, ele relatou toda a sequência de eventos.

— Sim… Sim… Eu também fiquei surpreso.

— Tudo se encaixa agora.

— Sim, jovem mestre Yung… darei os detalhes completos assim que retornar.

A voz de Edan podia ser ouvida várias vezes.

“Devo também informá-lo sobre como aquela criança por acaso usou uma velocidade que estava à altura de um mestiço de patente serial… De acordo com as informações coletadas, ele é apenas de ranque F, como ele seria capaz de usar tal poder…?”

Edan queria perguntar a Gustav sobre isso, mas não havia tempo para aquilo.

“Bem, ele agora é um vegetal, isso praticamente significa o fim para ele, então não acho que o mestre Yung precise saber,” Edan concluiu.

— Certo, jovem mestre Yung, estarei saindo da instalação em alguns instantes.

— Entendido!

Ele expressou antes que a chamada terminasse.

Depois que a chamada terminou, Edan caminhou em direção à cadeira tipo cama onde Gustav estava amarrado antes.

Ele chegou antes dela e estendeu a mão para pegar o capacete quando…

Boom!

A parede atrás dele explodiu.

— Huh? — Edan se virou em choque para olhar para trás, mas não viu nada.

Ele de repente sentiu-se apreensivo.

— Quem está aí? — Ele gritou enquanto olhava para a esquerda e para a direita.

— Mostre-se! — Ele gritou novamente enquanto seu braço de repente se tornava sombrio e ele o levantava.

— Eu irei matar você se você não se revelar diante de mim! — Ele começou a caminhar para a frente lentamente com um olhar de cautela enquanto olhava para a esquerda e para a direita várias vezes.

Às vezes, ele até girava apenas para verificar atrás dele, mas mesmo depois de fazer isso por mais de um minuto, ele ainda não via ninguém.

— O que está acontecendo? Não tem como a parede ter explodido sozinha… — Ele conseguia ver o corredor brilhante do espaço dentro da parede quebrada à frente, mas não conseguia entender como a parede podia explodir sozinha.

— Não explodiu sozinha, eu sou responsável por isso!

Ele de repente ouviu uma voz feminina fria sussurrar em seu ouvido esquerdo.

— Quem está… — Ele rapidamente se virou enquanto falava, apenas para notar um punho indo em direção ao seu rosto.

Bang!

Um som alto de ossos estalando ressoou ao colidir, fazendo o rosto de Edan afundar enquanto o punho se enterrava cinco centímetros em seu rosto antes de arremessá-lo para trás.

Fwooosshhh!

A máscara meio-verde em seu rosto se despedaçou, revelando um rosto meio queimado.

Splurt!

Parte de seu rosto rachou, e sangue começou a escorrer enquanto ele era catapultado para trás no ar.

Ele nem sequer conseguia gritar de dor devido à destruição de seu rosto.

Bang!

Seu corpo colidiu com a parede e a quebrou.

Bang! Bang! Bang! Bang! Bang!

Seu corpo continuou colidindo pelas paredes em linha reta até que finalmente parou, a várias centenas de metros de distância.

De dentro do quarto escuro, os buracos em forma de corpo nas paredes podiam ser vistos.

Swoooshhh!

Uma figura vermelha correu pelos buracos com velocidade intensa, fazendo mais partes das paredes quebrarem e expandindo o tamanho dos buracos.

A figura parou diante do corpo de Edan, que estava deitado no chão com o rosto afundado.

Uma fonte de sangue jorrava de seu rosto e cabeça.

A figura, que por acaso era a senhorita Aimee, levantou o pé e pisou em seu rosto novamente.

Bang!

O som de carne sendo esmagada e crânio duro rachando ressoou pelo lugar enquanto sangue se espalhava pelo chão.

— Você realmente tem coragem! Por ter posto as mãos no meu aluno! — A voz da senhorita Aimee era fria como gelo.

— Como você ousa?

Pisão!

— Como você ousa?

Pisão!

— Como você ousa?

Pisão!

— COMO VOCÊ OUSA?!

Dessa vez, ela levantou o pé bem alto e pisou em seu peito.

Bang!

Seu pé esmagou o esterno e desceu até os pulmões, causando outro jorro de sangue.

A senhorita Aimee levantou o pé ensanguentado e o colocou de volta no chão. Seu sapato azul estava encharcado de sangue.

Ela notou que o homem não estava mais se movendo e se agachou para pegá-lo.

Ela segurou sua cabeça que estava tão desfigurada que mal podia ser reconhecida e a levantou.

Ela tirou uma pílula de seu dispositivo de armazenamento e procurou a boca dele, que estava quase faltando devido à aparência desastrosa de seu rosto.

Ela colocou a pílula em sua boca.

— Você não vai morrer para mim ainda… Você ainda tem muita dor para passar pelas minhas mãos! — A senhorita Aimee expressou enquanto o arrastava pelos cabelos, em direção ao quarto escuro onde Gustav estava mantido em cativeiro.

O rosto de Edan estava se recuperando lentamente, junto com seu peito e pulmões.

Seu corpo estava curando em um ritmo muito rápido, pois parecia que a senhorita Aimee lhe deu um remédio de cura de muito alto ranque.

A senhorita Aimee o arrastou de volta para o quarto e o levantou.

— Você me dirá para quem trabalha e por que veio atrás dele! — A senhorita Aimee afirmou com um tom ameaçador.

Edan estava começando a recuperar a consciência após a surra inicial.

Ele estremeceu ao ver o rosto dela.

Cabelos cor de cinzas, bonitos, mas com um olhar muito frio. Isso o lembrava do jovem mestre Yung.

“É ela… Eu estou acabado!” Um fio de suor frio escorreu por suas costas ensanguentadas.

— Antes que você me diga o que eu quero ouvir…

A senhorita Aimee disse enquanto corria em direção à parede à direita e segurava seu cabelo.

Swoooshhh!

Ela chegou diante da parede e pausou seu movimento antes de esmagar o rosto dele nela.

Bang!