Capítulo 77 — Confusão Extrema

Charles estava em extrema dor e confusão, com a cabeça presa ao espelho quebrado na parede.

Gordon o puxou da parede e o levantou antes de bater sua cabeça no assento do vaso sanitário.

Bang!

O assento quebrou em vários pequenos pedaços e água esguichou do buraco.

Gordon pegou Charles novamente e o levantou antes de bater o joelho na mandíbula dele.

Splurt!

Seus dentes superiores e inferiores foram forçadamente moídos um contra o outro, fazendo pedaços de dentes voarem de sua boca junto com sangue.

Ele sentiu seu crânio vibrar devido à força intensa do chute.

Charles nem sequer teve a chance de reagir a nenhum dos ataques: eles foram todos muito repentinos e rápidos para ele tentar contra-atacar.

Ele nem sequer conseguia entender o que estava acontecendo. O estômago desarranjado, o olhar de dor, onde estava tudo isso agora?

Outro pensamento que veio à sua mente foi: quando Gordon se tornou forte o suficiente para vencê-lo de tal maneira que ele não seria capaz de revidar.

“Preciso ativar minha linhagem,” Essa era a única forma que Charles sentia que poderia escapar dessas cadeias de ataques.

Bang!

Ele colidiu com a parede do outro lado.

Gordon correu para a frente e desferiu um soco em direção ao peito de Charles.

Assim que seu punho estava perto de fazer contato com o peito de Charles, serpentes elétricas vermelhas de repente começaram a aparecer ao redor de Charles.

Essas serpentes elétricas vermelhas nadavam ao redor do seu corpo.

O punho de Gordon foi parado a alguns centímetros de tocar Charles por uma força estranha e invisível.

Seu punho não conseguia se mover mais perto.

— O que vo-cê es-tá fa-zen-do Gor-don? Eu irei matar você! — Charles gritou com um olhar de angústia no rosto ensanguentado.

Ele prosseguiu para desferir um soco coberto de eletricidade vermelha.

Mesmo com seus ferimentos, ele ainda era tão rápido quanto sempre, mas para sua surpresa, Gordon desviou e se esquivou de seu punho com facilidade.

— Dessa vez não será como da última vez — Gordon expressou enquanto desferia a palma da mão em direção ao peito de Charles.

Charles nem sequer teve a chance de processar a afirmação de Gordon antes que a palma rasgasse a força invisível que o protegia e colidisse em seu peito com força.

Bang! Krryycchh!

O som de ossos quebrando podia ser ouvido enquanto o peito de Charles afundava e suas costas colidiam ainda mais na parede.

Os olhos de Charles se arregalaram em choque e confusão enquanto ele cuspia uma boca cheia de sangue.

Aquilo não era o fim.

Bam! Bam! Bam! Bam! Bam! Bam!

Uma após a outra, as palmas de Gordon continuavam colidindo no peito de Charles.

Ele as alternava entre esquerda e direita repetidamente e, devido à velocidade, o corpo de Charles permanecia preso à parede, sem que ele pudesse fazer nada além de assistir aos ataques caírem brutalmente sobre seu corpo.

Bam!

O último golpe de palma causou o colapso total de sua caixa torácica, enquanto sangue jorrava de seu nariz, olhos e boca.

— Por quê? — Ele conseguiu murmurar essa pergunta antes que seus olhos se fechassem e ele desmaiasse.

Plop!

Seu corpo caiu no chão flácido.

— Por vingança e também… porque eu quero sua linhagem — Já que Charles havia desmaiado, ele não conseguiu ver o sorriso maligno no rosto de Gordon, nem sua resposta.

Gordon virou-se e caminhou em direção à porta.

Clique!

Ele trancou e caminhou de volta em direção ao corpo de Charles.

Ele lentamente se agachou em frente a ele e colocou a mão no pescoço de Charles.

— Você sofrerá o mesmo destino que seu amigo… Vocês dois não gostavam de me intimidar e torturar naquela época…? — A voz de Gordon havia mudado para a de outra pessoa.

Essa voz soava suave e levemente masculina. Nem grossa nem fina, mas parecia suave.

As unhas de Gordon se estenderam e perfuraram o pescoço de Charles, fazendo sangue pingar no chão novamente.

Horas atrás, quando a escola terminou pelo dia. Gordon e Charles deixaram o saguão de treinamento juntos, mas Gordon estava com dor de barriga, então ele pediu a Charles para esperar enquanto ele ia usar o banheiro no saguão de treinamento.

…

Gordon correu pelo corredor do salão com o rosto suado até que finalmente chegou ao banheiro localizado no final.

O que ele não notou foi que havia uma placa dizendo que o banheiro estava sendo limpo.

Ele não notou isso devido à forma como estava se sentindo extremamente apertado.

Ele entrou no banheiro masculino e caminhou em direção a um dos cubículos à frente.

Ele também não notou que, imediatamente após entrar pela porta do banheiro, uma sombra passou pela entrada antes que a porta se fechasse.

Ele chegou em frente ao cubículo sem saber que havia alguém o seguindo por trás.

Os passos dessa pessoa eram silenciosos, então ele não notou.

Assim que ele abriu a porta, uma mão o agarrou e o puxou para trás.

— Uhhhh!

Ele gemeu de desconforto, mas sua voz foi cortada pela palma que cobriu sua boca com força.

— Ummhhhhh! — Ele agarrou a mão e tentou tirá-la da boca, mas parecia que o agressor era muito mais forte do que ele.

A palma pressionava mais contra sua boca enquanto ele sentia um braço envolvendo seu pescoço.

— Ghhrrhhh! — O braço apertou fortemente ao redor do pescoço, privando-o forçadamente de oxigênio.

Ele chutava e arranhava intensamente de dor. Ele até tentou usar os cotovelos para atingir a pessoa nas vísceras, mas era como se a pessoa não sentisse nenhuma dor.

“Que-m é es-se? Co-mo ele é tão for-te.”

Não importava o quanto ele batesse na pessoa atrás dele, ela não parava de sufocá-lo.

Lágrimas já escorriam de seus olhos enquanto ele sentia sua garganta sendo esmagada.

Ele tentou ativar sua habilidade de linhagem, mas não conseguia se concentrar com seu cérebro em curto-circuito devido à falta de oxigênio.

Depois de mais alguns segundos, seus olhos reviraram e ele desmaiou.

A pessoa que o segurava continuou apertando por mais alguns segundos antes de soltá-lo.

Plop!

O corpo de Gordon caiu no chão sem sinais de movimento.— Hmm, não é muito difícil derrotar gente como você — Uma voz masculina fina foi ouvida depois que o corpo caiu no chão.