Maxwell, Serguei e Konan estão andando pela floresta. O caçador se aproxima de Serguei e sussurra em seu ouvido:

    “Ei… Por que a gente não pega alguma coisa para facilitar o caminho? Tipo… a gente podia pegar alguma moto ou carro.”

    “Acredito que o barulho da moto chamaria muita atenção”, responde Serguei, continuando a andar.

    Konan, ouvindo tudo com sua audição apurada, olha para trás e diz:

    “Humano… nós, os Filhos de Ermes, temos sentidos aguçados: visão, audição e tato. Pegar uma moto, além de atrapalhar meus sentidos, chamaria muita atenção…”

    “Então por que você pegou a Mia junto com o Serguei, com a moto?”, pergunta genuinamente Maxwell, olhando para Konan com um olhar de dúvida.

    “Admito que cometi um erro. Pensei que não chamaria tanta atenção. Já imaginava ser seguida, mas não tanto”, responde Konan, ainda liderando o caminho.

    Todos continuam seu trajeto, que ficava cada vez mais complicado. Maxwell pensa em reclamar, mas teme que isso possa atrair ainda mais atenção indesejada.

    Konan avista uma cabana no meio do nada. A cabana estava toda quebrada, como se algo tivesse entrado à força.

    “Está limpo…”, sussurra Konan, enquanto continua a farejar. “Estamos perto…”

    “Como você sabe disso?”, pergunta Maxwell.

    Antes que Konan pudesse responder, ela pula sobre os dois, empurrando-os para o chão, enquanto um tiro de plasma passa exatamente onde estavam as cabeças de Maxwell e Serguei. O disparo acerta uma árvore, fazendo-a explodir na hora. O caçador reconhece esse tipo de disparo.

    Maxwell se levanta rapidamente e olha em direção ao ataque. Vê aqueles soldados de antes, que massacraram sua vila. Mas não eram todos eles, apenas dois. Outro soldado se prepara para atirar.

    Nesse momento, Konan se levanta e começa a correr em direção a eles. Os soldados disparam contra ela, mas, com velocidade sobre-humana, ela começa a se esquivar. Tanto Serguei quanto Maxwell tentam se levantar para ajudá-la.

    A pele de Konan começa a se rasgar, revelando carne e partes metálicas. Garras afiadas surgem; seus braços e pernas começam a se esticar, e uma cauda aparece. Serguei joga uma pistola para Maxwell, enquanto desembainha sua katana.

    Konan salta sobre um dos soldados, enquanto Serguei tenta cortar o outro. No momento em que a espada iria atingir o corpo do soldado, um escudo de energia surge, bloqueando o ataque. Maxwell mira na cabeça do soldado que luta com Serguei e dispara cinco vezes. Os dois primeiros tiros acertam o escudo, os outros dois últimos atingem a perna do inimigo.

    Serguei percebe uma falha no escudo: aparentemente, ele não consegue lidar com três ataques simultâneos. Konan tenta arranhar o escudo até quebrá-lo, mas o soldado ativa uma parte do traje que concentra o escudo na mão e desfere um soco em Konan, lançando-a a cinco metros de distância, fazendo-a colidir contra uma árvore.

    O outro soldado, que luta contra Serguei, saca uma espécie de lâmina em formato de garra de louva-a-deus e parte para o combate corpo a corpo. O assassino leva vantagem no início, mas o soldado se mostra superior ao recém-formado Filho de Ermes. Ele tenta cortar a garganta de Serguei, mas no último segundo, este segura a lâmina com a mão.

    Konan se levanta e percebe que o soldado que a derrubou estava apontando sua arma para Maxwell. Por mais que estivessem em vantagem numérica, havia uma enorme desvantagem em termos de armamento. Sem muitas opções, Konan decide usar sua carta na manga.

    Maxwell tenta atirar no soldado que enfrenta Serguei. Ele realiza mais três disparos, que são inúteis por causa do escudo. O caçador escuta a arma de plasma sendo carregada para disparar, mas, no instante em que se vira, vê Konan desmembrando o soldado.

    Konan agora era mais forte e muito mais rápida. Isso se refletia em seu novo físico, mais musculoso e vigoroso, como se seus músculos estivessem se expandindo e contraindo ao mesmo tempo. O outro soldado, que ainda enfrentava Serguei, se assusta, mas antes que pudesse fazer algo, Serguei usa um golpe de jiu-jítsu e o prende no chão.

    O soldado tenta se soltar, mas antes que pudesse reagir, Konan o nocauteia com uma pisada na cabeça, rachando o capacete. Ao fazer isso, ela cai no chão exausta, e seu corpo começa a voltar ao normal.

    “O que foi isso?”, pergunta Maxwell, referindo-se ao corpo superforte que Konan demonstrou.

