Prólogo
A escuridão cobria o céu como um manto impenetrável, mas ao longe, no horizonte, algo ardia. Chamas violentas se erguiam como serpentes flamejantes, devorando muros, torres e casas. O fogo avançava com fúria, implacável, consumindo tudo em seu caminho.
No centro daquele inferno, uma mansão ainda resistia — símbolo de orgulho, poder e legado. Mas seus alicerces tremiam. A fumaça se erguia em espirais sufocantes, o calor fazia o ar vibrar, e os gritos… os gritos soavam como aço sendo retorcido em batalha.
Nos corredores em colapso, passos desesperados ecoavam. Um rapaz de cabelos vermelhos corria.
O coração martelava em seu peito, as chamas dançavam ao redor, e o mundo que conhecia se desintegrava diante de seus olhos. Quando chegou ao salão principal, tudo que restava era o caos. Tapeçarias viravam cinzas. Móveis caíam aos pedaços.
No centro do salão, entre as labaredas, uma figura se erguia.
Imponente. Silenciosa.
Antes que o rapaz pudesse compreendê-la, um berro rasgou o ar como uma lâmina, e o calor o envolveu, brutal e absoluto.
Ele despertou assustado e encharcado de suor.
O quarto estava quieto. Familiar. Seguro. Mas o cheiro de fumaça ainda parecia pairar no ar. Os ecos do pesadelo se agarravam à sua mente como garras invisíveis.
E, por um instante, ele acreditou que o sonho havia sido real.
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