Capítulo 81 — Concelho do Chefe Danzo
“Tem mais por vir, mas devo ser cauteloso e me manter quieto por enquanto.”
A linha de raciocínio de Gustav era essa porque, antes disso, ninguém estava desconfiado e todos praticamente baixaram a guarda.
Agora que tinha se tornado um assunto muito discutido, todos estavam cautelosos.
Ninguém queria ser o próximo Gordon ou Charles, então todos estavam tomando cuidado.
Gustav percebia que não seria fácil da próxima vez que ele decidisse roubar a linhagem de um aluno, agora que as coisas tinham se desenvolvido a esse ponto.
Ele não se importava muito, porém, porque, além de Hung Jo, Ben, Paul, Charles e Gordon, restavam apenas cerca de duas pessoas que o intimidavam.
Hung Jo estava no topo da lista, enquanto as duas restantes estavam no final.
O resto de seus colegas de classe apenas o menosprezavam e o chamavam de lixo, então ele não estava realmente planejando nada para eles, mas havia decidido humilhar muitos deles no teste de entrada da MBO.
De qualquer forma, ele decidiu não tentar nada intenso como o que fez no dia anterior.
Gustav terminou sua refeição mais tarde e saiu do salão após trocar cumprimentos com alguns dos chefs.
A segunda metade do dia foi passada treinando os alunos da classe três novamente.
O instrutor estava um pouco incomodado com a situação de Gordon e Charles, mas isso não afetou seus planos gerais, já que havia muito mais alunos que eram melhores do que os dois na classe 3.
Os alunos mostraram mais de suas habilidades e potencial para que pudessem preencher o lugar que Charles e Gordon ocupavam.
A classe 3 tinha mais de cem alunos.
Embora todos comparecessem, nem todos podiam representar a escola em duelos.
Charles foi escolhido para fazer parte dos membros da equipe de duelo, enquanto Gordon foi escolhido como substituto, e foi por isso que os alunos estavam mostrando sua destreza hoje.
Eles queriam as duas vagas vazias que estavam atualmente disponíveis.
Além disso, aqueles que planejavam ser escolhidos como capitães da equipe tinham que sempre mostrar sua destreza.
Ainda levaria algum tempo para que o instrutor escolhesse um capitão.
A escola praticamente terminou em ruidos antes que todos fossem para suas casas.
Mais três dias se passaram e era segunda-feira novamente.
Seu fim de semana com Angy foi bastante interessante, já que ele a estava ajudando a levar a velocidade dela ao limite, dando-lhe algumas tarefas durante a observação noturna.
Angy estava começando a se perguntar se as raças mestiças estavam evitando a presença dela.
Ela ficava sempre tão feliz quando nenhuma raça mestiça aparecia.
Gustav percebeu que ela não queria que o bairro e ele estivessem em qualquer forma de perigo, mas ela não tinha ideia de que ele propositalmente a fazia sair para patrulhar com ele em dias em que ele tinha certeza de que nenhuma raça mestiça apareceria.
Gustav seguiu para a escola mais uma vez com ela e chegou à escola vários minutos depois.
Ele estava na cozinha cozinhando algumas refeições quando o chefe Danzo pediu para falar com ele.
Ambos foram para o corredor para conversar.
— Ei, rapaz, como você tem estado ultimamente? — perguntou o chefe Danzo com um tom preocupado.
— Estou bem, chefe, por que pergunta? — Gustav estava um pouco estupefato com a pergunta repentina.
— Hmm, estou apenas preocupado com o seu bem-estar, é só isso — respondeu o chefe Danzo.
— Hmm, entendi, chefe, então por que queria me ver? — perguntou Gustav com um olhar intrigado.
— Só quero te dar um conselho, cabe a você escutar — disse o chefe Danzo.
— Eu sei que você foi injustiçado por muitas pessoas, sua família, seus colegas e praticamente pela sociedade, mas filho… Tenho notado que você está ficando mais frio a cada dia, e não quero que se torne como as pessoas que você odeia! — acrescentou o chefe Danzo.
— Agora, não estou dizendo para você gostar deles ou perdoá-los, estou apenas dizendo para não ser como eles, seja melhor… Se você planeja se vingar deles no futuro ou algo assim, não envolva os inocentes — afirmou o chefe Danzo.
Gustav assentiu com um olhar de compreensão.
— Claro, chefe Danzo, não me tornarei como essas pessoas podres… Só tenho meu próprio jeito de fazer as coisas — respondeu Gustav.
— Bom, muito bom… Gustav, você sabe quem é um homem de verdade? — perguntou o chefe Danzo.
Gustav tinha um olhar intrigado no rosto após ouvir aquela pergunta. Ele não queria acabar dizendo algo bobo, então perguntou: — Quem é um homem de verdade?
— Um homem de verdade é aquele com princípios que o impedem de fazer vista grossa a alguém que esteja sofrendo a dor pela qual ele passou — afirmou o chefe Danzo.
Gustav tinha um olhar contemplativo no rosto depois de ouvir aquela explicação.
— Gustav, você é um homem de verdade? Você tem tais princípios ou um princípio similar? — perguntou o chefe Danzo com um olhar profundo.
Gustav ficou ali, sem palavras. Ele não sabia como responder.
— Olha só, meu rapaz, não estou pedindo para você se tornar um herói… Tornar-se um herói neste vasto mundo não só é inútil, mas também causará a sua morte… Estou apenas dizendo para você não fazer vista grossa a algo que você sabe que pode realmente mudar… Se você vir uma pessoa sendo infligida com a mesma dor pela qual você passou e você tiver a capacidade de pôr um fim nisso, não faça vista grossa! Você não precisa ser um herói, mas ser insensível a atos perversos e gente como aqueles que são um incômodo para a comunidade faz de você não ser diferente das pessoas que você odeia — O chefe Danzo deu um tapinha no ombro de Gustav depois de falar e virou-se para sair.
Enquanto o chefe Danzo caminhava dois passos para a frente, Gustav falou, fazendo-o pausar.
— Chefe Danzo… por que eu deveria me importar em ser um monstro quando ninguém se importa em me transformar em um? Por que eu não daria as costas ao mundo quando ele me deu as costas? Por que eu me incomodaria em tentar salvar pessoas que acredito que, se estivessem no meu lugar hoje, não se incomodariam em me salvar quando estou em apuros? Por que um mundo tão egoísta como este mereceria sequer uma gota da minha misericórdia? — Gustav perguntou em sucessão enquanto olhava para o chão. Em seus olhos, apenas tristeza podia ser vista.
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