    Ofegante, Konan responde:

    “Nós, os Filhos de Ermes, podemos sofrer mutações. A do Calisto, que você viu antes, era ficar com um corpo gigante. A minha é expandir e contrair os músculos…”

    Serguei saqueia os corpos dos soldados. Ele pega o rifle de plasma e joga para Maxwell.

    “O que você quer que eu faça com isso?”, pergunta Maxwell, se referindo ao rifle.

    “Você é o mais fraco aqui. Precisa de uma arma melhor do que uma pistola!”, afirma Serguei, olhando para o caçador, esperando que ele teste a arma.

    Maxwell aponta para uma árvore e se prepara para disparar. Ao engatilhar, a arma solta um tiro de plasma que parte a árvore ao meio. Tanto Serguei quanto Maxwell ficam impressionados com a potência do disparo.

    “Catapinbas!”, berra Maxwell. Ele olha assustado, mas depois começa a rir.

    “Agora se sente mais seguro?”, pergunta Konan, olhando para o estrago causado pela arma.

    “Agora sim!”, afirma Maxwell.

    “Sendo bem sincero, achei que ela fosse explodir na sua mão”, comenta Serguei, enquanto termina de saquear os corpos. “Mas ainda bem que não deu em nada.”

    “Ha-ha, muito engraçado…”, diz Maxwell, olhando com desdém para o comentário de Serguei.

    Serguei encontra um dispositivo gerador de escudo. Achando que seria útil, entrega um para Konan. Maxwell fica frustrado por não ter recebido um, mas Konan, por não ver necessidade, entrega o dela para o caçador.

    Maxwell olha para o soldado desacordado e questiona:

    “O que vamos fazer com ele?”

    “Por agora, vamos levá-lo”, afirma Serguei. “Ele deve ter informações importantes”.

    “Esses caras mataram meus vizinhos e amigos!”, afirma Maxwell, olhando para Serguei com expressão nada amigável.

    Serguei, sem se intimidar, responde calmamente:

    “Entendo… mas, por enquanto, precisamos dele vivo. Ele pode ter informações importantes”.

    “Os dois, não briguem!” ordena Konan . “Vamos levar o que sobreviveu, extraímos informações dele e aí você se vinga, ok?”.

    Konan começa a arrastar o soldado desacordado. Serguei a segue, e Maxwell, sem ter muito o que fazer, vai junto com os dois. Após caminharem uma distância considerável, todos conseguem ver uma pequena cidade. Maxwell já sabia onde estavam, pois de vez em quando ia até lá vender as carnes de cervo que caçava. Essa cidade era nada mais, nada menos que Everbrook.

    “Tem certeza que essa é a localização do seu amigo?”, questiona Maxwell, olhando para a cidade ao longe.

    “Foi aqui que o encontrei pela última vez… embora não tenha sido nessa parte da cidade”, responde Konan.

    Serguei observa e pergunta:

    “Que lugar é esse?”

    “Everbrook…”, responde Maxwell.

    Serguei se lembra do aviso que Calisto havia dado sobre Everbrook, mas ao ver Konan e Maxwell indo em direção à cidade, decide acompanhá-los. Ao entrarem, percebem que o local está quieto demais. Konan sabe o que está acontecendo e torce para encontrar o Homem Torto antes que algo aconteça. Serguei, já esperando o pior, prepara sua katana. Maxwell divaga, imaginando quantas vidas foram perdidas ali para que tudo estivesse tão silencioso.

    O vento forte soprava, era o único som que se ouvia. Konan guia o assassino e o caçador pela cidade. Ao se aproximarem de um bar, veem que por dentro tudo parecia normal, exceto pelo silêncio.

    Maxwell acende as luzes do bar, revelando mais do local. As mesas estavam vazias, as bebidas ainda guardadas e intocadas, como se o estabelecimento não tivesse aberto durante o dia inteiro.

    “Nossa, o que aconteceu com esse lugar?”, sussurra Maxwell.

    Antes que Serguei ou Konan pudessem responder, todos são surpreendidos por uma explosão atrás deles, que os lança para o lado direito do estabelecimento. Cadeiras, mesas e bebidas são arremessadas para longe. Enquanto a poeira desce, os três conseguem ver duas figuras: uma do tamanho de uma pessoa normal e a outra com cerca de três metros de altura.

    Maxwell sabia quem eram. Eram soldados vindos do meteoro que atacaram sua cidade. Eles falavam em uma língua estranha claramente não eram deste mundo. Mas bastou um deles apertar um botão para que tudo que falavam se tornasse nítido:

    “Então o humano daquela vila conseguiu sobreviver… que seja. Vamos lidar com ele, e essas quimeras vão pro saco junto!”.

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